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quarta-feira, 21 de março de 2012

A CIDADANIA, A RELIGIOSIDADE E A DEMOCRACIA

“Renovar o conceito de Deus

Frequentemente mimetizamos o Norte das Américas. E, infelizmente, não raro, nas suas vulgaridades, superficialidades e modas. Eis que lá as igrejas católica, batista, presbiteriana, luterana e metodista organizaram uma jornada teleológica, com o objetivo de repensar Deus na perspectiva da esperança e da libertação.

No ocidente, tem-se anunciado, já há décadas, a morte de Deus. A fileira dos filósofos da suspeita e seus asseclas repete a lança, especialmente no mundo acadêmico, a notícia do enterro de Deus, como escrevera o poeta alemão Heine: “Não escutais o repicar dos sinos? De joelhos! Levam-se os sacramentos a um Deus que morre”.

Os filósofos da suspeita, Heine e tantos outros profetas da morte de Deus, realmente morreram. E Deus volta a atrair a atenção da humanidade, mesmo no coração do Ocidente secularizado.

Na história nada acontece em vão. De fato, algo morreu em Deus. Isso afirmam os participantes da Jornada Teleológica da América do Norte – Canadá, EUA e México.

O Deus da religião prepotente, do poder que comandava os costumes do Ocidente e que levou tantos à conquista de novas terras e continentes, está a morrer. Ele marcava, qual imenso relógio, as horas da existência humana e seus hábitos. Esse relógio, se não emudeceu totalmente, silencia-se aos poucos. Em seu lugar, entraram a razão, a ciência, a tecnologia, a autonomia do sujeito, a história, a práxis. Tantas realidades da modernidade e da pós-modernidade comandam a vida social.

Tal entrada,porém, está a provocar, em muitos, secura, vazio e cansaço existencial. O consumismo desvairado não só não satisfaz o espírito, como se tem tornado imenso risco para a humanidade. Tsunamis espirituais se levantam do mar das tradições religiosas. Em recentes pesquisas no Brasil e outros países, o povo se diz menos afeito à religião institucional, ao Deus do poder, mas religioso e, em alguns casos, altamente religioso. Sente sede do divino, do mistério, do insondável, do silêncio transcendente. Basta de tanto barulho físico e cultural. O rodar enlouquecido dos autos, o tinir incessante dos celulares e os programas tediosos de TV estão a provocar a busca de outra realidade.

Estão aí formas religiosas advindas de outros continentes ou geradas em nossa terra natal, a disputar o público que se afastou e continua se afastando da religião do poder, das prescrições, das normas.

O futuro aponta para o crescimento da religiosidade e para a queda das religiões institucionais. Nesse jogo imprevisto de choque entre religião e religiosidade, levantaram os teólogos do Norte a pergunta: e Deus, como se situa aí? A tradição cristã a que eles pertencem acena para a transformação profunda da compreensão de Deus. Nada melhor do que voltar para a sua mais pura tradição, na pessoa de Jesus. Ele nos deixou, na parábola do filho pródigo, imortalizada pela pintura de Rembrandt, a imagem mais perfeita de Deus. Lá está ele, só Amor, com braços abertos a nos esperar, cansados e esvaziados, para o amplexo da confiança e do compromisso com a libertação do que nos oprime.”
(J. B. LIBÂNIO, Teólogo, escritor e professor; padre jesuíta, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 16 de outubro de 2011, Caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de março de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, Diretor do Departamento de Comunicação do Instituto Internacional de Ciências Sociais (IICS), doutor em comunicação pela Universidade de Navarra (Espanha), e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Crucifixo e intolerância

Carlos Brickman, jornalista arguto e politicamente incorreto, decidiu entrar no vespeiro do despejo do crucifixo de todas as dependências do Judiciário do Rio Grande do Sul. Vale a pena registrar o seu comentário: “Há religiões; também há a tradição, há também a história. A Inglaterra é um Estado onde há plena liberdade religiosa e a rainha é a chefe da Igreja. A Suécia tem plena liberdade religiosa e uma igreja oficial, a Luterana Sueca. A bandeira de nove países europeus onde há plena liberdade religiosa exibe a cruz.

O Brasil tem formação cristã; a tradição do país é cristã. Mexer com cruzes e crucifixos vai contra essa formação, vai contra a tradição. A propósito, este colunista não é religioso; e é judeu, não cristão. Mas vive numa cidade que tem nome de santo, fundada por padres, numa região em que boa parte das cidades tem nomes de santos, num país que já foi a Terra de Santa Cruz. Será que não há nada mais a fazer no Brasil exceto combater os símbolos religiosos e tradicionais? Se não há, vamos começar. Temos de mudar o nome de alguns Estados e cidades como Natal, Belém, São Luís e tantas outras. E declarar que a Constituição do país, promulgada ‘sob a proteção de Deus’, é inconstitucional.

Há vários símbolos da Justiça, sendo os mais conhecidos a balança e a moça de olhos vendados. A balança vem de antigas religiões caldeias. Simboliza a equivalência entre crime e castigo. A moça é Themis, uma titã grega, sempre ao lado de Zeus, o maior dos deuses. Personifica a ordem e o direito. Como ambos os símbolos são religiosos, deveriam desaparecer também, como o crucifixo?

Em São Paulo, cidade cosmopolita e multicultural, basta bater os olhos nas estações da Linha Azul do Metrô: Conceição, São Judas, Saúde, Santa Cruz, Paraíso, São Joaquim, Sé, São Bento, Luz, Santana. E aí, vamos ceder ao fervor laicista e mudar o nome de todas?”

Brickman foi certeiro. Mostrou a insensatez e a chatice que estão no fundo da decisão de um Judiciário ocupado com o crucifixo e despreocupado com processos que se acumulam no limbo da inoperância e do descaso com a prestação da justiça à cidadania. Na escalada da intolerância laicista, crescente e ideológica, não surpreenderia uma explosão de ira contra uma das maravilhas do mundo e o nosso mais belo e festejado cartão-postal: o Cristo Redentor.

O Estado brasileiro é laico. E é muito bom que seja assim. Mas a laicidade do Estado não se estende por lei, decreto ou decisão judicial a toda a sociedade. O Estado não pode abolir ou derrogar tradições profundas da sociedade, pois estaria extrapolando seu papel e assumindo a inaceitável função de tutor totalitário de todos nós.

Como já escrevi neste espaço opinativo, o laicismo, tal como hoje se apresenta e “milita”, não é apenas uma opinião, um conjunto de idéias ou uma convicção, que se defende em legítimo e respeitoso diálogo com outras opiniões e convicções como é próprio da cultura e da praxe democrática. Também não se identifica com a “laicidade”, que é algo positivo e justo e consiste em reconhecer a independência e a autonomia do Estado em relação a qualquer religião ou igreja concreta, e que inclui, como dado essencial, o respeito pela liberdade privada e pública dos cultos das diversas religiões, desde que não atentem contra as leis, a ordem e a moralidade pública.

O Brasil, não obstante o empenho dos proselitistas ideológicos, é um país tolerante. Na religião, igualmente, o Brasil tem sido um modelo de convivência. Diferentemente de muitas regiões do mundo, marcadas pelo fanatismo, o Brasil é um sugestivo caso de relação independente e harmoniosa entre religião e Estado.

É preciso, sem dúvida, desenvolver o senso crítico contra os desvios da intolerância, do fanatismo e de certas manifestações de estelionato religioso tão frequentes nos dias que correm. Mas não ocultemos os estragos causados pelo fundamentalismo laicista. Estado laico, sim. Mas articulado com o Brasil real, tolerante, aberto, miscigenado.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, CIVILIZADAS, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, severo e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, indubitavelmente IRREPARÁVEIS (por exemplo, o desperdício TRIBUTÁRIO denunciado por JOELMIR BETING, em sua coluna do EM, edição de 29 de novembro de 1994: “... Cada sistema tributário tem a sonegação que merece. O relatório final da CPI sobre evasão fiscal, divulgado pelo senador Ronan Tito, semana passada, merece um apêndice no The Book of the Records. Sonegação, evasão, elisão e contestação judicial estão submetendo o Fisco aparvalhado a um prejuízo anual de R$ 82 bilhões. Ou se preferirem: perto de US$ 100 bilhões...”;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INTOLERÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já frágil PATRIMÔNIO PÚBLICO, e MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, embaçando o AMOR à PÁTRIA, ao lado de extremas e crescentes NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

São, e sabemos bem, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDADES SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo, da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...