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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A CIDADANIA, A CULTURA DA QUALIDADE E A LUZ DO NATAL


Alavancando a qualidade
        É senso comum que o mundo está se transformando, mas poucas pessoas compreendem que a mudança está se acelerando e em todas as esferas, de avanços médicos à velocidade dos transportes e à facilitação das comunicações, entre tantos outros. É importante notar que essa mudança é tanto técnica quanto social, pois as formas de interagir com os outros foram alteradas em decorrência da tecnologia e inovações sociais. Além disso, agora estamos aptos a colaborar com pessoas a meio mundo de distância. Mas esses mesmos fatores criaram grande complexidade em nossas vidas. Estamos interagindo com incontáveis sistemas ao longo do dia e quando um deles falha, ou tem um desempenho abaixo do esperado, todo o nosso ambiente de trabalho é afetado. Por isso, é essencial pensar em qualidade. E em todas as esferas.
         Ainda que os argumentos abundem, no que diz respeito aos atuais níveis de desgaste, as pressões vão aumentar. A população mais do que duplicou durante a minha vida. Sem querer esmorecer os esforços para reduzir a nossa pegada ambiental no planeta, mas o número de pegadas nesta terra é altíssimo e cria um fardo maior diariamente. Mas eu não sou pessimista. Os seres humanos são dotados de criatividade e arbítrio. Podemos nos mover para uma posição sustentável em nosso mundo infinito. As soluções baseiam-se em três diferentes abordagens para a mudança, que, juntas, podem promover a qualidade como um futuro caminho. Primeiramente, a padronização busca por ferramentas para sistemas previsíveis, uma vez que seu trabalho almeja o estabelecimento de processos repetitivos que produzem os melhores resultados. A padronização trabalha para reduzir variáveis indesejadas e, entre outros benefícios, isso ajuda na redução de perdas. Por exemplo, é estimado que cerca de um terço da produção mundial de alimentos pós-colheita é desperdiçado por ano. O conhecimento e a padronização para garantir a melhor forma de estocagem, distribuição e preservação dos alimentos teriam um grande impacto na redução do descarte. A segunda abordagem é de melhoria contínua, pois por décadas houve o refinamento das metodologias sistemáticas de solução efetiva dos problemas. Abordagens como Six Sigma, Lean e Total Productive Management contêm os caminhos e as ferramentas para detonar os problemas mais persistentes. Filtragem de água, construção de casas e otimização de energia têm sido desafios conhecidos e abordados utilizando a qualidade em melhorias contínuas. Por fim, a transformação, pois as mudanças descontinuadas estão em vias de romper com práticas passadas. Problemas atuais transcendem quando a criatividade nos leva além das abordagens existentes. A mudança inovadora está sendo vivenciada com nanotecnologia, educação virtual, equipamentos de diagnósticos de saúde, entre outros.
         A qualidade pinta o quadro de um meio de vida sustentável e promove melhorias em nossas vidas. As três maneiras utilizadas para criar a qualidade já mostraram seu desempenho imbatível e são estimuladas por organizações como a ASQ. Os aprendizados está aí para serem seguidos. Só precisamos compreender a urgência e aplicá-los. Portanto, saber a aplicação do corpo do conhecimento concernente à qualidade pode fazer a diferença; o futuro ainda pode ser moldado por nós.”

(STEPHEN K. HACKER. Presidente da American Society for Quality (ASQ), representada no Brasil pela Qualitreinamento & Certificação, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de dezembro de 2014, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 19 de dezembro de 2014, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Natal, delicadeza de Deus
        O Natal se aproxima e, enquanto se vive, de diversos modos, o clima festivo desta época do ano, é oportuno deixar ecoar nos corações o apelo de Santo Agostinho, lá no século quinto, em um de seus sermões: “Desperta, ó homem: por tua causa Deus se fez homem. Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá (Ef 5,14). Por tua causa, repito, Deus se fez homem. Estarias morto para sempre, se ele não tivesse nascido no tempo. Jamais te libertarias da carne do pecado, se ele não tivesse assumido uma carne semelhante à do pecado. Estarias condenado a uma eterna miséria, se não fosse a sua misericórdia. Não voltarias à vida, se ele não tivesse vindo ao encontro da tua morte. Terias perecido, se ele não te socorresse. Estarias perdido, se ele não viesse salvar-te. Celebremos com alegria a vinda da nossa salvação e redenção. Celebremos este dia de festa, em que o grande e eterno dia, gerado pelo dia grande e eterno, veio a esse nosso dia temporal e tão breve”. Esse apelo essencial é vivamente oportuno no coração deste tempo.
         Diante do desafio de se construir a paz universal, uma questão deve interpelar cada pessoa: existe outro fundamento maior e mais completo dessa paz que o amor revelado no Filho de Deus encarnado, Jesus Cristo? A celebração do Natal ultrapassa as luzes e cores não raramente presentes nas praças e casas. Alguns enfeites com tons mais chamativos, mas sem força para remeter ao núcleo central do Natal do Senhor: a manifestação mais plena e incontestável de amor. Acolhido no mais íntimo do coração, esse amor reconcilia cada um com Deus e consigo mesmo, renova as relações entre as pessoas e gera uma indispensável sede de fraternidade, único remédio para se vencer a guerra e acabar com o flagelo amedrontador da violência.
         O Natal é a festa do amor e da reconciliação. O presépio, na sua singeleza com força educativa, quando surge no atual contexto – marcado pelas estratégias, armações, cálculos e disputas pelo poder –, remete-nos à simplicidade como caminho para descobrir o segredo de saber viver. Não apenas pela indiscutível singeleza da manjedoura, fora da cidade, entre os animais. Acima de tudo, pelo desconforto que se experimenta ao contemplá-lo, quando se constata que a entrada de Deus no mundo, o Filho encarnado, ocorre sem apego algum à condição divina. O presépio, portanto, é remédio para o orgulho e a altivez.
         A encarnação do Verbo de Deus, Jesus Cristo, a festa do Natal, é o antídoto que combate, na raiz, o sofrimento. Desmobiliza a lógica da prepotência, alimentada pelo desejo de dominar e explorar os outros, por ideologias de poder e ódios que se perpetuam entre pessoas, grupos, partidos, tribos, culturas e nações. O verdadeiro sentido do Natal está na contramão desses descompassos que alimentam incontáveis cenários e impedem avanços. Há um silabário da justiça e uma gramática da paz cuja aprendizagem não tem escola mais adequada e eficiente do que aquela em que Ele, Cristo, é o mestre. Seus ensinamentos, pela força pedagógica de sua proximidade  Natal é a festa da proximidade de Deus –, não se reduzem e não se traduzem em qualquer tipo de manifestação, mesmo as que contêm elementos religiosos.
         O desvirtuamento que se vê impetrado sobre o sentido do Natal pelo consumismo não é menor do que aquele advindo de equivocadas expressões, dinâmicas e práticas religiosas. São casas de culto que buscam apropriar-se do Natal sem priorizar a construção das bases da personalidade e da cultura a partir do que há de mais autêntico nas raízes cristãs. Silenciosamente, esses desvirtuamentos comerciais e culturais estão produzindo uma séria crise que atinge a beleza do cristianismo e a sua contribuição incalculável para a paz.
         Ainda é tempo de cuidar para não se perderem experiências de fé que produziram heranças inestimáveis, são bases de culturas e caminho para construir um mundo melhor. Ecoe mais uma vez a indicação de Santo Agostinho: “Como veio a paz à Terra senão por ter a verdade brotado da terra, isto é, Cristo ter nascido em carne humana? Ele é a nossa paz: de dois povos fez um só, para que fôssemos homens de boa vontade, unidos uns aos outros pelo suave vínculo da caridade”. Nessa compreensão e vivência se poderá, copiosamente, celebrar o Natal, delicadeza o Natal, delicadeza de Deus.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País  no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados (vez que a inflação fragiliza a economia, inibindo investimentos, tanto internos como externos, e matando a confiança entre as classes sociais...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...