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quarta-feira, 27 de abril de 2016

A CIDADANIA, A HORA E A FORÇA DA LIDERANÇA E OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA

“A hora certa para agir
        A deterioração da situação econômico-financeira das empresas nunca foi tão dispersa entre os setores da economia brasileira. Em função desse cenário de instabilidade, muitas delas precisam estar atentas e ligar um sinal de alerta: aquelas que perderem o timing para agir podem não ter chances de se recuperar.
         As expectativas negativas relacionadas à economia foram confirmadas pelo IBGE com a divulgação de uma queda de 3,8% do PIB no ano passado, quando comparado com 2014, o pior resultado desde 1990. Esses dados não só provocam a apreensão de investidores, mas, principalmente, desafiam a continuidade das empresas de quase todos os setores da economia nacional. Diante do agravamento das condições marcroeconômicas brasileiras e da queda da demanda de produtos e serviços, muitas companhias vão precisar adaptar as operações, abrindo mão de margens que, provavelmente, já se encontram no limite, para tentar superar os desafios que colocam a própria sobrevivência em risco.
         Esse cenário tem consequência direta entre o empresariado brasileiro. Dados da Serasa Experian apontam que, no ano passado, os pedidos de recuperação judicial aumentaram, aproximadamente, 55% em relação ao ano de 2014. Além disso, só no primeiro bimestre deste ano essas solicitações são 16,4% superiores ao mesmo período de 2015.
         É verdade que é comum existirem empresas com baixa produtividade, mão de obra superdimensionada, lead time maior que o necessário e desbalanceamento de estoque e de linhas de produção. A baixa importância dada ao planejamento de produção, o descaso com as margens operacionais, a ausência de controle de custos alinhado com ações de racionalização e preservação de caixa e capital de giro resultam na necessidade de elevada alavancagem para a continuidade das atividades empresariais. A chave para a sobrevivência inicia-se pela arrumação de casa, ou seja, pela reestruturação operacional do negócio.
         Vale lembrar que algumas características são essenciais para que um processo de reestruturação tenha resultado positivo. Um planejamento bem-sucedido conta com uma liderança forte e deve ser implementado em diversas áreas, como a societária, financeira, estratégica e operacional. Para isso, um detalhado diagnóstico das causas do fracasso e um robusto processo de revitalização da organização devem ser desenvolvidos e, principalmente, implantados com firmeza.
         É fato que, diante de uma reestruturação, uma empresa pode se restabelecer e até voltar mais forte do que antes. Mas, para isso, o timing para agir é fundamental. Por exemplo, não adianta esperar a empresa zerar os estoques, perder os principais clientes, criar situações de impasse com bancos e fornecedores.
         Em adição ao imprescindível trabalho de reorganização operacional, as empresas contam com a possibilidade de ferramentas previstas em lei como os processos de recuperação judicial e extrajudicial. Nunca haverá garantia do apoio dos credores, porém, as que de fato investem em melhoria das operações têm muito mais chances de contar com o apoio dos credores e, com isso, ser resgatadas de uma situação de crise ou crise iminente. Nesses casos, os principais benefícios concedidos pelos credores vão desde carências e alongamentos nos contratos até descontos sobre o valor das dívidas.
         No Brasil, muitos empresários acabam buscando a proteção de uma recuperação, seja ela judicial ou extrajudicial, como última alternativa para manter os negócios vivos. Buscam a proteção da lei tardiamente e sem planejamento. A situação atual demanda que os líderes tenham agilidade e firmeza no enfrentamento da crise. Saber a hora certa de agir é fundamental, ou então estaremos somente adiando um melancólico final: a falência.”.

(ALAN RIDDELL, sócio da KPMG, e LEONARDO CAMARGOS, diretor da KPMG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de abril de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de ESDRAS ELER, coordenador do curso de engenharia elétrica do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH), e que merece igualmente integral transcrição:

Ser ou não ser
empreendedor,
eis a questão
        Algo diferente está ocorrendo ao nosso redor. Até pouco tempo estávamos acostumados a aceitar tecnologias e soluções “prontas” que invadiam as nossas vidas, não no momento que desejávamos ou que precisávamos, mas no momento em que os empreendedores de outros países entendiam que estava na hora de levar a inovação até as nossas vidas aqui no Brasil. Mas, nos últimos tempos, estamos observando o surgimento de uma nova onda  empreendedora no Brasil, baseada no empreendedorismo por oportunidade e não mais no empreendedorismo por necessidade, típico de países subdesenvolvidos.
         Países desenvolvidos sempre incentivaram e investiram em ações ligadas à inovação e ao empreendedorismo. Joseph Schumpeter, economista e cientista político, um dos precursores do estudo da inovação no mundo, descreveu o empreendedorismo como um agente de promoção do progresso econômico através da destruição criativa, incubadoras, parques tecnológicos, aceleradoras e políticas públicas de incentivo à inovação foram desenvolvidos em outros países e alavancaram suas economias enquanto o Brasil permanecia “parado” no tempo. Temos o registro da inauguração da primeira incubadora de empresas no Brasil em 1984, dentro da Universidade Federal de São Carlos (SP), enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, as primeiras iniciativas surgiram em 1959.
         A década de 1990 trouxe a abertura da economia, os anos 2000 nos apresentaram as leis de incentivo à inovação, como a Lei de Inovação Tecnológica (10.973, de 2004) e a Lei do Bem (11.196, de 2005), mas foi nos últimos cinco anos que percebemos de fato o surgimento de iniciativas reais de incentivo à inovação, com o surgimento de iniciativas federais, iniciativas regionais e iniciativas que nos presentearam com várias startups de boa qualidade e, principalmente, permitiu o aquecimento do ecossistema empreendedor no Brasil.
         Mas ainda falta algo para garantir que este processo de transformação empreendedora possa de fato gerar benefícios econômicos de médio e longo prazo. As instituições de ensino, sejam elas públicas ou privadas, precisam participar ativamente deste processo. A transformação do país passa necessariamente pela educação empreendedora de nossos jovens. Precisamos formar bons técnicos, seres humanos éticos e cidadãos empreendedores. As ideias desenvolvidas por pesquisadores, professores e alunos dentro das instituições de ensino precisam ser levadas até as oportunidades que estão no mercado e é o aluno, quando egresso dessas instituições, que precisa fazer esse papel.
         Para que isso ocorra, o estudante precisa vivenciar projetos interdisciplinares de pesquisa dentro das instituições, que, além do aspecto técnico, deem a ele a oportunidade de desenvolver também o seu lado empreendedor, para que consiga identificar problemas realísticos e desenvolver soluções que sejam de fato inovadoras e ferem lucro e novos empregos. Além disso, o aluno precisa identificar no empreendedorismo benefícios que façam sentido para ele, pois o ambiente empreendedor brasileiro, apesar das melhorias que estamos vivenciando, ainda é bastante árido e nem todos os que se aventurarem neste jogo terão sucesso. Somos um povo empreendedor, o que precisamos é nos qualificar melhor e ter mais pessoas ansiosas por essa vocação. Afinal, “ser ou não ser empreendedor, eis a questão”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de 432,24% para um período de doze meses; e mais, em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...