“Valores
e sínteses em tempos difíceis
Estamos passando por um
período crítico. As antigas referências nos escapam. Temos a impressão de que
estamos perdidos diante de tantos acontecimentos e comentários. Cada dia uma
novidade. A pergunta é: o que vai resultar de tudo isso? A história nos dá
algumas esperanças: quando visitamos determinados momentos de grande
desencontro e crise no cenário mundial, percebemos que novas e boas
perspectivas surgiram. Assim aconteceu em vários países da Europa. Quem sabe
também aconteça conosco?
A
transformação de uma situação ruim para uma boa, entretanto, não é, a nosso
ver, uma tendência natural. Há necessidade de movimentos, de esforços para que
novas práticas aconteçam e sejam incorporadas social e culturalmente. A
experiência dos momentos difíceis não gera, em si, aprendizados e
transformações. Para que a experiência gere aprendizado e mudanças, ela
necessita de reflexões e interpretações. Diríamos mais: é preciso buscar o
sentido presente – e muitas vezes escondido – nos acontecimentos, tal como
dizia o psiquiatra e psicanalista Viktor Frankl, e construir novos caminhos a
partir de diferentes escolhas.
É
certo que em um país dividido política e emocionalmente como o nosso, está
difícil achar um ponto comum, algo que, a despeito das nossas diferenças, nos
una, nos agregue e nos assemelhe. Mas há. Acreditamos que os pontos de
convergência entre nós, mesmo diante de posições tão divergentes e muitas vezes
antagônicas, são representados pelos valores. Alguns poderão perguntar: quais
valores?
Esta
pergunta faz sentido, porque nunca se falou tanto em valores como nos dias de
hoje. E há colocações diferentes sobre o tema. O que é valor para uns pode não
ser para outros. Podemos cair numa polêmica sem fim. Contudo, temos algumas
referências que nos vêm – e que gostaríamos de destacar – das tradições
humanistas. Elas nos remetem aos valores relacionados à dignidade humana
(Declaração dos direitos humanos e Conferência Internacional sobre Bioética), à
solidariedade, à justiça, à paz, ao respeito às pessoas e às diferenças, à
compaixão, à tolerância, ao diálogo, entre outros, tão lembrados em diferentes
espaços socioculturais e religiosos, políticos e econômicos.
Estamos
convencidos de que os valores devem nortear as transformações pretendidas em
nível pessoal e coletivo. A sua interpretação poderá gerar a introdução de
medidas diferentes nos contextos, mas, caso sejam escolhidos como norte e
diretriz a ser seguida, permitirão uma possibilidade maior de acertos. Guiados
por eles, seremos mais cuidadosos para com as pessoas e nossas cidades, o que
significa, em termos práticos, a realização de pactuações respeitosas, relações
de trabalho justas e éticas e reconhecimento da dignidade de cada cidadão.
Ao
deixarmo-nos guiar pelos valores, incorporaremos, paulatinamente, à nossa
prática, atitudes mais coerentes e humanas. Isso nos permitirá construir novas
formas de convivência em diferentes espaços. As leis são importantes,
fundamentais. Precisamos delas para garantir a ordem, a tranquilidade, a
segurança, entre outros. Todavia, em uma sociedade sem valores, elas poderão
ser substituídas por outras que desconsideram os avanços humanísticos
conquistados a duras penas.
Não
temos a menor dúvida de que as políticas públicas que promovem a justiça, a paz
e o bem-estar social só se sustentam se fundamentadas e iluminadas pelos
valores. Os saberes e técnicas das diferentes áreas do conhecimento humano
precisam ser orientados por eles. E a convivência será mais humana e digna para
a nossa geração e para as gerações futuras se não desistirmos deles.
Nesses
tempos difíceis, a vida nos traz o desafio de segurar com firmeza e fortalecer
na nossa família, nas escolas, no trabalho e na política aquilo que nos é caro,
precioso: os valores. Esse nos parece ser o caminho mais seguro para a nossa
sociedade atual, que se perde aos poucos e corre o risco de deixar escapar a oportunidade
de aprender com as experiências e construir novas sínteses.”.
(ARISTIDES
JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico e professor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de junho
de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de LUCAS
FONSECA, palestrante motivacional formado em administração de empresas, com
especialização em coaching, fundador do Instituto Lucas Fonseca e criador da
metodologia MAP – Mindset de Alta Performance, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Recomeçar
depois do fracasso
O termo fracasso, por
si só, já causa arrepio em muita gente. Fracassar é algo que gera temor,
vergonha, tristeza e até revolta. Contudo, antes de se recolher sob esse
rótulo, é preciso analisar friamente a situação em que julgamos ser fracassada.
Muitas vezes, uma perda, de qualquer ordem, pode ser interpretada como um
livramento. Assim como um prejuízo pode significar um belo aprendizado,
daqueles que a gente vai carregar como lição para a vida toda.
O fato
é que nós não podemos mudar o passado, mas podemos dar um novo sentido a ele.
Aliás, é bem mais inteligente fazer isso do que ficar se remoendo, punindo ou
lastimando sobre algo que já foi. Todos os dias, quando acordamos, ganhamos um
“presente”, que é estar vivo. Se formos capazes de acreditar em nós mesmos,
investir a conspirar a nosso favor. Não é simples ou fácil, mas é poderoso.
Eu
mesmo sou um bom exemplo de que é possível dar a volta por cima, ressignificar o
nosso passado e escrever um novo futuro. Nasci numa pequena cidade do interior
do Espírito Santo. Só conheci energia elétrica quando tinha 14 anos. Fui
alfabetizado numa escola rural e só retomei os meus estudos, em supletivo, aos
16 anos. Eu poderia me sentir um fracassado, uma vítima do mundo, da sociedade.
Mas não, rompi com o ciclo do “coitadismo”, arregacei as mangas e fiz o melhor
que pude com o que a vida que tinha. Iniciei meus estudos e, até a
universidade, que parecia um sonho tão distante para alguém com a minha
história, eu consegui concretizar.
Me
apaixonei pelas pessoas e pelo potencial transformador que cada um tem dentro
de si. Uma noite sonhei com um treinamento capaz de transformar pessoas, fazer
com elas vissem o que é realmente importante e pudessem ir atrás das melhores
versões de si mesmas. Assim nasceu o MAP – Mindset de Alta Performance, que vem
ganhando cada vez mais adeptos. Meu objetivo é fazer com todos descubram o
vencedor que há dentro de si.
Infelizmente,
a nossa cultura prega a felicidade contínua. Como se a dor devesse ser evitada,
a qualquer custo. Mas costumo dizer que todos nós temos a nossa cobertinha da
amargura. Precisamos nos recolher embaixo dela, permitindo-nos sentir a dor,
experimentá-la, em vez de simplesmente fingir que ela não existe. É preciso ser
honesto com os seus próprios sentimentos. E entender que, por pior que seja,
tudo vai passar. E passa, mesmo. Vivemos num mundo regido pela da
impermanência. Nada é para sempre. Tudo está sempre em transformação.
Um dos
exercícios que sugiro em meus treinamentos é o “ponte para o futuro”. Nele,
proponho que as pessoas busquem tomar contato com situações prazerosas,
vislumbradas num futuro próximo. Esse bem estar proporcionado pelas emoções
positivas dão força para superar um momento de dor ou fracasso. As pessoas
passam a entender que não são vítimas do mundo, apenas estão passando por um
momento difícil que, assim como os bons, também vai passar.
Outro
ponto interessante em relação a esse tema é que, algumas vezes, o fracasso é
consequência das nossas próprias atitudes ou escolhas. Um casamento falido, um
emprego ruim. No entanto, em outras situações, o fracasso é advindo de uma
situação externa, algo que eu não tenho controle. A morte de uma pessoa
querida, um acidente, um prejuízo material. Existe uma teoria muito
interessante, chamada 90x10. Ela demonstra que apenas 10% do meu tempo é gasto
com situações específicas. Ou outros 90% é como lidamos com elas. Ou seja,
temos o poder de escolher se vamos lidar com tranquilidade ou resistência.
Nesse
sentido, é muito importante exercer a autoresponsabilidade. Eu sou o autor da
minha história, mesmo quando lido com situações que não dependem exclusivamente
de mim. É preciso criar estratégias para enfrentar as adversidades. Escolher a
forma como vou reagir. Assumir o protagonismo da sua própria vida é o único
caminho para a superação verdadeira. Fracassado é quem desiste. Quem luta será
sempre um vencedor.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de
331,57% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial em históricos 320,96%; e já o IPCA, também no
acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,76%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e
irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito,
a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI
E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.