“De
quem é a responsabilidade?
Nos últimos meses, o
Brasil tem vivido momentos de muita tensão política, em que o combate à
corrupção ocupa a pauta central. Vejo muitas pessoas se mobilizando nas redes
sociais, indo às ruas, clamando por mudanças. Um processo democrático e
importante para o país, mas que não deve ser considerado de forma superficial.
Você tem parado para pensar de que maneira suas atitudes contribuem para a
situação atual? Será que você tem assumido em sua vida uma postura ativa em
busca de mudanças ou é apenas capaz de criticar?
Trabalho
com coaching integral sistêmico, processo orientado à ação que ensina o
indivíduo a agir com todo o seu potencial em direção aos seus objetivos. Essa
metodologia usa a inteligência racional associada à emocional e leva em conta
diversos aspectos da vida, como família, saúde e finanças, e não apenas o
profissional. Durante as sessões com meus clientes, a autorresponsabilidade é
um tema muito explorado e tenho percebido como é difícil para as pessoas
lidarem com o resultado de seus atos, seja ele negativo ou positivo. Falo isso
de forma ampla: no trabalho, financeiramente ou em casa com a família.
Esse
tema é tratado profundamente no livro Autorresponsabilidade
– A chave para uma vida de realizações e conquistas, do coach Paulo Vieira,
Ph.D. na área pela universidade norte-americana Florida Cristhian University
(FCU) e um dos profissionais mais respeitados do Brasil. Na publicação, ele
apresenta diversos comportamentos que são muito comuns, mas prejudiciais para o
crescimento e o desenvolvimento das pessoas, e propõe seis leis para a
conquista da autorresponsabilidade, que envolvem, entre outros, a crítica, o
julgamento e a reclamação.
Quando
buscamos culpados, quando apontamos o dedo para o outro, deixamos de nos
responsabilizar pelas situações que vivemos, pelas dificuldades por que
passamos. Por que mudar se a culpa da situação do país é dos políticos
corruptos? Por que mudar se os meus colegas de trabalho é que são ruins? Por
que mudar se o meu companheiro é que não me entende? Os nossos melhores frutos
dependem da nossa persistência na autorresponsabilidade. Para isso, precisamos
reaprender a lidar com o outro e, principalmente, com nós mesmos.
Podemos
gerar grandes resultados, mas estes dependem de nossas ações e escolhas. Parece
óbvio, mas não é. Costumo perguntar para as pessoas se elas estão dispostas a
“pagar o preço”. Afinal, não existe mágica: é preciso abrir mão de posturas
recorrentes, da vitimização, e colocar a mão na massa, abrir a mente para o
novo, novos pensamentos, novas crenças. Sem dúvidas, isso exige muito. Enxergar
além não é tarefa fácil, mas é possível.
O
autoconhecimento faz parte desse processo, ele nos dá poder para assumirmos
nossas habilidades. Se cada um de nós se tornar responsável por sua vida e seus
resultados, sem esperar que o outro o faça, sem deixar que a crise gere uma
epidemia de pessimismo, teremos um suspiro de esperança. Quem sabe, assim,
poderemos ser uma geração que acredita mais em si mesma, conhece suas
responsabilidades e não apenas seus direitos, capaz de focar em ações que
realmente fazem a diferença.”.
(JÚLIA LOBO.
Publicitária, coach profissional e diretora do Centro Conceito de Coaching da
Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico (Febracis) em Belo
Horizonte, em artigo publicado no jornal ESTADO
DE MINAS, edição de 24 de julho de 2016, caderno ADMITE-SECLASSIFICADOS, coluna MERCADO
DE TRABALHO, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
28 de junho de 2016, caderno OPINIÃO,
página 7, de autoria de RAFAEL ÁVILA,
professor de relações internacionais do Centro Universitário de Belo Horizonte
(UniBH), diretor de inovação do grupo A-nima, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Novos
métodos de ensino
As instituições
educacionais do mundo inteiro estão buscando novas formas de ensino para
atender às demandas do mundo contemporâneo. A Finlândia, por exemplo, país onde
a educação é considerada uma das melhores do mundo, sabendo que o ensino
tradicional não dá conta de algumas questões, tem proposto testar, de maneira a
complementar o ensino tradicional com o dos fenômenos, porque considera que as
necessidades não são mais as mesmas dos anos 90 e precisa de uma educação
adequada ao século 21. O estudo de fenômenos é um método já adotado por cerca de
70% dos professores das escolas de ensino médio da capital do país. A ideia é
que cada fenômeno possa ser estudado com diferentes abordagens: a Segunda
Guerra, por exemplo, poderia reunir professores de história, geografia e
matemática.
Em
Minas Gerais, o Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), atento às
transformações do mundo contemporâneo e da própria educação, sabe que a
formação do estudante passa pelo ensino de aspectos técnicos e de conteúdos,
mas que não se limita a somente isso. Por este motivo, além dos conhecidos
projetos interdisciplinares, um componente curricular inovador, em que os
estudantes articulam diversos saberes, de maneira interdisciplinar, na
construção de produtos, protótipos, projetos e soluções, vem implementando uma
nova proposta.
Essa
nova proposta, denominada Laboratório de Aprendizagem Integrada, ou Projeto de
Vida, como é comumente conhecida, visa propiciar aos estudantes a possibilidade
de desenvolver habilidades sócio-emocionais, ao mesmo tempo em que os mesmos
podem refletir sobre seus projetos de vida e carreira. O objetivo do Projeto de
Vida é propiciar uma formação mais humana, mais personalizada e mais
contemporânea, que combina o ensino de conteúdos e o debate de temas da
contemporaneidade com o desenvolvimento de habilidades sócio-emocionais ou não
cognitivas, fundamentais para o cidadão do século 21. Este programa, muitas
vezes mediado também por tecnologias, acaba por não só transformar a vida dos
nossos estudantes, como também vem trazendo ao docente a possibilidade de
assumir um novo papel, o de mentor, e que o permite contribuir diretamente na
formação integral dos nossos alunos.
O
objetivo da instituição é formar um sujeito autoproposto, um cidadão crítico,
engajado e atuante e capaz de entender o seu papel no mundo. Para isto, o UniBH
buscou a inspiração no grande educador mineiro, o professor Antônio Carlos
Gomes, que costumava dizer: “Quanto mais a pessoa for capaz de conhecer a si
mesma e a sua circunstância, (...) mais será de visualizar onde pretende ir e
traçar um caminho para chegar lá. (...) Um ser humano torna-se autoproposto,
quando adquire um projeto de vida, quando traça um caminho claro entre seu ser
e o seu querer-ser”. É formar um sujeito que trace um caminho autônomo de sua
própria formação.
Uma
das inspirações que o projeto teve foi a Escola Municipal André Urani, ou
simplesmente Escola da Rocinha, onde a Tamboro, empresa parceira no projeto,
desenvolveu um projeto de resgate da autoestima e dos sonhos dos jovens da
comunidade. O Laboratório de Aprendizagem Integrada, ou Projeto de Vida,
começou no ano passado com cinco turmas pilotos e neste ano já impacta a formação
de centenas de jovens que entram no UniBH.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda
estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, em junho, o
IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,84%, e a taxa de juros do cheque
especial em maio registrou históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos
e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do
procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A
Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o
problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu
caráter transnacional; eis, portanto,
que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas
simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de
suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do
nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO:
Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...