quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A EDUCAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA

“Desde quando, ao final do século XVIII e início do XIX, edificou-se e se consolidou o discurso da educação enquanto um direito do cidadão e uma obrigação do Estado, em todos os lugares onde a democracia burguesa assentou suas bases a luta pela efetivação desse discurso parece ter sido o elemento unificador do amplo debate que passou a compor o campo pedagógico. Através de instrumentos os mais diversos, no contexto das mais diferentes realidades econômicas, sociais, políticas e culturais e de uma fantástica diversidade de personagens, de ideais e de práticas, esse debate teve em comum o princípio segundo o qual a cidadania era o princípio constitucional de uma sociedade de homens livres, autônomos e iguais em direitos e deveres e que caberia à escola formar os cidadãos de que essa ordem social se constituiria.”
(JOÃO VALDIR ALVES DE SOUZA, professor de Sociologia da Educação na Faculdade de Educação da UFMG e doutorando em História Cultural na PUC-SP, em artigo do Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de janeiro de 2000, Caderno PENSAR, página 1)

Com esta IMPORTANTE consideração pedagógica nos lançamos a mais uma LIÇÃO para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, que vem de artigo publicado também no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de junho de 2009, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de TÂNIA CAMINHA O´GRADY FELIPE, Psicopedagoga, especialista em relações humanas e dinâmicas grupais, que merece INTEGRAL transcrição:

“Educar para a cidadania

Penso que o educador de hoje deve oferecer aos alunos não só a construção de conhecimento para eles entenderem o mundo, compreenderem a vida e conceberem valores que os levem à prática da cidadania. Acredito que o papel da escola atualmente é o de ter a obrigação de formar seres capazes de criar, em cooperação com os demais, uma ordem social para que se possa viver com dignidade. Faz-se necessário dar ao aluno formação e informação para atuar como cidadão, ou seja, converter dificuldades em oportunidades; solucionar problemas, por meio do diálogo e da negociação; propiciar o aprimoramento de valores e atitudes, além de informações, onde quer que elas estejam, para usá-las no seu cotidiano.
Para desempenhar bem o papel do professor num novo contexto, a postura frente à classe deve mudar. De dono absoluto do saber, o educador passa a ser intermediário entre o conhecimento acumulado e o interesse a necessidade do aluno. Mais do isso, ele se torna o elemento que desencadeia e sacia a curiosidade da turma, ao mesmo tempo em que aprende com ela.

O trabalho do professor deve levar o aluno a respeitar as diferenças entre as pessoas, aplicar os saberes adquiridos na escola para edificar uma sociedade democrática e solidária, valorizar o diálogo como forma de esclarecer conflitos e tomar decisões coletivas. O aluno precisa ser formado como um sujeito capaz de interagir e influenciar no meio em que vive, com criticidade, autonomia e capacidade de organização, construindo uma cidadania consciente e responsável. O educador deve promover as condições para o pensar e o agir dos alunos, com vistas ao crescimento e desenvolvimento aluno sujeito-cidadão, que tenha responsabilidade de aperfeiçoar-se para melhor compreender e “tocar” o mundo que o cerca, estabelecendo um vínculo significativo com a realidade e a transpor barreiras, a fim de preparar-se solidamente para a vida futura.

De acordo com Os Parâmetros Curriculares Nacionais, espera-se que ao longo do ensino fundamental, o aluno possa compreender que as melhorias nas condições de vida, os direitos políticos, os avanços técnicos e tecnológicos e as transformações socioculturais são conquistas decorrentes de conflitos e acordos, que ainda não são usufruídas por todos os seres humanos e, dentro de suas possibilidades, empenhar-se em democratizá-las. O aluno deve tomar conhecimento de que cidadania é também o sentimento de pertencer a uma realidade em que as relações entre a sociedade e a natureza formam um todo integrado, do qual ele faz parte.

Só seremos capazes de transformar o país sendo verdadeiramente humanos e agindo com justiça, solidariedade e fraternidade. Assim, estaremos exercitando a cidadania. É imprescindível para o “nosso ser” estar no mundo. Sejamos educadores contribuintes para um mundo melhor, como dizia Paulo Freire: “A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é possível de ser feita hoje, é fazer hoje aquilo que pode ser feito. Mas, se eu não fizer hoje o que hoje não pode ser feito, dificilmente eu faço amanhã o que hoje também não pude fazer.”


Eis, pois, mais uma EFICIENTE contribuição para nos FORTALECER na FÉ e na ESPERANÇA de congregarmos TODOS no sagrado esforço de TRANSFORMARMOS o BRASIL numa NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, num PLENO exercício de CIDADANIA.

O BRASIL TEM JEITO!...