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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA INDÚSTRIA 4.0 NA CONSTRUÇÃO CIVIL E A TRANSCENDÊNCIA DO CONHECIMENTO NA SUSTENTABILIDADE


“A indústria 4.0 está transformando a construção civil
        Falar sobre a indústria 4.0 e seus impactos sem incluir a construção civil é impossível. Considerado um importante termômetro da economia, esse segmento é um dos primeiros a sentir as interferências, positivas ou negativas, que ocorrem no mercado. E, nos últimos anos, a chamada quarta revolução industrial pelo mercado, merecendo atenção especial do setor. Isso porque as inovações trazidas por essa nova era de tecnologias e mudanças revolucionárias afetam, diretamente, o desempenho econômico dos setores, que precisam acompanhar todas as transformações que acontecem.
         As novidades em automação, inteligência artificial e armazenamento de dados, por exemplo, chegaram para todas as áreas e para empresas de todos os portes. No contexto da construção civil, especialmente, o uso de novas tecnologias propiciadas pela indústria 4.0 traz uma significativa redução no desperdício de materiais, provoca o aumento da produtividade e contribui para resolver um dos principais desafios do setor, o excesso de gastos, que normalmente ultrapassa o orçamento inicial das construtoras.
         Dois dados da consultoria empresarial americana McKinsey Global Institute mostram o quanto a construção civil está envolvida nesse contexto. De acordo com o levantamento, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) estão atrás de outros setores, no mundo. Foi investido menos de 1% da receita, comparando-se aos 3,5% empregados pela indústria automotiva e os 4,5% da aeroespacial. O estudo, no entanto, estima, ainda, que o mundo precisará gastar US$ 57 trilhões em infraestrutura, até 2030, para acompanhar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global. Um incentivo para os integrantes do setor da construção inverterem esse quadro de baixo investimento, identificando oportunidades em soluções de tecnologias e melhores práticas.
         Hoje, alguns exemplos práticas dessas tecnologias já são utilizados pelo setor da construção, como o building information modeling (BIM), um sistema de modelagem que, diferentemente do desenho usual em 2D, trabalha com modelos 3D, que são mais fáceis de assimilar, em vez do uso de desenhos planificados. Além disso, fornece informações aprofundadas sobre cada detalhe da construção.
         Com a evolução dessas tecnologias, as perspectivas são de que, em breve, o modelo passe para o nível 5D, em que haverá não apenas a representação digital, apresentando os custos e o planejamento de todas as etapas da construção, mas, também, a disponibilização de informações geográficas, acústicas e térmicas dos locais onde estão construídos os imóveis. Além disso, atuará na análise estratégica dos gastos, permitindo a avaliação e o registro do impacto de determinadas mudanças nos custos e no cronograma do projeto. Segundo a McKinsey, devido à natureza visual e intuitiva do BIM 5D, será possível a identificação dos riscos, antes da conclusão do projeto, para a melhor tomada de decisões.
         Com tantas possibilidades, a construção civil está no topo da lista de setores que mais podem contar com essas novidades para gerar resultados exponenciais, além de proporcionar soluções de qualidade de vida à sociedade. Os objetivos de todos os envolvidos nesse processo são convergentes: a otimização da produtividade da equipe e a velocidade da entrega, o aumento de processos mais flexíveis e intuitivos, além do oferecimento de experiências, que, com as tecnologias e a mentalidade trazidas pela indústria 4.0, impulsionarão o setor à sua capacidade máxima de oferecer solução em estrutura.”.

(DANIEL KATZ. Presidente da Katz Construções, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 16 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de RENATO DE MENDONÇA, pesquisador-bolsista da Comissão Nacional de Energia Nuclear e professor do curso escolas sustentáveis da Ufop, e que merece igualmente integral transcrição:

“A ignorância não é uma bênção
        Estudar não é fácil. Pode ser divertido para alguns, mas para a maioria das pessoas exige investimento, esforço e tempo. Estudar também pode ser angustiante e contraditório. Observa-se que quando algumas questões desaparecem com o aumento do conhecimento e estudos, outras surgem, crescendo a nossa ignorância. Nesse sentido, a analogia com o balão plástico que é preenchido por um gás é interessante. Enquanto se preenche um balão com gás, a superfície do balão cresce. Analogamente, à medida que o conhecimento aumenta, a fronteira entre o conhecido e o desconhecido aumenta também. Considera-se, pois, intrigante o fato de o ser humano se esforçar tanto para aprender, acumular conhecimento, se isso pode lhe causar sofrimento. Uma angústia tal que por vezes faz alguns indivíduos negarem o conhecimento e acreditarem que a ignorância é uma bênção.
         Sob um ponto de vista fundamental, os estudos aumentam os horizontes, as possibilidades, as escolhas. Indivíduos que se abrem ao conhecimento conseguem enxergar soluções e oportunidades, onde ignorantes observam fatos com interpretações desproporcionais ou falsas. Recentemente, o Brasil foi detectado como um país com alto índice de ignorância pelo Instituto Ipsos. Isso foi feito através de uma pesquisa que mediu a capacidade do brasileiro de entender e conhecer a própria realidade. Foi observado, por exemplo, que o brasileiro acredita que a população carcerária é constituída de 30% de imigrantes, enquanto esse valor gira ao redor de 0,4%: um erro causado por uma avalanche de informações falsas e falta de conhecimento de nossa realidade. Isso deve ser matéria de reflexão de cada um de nós, pois um indivíduo guiado por falsas informações e interpretações é comumente levado a soluções equivocadas e catastróficas. Conforme o pedagogo Paulo Freire já pregava, somos obrigados a ler o mundo, é da nossa natureza, mas essa interpretação depende de nossa base de conhecimentos. Dar uma explicação científica, história ou religiosa para um problema qualquer vai depender do conhecimento que adquirimos desde a infância. Assim, o esforço em se obter o conhecimento com o objetivo de interpretar a realidade e produtivo. E isso pode ser realizado de diversas maneiras, quais sejam pela leitura, pela realização de cursos e pela obtenção de novas experiências. Observa-se que o conhecimento, como a ignorância, reside em todos os lugares.
         Sob um ponto de vista prático, o conhecimento valoriza o ser humano. Pessoas inteligentes e educadas são estimadas, pois possibilitam troca de experiências, luz e clareza. Profissionais capacitados também são melhor remunerados. No último censo foi corroborada a relação entre renda e escolaridade, confirmando-se que quanto mais se estuda, maior é a renda dos trabalhadores. Ocorre que a dedicação aos estudos ajuda os indivíduos a conseguir e manter boas posições no mercado de trabalho. A educação valoriza os trabalhadores porque os habilita a resolver mais problemas, a lidar com novas tecnologias e a se manter produtivos. Profissionais estimados e requisitados são aqueles que dominam o que muitos precisam e poucos conhecem.
         Ainda, o acúmulo e a aplicação do conhecimento melhoram a vida das pessoas. No mundo atual, vive-se em média muito mais do que há 600 ou 60 anos atrás. Segundo o IBGE, atualmente, a expectativa de vida do brasileiro é de 76 anos; em 1960, era de 54. A vida é mais longeva não somente porque novos medicamentos, vacinas e diagnósticos foram criados, mas também por causa das novas atitudes. Os cuidados com a saúde são cada vez mais disponibilizadas na internet, TV, jornais e revistas. Por exemplo, não é novidade que o sedentarismo e uma dieta rica em açúcar devem ser evitados por indivíduos que desejam manter a saúde. Adicionalmente, cresce a conscientização de que saber o quanto antes o diagnóstico de determinadas doenças implica forte possibilidade de cura dessas.
         Portanto, a ignorância não é uma bênção. O conhecimento melhora a percepção das pessoas sobre o mundo, faz a vida mais longeva e valoriza os indivíduos. De alguma forma, conhecimento e ignorância se amalgamam, estabelecem uma relação intrínseca, como aquela entre o bem e o mal, a vida e a morte. E se existe sofrimento ao saber, é importante aprender a lidar com ele, assim se lida com a existência do mal e da morte. Conforme o escritor Isaac Asimov afirmou, se o conhecimento pode nos causar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...       

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
                                                                                                                  

segunda-feira, 12 de março de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS DA ESCOLA 4.0 E O PODER DO DIÁLOGO NA SUSTENTABILIDADE


“Educação 4.0 e as demandas da nova escola
        A introdução das tecnologias digitais nas escolas, embora muito explorada do ponto de vista dos recursos pedagógicos, não se resume a isso. Com tantas ferramentas à disposição para aprender e compartilhar, as novas gerações estão exigindo das instituições educacionais uma veloz  revolução nas metodologias de ensino e na gestão das escolas. Trata-se promover avanços que vão muito além de espalhar computadores e tablets, lousas eletrônicas e realidade virtual pelas salas de aula. Para que o uso da tecnologia seja efetivo, a escola precisa, antes de tudo, de rever e otimizar processos, qualificar profissionais e, principalmente, investir em novos modelos de negócios e de gestão.
         A interconectividade propiciada pelas novas tecnologias fez emergir um novo jeito de relacionar e aprender, baseado principalmente na troca de experiências e conhecimento entre as pessoas e organizações.
         A tecnologia e o seu uso eficiente pressupõe um espaço dinâmico e interativo, que favoreçam trabalho em equipe e troca de experiências entre todos os envolvidos no processo de aprendizagem, tanto no ambiente físico quanto no virtual. A ideia é trocar experiências nas salas de aula e aprender a partir de qualquer lugar. A investigação, a colaboração e o relacionamento estão presentes como motores da aprendizagem e a escola, como a conhecemos, não responde mais a essas premissas.
         Nesse perspectiva, pressupostos como a divisão dos alunos por idade e ambientes limitados por paredes fixas perdem cada vez mais o sentido. A nova escola deve oferecer espaços multiuso e flexíveis, onde alunos de séries diferentes aprendam uns com os outros, com a ajuda simultânea de mais de um professor, cujo papel de provedor do conhecimento cede espaço para o de orientador de aprendizagem.
         Esse novo perfil docente, aliás, implica a necessária aquisição de novas competências, como a habilidade em gestão de projetos, comunicação, trato com as mídias sociais e as tecnologias em geral. Demanda, também, mais trabalho em equipe com seus pares, alunos, famílias e outros agentes da comunidade em geral. O manejo da turma e a capacidade de inspirar serão habilidades tão ou mais importantes que o conhecimento específico da disciplina.
         Trata-se de um ambiente educacional onde o professor não somente ensina, mas, principalmente, aprende. Nas palavras de Paulo Freire: “Ninguém ignora tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre”.
         Tal situação demanda, portanto, a introdução de novos conceitos de gestão! Os arcaicos modelos que regem, hoje, a relação de trabalho entre a escola e seus profissionais, por exemplo, são verdadeiras camisas de forças. A gestão de pessoas nas escolas precisas urgentemente ser atualizada para esse novo contexto.
         Mas as mudanças devem ir muito além delas. E é explorando essa oportunidade que as startups vêm contribuindo cada vez mais. Elas estão combinando os pontos fortes da tecnologia com o valor único de seres humanos, para promover ganhos de produtividade, melhoria nas tomadas de decisão e automação de processos.
         A explosão da tecnologia promoveu uma verdadeira desordem no sistema de educação tradicional. A era do tamanho único, do perfil-padrão, do modelo genérico e dos processos rígidos em que se baseou a escola do século passado não encontra mais espaço. Ela, a exemplo de outras organizações, está sendo impactada por algo novo que o avanço da tecnologia tornou possível, chamado “personalização”. É isso!”.

(MARCELO FREITAS. Mentor em inovação educacional, gestão estratégica e palestrante, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de março de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Diálogos e limites
        Chama atenção a forma cada vez mais extremada com que as pessoas julgam as instituições e pessoas. Eis um fenômeno que merece redobrado cuidado de todos. Também as instituições devem contribuir para dissipar  algo que já está ocorrendo, em nível preocupante: radicalismos e fundamentalismos ao tratar quem é diferente. A incapacidade para se relacionar com quem tem perspectivas divergentes faz com que grupos se tornem guetos, alimenta segregações, cria campo fértil para intolerâncias. A origem desse problema encontra-se naqueles que se julgam no direito de partilhar inverdades.
         Expressar juízos, obviamente, é parte integrante do exercício da cidadania, indispensável na compreensão de processos que contribuam para a vida social. Por isso mesmo, a diversidade de pontos de vista é uma riqueza e precisa ser bem compreendida nas mais diferentes instituições e segmentos da sociedade – do partido político à empresa, da instituição educacional à religiosa. Enfim, a emissão de juízos é um direito e um dever de todos. Sem esse direito e dever não haveria a vitalidade indispensável aos campos da religião, ciência, educação, cultura e tantos outros. Daí a rejeição a todo tipo de configuração política que impeça a livre expressão, a participação e o debate.
         O mundo contemporâneo oferece facilidades para a formulação de juízos, com uma infinidade de caminhos para a partilha de todo tipo de informação e de opiniões. O desafio é que, diante desse contexto, seja possível alcançar uma configuração sociocultural, religiosa e moral sem distanciamento da verdade, do bem e do compromisso com a justiça. É assustador ver grupos vociferando, de forma desrespeitosa, em manifestações que mais parecem histeria generalizada, sem o mínimo de serenidade. Quem age com serenidade, verdadeiramente em busca do bem comum, tem capacidade para dialogar. Não se dedica a acusações sem comprovação, ou ao uso da força para impor as próprias convicções.
         Lamentavelmente, posturas nada ponderadas que revelam falta de lucidez têm contaminado ambientes diversos, desde a política partidária ao próprio contexto da Igreja Católica, a exemplo da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A instituição, que merece todo respeito por tuto que vem fazendo para a Igreja e a sociedade, é submetida ao “banco dos réus” por pessoas que merecem ter seus argumentos confrontados. As redes sociais parecem ter sido alçadas ao status de tribunal. Na internet, muitas vezes são publicadas opiniões de modo intempestivo, sem qualquer embasamento, promovendo a condenação de pessoas e instituições.
         Em vez de promover aproximações e diálogos, muitas pessoas, nas redes sociais, contribuem para ampliar o distanciamento, se aprisionando em suas certezas, sem qualquer espaço para a construção de entendimentos e consensos. Fica assim, mais difícil fazer escolhas acertadas e amadurecer opiniões, alicerçadas na verdade e na justiça. E esse fenômeno de execrações e agressões, “ponta do iceberg” das intolerâncias, leva a sociedade ao caos. Alimenta a crescente violência, promove guerras, fomenta o ódio, a busca por “fazer justiça com as próprias mãos”. A postura de cada pessoa não pode assemelhar-se à do califa, que, conforme a narrativa, achou oportuno queimar todos os livros da inigualável biblioteca de Alexandria por considerar que uma única obra continha toda a verdade e, portanto, as outras eram dispensáveis.
         A falta de capacidade para colocar no lugar do outro, de considerar diferentes perspectivas, faz nascer o fundamentalista, o radical, aquele que não permite a inovação nos funcionamentos e procedimentos. Quem se aprisiona nas próprias convicções não está aberto a evoluir, condenando também à inércia as ambiências onde está inserido. Essa limitação inviabiliza o diálogo e, consequentemente, contribui para camuflar a mediocridade de certas pessoas que deveriam exercer a liderança, mas que acovardam diante da exigência do saudável debate. Gente que se contenta em apenas defender a “própria pele”, alimentando o carreirismo e os interesses que estão muito aquém das dinâmicas novas que precisam ser intuídas diante das necessidades atuais.
         O remédio para superar as distâncias é investir no diálogo, não simplesmente como conversa demagógica ou caminho para debates conceituais, mesmo que consistentes. O diálogo a ser buscado é o que envolve pessoas capazes de articular a dimensão conceitual com a capacidade afetiva-ética-moral-espiritual, indispensável para se posicionar de maneira corajosa e inventiva. Sem esses diálogos não se operam mudanças e as limitações prevalecem. Esses limites, se não forem vencidos, contribuirão para o crescimento das intolerâncias e o envelhecimento das instituições, em todos os níveis, pagam alto preço, fazendo multiplicar passivos que distanciam a sociedade da verdade e do respeito à dignidade humana. Todos reconheçam a necessidade de se investir em diálogos – chave para superar limites.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2018 a ainda estratosférica marca de 327,92% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 324,70%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em fevereiro, chegou a 2,84%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 517 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


  

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA INOVAÇÃO NO ENSINO E A ESPERANÇA TRANSFORMADA EM SUSTENTABILIDADE

“Inovação no ensino é inspirar a inquietude
        O repasse de conteúdo acadêmico é o axioma da maioria dos cursos de ensino superior no Brasil de hoje. Costurar as palavras desse modo pode soar não apenas uma postura exorbitante, como também um pouco duvidosa. O fato é que a imagem de alunos como seres passivos e professores como entidades máximas dentro de sala é uma cena que vem sendo alvo de um processo de desconstrução – ao menos para as instituições preocupadas em inovar.
         Um rápido exercício deixa isso à mostra: pense em reduzir o tempo de conhecimento recebido de maneira passiva em sala. Seria impossível não chegar à diminuição drástica da duração dos cursos a partir dessa percepção. Na contramão dessa estrutura formatada de ensino, o advento da internet convida, há séculos, as pessoas a desbravarem múltiplas fontes de conteúdo para saciar a sede de conhecimento.
         Chega a ser injusto comparar tamanha diversidade de informações à bagagem que o professor pode transmitir durante a aula. Isso sem falar na possibilidade de acessar os dados sem restrições de tempo ou espaço. Engana-se quem pensa, porém, que a função do docente se torna dispensável diante disso. Ao contrário, ela precisa ser revisitada para passar por reformulações constantes.
         Hoje, melhor designado como mentor, o professor deve, de uma vez por todas, abraçar a interatividade e a responsabilidade pelo aprendizado dos alunos. É dele a incumbência de criar um ambiente propício à evolução dos pupilos, provocando-os a pensar criticamente em todos os aspectos, deixando-os inquietos. Com isso, espera-se que o aluno vá para a aula preparado, com conteúdos já previamente assimilados. Na presença do professor e dos colegas ele terá, então, a oportunidade de ir além, debatendo, tirando dúvidas e construindo projetos sobre os temas. O direcionamento partirá do mentor e, justamente por isso, são tão decisivas a atuação que ele tem no mercado e a relação que cultiva com a área que ministra. Um campo de estudo que lança mão desse método há bastante tempo é o da saúde.
         Nos cursos de medicina, por exemplo, os alunos mergulham na prática desde os primeiros anos, sempre sob orientação de mestres atuantes. A pesquisa, por sua vez, fica a critério do aluno e é, por isso, desenvolvida além do período de aula, com ou sem o auxílio dos avanços digitais. Atualmente, novas demandas profissionais surgem em uma rapidez sem precedentes, e atender a esses anseios com eficiência significa apostar não apenas em capacitações mais enxutas, mas que esbanjam, de fato, qualidade. Nesse momento, a importância do papel dos mentores é, mais uma vez, retomada. E o brilhantismo na área também corresponde à capacidade de o docente extrair, de cada aluno, todo o potencial a fim de prepará-lo para travar as batalhas que escolher.
         Vale lembrar que, sozinho, o professor pode até tentar inserir essa abordagem, mas a assertividade da tentativa fica a cargo da instituição, que precisa abarcar, em sua política, a inovação. Por essas razões, até mesmo os perfis dos cursos ofertados no país têm mudado, com um destaque especial para os segmentos da hospitalidade e da economia criativa. É essa última área, por exemplo, que abrange o design, o cinema, a música, a fotografia, a gastronomia, as mídias digitais, o marketing e a publicidade, entre muitas outras. É ela também a que mais emprega e remunera em todo o mundo, revelando-se cada vez mais capaz de provocar transformações mais rápidas e positivas na sociedade. Não raro, os cursos desse nicho exijam tanta rapidez, inovação, inspiração e inquietude de seus mentores que precisam sempre se antecipar às tendências de mercado. As mudanças não param de acontecer e nós precisamos sempre caminhar de mãos dadas com elas.”.

(CARLOS RODOLFO SANDRINI. Especialista em educação. Fundador e presidente do Centro Europeu, escola de profissões e idiomas, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de setembro de 2017, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 1º de março de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de LUCIANA REZENDE ABRAM, engenheira, especialista em administração e marketing e consultora de franchising, e que merece igualmente integral transcrição:

“Transformar esperança em resultados
        Acredito que tudo na vida é muito simples, desde que não deixemos para depois o que precisamos fazer hoje. O que deixa tudo mais difícil é o procrastinar, o deixar para amanhã, o adiar, o delongar. Essa ação, além de não resolver nada, ainda deixa as soluções mais complexas, diminuindo significativamente qualquer produtividade.
         Gosto de ter em vista três princípios relacionados com o ato de cuidar que, quando somados, levam ao aumento da produtividade: administrar, ato de cuidar das operações transformadoras; gerenciar, ato de cuidar de resultados transformadores; e liderar, ato de cuidar de pessoas, seres humanos que têm esperança de que a todo momento podem ser transformados.
         Essa ideia que a todo momento o empresário cuida de transformações e esperanças faz com que as empresas ganhem valores intangíveis que as deixam mais humanas e muito mais produtivas.
         Trabalho com produtividade e aprendi, ao longo desses 20 e poucos anos, que não existe nada mais humano do que a produtividade. Quando transformamos produção em produtividade, concretizamos, tangibilizamos nossas esperanças, somos desenvolvidos. Produzir nada mais é do que transformar algo. Ser produtivo ou ter produtividade é a produção direcionada para um resultado, para a esperança concretizada.
         E, como brilhantemente explica o educador Paulo Freire e o filósofo Mário Sergio Cortella, esperança vem do verbo esperançar, que significa sonhar, definir o que se quer e como irá alcançar. É a força que nos torna resilientes, logo o verbo esperançar é antônimo do verbo esperar e sinônimo de gestão. Se reescrevemos o significado para a linguagem gerencial, esperançar é: ter objetivos, traçar metas, planejar ações e implantar.
         Às vezes, vejo times/empresas onde o artilheiro/vendedor é recordista em gols/vendas, porém, o time não consegue vencer os campeonatos ou ter rentabilidade. Isso porque produzir gol ou faturamento é só uma das inúmeras operações realizadas por um ser humano, que levam primeiro para um resultado individual e depois, quando somado aos demais resultados das outras operações desenvolvidas por outros seres humanos, levam à produtividade.
         Na sua empresa não é diferente: conhecer cada operação, saber o que se faz, como faz e quais resultados precisam ser atingidos é indispensável para o aumento da produtividade. Cada colaborador precisa saber exatamente o que e quanto precisa produzir e entender a importância dessa produção e as consequências dessa conquista.
         Por exemplo, se em uma loja de varejo o vendedor só tiver na mente o quanto em valor financeiro precisa gerar, sem entender que esse valor financeiro deve ser suficiente para pagar as despesas, pode ser que venda muito, porém mal, dando descontos que não cobrem os compromissos da organização, muitas vezes, por exemplo, nem rentabilizando para pagar os custos do produto. As metas individuais precisam estar atreladas aos resultados reais da sua empresa, pois, caso contrário, a empresa para de se desenvolver e morre, ou o time não chegará nem nas semifinais dos campeonatos.
         Diariamente, a cada partida, a cada dia, questionar, entender e ajustar as táticas e ações para o alcance do resultado final é a tarefa do empresário. E, quando essa meta vem ao encontro das esperanças pessoais dos indivíduos que produzem os resultados, fazemos com que a empresa pertença também aos seus sonhos e esperanças e nesse lindo pertencimento todos ganham.
         Quando o empresário entende que a necessidade de empresariar é a esperança de todos os envolvidos, uma vez que todos buscam rentabilidade, resultados positivos e produtivos nas suas vidas, os negócios se transformam e passamos a trabalhar em equipe para a conquista de um mesmo resultado, relevante para cada um de nós, não interessando quem somos: proprietários, investidores, acionistas, executivos, gestores, colaboradores ou parceiros.
         Não existe ou forma de atingir resultados que não seja com o trabalho de todos voltado para a conquista de um bem comum. Sejamos esperançosos, tenhamos sonhos para que possamos definir como iremos trabalhar para conquistá-los e, assim, nos encher de força que nos torna cada dia mais resilientes.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto/2017 a ainda estratosférica marca de 397,44% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 317,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em setembro, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...