“Inteligência
emocional e inteligência espiritual
Por muitos anos,
empresas utilizaram no seu processo seletivo testes que identificavam qual
inteligência múltipla os candidatos tinham desenvolvido, para, assim,
direcioná-los a vagas compatíveis com seu perfil, alinhando-o às necessidades
da organização. Essa teoria foi criada por Howard Gardner, psicólogo e
pesquisador norte-americano, na década de 1980. Gardner amplia o conteúdo do
QI, desmembrando em várias partes para o QM, inteligências múltiplas. Assim,
nesse contexto, ele propôs uma ideia diferente de se falar da inteligência,
dividindo-a em sete competências: linguística, matemática, musical, corporal,
espacial, naturalista ecológica, interpessoal e intrapessoal. Ou seja, um
funcionário para a área financeira deveria ter a inteligência matemática.
Tais
técnicas ainda são utilizadas, porém não são mais suficientes para determinar
uma competência. O fato é que vivemos a cada momento uma época diferente. Em
1990, o psicólogo Daniel Goleman defendeu a ideia de que a inteligência
emocional deveria ser desenvolvida nas pessoas que ainda não a tivessem, e que
seria uma das melhores ferramentas para se utilizar na vida profissional.
Para
Goleman, a inteligência emocional refere-se à nossa capacidade de identificar
os nossos próprios sentimentos e também os sentimentos dos outros, de motivar e
de gerir bem nossas emoções dentro de nós mesmos. Ele diz que o QE é um
conjunto de autocontrole, zelo e automotivação. Essas aptidões podem e devem
ser ensinadas aos profissionais no mercado de trabalho, para que tenham melhor
desempenho em sua vida profissional e até mesmo nas tomadas de decisão do
cotidiano.
Um
profissional de inteligência emocional desenvolvida consegue driblar situações
com sabedoria e sem infringir a ética, evitando possíveis conflitos. Diante de
um chefe surpreendentemente agressivo nas palavras e mal-humorado, ele vai
detectar contexto maior e, assim, não vai reagir ou responder negativamente,
mas buscar identificar o motivo da ação, evitando um conflito maior.
Há
hoje diversas obras sobre esse assunto, mas esta é ainda a maior dificuldade de
muitas pessoas, que não controlar as emoções diante de situações adversas.
Vivemos um período de crises econômicas e de incertezas; é necessário
desenvolver a inteligência emocional e ter resiliência a essas questões. Pelo
menos até que viesse um novo complicador, trazido por Danah Zohar, responsável
pela identificação da terceira inteligência, que é o QS – inteligência
espiritual. Para ela, muitas pessoas têm de tudo, são bem-sucedidas, têm
família, casas gigantescas, uma conta bancária polpuda, saúde, mas ainda assim
não são felizes porque falta uma inteligência maior, uma inteligência divina,
que é entender sua missão como ser único neste universo.
Danah
Zohar, física e filósofa americana, coloca inteligência espiritual num contexto
mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos.
Usando
a inteligência emocional, vou identificar em qual situação me encontro e
decidir de que forma vou reagir. Já a inteligência espiritual tem relação com o
significado de uma situação para mim e se quero estar nessa situação e como
reajo. Na situação do exemplo citado acima, do seu chefe que chegou
mal-humorado, usando inteligência emocional, entendo que ele está com problemas
e que não me abalo com suas atitudes. Já com a inteligência espiritual, vou
querer ajuda-lo a resolver o problema ou fazê-lo repensar a situação.
As
empresas hoje são focadas para o capitalismo, os profissionais trabalham mais
com menos recursos e precisam produzir e vender mais. Tais práticas levaram a
questões como a da sustentabilidade. Com a inteligência espiritual, percebemos
que o outro precisa estar bem. Como contribuir com o crescimento e
desenvolvimento das pessoas que estão na minha empresa ou à minha volta? O que
posso fazer para ser melhor? Com a procura das respostas para essas e outras
perguntas, descobrimos nossa missão na Terra e passamos a pensar mais o
coletivo.
Algumas
empresas, como Natura, Magazine Luiza e MacDonald’s, já trabalham com
espiritualidade nos negócios, mantendo preocupação direta com a
sustentabilidade, com o meio ambiente, e têm um treinamento específico com os
gerentes.
O profissional
feliz e bem-sucedido precisa desenvolver as três inteligências, age
conscientemente nas situações cotidianas. O líder dotado de inteligência
espiritual tem empatia e envolve a equipe para a percepção de um todo da sua
existência no universo, na família e na empresa.”.
(FRANCINE DE
OLIVEIRA. Professora de gestão de pessoas da FGV/Faculdade IBS, em artigo
publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição
de 24 de janeiro de 2016, caderno ADMITE-SE
CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE
TRABALHO, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 19 de janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CLÁUDIO DA CRUZ FRANCISCO, graduado em
ciência da informação (PUC Minas), e que merece igualmente integral
transcrição:
“Literatura
de cada dia
O leitor,
independentemente da preferência pelo gênero literário, é privilegiado pelas
proezas, mais semelhantes a um ato de solidariedade, advindas dos escritores.
Pode parecer estranha, essa máxima, porém é preciso valorizar e ressaltar a
importância desse trabalho. É um instante especial degustar os “alimentos
textuais” produzidos com carinho por aqueles que mergulham e navegam entre as
palavras. Têm com elas uma relação de amor, confiança e fidelidade.
A
solidariedade supracitada diz respeito à questão do compartilhamento de ideias
e todo o esforço dedicado no intuito de concluir uma obra, seja romance,
poesia, crônica, conto e outros “alimentos” que nos satisfazem. Possibilitam
uma boa digestão.
Ler
sempre foi essencial à vida do ser humano. É no transitar consciente e viajar
por ruas de narrativas longas e curtas. Admirar o encanto das paisagens,
recheadas de versos e novos capítulos a cada esquina.
Literatura
pode ser comparada a uma ciência multidisciplinar. É atrelada de forma direta e
indireta a várias áreas do conhecimento. Temos grandes nomes na área de
administração, economia, filosofia, literatura propriamente dita, meio
ambiente, sociologia e outras abordagens. Presença constante em infinitas
questões de interesse da sociedade como as políticas públicas, difusão cultural
e artística, alfabetização, inclusão social e digital.
É
válido destacar que, desde a Pré-História, as primeiras ferramentas de trabalho
e os dados registrados em cavernas, conforme estudos teóricos, já mostravam a
importância e preocupação da leitura e comunicação para a sociedade. O
surgimento da escrita, em seguida à invenção do alfabeto e do aperfeiçoamento
da linguagem, e a base desse contexto.
Os
escritores compartilham sonhos, aventuras e sabedoria. Presenteiam os leitores
com o seu olhar sobre o cotidiano através de sua lente de emoções e sentidos.
Deixam pistas que instigam a curiosidade. Um leitor com os olhos atentos ou
através da leitura em braile, ao dobrar um capítulo, se depara com o
imprevisível, moldado por energias, capazes de espantar o tédio, transformar
lágrimas em sorriso e ainda fazer o coração palpitar. E alguns momentos, nos
convidam à reflexão.
Contamos
com obras que permitem uma viagem que alterna entre a sensação de êxtase e
estado de paz. E o melhor, de forma curiosa, criativa e vibrante. Enterra toda
a monotonia.
Os
escritores não são mágicos, mas abençoados com dons que os capacitam a
transportar seus sonhos para um valioso pedaço de papel. Abrir passagens para
que os leitores conheçam outros ciclos existenciais e fictícios. Conhecer e se
encantar com personagens, sertões, cidades, culturas e linguagens diferentes.
O
fruto desses “atos solidários” adormece em prateleiras de bibliotecas públicas,
itinerantes e comunitárias e aguarda ser acordados. É importantes destacar o
ambiente virtual. Hoje contamos com o acesso gratuito ao acervo de alguns
escritores, projetos de incentivo como trechos de obras e poemas dentro dos
coletivos em algumas cidades. Outro destaque são sites que oferecem uma
literatura diversificada e de qualidade.
Boa
parte dos profissionais da literatura nasce com dom para desenvolver os
trabalhos e outros descobrem a vocação com o passar dos tempos. Mas de qualquer
forma, a maioria tem a iniciativa, alimentada pelos sonhos, de lapidar e
aprimorar habilidades. Afinal de contas, como em outras ocupações, exige
dedicação, esforço e alegria. E o resultado? Conhecimento e experiência para
elaborar uma obra que contribuem para a evolução da humanidade no quesito
cultura e formação de opinião. É uma construção saudável que envolve a relação
homem, inspiração, palavras, informação e conhecimento.
Uma
viagem a um mundo literário possibilita um mergulho num mar de sabedoria,
indagações, curiosidades e mistérios. E nós, leitores, no papel de visitantes
desse universo ilimitado conhecido como literatura, sentimos o sabor do
descobrimento.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o
combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a também estratosférica marca
de 431,4% para um período de doze meses; e mais, em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses
chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência
do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao
excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a
dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
-
pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...