Mostrando postagens com marcador PUC Minas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador PUC Minas. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 17 de maio de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA CONFIANÇA E DO COOPERATIVISMO E O PODER E OS DESAFIOS DAS CIÊNCIAS NA SUSTENTABILIDADE


“Confiança e cooperativismo: um contexto de sucesso
        Vivemos um tempo em que as pessoas e a sociedade como um todo clamam por instituições, autoridades e gestões baseadas na transparência, na confiança e no bem comum. E esse é, justamente, o tripé de atuação do cooperativismo. Sempre falamos com orgulho sobre os valores, os princípios e a forma diferenciada de fazer negócios desse segmento. Mas, muito mais inda nos orgulha o fato de atuarmos no ambiente de cooperativas, que agregam tantas pessoas, tantos contextos e tantas realidades locais, tendo a confiança como base direcionadora.
         Confiança é um bem intangível e imensurável, que deve ser cultivado, preservado, levado adiante. Isso reverbera dentro do cooperativismo e vem, ano após ano, impulsionando o crescimento do número de cooperados e os resultados do setor. As pessoas confiam nas cooperativas e veem nelas a esperança para um futuro melhor, com mais igualdade, dignidade, autonomia e justiça social.
         O presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, com frequência, reitera que o maior armazém que o cooperativismo tem não é para guardar grãos, nem cofres para guardar dinheiro, mas o grande e inabalável armazém do cooperativismo é o da confiança. Atuamos em um segmento que tem a capacidade de despertar a confiança das pessoas, mesmo em tempos tão difíceis, de individualismo e descrença.
         Essa é nossa maior conquista, o que mais nos enche os olhos e o que mais nos motiva. As cooperativas são empreendimentos que geram empregos, resultados positivos e que reúnem as melhores condições de negócios, aumentando a produtividade, contribuindo para o desenvolvimento da economia local, regional, nacional e mundial. Quanto orgulho temos por isso.
         De acordo com a Aliança Cooperativa Internacional, as 3 milhões de cooperativas na Terra cooperam para o crescimento econômico e sustentável, gerando serviços estáveis e de qualidade. Hoje, no mundo, elas empregam 280 milhões de pessoas, ou seja, 10% da população está empregada em algum empreendimento cooperativo, gerando um faturamento de US$ 2,1 trilhões, proporcionando a infraestrutura que a sociedade precisa para prosperar.
         Esses resultados existem porque temos uma visão de longo prazo para o crescimento, considerando a sustentabilidade para tudo e para todos. Estimulamos a cultura da confiança entre as pessoas, além de representarmos uma força de trabalho mais feliz e disposta para toda a sociedade. No cooperativismo, as atitudes simples, a competência das pessoas, a seguridade dos serviços e produtos, a transparência, o compromisso, a ética, o cumprimento de metas, a consistência nas ações e relações são a confirmação de que sim, é possível prosperar mesmo diante das incertezas, porque ainda temos e onde e em quem confiar. Disse João Paulo II: “a confiança não se consegue por meio da força; nem mesmo se obtém somente com declarações. Para construir a confiança são necessários gestos e fatos concretos”, como demonstrado cotidianamente pelo cooperativismo.”.

(RONALDO SCUCATO. Presidente do Sistema Ocemg, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de maio de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de ANTONIO BENEDITO LOMBARDI, médico e professor de medicina da PUC Minas Betim, professor aposentado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, e que merece igualmente integral transcrição:

“Um desafio para todas as ciências
        Não há como permanecer calado em relação a uma série de notícias polêmicas. É difícil até escolher por qual delas deve-se começar um reflexão. Vejamos, por exemplo, as notícias sobre a oferta de cursos de medicina e das ciências humanas e sociais. Durante algumas décadas fazendo pediatria, conheci muito de perto doenças infantis associadas às condições socioeconômicas. Posso citar a desnutrição, as gastroenterites, a desidratação, as pneumonias, as parasitoses intestinais, as doenças infectocontagiosas, entre elas, a tuberculose, a sífilis, o tétano, a difteria, a coqueluche, o sarampo, a paralisia infantil e muitas outras.
         Testemunhei, assim, como médico formado em 1975, que no último quarto do século passado os hospitais pediátricos viviam lotados. A mortalidade nos primeiros anos de vida era muito alta. Os transtornos emocionais, comportamentais e de aprendizagem também eram muito comuns, porém, se escondiam atrás das doenças prevalentes. Na maioria desses casos o pano de fundo era sempre o mesmo, ou seja, fatores sociais adoeciam e matavam milhares de crianças. Muitas vezes doenças associadas primordialmente com a indiferença humana sempre muito presente nesses cinco séculos da formação da sociedade brasileira. Leituras de história, geografia, sociologia, direito, filosofia me ajudaram nessa compreensão. Graças a elas descontruí paradigmas que norteavam o entendimento equivocado que tinha sobre o desenvolvimento humano neste país.
         Nessas décadas do século atual, diferentemente, os impactados já não são crianças pequenas e, sim, milhares de adolescentes e adultos jovens. Hoje, convivemos com o estresse, a obesidade, a depressão, a automutilação, o suicídio, o abuso de drogas, a violência, o aprisionamento, a mortalidade alta de adolescentes e de adultos jovens e com a dengue. Essencialmente, entretanto, os fatores causais continuam os mesmos.
         Isso ocorre porque falta neste país a aplicação consistente de medidas fundamentadas em conceitos de filosofia, como a razão e a lógica, a ética, a reflexão, da antropologia e sociologia, que orientam a organização e o funcionamento das sociedades humanas saudáveis; do direito, como os conceitos de justiça e de cidadania implícitos na Declaração Universal dos Direitos Humanos; das ciências da religião, como espiritualidade, fraternidade, solidariedade e, por fim, conceitos da psicologia e psicanálise relacionados à subjetividade, ao altruísmo, à compreensão das emoções básicas, à construção da personalidade e às origens da indiferença, da agressividade, da perversidade. São conceitos que uma vez garantidos na formulação dos textos das políticas públicas e na postura ética da governança (Executivo, Legislativo, Judiciário, e mais economia, agricultura, meio ambiente, educação, saúde, desenvolvimento social, justiça, segurança pública etc.) contribuem para melhorar os seres humanos e as sociedades. É tempo, portanto, da valorização da universidade e potencialização da produção dos conhecimentos e socialização perseverante dos mesmos até alcançar o cidadão onde ele estiver.
         Por fim, propositadamente, cabe aqui recorrer a uma história sobre crianças que, desesperadas, desciam continuamente rio abaixo lutando contra a correnteza. As pessoas consternadas procuram retirá-las do rio até que uma delas decidiu ir rio acima para tentar descobrir o que estava acontecendo. Na verdade elas estavam sendo jogadas no rio.
         Como na história acima, além de tentarmos cuidar das crianças e adolescentes, muitas vezes impactados biopsicossocialmente, que lutam cotidianamente contra as experiências adversas, é preciso erradicar as causas que levam a esse quadro preocupante. Certamente que essa não é uma missão unicamente das “ciências da saúde” e sim de todas as “ciências”, por meio das ações transdisciplinares e integradas a curto, médio e longo prazo.
         Há um abismo estarrecedor entre o ritmo das decisões políticas e a implementação das intervenções sociais. A tragédia social no Brasil é grave, não pode esperar mais, exige ações urgentes.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de 299,45% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,74%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,94%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   
  


sexta-feira, 26 de abril de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA E AS EXIGÊNCIAS DA CIÊNCIA E INOVAÇÃO E OS NOVOS CAMINHOS DAS MONTANHAS MINEIRAS NA SUSTENTABILIDADE


“A pesquisa como ferramenta de desenvolvimento
        Ao se falar em pesquisa, remete-se à busca pelo conhecimento. Um conhecimento voltado ao desenvolvimento de uma nação. O Brasil, embora já tenha conquistado grandes avanços na área, ainda não trata o tema como uma política de Estado – e sim de governos – e a consequência é que, diante de qualquer crise, a redução de investimentos atinge, primeiramente, o setor, prejudicando a geração de conhecimento. Isso vem ocorrendo ao longo dos últimos meses em órgãos de fomento no âmbito federal, e mais recentemente, na esfera estadual, como os cortes anunciados para este ano pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fepamig), afetando bolsas de iniciação científica e outros recursos para a pesquisa.
         A história mostra que foi com a adoção de políticas focadas na busca pelo conhecimento que muitos países foram bem-sucedidos na geração de riqueza e desenvolvimento social. Um dos bons exemplos é, sem dúvida, a Coreia do Sul. Lá, o investimento em educação – e, consequentemente, em ciência –, como uma política de Estado alçou, aquele que era um dos países mais pobres do mundo, na década de 1950, a uma nação desenvolvida e um dos protagonistas no cenário econômico mundial, líder em áreas de ponta como a tecnologia da informação.
         Nesse contexto, vê-se, claramente, que no Brasil os pilares da educação são frágeis. Se há uma questão unânime no país é a necessidade de investimentos e de uma política sólida para o setor, em que os índices de qualidade, comparados com vários outros no cenário internacional, são pífios. É nesse contexto que se percebe, mais claramente, que quando a educação é uma política de governo e não de Estado, os cortes de recursos em um ambiente de crise econômica atingem, primeiro, setores ligados à investigação científica. O caminho deveria ser exatamente o inverso: privilegiar a busca do conhecimento, pois esse se propaga, trazendo benefícios para todas as áreas, identificar as áreas prioritárias e direcionar esforços para que os investimentos sejam otimizados.
         É preciso destacar que muito se avançou no país em várias áreas em que se investiu em ciência e tecnologia. Foi assim com a avicultura, em que o investimento em inovações tecnológicas e o uso de um sistema eficiente de pesquisa e desenvolvimento, a partir das décadas de 1960/1970, tornaram o país o segundo maior produtor mundial de frango. Outra trajetória de sucesso trilhou o setor de energia no país, onde cerca de 45% de toda a produção energética é proveniente de recursos renováveis.
         Mas, se houve avanços, para mantê-los e vencer novos desafios é necessária uma política que defina a longo prazo as metas a serem atingidas. Eleger, por exemplo, as áreas em que queremos ser os players globais e investir recursos e esforços para cumprir o que foi definido.
         E quando se fala em pesquisa, em inovação, o papel da universidade é crucial. Essas instituições devem entender a sua função dentro da sociedade, no contexto regional, como indutoras e protagonistas do desenvolvimento social. Na PUC Minas, por exemplo, a investigação científica está disseminada por todas as áreas do conhecimento, indo da graduação à pós-graduação, e a parceria com a iniciativa privada tem gerado excelentes resultados, especialmente na área de tecnologia.
         No entanto, se as universidades vêm buscando alternativas para o desenvolvimento da pesquisa por meio de recursos próprios ou aliando-se à iniciativa privada, não é possível prescindir dos investimentos públicos na área. Em tempos de crise como a enfrentada no Brasil, investir em ciência e inovação significa valorizar um instrumento fundamental para o desenvolvimento. Mais que isso, representa oferecer uma perspectiva de futuro para os nossos jovens.”.

(SÉRGIO DE MORAIS HANRIOT. Professor, pró-reitor de pesquisa e de pós-graduação da PUC Minas e doutor em engenharia mecânica pela UFMG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de TARCÍSIO MARTINS, jornalista, professor e coordenador de projetos da APHAA-BV, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mineração: pânico e injustiças
        Populações que habitam o Vale do Alto Paraopeba e vivem próximas às barragens de mineradoras vivenciam insegurança, pânico e medo. A insustentável tragédia humana, social, política e econômica ocorrida em Brumadinho provocou expectativa de novos rompimentos. As mineradoras, em especial a Vale S.A., ficaram expostas pelo trato desrespeitoso para com o meio ambiente. A falta de transparência e seriedade na conduta dos negócios da empresa mudou o comportamento e a opinião dessas populações. Brumadinho e Mariana mostraram o quanto se desrespeitam montanhas, nascentes, patrimônios naturais e culturais, sobretudo as águas. Mais um rio foi morto por substâncias que tornaram impróprias suas águas: o Paraopeba!
         Belo Vale, Jeceaba, Moeda, Congonhas e Brumadinho são cidades da Zona Central do estado que se formaram às margens do Rio Paraopeba. Nas encostas da Serra da Moeda – reserva da bioesfera decretada pela Unesco, em 2005 – estão os aquíferos que abastecem o Paraopeba. E onde se situam comunidades tradicionais e quilombolas; patrimônio natural com fortes referências de vida. À exceção de Moeda, que detém um decreto municipal que não se permite a exploração mineral em seu território, os demais municípios tiveram influências da mineração predatória desde o Ciclo do Ouro.
         A Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de Belo Vale (APAA-BV), criada em 1985, tem amplo conhecimento dos impactos e conflitos sociais causados pelas mineradoras, em Minas Gerais. Enfrentou desmatamentos, incêndios, destruição de nascentes, a degradação da serra. Relacionou-se com moradores das comunidades da encosta da Serra da Moeda. A maioria defendia as mineradoras por gerar trabalho para suas famílias. Embora morando em áreas caracterizadas por baixa infraestrutura social, marcadas pela poluição, barulho de explosões e constante falta de água.
         A tragédia de Brumadinho veio forte. Provocou impacto na relação dessas populações com as mineradoras. Trouxe insegurança e sensação de fragilidade para suas vidas. As mortes de trabalhadores bateram fortes nos corações das famílias atingidas e da sociedade em geral. Em Congonhas, Jeceaba e Belo Vale, paira o medo de serem arrastadas pela lama.
         As mineradoras perderam credibilidade pelo desrespeito à vida, à paisagem cênica e qualidade das águas. Elas estão com suas condutas abaladas pela opinião pública e precisam se reinventar; ser verdadeiras para que se possam implantar novos empreendimentos. Recentemente, o prefeito de Belo Vale declarou que não dará anuência – carta de conformidade – para expansão de empreendimento que a Vale S.A. pretende instalar na Serra dos Mascates, em área de preservação, próximo à nascente de Água Fria, onde se capta água para a cidade.
         Em Moeda, audiência pública realizada na Câmara Municipal, em 13 de abril, avaliou um pedido de licenciamento da Gerdau S.A. para dar continuidade às operações da Mina de Várzea do Lopes. O evento atraiu centenas de cidadãos e representantes de organizações não governamentais das cidades vizinhas. A empresa quer instalar seu projeto em um ‘corredor ecológico’ situado entre áreas protegidas e o Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda (Mona), no Vetor Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
         O projeto da Gerdau foi rejeitado por unanimidade. Citações sobre o ocorrido em Brumadinho e Mariana e frases como “não queremos migalhas de impostos” e “respeito às nascentes e que as minas de água sejam mais importantes que as de minérios” ecoaram pelo plenário.
         O prefeito de Moeda tem planos de transformar o município em um “parque verde”, e reconhece seu potencial para o turismo natural. “Moeda tem de aprender a viver sem o uso de explorações inadequadas. As leis de tombamento municipal e estadual serão cumpridas, e não irei permitir mineração em Moeda até o fim de meu mandato”, afirmou Leonardo de Moura Braga. Caso prevaleça a decisão da audiência pública, o município consolida-se como o único do Quadrilátero Ferrífero que, através de decreto municipal de 2002, não permite mineração em seu território.
         Que a Serra da Moeda, monumento natural da humanidade, ganhe um forte abraço em 21 de abril!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 295,53% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,58%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





sexta-feira, 22 de março de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS EXIGÊNCIAS DA BOA GOVERNANÇA E DO COMPLIANCE NO SISTEMA FINANCEIRO E OS CLAMORES DA SERRA DA PIEDADE NA SUSTENTABILIDADE


“O sistema financeiro do futuro
        Em seu pronunciamento na sabatina do Senado Federal para apreciação da indicação ao cargo de presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto ressaltou a importância do sistema financeiro do futuro e disse que pretende preparar o BC para desempenhar, apropriadamente, seu papel nesse novo ecossistema, que é baseado em tecnologia e enorme fluxo de informações.
         É evidente que especialistas do setor e até o próprio BC observaram que, com as tarifas bancárias variando entre R$ 2 a R$ 145 para o cliente final e bancos batendo recordes de bilhões de lucro todos os anos, nasce uma grande oportunidade para grupo de pessoas e empresas que hoje trocam recursos e serviços entre si. Nesse cenário, criar uma fintech ou criar uma banktech própria, que constitui um ecossistema mais completo, provavelmente será a grande tendência nos próximos anos.
         A transformação de custos de operação bancária em oportunidades de aumento de receita tem feito empresas visionárias, tanto startups quanto as de médio ou grande porte, buscar o seu próprio digitalbank, para contar com integração bancária, emissão de boletos, gerenciamento de folhas de pagamento de funcionários (e até mesmo de funcionários de fornecedores), emissão de cartões de crédito com bandeira própria, máquinas de POS, meios de pagamento ATMs para sques e depósitos, além de uma completa gama de serviços como antecipações, empréstimos pessoais, seguros, entre outros. Tudo isso com alto nível de segurança, governança, compliance e auditoria que a tecnologia blockchain já proporciona quando é bem gerida e utiliza as melhores práticas.
         Com a constante onda de avanços tecnológicos, ter o seu próprio digitalbank em DLT (blockchain privado) já é uma realidade, pois proporciona acesso a um nível diferenciado de excelência em compliance e governança para onboarding/KIC – com validação de documento e selfies com prova de via como, por exemplo, piscar ou sorrir, através do uso do reconhecimento facial com inteligência artificial – e identidade digital – pré-validação de identidade para diminuir fraudes em compras –, incluindo carteiras digitais integradas a blockchain para “pagamento instantâneo” e APIs para open bank. Esta nova realidade está alinhada com a política do Banco Central e as intenções declaradas por Roberto Campos Neto.
         Em um futuro breve, surgirão novos segmentos personalizados para cada cliente das banktechs, como soccerbank (para times de futebol), agrobank (para cooperativas agropecuárias), mutualBank (para associações;ONGs), SocialBank (para Prefeituras, Municípios e entes públicos), Loyaltybank (para programas de fidelidade e programas de recompensas), franchisebank (para franquias, franqueados e royalties), custodybank (para custódia e garantia de grandes operações), captivebank (para instituições financeiras que desejam administrar contas digitais de clientes internas), entre diversos outros, os quais poderão, também, desenvolver ou não sua própria moeda interna, seus tokens  e smart contracts.
         Muitos executivos já buscam empresas especializadas para ajudá-los a desenvolver seu próprio banktech, com um ecossistema gigantesco 24h/7, custos reduzidos e alto retorno de receita. Essa forte tendência de utilização de grandes ecossistemas já tem sido obervada nas mega empresas chinesas AliPay e WeChat, que movimentam R$ 11,2 trilhões ao ano.
         Sendo o sistema financeiro brasileiro considerado um dos mais seguros e eficientes no âmbito mundial, será um desafio, em se tratando de regulação (BC, Coaf, CVM), criar novas regras de governança e compliance para manter a saúde econômica e coibir atos ilícitos. Em contrapartida, aparecerá uma nova gama de oportunidades e de posições no mercado de trabalho como – por exemplo – consultores, auditores, especialistas em produtos e know-how, cientistas de dados, governança e compliance.
         Se você é executivo, disposto a inovar, pensar fora da caixa e que diminuir seus custos, aumentar suas receitas e otimizar seu engajamento com seus clientes e fornecedores, a sua própria banktech ou o seu próprio digitalbank já é uma realidade e pode estar ao seu alcance. Vai um socialcard aí?”.

(RODRIGO PIMENTA. CEO da HubChair Technologies, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de março de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de MIGUEL ANDRADE, professor do Departamento de Ciências Biológicas da PUC Minas e coordenador da Agência de Desenvolvimento Regional Integrado (Aderi) – Arquidiocese de Belo Horizonte, e CÁSTOR CARTELLE, professor do Departamento de Ciências Biológicas da PUC Minas e ex-membro do Copam, e que merece igualmente integral transcrição:

“Piedade de Minas...
        Inacreditável. É esta a expressão que mais se aproxima do nosso assombro com a decisão da Câmara de Atividades Minerárias do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam – MG), ao conceder, no dia 22 de fevereiro de 2019, licença prévia e de instalação para a atividade mineradora na Serra da Piedade. A decisão mostra-se ainda mais absurda diante da dúzia de títulos e tombamentos da Serra da Piedade conferidos pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Ministério do Meio Ambiente, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG). Tudo isso faz do Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais, há 252 anos, lugar único no planeta, insubstituível, inabalável, seja por suas riquezas naturais, seja pelo seu testemunho de história e fé, que enriquece, desde o início, a história das Minas dos Gerais.
         Modelos arcaicos e ultrapassados de mineração, que pretendem exclusivamente o lucro e maquiam aspectos primordiais, são ações incompatíveis com todos esse patrimônio. Mesmo justificados por protocolos. Eles foram seguidos em Mariana e Brumadinho.
         Da nossa serra (tenha piedade) fazem parte, obviamente, o planalto do entorno, a fauna, a flora, as paisagens naturais e culturais únicas, a história, a fé, a água que lacrimeja das suas pedras e que dizem ser benta. Território sagrado. Os senhores conselheiros “tratoraram” tudo isso. Somente votaram pelo indeferimento. Desferiram uma bofetada nos mineiros.
         Há mais ainda do que poucos conhecem. Em 1863, chegava ao Brasil um jovem botânico dinamarquês de 21 anos, Eugene Warming. Do Rio de Janeiro, prosseguiu em lombo de mula até Lagoa Santa, então com 5.600 habitantes. Lá, seria orientado pelo sábio cientista Peter Lund, que colocou Minas Gerais no circuito científico mundial. Em janeiro de 1866, após dois dias de viagem, Warming chegou à Serra da Piedade, onde, antes, Lund estivera. Conheceu frei Luiz, que cuidava do Santuário, e contemplou a imagem de Nossa Senhora da Piedade.
         O botânico dinamarquês coletou três mil peças da flora da Serra da Piedade. De volta ao seu país, o estudo desse material tornou-o fundador da ecologia vegetal. Nova ciência surgiu por meio dos estudos realizados com esse material.
         Warming, cinco meses antes de falecer, aos 82 anos, já reconhecido como um dos principais botânicos de todos os tempos, relembrou sua estada na serra, naquela que seria a sua última conferência.
         “Lembro-me daqueles tempos solitários que passei na Piedade, circundado pelas paisagens que ainda recordo como as mais belas do Brasil ... uma lágrima cai ao pensar que nunca mais vou pôr os pés naquele lugar, ... nunca mais, desde Lagoa Santa, deixar meu olhar perder-se à leste, no topo da Serra da Piedade encoberto de nuvens na madrugada”.
         À Serra da Piedade não tem nada igual no planeta. Lá, de mãos dadas ao santuário histórico, sítio sagrado, obra do maior ícone da escultura nacional, paisagens, caminhos, vegetação inter-relacionada que foi a fonte da criação da nova ciência. Essa referência é imperativo preservar, a todo custo, como testemunho permanente. É preciso determinação na defesa desse santuário natural, diante daqueles que permitem arrancar pedaços, inventar caminhos, profanar o silêncio e o canto dos pássaros como os trovões de dinamite. Como desmatar o que foi matriz para uma nova ciência? Uns poucos ganham. Mas todos perdemos. Mais uma vez, o futuro poderá apontar o dedo para trás, assinalando o descaso de ancestrais que não souberam guardar tesouros.
         O Plenário do Copam, o Iphan, Iepha, Ministério Público, a sociedade não podem permitir esta barbaridade. Aí, não! Pior do que tirar pedaços do Pão de Açúcar ou do Corcovado, minerar o Parque Estadual Cerca Grande ou exportar, como minério de ferro, o Pico do Itabirito.
         Propomos iniciar logo as devidas providências necessárias à apresentação da nossa Serra da Piedade à Unesco para que seja, merecidamente, declarada patrimônio da humanidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 286,93% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 315,58%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.