“Coaching
executivo:
desenvolvendo líderes e driblando a ‘crise’
O desenvolvimento
tecnológico, a globalização, a alta competitividade e a atual “crise” vêm
constituindo desafio para a sobrevivência dos negócios. Neste cenário, o
diferencial competitivo são as pessoas que mantêm e promovem o sucesso das
empresas. Mas, como lidar com as pessoas e conseguir o melhor delas? Como
motivá-las? Como reter os talentos nas empresas?
Para
mobilizar e utilizar plenamente a capacidade dos indivíduos, as organizações
estão revendo as suas práticas de gestão, pois a capacidade desenvolvida pelas
empresas para alcançar a excelência em produtos e em serviços é decorrência
direta da performance de seu corpo gerencial. A experiência na função
gerencial, sem dúvida, contribui para o desenvolvimento de habilidades de
liderança, assim como leituras, participação em cursos e treinamentos
comportamentais. Porém, para um maior aprofundamento e alcance de resultados
efetivos em curto espaço de tempo, o coaching executivo tem se mostrado eficaz
para desenvolver líderes.
Nos
últimos anos, o coaching tem sido difundido e praticado em todo o mundo.
Existem muitas abordagens, teorias, métodos e ferramentas. Coaching é um
processo de aceleração do desenvolvimento pessoal ou profissional, que ocorre
de uma relação de parceria e compromisso mútuo entre o coach (facilitador) e o
coachee (cliente), com o objetivo de atingir determinado resultado. Coach é um
profissional contratado pelo cliente (pessoa ou empresa) para trabalhar o
processo chamado “Coaching”. O ICF (International Coaching Federation) define o
coaching como: “Uma parceria continuada, que estimula e apoia o cliente a
produzir resultados gratificantes em sua vida pessoal e profissional. Por meio
do processo de coaching, o cliente expande e aprofunda sua capacidade de
aprender, aperfeiçoa seu desempenho e eleva sua qualidade de vida”.
O
coaching pode ser utilizado para trabalhar aspectos individuais, como
redirecionamento de carreira, mudança de emprego, abrir um negócio etc. Nesse
caso, é chamado de self coaching e realizado em consultórios particulares. O
coaching executivo é desenvolvido em empresas, normalmente envolvendo gerentes,
diretores e outros ocupantes de cargos gerenciais e estratégicos. Pode ser
definido como relação de ajuda formada entre um cliente com autoridade
gerencial em uma empresa e um consultor que utiliza grande variedade de
técnicas comportamentais para ajudar o cliente a alcançar um conjunto de metas
de melhoria de desempenho e, consequentemente, aumentando a eficácia da
organização.
Entre
as competências de liderança que o coaching executivo pode ajudar a desenvolver
estão: comunicação, persuasão, capacidade para construir parcerias e
influenciar pessoas; empatia (entender as necessidades da equipe e saber
avaliar o impacto que as decisões provocam no ambiente de trabalho);
autoconhecimento, fortalecimento dos pontos fortes e da autoestima; delegação
(compartilhar responsabilidades); descobrir e aprimorar talentos e
competências, motivar colaboradores e equipes a melhorar sua performance;
planejamento, definir objetivos, metas e resultados, mobilizando a equipe;
sinergia grupal, melhorar a qualidade dos relacionamentos interpessoais; obter
equilíbrio de tempo, energia e satisfação entre vida e trabalho.
Segundo
levantamento realizado em 2004 pela UCE Origin Consulting, e apresentado no
Congresso Internacional de Coaching no mesmo ano, os executivos participantes
indicaram os seguintes ganhos com o Coaching Executivo: 79% desenvolveram
capacidades individuais; 70% melhoraram a performance individual e 39%
administraram mudanças e transições.
O
coaching executivo tem sido uma ferramenta muito utilizada pelas organizações
bem sucedidas. Entre os benefícios do coaching para as empresas, destacam-se:
alinhamento de objetivos, maior sinergia grupal, estímulo à criatividade,
melhoria do processo de tomada de decisão, saúde dos profissionais, visto que
há uma melhoria no ambiente de trabalho, retenção de talentos e desenvolvimento
em cadeia, uma vez que um aspecto acaba influenciando outro. Podemos pensar em
melhoria da produtividade, qualidade, lucratividade, fidelização de clientes
etc.
Implantar
um programa de coaching executivo nos principais gestores de uma empresa em
momento de crise representa, portanto, uma decisão estratégica para garantir o
sucesso e a perenidade dos negócios.”
(CLÁUDIA
SUELY DE ALMEIDA PINTO. Mestre em administração, psicóloga, coach e
consultora de RH, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de abril de 2016, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
15 de abril de 2016, caderno OPINIÃO,
página 11, de autoria de DOM WALMOR
OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que
merece igualmente integral transcrição:
“Educar
pela vida familiar
O papa Francisco,
atento às dinâmicas da cultura contemporânea e após a realização de dois
sínodos, traz pertinente interpelação com a exortação apostólica sobre o amor
na família, Amoris laetitia. Com sua
extraordinária sensibilidade humana e a partir da escuta do mundo católico,
Francisco mostra que a grande meta é reavivar a consciência sobre a importância
do matrimônio e da família. Desafio complexo que não permite tratamento
superficial. São necessárias ações bem fundamentadas para não se correr o risco
de obscurecer ou anular o determinante e indispensável papel da família – lugar
da educação por excelência – particularmente essencial neste momento, quando se
precisa configurar novo tecido cultural. E isso é imprescindível para a
superação das crises muito desafiadoras, nos âmbitos da ética, política,
economia e instituições.
A
Igreja, na unidade de doutrina e práxis, acolhe a indicação de que, em cada
país ou região, é possível buscar soluções mais atentas às tradições e aos
desafios locais. Longe de qualquer tipo de permissividade, o caminho é se
debruçar sobre culturas diferentes, considerando a pluralidade que caracteriza
cada sociedade. Essa tarefa exige acuidade, empenhos e profunda
espiritualidade. Por isso, o papa Francisco recoloca, com destaque, alguns
caminhos pastorais que elevam à construção de famílias sólidas, fecundas
segundo o plano de Deus, com especial luz sobre a educação dos filhos.
Não há
mais tempo a perder diante da necessidade de se investir na família, referência
singular com propriedades para edificar nova cultura humanística e espiritual
que permita superar o atual momento social e político. Há uma complexidade
própria na realidade da família, que precisa ser adequadamente compreendida e
tratada. Para isso, as jaulas do egoísmo e da mesquinhez devem ser evitadas.
Essas prisões nascem de individualismos perversos e da consequente perda de
capacidade para gestos altruístas, indispensáveis na vida de todos,
especialmente no exercício da cidadania. Em questão, portanto, está o desafio
de se compreender, em profundidade, a importância da família.
O
desvirtuamento dos laços familiares é um real perigo alimentado por uma
exasperada cultura individualista que pode parecer atraente, mas é caminho para
prejuízos irreversíveis. É preciso conhecer mais profundamente a realidade
familiar para não se negociar o inegociável. A liberdade de escolha, sublinha o
papa Francisco, permite a cada pessoa projetar a própria vida e cultivar o
melhor de si mesmo, mas, se não houver objetivos nobres e disciplina, se
degenera numa incapacidade para a doação. O entendimento de que a liberdade
individual garante o direito de julgar a partir de parâmetros próprios, como se
não houvesse verdades, valores e princípios diferentes, é problemático. Cria a
convicção de que tudo, desde que atenda ao interesse particular, é permitido.
Contribui para que entendimentos sobre o matrimônio sejam achatados por
conveniências e caprichos.
Há um
percurso longo para resgatar valores que foram perdidos. Sem essas referências,
continuarão a surgir descompassos e a humanidade sofrerá com a perda de rumos.
A trajetória a ser seguida exige entendimentos, recomposições e a necessária
capacitação para a vivência de valores éticos e morais. E a família é,
indiscutivelmente, a primeira escola desses valores. Lugar em que se aprende o
bom uso da liberdade. A exortação apostólica lembra que há inclinações
maturadas na infância que impregnam o íntimo de uma pessoa e permanecem pelo
resto da vida como tendência favorável a um valor ou como uma rejeição
espontânea de certos comportamentos.
O
aprendizado ético e moral no contexto educativo inigualável da família sustenta
a vida, permeia atos e escolhas. Somente a instituição familiar tem
propriedades para cumprir certas tarefas e metas na formação das pessoas, em
razão de sua particular capacidade para alcançar e fecundar corações. De modo
especial, é âmbito da socialização primária, em meio aos afetos mais profundos
e tocantes, que possibilitam a aprendizagem da reciprocidade, do relacionar-se
com o outro. Capacita para a escuta, a partilha, o respeito, a ajuda e a
convivência.
A
humanidade é convidada a compreender e a investir na força educativa da
família, criando condições sociopolíticas, humanísticas e espirituais para que
essa escola primeira seja qualificada e se mantenha como vetor para as grandes
mudanças.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda
estratosférica marca de 432,24% para um período de doze meses; e mais, em
fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...