segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A CIDADANIA, OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO HUMANA E PROFISSIONAL E O PODER DO SONHO OLÍMPICO

“Estágio e o mercado de trabalho
        O mercado de trabalho está cada vez mais exigente em relação à contratação de estudantes estagiários. Se no passado bastava que o candidato tivesse interesse, hoje em dia a maioria das empresas, durante o processo de seleção, opta por aqueles que tenham um mínimo de formação tecnológica, com bom conhecimento na área de informática, além de razoável conhecimento da língua portuguesa.
         A experiência tem mostrado que as empresas estão buscando estudantes interessados no próprio desenvolvimento profissional, que utilizem como principal ferramenta o conhecimento e a infraestrutura proporcionada pelas escolas.
         Se por um lado o mercado de trabalho, hoje, está à procura de jovens criativos e que saibam trabalhar em equipe, por outro lado é necessário que o estudante tenha flexibilidade para enfrentar as várias situações do cotidiano de uma empresa. Nesse sentido, o papel da escola torna-se crucial, já que cabe a ela preparar o aluno para vencer os primeiros desafios de sua futura carreira profissional.
         Com mais de três décadas atendendo milhares de estudantes mineiros com o Programa Estágios, o Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (CIEE/MG) também está atento a esse cenário. Para isso, dispõe de um quadro de colaboradores de diversas áreas que, através de sessões de informação profissional, buscam preparar os candidatos inscritos para concorrerem a uma vaga de estágio.
         Temos ciência, mais do que nunca, de que o estudante bem preparado é aquele que busca, além dos muros da escola, informação e preparação complementar para vencer os desafios que o mercado impõe. Estatísticas do CIEE/MG indicam que pelo menos 80% dos estagiários almejaram o tão sonhado primeiro emprego após o término da atividade de estágio. E o CIEE/MG está preparado para este novo tempo, em apoio às empresas, estudantes e escolas.
         Mas é sempre bom ressaltar que, ao contratar um estagiário, a empresa poderá estar descobrindo um talento para seu quadro de pessoal. Também deverá ter em mente que está contribuindo para o seu aprendizado e desenvolvimento das competências próprias da sua atividade profissional, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.”.

(SEBASTIÃO ALVINO COLOMARTE. Superintendente-executivo do CIEE/MG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de agosto de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Respostas olímpicas
        A beleza da abertura dos jogos Olímpicos Rio 2016 elevou, e muito, a autoestima da sociedade brasileira. A releitura histórica e cultural apresentada no desenrolar da solenidade comprova a existência das sólidas bases que o povo tem para enfrentar, com envergadura, suas labutas diárias e edificar uma realidade nos alicerces da justiça, da solidariedade e da paz. Enxergar e reconhecer as riquezas que definem o Brasil é oportunidade para dar passos decisivos rumo a uma sociedade organizada – na perspectiva social, política e cultural - buscando parâmetros do desenvolvimento integral e na contramão de retrocessos civilizatórios. Nesse sentido, a abertura dos jogos Olímpicos não pode ser esquecida – há sempre esse risco, em razão da chamada “memória curta” que ataca cabeças e centros decisórios – pois é mais que simples fantasia. Trata-se de documento que compromete cada cidadão a apresentar “respostas olímpicas”.
         Essas respostas, para serem alcançadas, exigem muita disciplina e empenhos, concentração e espírito de equipe. Necessitam de um sentido patriótico que ultrapasse a mediocridade do interesse limitado pela busca do dinheiro. Ser “olímpico” está muito além de se almejar conquistas apenas pela vaidade ou de se almejar, mesquinhamente, vitórias desconectadas do bem que é de todo o povo. Construir “respostas olímpicas” é espelhar-se nos atletas que, diante das metas, reconhecem a tarefa exigente da disciplina, esforço e muito trabalho. Uma construção norteada, especialmente, pelo sentido de lealdade e o compromisso de se representar uma nação. Assim, visualiza-se na medalha em disputa o sentido do bem maior, a estima e a alegria, capazes de impulsionar a vida de um povo, a “tocha da honestidade” que deve sempre estar acesa.
         A sociedade precisa, urgentemente, de “respostas olímpicas” para sair de marasmos e “enrolações” gerados, justamente, pela falta de sentido olímpico que possa nortear desempenho, funções e missões. Essa deficiência impede o desenvolvimento almejado. Por isso, os ares olímpicos precisam tocar os rostos de líderes, construtores da sociedade pluralista, dos representantes do povo, formadores de opinião, educadores e tantos outros segmentos. Assim será possível renovar o tecido cultural, tornando-o substrato para superar atrasos sociais vergonhosos na sociedade brasileira. Isso se torna claro quando se avalia os desdobramentos no mundo da política, que tem no horizonte as eleições municipais. Inconsistências e a falta de envergadura nas candidaturas, além da carência de nomes com credibilidade e competência, apontam para a grande distância que existe entre o ponto de partida – a necessidade de mudanças – e a meta a ser alcançada.
         Constata-se, também, a falta de força de líderes regionais para impulsionar o desenvolvimento de infraestruturas, o sentido e o apreço pela própria cultura. É lamentável a tibieza das autoridades políticas que não conseguem defender os interesses dos seus representados e assim alavancar, para além de interesses partidários, o crescimento, a articulação das microrregiões, a partir da vocação de territórios e de suas riquezas históricas, culturais e patrimoniais. Ainda mais séria é a falta de sentido de cidadania que corrói o marco civilizatório, o respeito, os bens e as exigências que preservam a inteireza da dignidade humana.
         No horizonte dos sonhos desenhados durante a abertura das Olimpíadas, sejam tocados os brios dos cidadãos brasileiros para se começar a desenhar novos cenários regionais, tendo como meta a busca por soluções audaciosas e o comprometimento de todos. Essas são as “respostas olímpicas”, capazes de promover avanços na cultura e na civilização.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 470,9% para um período de doze meses; e, em julho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,74% e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 315,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...