quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS IMPRESCINDÍVEIS MUDANÇAS NA GESTÃO E A FORÇA DOS DIÁLOGOS NA SUSTENTABILIDADE (1/169)

(Novembro =  mês 1; faltam 169 meses para a Primavera Brasileira)

“Mudanças urgentes na gestão
        As novas exigências dos clientes, associadas às novas tecnologias e às ações constantes da concorrência forçam as empresas a tomar novas posições estratégicas e a fazer mudanças muitas vezes radicais em todo o seu corpo diretor. As questões externas, em que não há meios de interferências, tais como as econômicas, determinações políticas, aspectos sociais, legais e tributários exigem das organizações muito maior capacidade de adequação, para o que muitos gestores não estão preparados.
         A capacidade de interpretação dos novos fatores de mercado não está presente numa grande parte das direções e isso as estão deixando atônitas com o cenário atual.
         Pensar com um espaço de tempo razoável não é mais possível. Muitas decisões têm que ser tomadas com firmeza e num tempo muito menor. A saída para esse momento é a aceitação e o que deu certo no passado tem muita pouca chance de dar certo novamente.
         Para a área contábil está ficando difícil, também para a área de recursos humanos, mas, o desafio maior está mesmo no marketing. O mercado está em ritmo constante de mudanças e está a cada momento mais difícil garantir resultados imediatos e também imaginar como serão os próximos tempos.
         A gestão de marketing exige profissionais e empresários que estejam completamente ligados no mercado e com energia tal que os tornem capazes de tomar decisões que, em outras circunstâncias, talvez nem fossem pensadas.
         É o novo mercado que se apresenta voraz e incógnito e o fato de haver crises, variação ou diminuição consequente da demanda, agrava ainda mais o cenário e gera um ambiente em que muitos profissionais não estão aparelhados para enfrentar.
         Ter uma visão voltada para a tomada de decisão imediata e conseguir pensar no futuro de médio e longo prazos é uma nova competência  que precisa fazer parte marcante no curriculum dos membros da diretoria e, principalmente, no CEO de todas as empresas.
         A área de finanças deve entrar nesse novo contexto e o profissional passa a ter ainda mais a necessidade de visão estratégica. O mesmo deve ser cobrado do pessoal de produção e desenvolvimento. Não é possível mais a nenhuma organização sobreviver sem que todas as suas áreas atuem de mãos dadas e com o olhar para a mesma direção.
         Vejo, porém, que diversas empresas ainda insistem em atuar de forma compartimentada e cada área com o olhar para si mesma. Os problemas maiores das organizações, em muitos casos, se concentram mais na sua forma atrasada de gestão do que necessariamente nas nuances do mercado, ou seja, a forma de gestão das empresas ainda é o seu maior inimigo.
         A mentalidade de marketing deve estar contida em todos os setores e níveis das empresas, e somente obterão sucesso aquelas que melhor souberem assumir essa nova postura de atuação.
         É questão sine qua non adotar novas posturas, assumir novos compromissos, adotar as metodologias modernas disponíveis no mercado, ver os investimentos com um olhar mais criativo e apostar em novas formas de atuação. Devem-se trazer para dentro da empresa as metodologias mais atualizadas, as tecnologias que tornem o contato com os clientes mais eficientes e eficazes. É fundamental ver a tecnologia como uma aliada e componente natural do planejamento da empresa.
         Adiantar-se às exigências dos clientes, sobrepor-se às mudanças do mercado, agora é uma missão natural das organizações e tudo deve ser feito para se atingir esse objetivo.”.

(ROGÉRIO TOBIAS. Mestre e especialista em marketing; administrador. Professor dos cursos de MBA e pós-graduação em marketing na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Newton Paiva e UMA. CEO da RT Consultoria e Treinamento. Palestrante e coach. Autor do livro 121 artigos de marketing, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de outubro de 2016, caderno NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES CLASSIFICADOS, coluna MARKETING, página 4).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de outubro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Diálogos educativos
        O contínuo processo de deterioração global, que atinge tecidos culturais da civilização contemporânea, configura grave crise humanística e impõe urgente desafio: resgatar instituições diversas – políticas, religiosas, sociais, familiares e tantas outras – de certos funcionamentos que comprovam o descompasso de um tempo em que novas perguntas e complexas dinâmicas culturais convivem com respostas obsoletas e procedimentos ultrapassados. A necessária reconstrução civilizatória requer muitos investimentos, a começar pelos diálogos educativos, fundamentais em todos os processos, indispensáveis para superar o atual fenômeno de deterioração global.
         O conjunto de situações que ameaça a humanidade desafia a compreensão de líderes e cidadãos comuns. Por isso, buscar diálogos que impulsionem efetivos entendimentos a respeito da realidade, nas muitas ações cotidianas, nos diferentes âmbitos, constitui o caminho para se encontrar soluções. Obviamente, não basta que esses entendimentos sobre a realidade se concentrem nas mãos de uma minoria privilegiada. Indispensável é proporcionar a todos uma nova compreensão, que ilumine competências e, consequentemente, permita a intuição de novos modelos e funcionamentos capazes de garantir um futuro melhor. Esse desafio, que só pode ser vencido a partir de diálogos educativos, é capaz de promover reconfigurações nas instituições a partir de engrenagens: a muitas pessoas que as integram.
         Oportuno é reconhecer que a sociedade padece de estreitamentos no horizonte da compreensão e isso dificulta escolhas, atrasa respostas e gera verdadeiras prisões. Enjaulada, a humanidade não mais conta de encontrar as respostas novas que a complexidade sociocultural do mundo contemporâneo exige: permanece inerte neste tempo que demanda uma virada antropológica, de modo veloz, para evitar prejuízos irreversíveis. Sem a necessária ruptura com essa situação, a sociedade continua a se deixar conduzir rumo a direções que, invariavelmente, produzem deterioração e conflitos. Proliferam cenários degradantes que preocupam muito e, ao mesmo tempo, provocam sentimento de impotência, exatamente por não se saber o que fazer para superá-los.
         Quando se reflete, por exemplo, a realidade do sistema prisional brasileiro, que combina uma população carcerária numericamente tão alta, com poucos recursos para os processos de ressocialização, sabe-se que o país está potencializando um explosivo “barril de pólvoras”. Sua explosão atingirá a dignidade inviolável de cada pessoa, degradando o conjunto de toda a sociedade. Também causam preocupação os processos educativos dedicados aos jovens. Conduzidos em direções perigosas que ameaçam o futuro, esses processos carecem de investimentos capazes de qualificar os jovens para o exercício da cidadania. Essas e tantas outras realidades impactam a vida de todos, de modo especial o cotidiano dos mais pobres que, além de sofrerem com os pesos que lhes são impostos pela perversa exclusão social, perdem, gradativamente, a esperança.
         A continuar assim, a sociedade prossegue rumo a um precipício: a indiferença relativista. Fenômeno extremamente perigoso, que se revela em diferentes estatísticas. O número de assassinatos no Brasil, por exemplo, é semelhante ao de guerras. As mortes no trânsito, resultado da imprudência e do descaso, são também um desrespeito à vida. Essa indiferença relativista integra uma cultura dominante que se ocupa, prioritariamente, do que é exterior, visível, imediato, superficial e provisório. Ao mesmo tempo, deteriora a raízes culturais que são importantes para a humanidade. O preço já pago é a banalização da violência, o desconhecimento sobre a sacralidade da vida, o obscurantismo nas escolhas e nos posicionamentos.
         A indiferença relativista também promove a diminuição da competência racional e humanística dos cidadãos, incapacitando-os para a necessária tarefa de se alcançar respostas inventivas e criativas que devem substituir as engrenagens enferrujadas e comprometedoras do desenvolvimento integral. Há um antídoto para essa indiferença: investir nos diálogos educativos, envolvendo academias, escolas, famílias, igrejas, as instituições todas e cada cidadão, em um mutirão de intercâmbios de narrativas, com a partilha dos modos de ver a realidade. Esse exercício possibilita recuperar o tecido cultural, primeiro passo para reconstruir a sociedade. Ignorar a necessidade de se investir no diálogo é permanecer na amarga situação de cegueira, sem saber o rumo certo a seguir. Os diálogos educativos, por diferentes modos e dinâmicas, em todos os lugares, garantem o aprimoramento da compreensão cidadã para discernimentos e escolhas, ante a urgente tarefa de se reconstruir a cidadania brasileira.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 480,28% para um período de doze meses; e também em setembro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,48% e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 324,90%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...