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sexta-feira, 17 de abril de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O REFÚGIO E FORÇA NAS CÉLULAS DO AMOR E AS LUZES DA ESPIRITUALIDADE E ESPERANÇA NA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Exercitando o amor
        De repente estamos todos perdidos dentro de casa. Nossa rotina diária, de levar meninos à escola, de ir e voltar do trabalho, de ir para a faculdade, foi quebrada. Nosso tão conhecido, acelerado e desgastante ritmo de vida foi interrompido.
         O que fazemos agora? Conciliar o trabalho em casa com as demandas pessoais se tornou um desafio. Estudantes com aulas suspensas ou com aulas virtuais começam a se perguntar: por onde começo? Questões que nos rodeiam em tempos da pandemia do coronavírus.
         Talvez a principal reflexão esteja ligada ao tempo de contato com nossos familiares mais próximos, contato que andava meio ausente nos últimos tempos. O exercício da convivência, neste caso compulsória, pode nos ensinar muito. A começar pelo olhar ao outro de uma maneira que até então não fazíamos. Que tal apenas tomar um chá, um café com pão de queijo e promover uma conversa saudável? Para que a conversa flua, é preciso aprender mais a ouvir do que falar.
         Outro ponto é a quantidade e a qualidade de informações às quais estamos sendo submetidos nesse momento. As redes sociais e a mídia tradicional fervilham conteúdos sobre o assunto. É importante se informar, não dar espaço às fake News e lembrar que o excesso de conteúdo pode se tornar um problema, sendo fonte de estresse.
         Esse é o momento de buscarmos o meio termo e sermos criativos. Vale assistir a filmes diferentes ou desengavetar diversões antigas, como jogos de baralho ou tabuleiro. O importante é que a escolha seja em conjunto, forma interessante de exercitar a democracia, tão fragilizada nos tempos atuais. Que tal ir para a cozinha fazer um bolo, uma torta, com a sua família? Poderemos descobrir talentos, até mesmo entre as crianças. E se não sair como pretendíamos, valeram a experiência, os risos e as trocas.
         E para o respiro na convivência, vale o tempo sozinho. Aprendemos a respeitar o espaço e o tempo do outro. Podemos definir os horários para isso e nos dedicar às tarefas do home office, antecipar os trabalhos de aula ou ler aquele livro que está parado na prateleira. Ele pode ser um convite para o sossego e para uma deliciosa viagem no tempo e no espaço.
         Momentos adversos de Covid-19 nos ensinam sobre nós mesmos e o quanto o outro é importante em nossa vida. O amor exige cuidado, atenção, dedicação e respeito. Com mais calma, podemos aprender sobre a nossa humanidade, que andava perdida nos ritmos do consumo, do capitalismo e da falta de tempo. Bom, agora temos tempo.”.

(Tania Azevedo Garcia. Professora da Newton Paiva e psicóloga clínica, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de abril de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 17 de abril de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Reconstruir a esperança
        As feridas expostas da sociedade mundial, suas pandemias, sinalizam enorme desafio: reconstruir a esperança. Entre as chagas enfrentadas pela civilização contemporânea está um generalizado estado de desolação – falimento da esperança. Contundente é a interrogação que requer urgente resposta: o que se pode esperar? E no desafio inscrito nessa pergunta, outro questionamento é recorrente: em quem confiar? O desafio existencial de se encontrar sentido na vida soma-se ao grave problema de saúde da atualidade, a covid-19. A busca pelo sentido da vida – embora tratado na superficialidade do bem-estar e das futilidades alimentadas pela ganância do dinheiro, da busca mesquinha por conforto – remete todos à questão central da própria existência. Lá, neste ponto de partida e de chegada, está o nascedouro da esperança, o lugar onde cada pessoa encontra os fundamentos para se reconstruir e, ao mesmo tempo, aproximar-se da plenitude.
         A humanidade, ancorada em muitos avanços tecnológicos e científicos, admiráveis, mas alheia aos valores humanísticos, revela o seu despreparo para realizar, com a necessária eficiência, sua tarefa primordial – reconstruir a esperança. E reverter esse déficit geral na qualificação da espiritualidade, ainda com tão pouco espaço no conjunto de reflexões e pensamentos sobre a condução do desenvolvimento da sociedade mundial. De modo pontual, aparecem grupos que se referem à espiritualidade e, sem proselitismos, com profundidade transformadora, apresentam práticas que ajudam a cultivar rica cosmovisão, contribuição significativa para construir um mundo melhor.
         Mas a essencialidade da espiritualidade ainda não assomou ao seu adequado lugar, mesmo quando se requer a gênese de um novo tempo para a humanidade. E quando se diz que o mundo não poderá ser o mesmo depois da pandemia da covid-19, pensa-se pouco sobre o papel decisivo da espiritualidade. Corre-se o risco de acreditar que basta simplesmente descobrir nova lógica para a economia, sem considerar os equívocos atuais. Ora, essa nova lógica no contexto econômico, para superar o domínio perverso do lucro e da idolatria do dinheiro, que se desdobra em consumo ilimitado e nos hábitos egoístas, na desconsideração dos pobres, requer profunda espiritualidade, eivada de humanismo, mística e sentido de transcendência.
         O distanciamento humano da espiritualidade resulta também em graves prejuízos para o meio ambiente. Os recursos naturais são usufruídos de maneira extrativista e depredadora, o que faz crescer a miséria e os desequilíbrios em todo o planeta. Com isso, a humanidade inteira sofre as consequências, a exemplo desta pandemia do coronavírus, que ameaça todos, sem distinção de status social ou nacionalidade. Não se passará a uma nova página da história sem que o mundo vivencie profunda espiritualidade, oportunidade para verdadeira transformação social. Isto exige que a humanidade valorize a experiência da contemplação e da mística, caminhos para a reconstrução da esperança, alicerce de um novo modo de viver.
         Importante ressaltar: há um caminho que se camufla de autêntica espiritualidade, e ao invés disso centra-se na vaidade, objetiva exclusivamente a arrecadação e o acúmulo de poder. Manipula até mesmo a Palavra de Deus. A pandemia que a humanidade enfrenta desmascara esses religiosos que difundem conceito equivocado sobre a fé, oferecida por eles como solução mágica para problemas. Incapazes de solucionar uma ameaça real e complexa, se calam, comprovando que, diferentemente de suas promessas, não têm o poder de realizar milagres – Deus não se deixa manipular. Há, ainda, os religiosos que promovem espetacularizações, teatralizações, evidenciando, também, despreparo espiritual e místico. A seu modo, também oferecem soluções mágicas para problemas complexos.
         Percebe-se um despreparo geral, fruto da carência de uma espiritualidade profunda capaz de alimentar e reconstruir a verdadeira esperança. Consequentemente, proliferam os que promovem e os que buscam invencionices, bem distantes da riqueza do mistério da fé. Os que se apegam às invencionices ficam ao redor dele, o rodeiam, mas mesmo diante da fonte, acabam por morrer de sede e de fome. Apegam-se à ilusória sensação de que a esperança se reconstrói e se fortalece com certos espetáculos e práticas inoportunas ou descontextualizadas. É preciso retomar a direção de uma qualificada espiritualidade. O primeiro passo é vivenciar a oração, que requer silêncio, o salutar incômodo de se observar, contemplando a própria interioridade, única garantia para o autêntico encontro com Deus. Uma vivência da oração bem diferente de práticas devocionalistas, que produzem sensações efêmeras e momentaneamente geram certo conforto e bem-estar.
         A construção da nova realidade que todos almejam exige longo caminho de aprendizagens, em que o essencial é reconstruir a esperança, alicerçada na espiritualidade daqueles que sabem orar, de verdade, para além de simples ritos ou de palavras. Contemplação e interioridade, pilares fundamentais da fé e da prática cristã autêntica, são imprescindíveis. Possibilitam alcançar nova sabedoria, enxergar os rumos novos exigidos pelos desafios atuais, a partir da vida interior. A verdadeira oração é essencial na reconstrução da esperança.
         Todos reconheçam: mesmo que ninguém ouça, ou mesmo quando não se tem alguém com quem falar, Deus sempre está presente. Ele sempre ouve, com Ele pode-se sempre falar. Deus ajuda quando a capacidade humana está esgotada e sem condições para amparar. Mas poucos sabem escutá-Lo. Esperar n’Ele para superar os desesperos e tornar-se fonte de sabedoria para ajudar a consertar o mundo. A reconstrução da esperança requer a escuta de Deus, como sustento, tocando a interioridade, para qualificá-la, fazendo, de cada pessoa, testemunha fidedigna da esperança, protagonista neste processo de renovação da humanidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 322,6% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 135,6%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,30%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

  

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS PODEROSAS ARMAS DO MARKETING E AS NOVAS COMPETÊNCIAS DO PODER

“Mais do que a propaganda
         A mística da propaganda ainda continua em muitas empresas. Mas ter um produto bom e anunciá-lo na mídia certa, com o número certo de inserções, não basta para se obter o sucesso empresarial. Estão tendo maior sucesso as organizações que buscam trabalhar de maneira equilibrada, utilizando o composto de marketing. A propaganda é um dos itens importantes para o sucesso de um produto ou serviço, mas ela é parte de um conjunto maior de esforços que precisam ser desenvolvidos. Cada vez se torna mais evidente que os resultados positivos dependem de um conjunto de atividades que precisam ser realizadas em função do cliente. Muitas empresas têm feito propagandas e publicidade de maneira efetiva, mas nem sempre têm correspondido à promessa feita quando chega a hora da verdade, ou seja, o momento em que o cliente está no ponto de venda sendo atendido.
         É fundamental que todas as atividades, ligadas direta ou indiretamente aos clientes, sejam harmônicas e se complementem. Ter os produtos ou serviços disponíveis, oferecer facilidades de acesso, ter pontos de vendas com o visual e o clima emocional adequados ao público-alvo, equipes de vendas capacitadas e motivadas para prestar o melhor atendimento possível às necessidades e desejos dos clientes são, entre outros fatores, a chave do sucesso.
         Muitas empresas têm feito o lançamento de seus produtos apenas disponibilizando-os nos pontos de vendas através de um trabalho eficiente e eficaz de distribuição, colocando-os aos olhos dos clientes e facilitando-lhes o acesso à compra. É preciso reconhecer que a chamada mídia boca a boca tem um grande poder dentro do marketing empresarial. Se um produto ou serviço tem qualidade, está disponível aos clientes nos pontos de vendas, e ali recebe o adequado tratamento de merchandising, promoção de vendas e venda pessoal, ele será experimentado, aprovado e sugerido pelos usuários a outros possíveis clientes. A propaganda é muito importante, mas ela não funciona sozinha. Tenho recomendado constantemente às empresas que busquem avaliar de maneira contínua qual estratégia ou conjunto de estratégias poderá ser mais eficaz para o oferecimento do seu produto e procurem trabalhar com o máximo de ferramentas de marketing possível, reduzindo assim o seu grau de incerteza.
         Tornar um produto conhecido, desejado e não tê-lo disponível no ponto de venda é um dos maiores erros que se pode cometer em marketing. Isso cria normalmente uma forte irritação nos clientes, que, muitas vezes, acabam optando por produtos da concorrência, eliminando aquele da sua mente. A recuperação desse cliente torna-se uma ação cara e demorada.
         A venda deve ser vista não somente como um objetivo da empresa, mas como um consequência natural dos esforços efetivos de marketing. Sendo assim, treinar e capacitar a equipe de vendas, preparando-a para agir de forma sempre mais profissional, utilizando um trabalho eficiente de envolvimento emocional do cliente no ponto de venda, através de esforços inteligentes de merchandising, implementar promoções de vendas criativas capazes de atrair os clientes para a compra, inclusive a compra por impulso, são iniciativas fundamentais para se atingirem resultados positivos.
         A prática do marketing exige a utilização de um conjunto de ações. Exige administrar a demanda, ter o conhecimento do ambiente e do público que se quer atender, exige pesquisar formal e informalmente os mercados, identificando suas possibilidades e tendências de curto, médio e longo prazos. Além disso, é questão sine qua non trabalhar ininterruptamente para a construção de uma marca forte, para se obter uma vantagem estratégica essencial.
         Vale lembrar que promessa efetuada em propaganda deve estar coberta também por um atendimento capaz de superar as expectativas das pessoas. Se invertermos o raciocínio, o trabalho de campo deve contribuir para tornar a propaganda mais crível. A junção da promessa da propaganda com uma linha de frente excepcional sob o ponto de vista do cliente cria um posicionamento muito positivo para a imagem das organizações.
         Dependendo da situação, a propaganda pode se tornar uma armadilha para a empresa, pois ela dá entrada direto na mente do cliente, e deve ser positiva para ali ficar por muito tempo e levá-lo a comprar os produtos ou serviços com naturalidade.
         O marketing tem uma arma poderosa que é a propaganda, mas tem vários fatores que vão muito além dela.”.

(ROGÉRIO TOBIAS. Mestre e especialista em marketing; administrador. Professor dos cursos de MBA e pós-graduação em marketing na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Newton Paiva e UMA. CEO da RT Consultoria e Treinamento. Palestrante e coach. Autor do livro 121 artigos de marketing, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de outubro de 2017, caderno NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES CLASSIFICADOS, coluna MARKETING, página 4).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 3 de novembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Fragilidade no poder
        As reflexões sobre o poder são permeadas de argumentos e contestações, em um amplo percurso histórico-filosófico. Muitas disciplinas tratam desse tema, que reúne abrangente campo semântico. E os diferentes estudos sobre poder partilham a convicção de seu caráter determinante na dimensão existencial do ser humano – da configuração da cultura à forma como a sociedade lida com seus problemas. Por isso mesmo, a partir das importantes contribuições dos diferentes campos do saber, é preciso compreender melhor o poder, com seus desdobramentos políticos na história, e os interesses envolvidos no seu exercício. Perceber o modo como o poder é exercido pelo indivíduo e no âmbito institucional permite enxergar soluções para os desafios. Além das pertinentes análises teóricas, torna-se fundamental reconhecer uma inegável situação: a configuração do poder revela fragilidade em seu exercício.
         O campo político restringiu toda essa realidade a um pífio desempenho na dinâmica partidária, o que compromete resultados e não gera a força necessária para as conquistas. Com frequência, pessoas “caem de paraquedas nas cadeiras do poder”. Os que se tornam “autoridade” não se dedicam a exercer adequadamente o papel de representantes do povo. Ao se definirem nomes para as instâncias de decisão, invariavelmente os requisitos de caráter pessoal são desconsiderados. Na ocupação de cadeiras, lugares, distribuição de títulos, têm mais influência os interesses cartoriais. Consequentemente, torna-se difícil transformar sistemas organizacionais – de instituições, segmentos civis ou religiosos – e romper dinâmicas interesseiras que não almejam o bem coletivo.
         Há, pois, um vácuo entre o poder e a real situação das autoridades, que se revela nos desempenhos medíocres. Essa mediocridade incide no exercício dos poderes constituídos e também no cotidiano de cidadãos comuns. Percebe-se que o poder aparece incontestavelmente fragilizado. Tudo em decorrência da falta de preparo profissional e humanístico, espiritual e cultural para o exercício da autoridade.
         Prova dessa triste realidade é a corrupção que se mostra de diferentes modos no contexto social. Há uma dificuldade para tratar, de forma adequada, o bem comum. Falta envergadura para evitar assaltos aos cofres públicos e, ao mesmo tempo, convive-se com a incapacidade para inovar. Todos sofrem com as mais diversas consequências – déficits estruturais, equívocos na definição de prioridades e ausência de respostas capazes de alargar horizontes. Perdem as pessoas e as instituições, que, deliberadamente, ou pela força dos medos e preconceitos, permanecem na rigidez, temendo o que é novo e diferente.
         O exercício da autoridade deve incluir sobretudo o compromisso com a verdade, a competência e a disposição para promover os avanços culturais e as conquistas. Fundamental é vencer a incompetência, o autoritarismo, a rigidez, as obscuridades e tudo o que reveste o poder de fragilidades.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro/2017 a ainda estratosférica marca de 332,38% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,29%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      





         

sexta-feira, 28 de julho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO MARKETING GOVERNAMENTAL E A POLÍTICA A SERVIÇO DA SAÚDE NA SUSTENTABILIDADE

“Atendimento pelas empresas públicas
        A visão de marketing precisa estar presente em todas as empresas privadas, pois é um pressuposto de sua existência. À medida que uma empresa não desenvolve adequadas estratégias de marketing, ela, por não ter muitos caminhos, tantas bases para se segurar, fecha as suas portas e acaba por deixar caminhos a serem percorridos por outras organizações mais competentes que ela.
         Quando se trata de empresas governamentais, essa realidade muda bastante, pois a visão de marketing que elas deveriam adotar raramente existe, mas, em vez de deixar o mercado, por inabilidade, elas têm o Estado como tutor, e a necessidades essencial do cidadão como abono para sua existência.
         É muito complexo fazer uma avaliação fidedigna, uma pesquisa de mercado válida dentro do setor público, uma vez que os respondentes dão suas respostas baseados em uma realidade restrita, em grande parte sem poder de comparações. Muitos serviços que deveriam ser avaliados e comparados são prestados tão somente por um fornecedor e, assim, não facilitam avaliações por parte do público que não tem outras referências.
         É comum que gestores e funcionários de órgãos governamentais se amparem nas normas e burocracias a que estão submetidos e assim se sintam confortáveis em dizer não aos cidadãos, porquanto, não precisam enxergá-los como pessoas isoladas. Outro fator reconhecido que tira o interesse do atendimento é o fato de que os impostos que eles pagam não irem direto para as áreas prestadoras, mas, sim, para outros órgãos governamentais de distribuição de verbas.
         Nesse cenário, o cidadão, de maneira geral, não tem atendimento nem de médio padrão e considera isso normal, pois ele convive com suas limitações pessoais, atracado pela burocracia que domina todo o contexto e pelo medo de não ser atendido e ficar a dever ao Estado. Alguns órgãos tratam o cidadão pressupostamente como alguém que está errado, irregular, fazendo cada vez mais exigências, e não oferecendo de volta o que ele realmente precisa. Filas inumanas, taxas e tarifas, exigências burocráticas e prazos extensos para respostas são características de grande parte dos serviços públicos prestados.
         Muito se fala contra a ideia do cliente-cidadão. Ao se levar esse termo ao “pé da letra”, sempre se acharão argumentos para que se arquitrave essa ideia, que já se tenta aplicar há algum tempo. Para consultores do mundo governamental, essa questão não precisa ser levada ao nível rígido das teorias sobre o Estado. Basta querer fazer esforços para atender bem melhor o cidadão e lhe oferecer serviços de alta qualidade. Se chamamos a isso de cidadão-cliente, habitante, cliente ou contribuinte, é a mesma coisa, o que se deve ser feito é melhorar o relacionamento e o padrão das soluções dadas a eles.
         É fundamental tornar a vida das pessoas mais digna e fácil de ser vivida, quando isso estiver diretamente sob a responsabilidade do Estado. Torna-se questão sine qua non que tudo isso seja tratado com menos teoria e mais situações positivas. Menos senões e mais buscas inteligentes e rápidas de soluções!
         Marketing governamental já é praticado em muitos países, com sucesso, e não deve ser confundido com marketing político. O primeiro, no Brasil, ainda é uma novidade, está em desenvolvimento lento e é bastante combatido por quem não quer sair do “quadrado aconchegante e sem correntes frias de ventos”. Ainda persiste o modelo burocrático da era industrial, em que eram entregues serviços de massa. Estamos agora na era da informação, vivendo no chamado mundo líquido, e cada cidadão é um ser único com necessidades específicas. Se não está assim, é hora de transformação rápida.
         Não se pode culpar os diversos tipos de crises vividas no país para dizer que agora não dá para transformar. Sempre é hora de atender melhor, de tornar melhor e mais rápida a burocracia mínima necessária. Sempre é o momento de aprimorar os serviços a serem prestados.
         O governo tem em mãos os mesmos instrumentos gerenciais que as empresas privadas e se souber administrar as limitações inerentes a qualquer empresa pública é possível utilizá-los de forma eficiente e eficaz.
         O processo de modernização e aumento da qualidade dos serviços prestados ao cidadão é uma questão de decisão e de uma visão de marketing que precisa a cada dia ser disseminada em todos os órgãos do governo. O Brasil tem tudo para melhorar extraordinariamente o atendimento ao cidadão, só falta efetivamente a vontade de começar.”.

(ROGÉRIO TOBIAS. Mestre e especialista em marketing; administrador. Professor dos cursos de MBA e pós-graduação em marketing na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Newton Paiva e UMA. CEO da RT Consultoria e Treinamento. Palestrante e coach. Autor do livro 121 artigos de marketing,  em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de julho de 2017, caderno NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES CLASSIFICADOS, coluna MARKETING, página 4).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 24 de julho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FRANCISCO BALESTRIN, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), e que merece igualmente integral transcrição:

“Política faz mal à saúde
        Os bastidores da engrenagem política brasileira nunca estiveram tão expostos. Se antes o silêncio acobertava certas práticas, o estardalhaço nos faz, agora, perceber com mais nitidez a interferência da corrupção e de interesses isolados em nosso percurso como sociedade.
         Muito do que ocorre politicamente no Brasil acomete, com uma intensidade cruel, o bem da saúde. E essa intromissão se manifesta de algumas formas. Toda vez que um projeto de lei ou medida provisória é anunciado, por exemplo, as câmaras legislativas se movimento sobre esse tema. Alguns agem para defender o espírito do projeto – seja a diminuição de impostos, um novo benefício ao cidadão, uma discussão a respeito de normatização para operadoras de saúde ou um debate de patente de medicamentos. Mas há, também, grupos organizados à espreita de uma oportunidade para negociar contrapartidas financeiras.
         Não faltam exemplos de agentes políticos que abraçam uma causa exclusivamente para auferir alguma vantagem econômica, para si ou para o grupo a que pertencem, aproveitando-se de interesses industriais e que representam, muitas vezes, bilhões de reais de investimentos mundiais. O caso das empreiteiras, hoje em evidência, expressa perfeitamente essa dinâmica. Nós já estamos cansados de saber como isso funciona, não é verdade? E também sabemos que a saúde é um palco óbvio e frequente de tais práticas. Sentimos como nunca a conexão desses episódios com o futuro que nos alcança.
         Outra situação que atrasa os avanços no setor habita as chamadas agências reguladoras, que teoricamente deveriam minimizar a assimetria de informações e de poderes entre consumidores e indústria, ou provedores de serviços. Essas entidades têm o papel de atenuar as diferenças e, ao mesmo tempo, fomentar o segmento. No entanto, o que ocorre, atualmente, é a segregação de projetos, interesses e condutas entre as diretorias que compõem essas instituições. E o que mais elucida esta nossa reflexão: muitos estão lá por nomeação estritamente política.
         As duas grandes agências que regulam a saúde demonstram a mesma patologia política. Ainda que o sujeito seja indicado pelo setor e tenha todas as qualificações recomendadas para tal posição, sempre existe, no desenho atual, a necessidade de um padrinho. Se não há esse consentimento, a indicação, por mais técnica, competente e unânime que seja, provavelmente não irá muito longe.
         Essa é a famigerada nomeação usada para escambo político e empresarial. Com ela vem a constante incerteza de que a estrutura política que ampara a saúde representa, de fato, o cidadão.
         Quando tomamos consciência do estágio de nação e de setor que vivenciamos, a defasagem em relação aos debates internacionais é ainda mais notória. A exemplo das reuniões do board da International Hospital Federation (IHF), das quais participo, a mediação de interesses por órgãos reguladores, por exemplo, é um assunto de caráter técnico e assimilado. Já mais maduras, as discussões estão amparadas pelo entendimento de que toda ação tem por fim a garantia de cidadania e, claro, a estabilidade econômica como um todo. A pergunta feita nesses encontros é: como garantir uma assistência à saúde que seja satisfatória individualmente e que, ao mesmo tempo, cumpra com o pacto do acesso universal?.
         Eu gostaria de não mais precisar reforçar que a saúde é extremamente sensível a gastos desnecessários, corrupção e visões fragmentadas, até porquê movimenta trilhões de dólares em todo o mundo; que o aumento da longevidade do ser humano e das doenças terão impactos excepcionais na Previdência e no tratamento do paciente; que a revisão dos alicerces políticos é uma imposição. Mas, enquanto os cordões político, econômico e ideológico não tiverem uma visão ética e socialmente responsável como tecido condutor de suas operações, ainda teremos que falar sobre isso.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio/2017 a ainda estratosférica marca de 345,10% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 301,45%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, em junho,  chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        



quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS IMPRESCINDÍVEIS MUDANÇAS NA GESTÃO E A FORÇA DOS DIÁLOGOS NA SUSTENTABILIDADE (1/169)

(Novembro =  mês 1; faltam 169 meses para a Primavera Brasileira)

“Mudanças urgentes na gestão
        As novas exigências dos clientes, associadas às novas tecnologias e às ações constantes da concorrência forçam as empresas a tomar novas posições estratégicas e a fazer mudanças muitas vezes radicais em todo o seu corpo diretor. As questões externas, em que não há meios de interferências, tais como as econômicas, determinações políticas, aspectos sociais, legais e tributários exigem das organizações muito maior capacidade de adequação, para o que muitos gestores não estão preparados.
         A capacidade de interpretação dos novos fatores de mercado não está presente numa grande parte das direções e isso as estão deixando atônitas com o cenário atual.
         Pensar com um espaço de tempo razoável não é mais possível. Muitas decisões têm que ser tomadas com firmeza e num tempo muito menor. A saída para esse momento é a aceitação e o que deu certo no passado tem muita pouca chance de dar certo novamente.
         Para a área contábil está ficando difícil, também para a área de recursos humanos, mas, o desafio maior está mesmo no marketing. O mercado está em ritmo constante de mudanças e está a cada momento mais difícil garantir resultados imediatos e também imaginar como serão os próximos tempos.
         A gestão de marketing exige profissionais e empresários que estejam completamente ligados no mercado e com energia tal que os tornem capazes de tomar decisões que, em outras circunstâncias, talvez nem fossem pensadas.
         É o novo mercado que se apresenta voraz e incógnito e o fato de haver crises, variação ou diminuição consequente da demanda, agrava ainda mais o cenário e gera um ambiente em que muitos profissionais não estão aparelhados para enfrentar.
         Ter uma visão voltada para a tomada de decisão imediata e conseguir pensar no futuro de médio e longo prazos é uma nova competência  que precisa fazer parte marcante no curriculum dos membros da diretoria e, principalmente, no CEO de todas as empresas.
         A área de finanças deve entrar nesse novo contexto e o profissional passa a ter ainda mais a necessidade de visão estratégica. O mesmo deve ser cobrado do pessoal de produção e desenvolvimento. Não é possível mais a nenhuma organização sobreviver sem que todas as suas áreas atuem de mãos dadas e com o olhar para a mesma direção.
         Vejo, porém, que diversas empresas ainda insistem em atuar de forma compartimentada e cada área com o olhar para si mesma. Os problemas maiores das organizações, em muitos casos, se concentram mais na sua forma atrasada de gestão do que necessariamente nas nuances do mercado, ou seja, a forma de gestão das empresas ainda é o seu maior inimigo.
         A mentalidade de marketing deve estar contida em todos os setores e níveis das empresas, e somente obterão sucesso aquelas que melhor souberem assumir essa nova postura de atuação.
         É questão sine qua non adotar novas posturas, assumir novos compromissos, adotar as metodologias modernas disponíveis no mercado, ver os investimentos com um olhar mais criativo e apostar em novas formas de atuação. Devem-se trazer para dentro da empresa as metodologias mais atualizadas, as tecnologias que tornem o contato com os clientes mais eficientes e eficazes. É fundamental ver a tecnologia como uma aliada e componente natural do planejamento da empresa.
         Adiantar-se às exigências dos clientes, sobrepor-se às mudanças do mercado, agora é uma missão natural das organizações e tudo deve ser feito para se atingir esse objetivo.”.

(ROGÉRIO TOBIAS. Mestre e especialista em marketing; administrador. Professor dos cursos de MBA e pós-graduação em marketing na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Newton Paiva e UMA. CEO da RT Consultoria e Treinamento. Palestrante e coach. Autor do livro 121 artigos de marketing, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de outubro de 2016, caderno NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES CLASSIFICADOS, coluna MARKETING, página 4).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 28 de outubro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Diálogos educativos
        O contínuo processo de deterioração global, que atinge tecidos culturais da civilização contemporânea, configura grave crise humanística e impõe urgente desafio: resgatar instituições diversas – políticas, religiosas, sociais, familiares e tantas outras – de certos funcionamentos que comprovam o descompasso de um tempo em que novas perguntas e complexas dinâmicas culturais convivem com respostas obsoletas e procedimentos ultrapassados. A necessária reconstrução civilizatória requer muitos investimentos, a começar pelos diálogos educativos, fundamentais em todos os processos, indispensáveis para superar o atual fenômeno de deterioração global.
         O conjunto de situações que ameaça a humanidade desafia a compreensão de líderes e cidadãos comuns. Por isso, buscar diálogos que impulsionem efetivos entendimentos a respeito da realidade, nas muitas ações cotidianas, nos diferentes âmbitos, constitui o caminho para se encontrar soluções. Obviamente, não basta que esses entendimentos sobre a realidade se concentrem nas mãos de uma minoria privilegiada. Indispensável é proporcionar a todos uma nova compreensão, que ilumine competências e, consequentemente, permita a intuição de novos modelos e funcionamentos capazes de garantir um futuro melhor. Esse desafio, que só pode ser vencido a partir de diálogos educativos, é capaz de promover reconfigurações nas instituições a partir de engrenagens: a muitas pessoas que as integram.
         Oportuno é reconhecer que a sociedade padece de estreitamentos no horizonte da compreensão e isso dificulta escolhas, atrasa respostas e gera verdadeiras prisões. Enjaulada, a humanidade não mais conta de encontrar as respostas novas que a complexidade sociocultural do mundo contemporâneo exige: permanece inerte neste tempo que demanda uma virada antropológica, de modo veloz, para evitar prejuízos irreversíveis. Sem a necessária ruptura com essa situação, a sociedade continua a se deixar conduzir rumo a direções que, invariavelmente, produzem deterioração e conflitos. Proliferam cenários degradantes que preocupam muito e, ao mesmo tempo, provocam sentimento de impotência, exatamente por não se saber o que fazer para superá-los.
         Quando se reflete, por exemplo, a realidade do sistema prisional brasileiro, que combina uma população carcerária numericamente tão alta, com poucos recursos para os processos de ressocialização, sabe-se que o país está potencializando um explosivo “barril de pólvoras”. Sua explosão atingirá a dignidade inviolável de cada pessoa, degradando o conjunto de toda a sociedade. Também causam preocupação os processos educativos dedicados aos jovens. Conduzidos em direções perigosas que ameaçam o futuro, esses processos carecem de investimentos capazes de qualificar os jovens para o exercício da cidadania. Essas e tantas outras realidades impactam a vida de todos, de modo especial o cotidiano dos mais pobres que, além de sofrerem com os pesos que lhes são impostos pela perversa exclusão social, perdem, gradativamente, a esperança.
         A continuar assim, a sociedade prossegue rumo a um precipício: a indiferença relativista. Fenômeno extremamente perigoso, que se revela em diferentes estatísticas. O número de assassinatos no Brasil, por exemplo, é semelhante ao de guerras. As mortes no trânsito, resultado da imprudência e do descaso, são também um desrespeito à vida. Essa indiferença relativista integra uma cultura dominante que se ocupa, prioritariamente, do que é exterior, visível, imediato, superficial e provisório. Ao mesmo tempo, deteriora a raízes culturais que são importantes para a humanidade. O preço já pago é a banalização da violência, o desconhecimento sobre a sacralidade da vida, o obscurantismo nas escolhas e nos posicionamentos.
         A indiferença relativista também promove a diminuição da competência racional e humanística dos cidadãos, incapacitando-os para a necessária tarefa de se alcançar respostas inventivas e criativas que devem substituir as engrenagens enferrujadas e comprometedoras do desenvolvimento integral. Há um antídoto para essa indiferença: investir nos diálogos educativos, envolvendo academias, escolas, famílias, igrejas, as instituições todas e cada cidadão, em um mutirão de intercâmbios de narrativas, com a partilha dos modos de ver a realidade. Esse exercício possibilita recuperar o tecido cultural, primeiro passo para reconstruir a sociedade. Ignorar a necessidade de se investir no diálogo é permanecer na amarga situação de cegueira, sem saber o rumo certo a seguir. Os diálogos educativos, por diferentes modos e dinâmicas, em todos os lugares, garantem o aprimoramento da compreensão cidadã para discernimentos e escolhas, ante a urgente tarefa de se reconstruir a cidadania brasileira.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 480,28% para um período de doze meses; e também em setembro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,48% e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 324,90%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

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