sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA APRENDIZAGEM SEM FRONTEIRAS E OS DESAFIOS DO COMÉRCIO EXTERIOR NA SUSTENTABILIDADE (28/142)


(Fevereiro = mês 28; faltam 142 meses para a Primavera Brasileira)

“Educação a distância: sim ou não?
        A educação a distância (EAD) cresce a passos largos no Brasil. Em 2004, havia 60 mil estudantes matriculados nessa modalidade de ensino. Em 2016, disparou, atingindo um total de 1.5 milhão de matriculados. Mesmo com a crise política e econômica dos últimos anos, dados da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) mostram que a modalidade a distância foi a única que apresentou crescimento de matrículas no Brasil e, hoje, são 1,8 milhão de alunos. O número de polos cresceu ainda mais: do final de 2017 para cá, passou de seis mil para mais de 15 mil em todo o Brasil.
         A expansão não só possibilita uma modernização e flexibilização do ensino, como levar a educação a um maior número de pessoas em diversas regiões do país. Esse crescimento no número de alunos de EAD no ensino superior tem forte poder de transformação social, pois envolve pessoas que, dificilmente, poderiam cursar o ensino superior presencial. Além disso, por alcançar com mais facilidade diferentes regiões do país, oferece a oportunidade de qualificação para uma população que vive em cidades menores, o que por se só é muito importante, pois favorece um desenvolvimento mais homogêneo do país.
         Porém, analisar apenas o crescimento dos números do EAD não é suficiente. Inúmeros estudos mostram que a educação superior a distância, apesar de ter grande potencial de oferta, só é benéfica se tiver qualidade. A maioria dos países tem procedimentos de acreditação acoplados a indicadores de qualidade, de maneira geral controlados pelos ministérios da Educação ou agências ligadas ao poder público, tais como o Chea dos Estados Unidos, o Acode da Austrália, o esforço do Instituto Latinoamericano y del Caribe de Calidad em Educación Superior a Distancia (Caled), e a European Association of Distance Teaching Universities (Eatu). Porém, enquanto as inovações educacionais viajam a jato, os procedimentos regulatórios do EAD andam a pé.
         Direito, enfermagem, odontologia e psicologia a distância, inclusive em instituições credenciadas, dependem da manifestação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) ou do Conselho Nacional de Saúde (CNS), e eles são contrários. Ora, não é possível ser habilitado a exercer profissões tão exigentes sem a prática e a troca de experiências em salas de aula.
         Para isso existe o ensino híbrido, que reúne o melhor dos dois mundos: a praticidade, capilaridade e economia de tempo e dinheiro do EAD, com a interatividade, convivência e experiência do presencial. Assim, ações de aprendizagem mais básicas, realizadas por meio de transmissão de conhecimentos pelo professor, como lembrar e entender, podem ser realizadas individualmente pelos alunos por meio dos conteúdos didáticos disponibilizados no ambiente virtual de aprendizagem. Já as ações de aprendizagem tidas como intermediárias, como aplicar e analisar, podem ocorrer em situações praticas com atividades ativas, análise de cenários e situações, fóruns de discussões e interação, que podem ser presencial ou virtual.
         Por outro lado, ações de aprendizagem mais complexas e elaboradas, como avaliar e criar, devem ser desenvolvidas em aulas presenciais, em que professores propõem atividades que demandam níveis mais elevados de ações cognitivas. Essas aulas são fundamentais para que os alunos desenvolvam a capacidade de analisar, criticar, planejar e produzir.
         Em suma, a educação híbrida – ou semipresencial, como chamamos no Brasil – precisa não apenas de tecnologia, mas de recursos pedagógicos eficazes e projetos de aula bem-estruturados para que o estudante aproveite 100% do aprendizado. No Brasil, o híbrido já é realidade – e o crescimento não deve parar nos próximos anos. Por isso, a fiscalização da qualidade desses cursos deve ser feita não apenas pelos órgãos de classe, mas por todos nós, se quisermos evoluir.”.

(CARLOS LONGO. Diretor da Associação Brasileira de Ensino a Distância e pró-reitor acadêmico da Universidade Positivo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de KAIO CEZAR DE MELO, Chief executive officer da Braver, empresa especializada em comércio exterior estratégico e relações internacionais, e que merece igualmente integral transcrição:

“Desafios para o comércio exterior
        A despeito de uma política externa que, pelo que tudo indica, será pouco convencional, a comunidade empresarial tem boas expectativas com o novo governo. O momento econômico do Brasil levou empreendedores a pensar a venda de seus produtos no exterior. Historicamente, os índices de exportação registram crescimento durante as crises, sobretudo em países emergentes. Para 2019, a aposta é pela continuidade do foco nas exportações como estratégia de negócio e não mais como alternativa emergencial.
         Ao que parece, a palavra de ordem será abertura. E, desde que acompanhada das reformas domésticas que tanto impactam nosso desenvolvimento, será muito bem-vinda. Hoje, a presença do Brasil no comércio exterior é inexpressiva, algo em torno de 1%. Somos um gigante tímido. Timidez, essa, também fruto da burocracia, da infraestrutura deficitária e da mão de obra, em geral, improdutiva.
         No quesito macroeconômico internacional, precisamos para além da América Latina e assumir um papel mais relevante entre os Brics (grupo de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) – enquanto houver contexto para isso – e avançar rumo à OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
         Quando a pauta é o Brics, a instabilidade política pela qual o Brasil passou nos últimos anos nos deixou em pé de desigualdade em relação aos demais países do grupo. A China, por exemplo, está a um passo de se tornar a maior economia do mundo. Fora isso, deveria haver facilitação no trânsito de pessoas entre essas potências. Nesse sentido, o único movimento que registramos, ainda insuficiente, foi entre Brasil e Índia, com o e-Visa. Precisamos simplificar o trânsito de capital intelectual entre esses países e não perder de vista nações como Canadá, Estados Unidos, Israel, Japão e Reino Unido, que tanto nos agregariam em ciência, tecnologia e inovação.
         Sobre a OCDE, México e Chile podem ser bons exemplos. Desde a entrada para esse seleto grupo, ambos têm registrado crescimentos expressivos no produto interno bruto, ano após ano. Nossos vizinhos Argentina, que conta com o apoio declarado dos Estados Unidos, e Peru já se movimentaram nessa direção, assim como a Croácia, Bulgária e Romênia. A chancela da organização favorece, entre outros aspectos, a atração de investimentos ao país, já que seus membros têm alto padrão de transparência nas relações e na gestão pública. A longo prazo, fazer parte do grupo pode corroborar a competitividade das empresas brasileiras e posicionar o país em um patamar internacional relevante, mais digno de nossa grandeza.
         No cenário doméstico, são necessários mais bons exemplos como o da Camex (Câmara de Comércio Exterior), que acabou de lançar um guia de boas práticas regulatórias que culminou na eliminação de 249 burocracias no comércio exterior, estabelecendo um marco regulatório consistente e transparente, bastante alinhado aos padrões internacionais.
Outro ponto importante são os obstáculos para empreender no Brasil. Hoje, ainda perde-se boa parte do tempo preenchendo papéis, indo a cartórios e/ou reclamando da telefonia, da internet, dos bancos. O empreendedor deveria concentrar seus esforços, exclusivamente, no desenvolvimento do seu negócio, e o governo, de fato, precisaria ser parceiro das empresas, papel que o Sebrae tem desempenhado muito bem para as micro e pequenas.
Quando o assunto é importação e exportação, precisa haver simplificação cambial nos financiamentos, no recolhimento de tributos, nas adequações jurídicas. Não faz muito sentido que o empreendedor domine, tecnicamente, as equações tributárias ou tenha despesas administrativas em função delas. Uma alternativa, já aplicada em Hong Kong, seria a tributação de empresas com menos de dois anos de operação, exclusivamente sobre o lucro auferido e/ou a criação de um imposto único e mais barato, espécie de VAT, amplamente difundido no exterior, sendo a União a responsável pelo repasse aos estados e municípios.
Na infraestrutura, é sabido que o fluxo de cargas no Brasil se dá, majoritariamente, pelas rodovias, da quais apenas 13% são pavimentadas. A ampliação da malha ferroviária, que representa apenas 15% do mapa logístico do país, facilitaria o transporte agrícola, carro-chefe do Brasil neste momento, e geraria uma economia de mais de R$ 15 bilhões ao ano, além de melhorar o trânsito nos grandes centros urbanos, ser menos poluente e mais seguro. A situação dos 37 portos em operação no Brasil também não é fácil. Em 2017, foi registrado o menor repasse portuário em 14 anos. Mas, além de recursos incipientes, falta gestão. Não há governança corporativa, o que abre precedente para a corrupção e diminui o interesse do investidor estrangeiro. Nesse contexto, a licitação dos portos seria uma alternativa.
Que seja bem-vindo o pragmatismo, a presença de profissionais técnicos em áreas-chave, e a disposição para negociação com grandes nações. E que venham, também, as reformas estruturais que nos permitirão crescer para além da subjetividade das expectativas e que tenhamos um projeto de país consistente a longo prazo, com uma pauta de exportação de alto valor agregado – não escorada no agro – e com pequenos e médios empreendedores que, mais do que ouvir falar, saibam da importância da internacionalização para a perpetuidade dos negócios.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.