(Fevereiro
= mês 28; faltam 142 meses para a Primavera Brasileira)
“Educação
a distância: sim ou não?
A educação a distância (EAD)
cresce a passos largos no Brasil. Em 2004, havia 60 mil estudantes matriculados
nessa modalidade de ensino. Em 2016, disparou, atingindo um total de 1.5 milhão
de matriculados. Mesmo com a crise política e econômica dos últimos anos, dados
da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) mostram que a
modalidade a distância foi a única que apresentou crescimento de matrículas no
Brasil e, hoje, são 1,8 milhão de alunos. O número de polos cresceu ainda mais:
do final de 2017 para cá, passou de seis mil para mais de 15 mil em todo o
Brasil.
A
expansão não só possibilita uma modernização e flexibilização do ensino, como
levar a educação a um maior número de pessoas em diversas regiões do país. Esse
crescimento no número de alunos de EAD no ensino superior tem forte poder de
transformação social, pois envolve pessoas que, dificilmente, poderiam cursar o
ensino superior presencial. Além disso, por alcançar com mais facilidade
diferentes regiões do país, oferece a oportunidade de qualificação para uma
população que vive em cidades menores, o que por se só é muito importante, pois
favorece um desenvolvimento mais homogêneo do país.
Porém,
analisar apenas o crescimento dos números do EAD não é suficiente. Inúmeros
estudos mostram que a educação superior a distância, apesar de ter grande
potencial de oferta, só é benéfica se tiver qualidade. A maioria dos países tem
procedimentos de acreditação acoplados a indicadores de qualidade, de maneira
geral controlados pelos ministérios da Educação ou agências ligadas ao poder
público, tais como o Chea dos Estados Unidos, o Acode da Austrália, o esforço
do Instituto Latinoamericano y del Caribe de Calidad em Educación Superior a
Distancia (Caled), e a European Association of Distance Teaching Universities
(Eatu). Porém, enquanto as inovações educacionais viajam a jato, os
procedimentos regulatórios do EAD andam a pé.
Direito,
enfermagem, odontologia e psicologia a distância, inclusive em instituições
credenciadas, dependem da manifestação do Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil (CFOAB) ou do Conselho Nacional de Saúde (CNS), e eles são
contrários. Ora, não é possível ser habilitado a exercer profissões tão
exigentes sem a prática e a troca de experiências em salas de aula.
Para
isso existe o ensino híbrido, que reúne o melhor dos dois mundos: a
praticidade, capilaridade e economia de tempo e dinheiro do EAD, com a
interatividade, convivência e experiência do presencial. Assim, ações de
aprendizagem mais básicas, realizadas por meio de transmissão de conhecimentos
pelo professor, como lembrar e entender, podem ser realizadas individualmente
pelos alunos por meio dos conteúdos didáticos disponibilizados no ambiente
virtual de aprendizagem. Já as ações de aprendizagem tidas como intermediárias,
como aplicar e analisar, podem ocorrer em situações praticas com atividades
ativas, análise de cenários e situações, fóruns de discussões e interação, que
podem ser presencial ou virtual.
Por
outro lado, ações de aprendizagem mais complexas e elaboradas, como avaliar e
criar, devem ser desenvolvidas em aulas presenciais, em que professores propõem
atividades que demandam níveis mais elevados de ações cognitivas. Essas aulas
são fundamentais para que os alunos desenvolvam a capacidade de analisar,
criticar, planejar e produzir.
Em
suma, a educação híbrida – ou semipresencial, como chamamos no Brasil – precisa
não apenas de tecnologia, mas de recursos pedagógicos eficazes e projetos de
aula bem-estruturados para que o estudante aproveite 100% do aprendizado. No
Brasil, o híbrido já é realidade – e o crescimento não deve parar nos próximos
anos. Por isso, a fiscalização da qualidade desses cursos deve ser feita não
apenas pelos órgãos de classe, mas por todos nós, se quisermos evoluir.”.
(CARLOS LONGO.
Diretor da Associação Brasileira de Ensino a Distância e pró-reitor acadêmico
da Universidade Positivo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
21 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de KAIO CEZAR DE MELO, Chief executive
officer da Braver, empresa especializada em comércio exterior estratégico e
relações internacionais, e que merece igualmente integral transcrição:
“Desafios
para o comércio exterior
A despeito de uma
política externa que, pelo que tudo indica, será pouco convencional, a
comunidade empresarial tem boas expectativas com o novo governo. O momento
econômico do Brasil levou empreendedores a pensar a venda de seus produtos no
exterior. Historicamente, os índices de exportação registram crescimento
durante as crises, sobretudo em países emergentes. Para 2019, a aposta é pela
continuidade do foco nas exportações como estratégia de negócio e não mais como
alternativa emergencial.
Ao que
parece, a palavra de ordem será abertura. E, desde que acompanhada das reformas
domésticas que tanto impactam nosso desenvolvimento, será muito bem-vinda.
Hoje, a presença do Brasil no comércio exterior é inexpressiva, algo em torno
de 1%. Somos um gigante tímido. Timidez, essa, também fruto da burocracia, da
infraestrutura deficitária e da mão de obra, em geral, improdutiva.
No
quesito macroeconômico internacional, precisamos para além da América Latina e
assumir um papel mais relevante entre os Brics (grupo de países de economias
emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) – enquanto
houver contexto para isso – e avançar rumo à OCDE (Organização para a
Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
Quando
a pauta é o Brics, a instabilidade política pela qual o Brasil passou nos
últimos anos nos deixou em pé de desigualdade em relação aos demais países do
grupo. A China, por exemplo, está a um passo de se tornar a maior economia do
mundo. Fora isso, deveria haver facilitação no trânsito de pessoas entre essas
potências. Nesse sentido, o único movimento que registramos, ainda insuficiente,
foi entre Brasil e Índia, com o e-Visa. Precisamos simplificar o trânsito de
capital intelectual entre esses países e não perder de vista nações como
Canadá, Estados Unidos, Israel, Japão e Reino Unido, que tanto nos agregariam
em ciência, tecnologia e inovação.
Sobre
a OCDE, México e Chile podem ser bons exemplos. Desde a entrada para esse
seleto grupo, ambos têm registrado crescimentos expressivos no produto interno
bruto, ano após ano. Nossos vizinhos Argentina, que conta com o apoio declarado
dos Estados Unidos, e Peru já se movimentaram nessa direção, assim como a
Croácia, Bulgária e Romênia. A chancela da organização favorece, entre outros
aspectos, a atração de investimentos ao país, já que seus membros têm alto
padrão de transparência nas relações e na gestão pública. A longo prazo, fazer
parte do grupo pode corroborar a competitividade das empresas brasileiras e
posicionar o país em um patamar internacional relevante, mais digno de nossa
grandeza.
No cenário
doméstico, são necessários mais bons exemplos como o da Camex (Câmara de
Comércio Exterior), que acabou de lançar um guia de boas práticas regulatórias
que culminou na eliminação de 249 burocracias no comércio exterior,
estabelecendo um marco regulatório consistente e transparente, bastante alinhado
aos padrões internacionais.
Outro ponto importante
são os obstáculos para empreender no Brasil. Hoje, ainda perde-se boa parte do
tempo preenchendo papéis, indo a cartórios e/ou reclamando da telefonia, da
internet, dos bancos. O empreendedor deveria concentrar seus esforços,
exclusivamente, no desenvolvimento do seu negócio, e o governo, de fato,
precisaria ser parceiro das empresas, papel que o Sebrae tem desempenhado muito
bem para as micro e pequenas.
Quando o assunto é
importação e exportação, precisa haver simplificação cambial nos
financiamentos, no recolhimento de tributos, nas adequações jurídicas. Não faz
muito sentido que o empreendedor domine, tecnicamente, as equações tributárias
ou tenha despesas administrativas em função delas. Uma alternativa, já aplicada
em Hong Kong, seria a tributação de empresas com menos de dois anos de
operação, exclusivamente sobre o lucro auferido e/ou a criação de um imposto
único e mais barato, espécie de VAT, amplamente difundido no exterior, sendo a
União a responsável pelo repasse aos estados e municípios.
Na infraestrutura, é
sabido que o fluxo de cargas no Brasil se dá, majoritariamente, pelas rodovias,
da quais apenas 13% são pavimentadas. A ampliação da malha ferroviária, que
representa apenas 15% do mapa logístico do país, facilitaria o transporte
agrícola, carro-chefe do Brasil neste momento, e geraria uma economia de mais
de R$ 15 bilhões ao ano, além de melhorar o trânsito nos grandes centros
urbanos, ser menos poluente e mais seguro. A situação dos 37 portos em operação
no Brasil também não é fácil. Em 2017, foi registrado o menor repasse portuário
em 14 anos. Mas, além de recursos incipientes, falta gestão. Não há governança
corporativa, o que abre precedente para a corrupção e diminui o interesse do
investidor estrangeiro. Nesse contexto, a licitação dos portos seria uma
alternativa.
Que seja bem-vindo o
pragmatismo, a presença de profissionais técnicos em áreas-chave, e a
disposição para negociação com grandes nações. E que venham, também, as reformas
estruturais que nos permitirão crescer para além da subjetividade das
expectativas e que tenhamos um projeto de país consistente a longo prazo, com
uma pauta de exportação de alto valor agregado – não escorada no agro – e com
pequenos e médios empreendedores que, mais do que ouvir falar, saibam da
importância da internacionalização para a perpetuidade dos negócios.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca
de 285,4% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem
(a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como:
a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida,
que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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