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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO ÉTICA DA SOCIEDADE E A LUZ DA SABEDORIA DAS LIÇÕES PASSADAS NA SUSTENTABILIDADE


“O Brasil rumo à OCDE?
        O ano de 2020 começou com diversas novidades que, apesar de serem aparentemente desconexas, estão fortemente interligadas. Um dos destaques foi o apoio recebido pelo Brasil dos EUA à sua candidatura para se tornar membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da qual já participam potências como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Japão, além de países latinos, como México e Chile.
         O atual governo demonstra forte interesse em ter o Brasil na OCDE, um processo que, contudo, demanda diversas etapas e cumprimento de ritos e requisitos. Para entre neste grupo, conhecido como “clube dos países ricos, será preciso atender regras e réguas desse seleto clube, adotando recomendações em áreas como ambiente, macroeconomia e combate aos crimes financeiros, entre outros temas.
         Assim como as empresas colhem frutos quando adotam boas práticas de governança, promovendo uma cultura de integridade, os países podem crescer e proporcionar melhores condições de vida à população quando adotam boas práticas de gestão pública e políticas eficazes e combatem a corrupção. Essas medidas atendem requisitos para atrair investimentos, além de obter empréstimos com juros mais baixos, o que ajuda na criação de empregos e negócios e no crescimento econômico.
         Levantamento recente realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo de Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que as principais preocupações do consumidor brasileiro são o combate ao desemprego e a melhora da saúde pública, seguidos de investimento em educação e, na sequência, combate à corrupção. E como promover emprego, saúde e educação? De onde virá o dinheiro?
         Por isso, a importância de investir em boa gestão pública, políticas eficazes e, é claro, no combate à corrupção. O dinheiro público deve ser utilizado para o benefício da população, e não para fins privados, ganhos individuais ou de pequenos grupos. O custo da corrupção está embutido no consumo da população brasileira e nas mazelas sofridas pelo povo. Pagamos caro por isso.
         No Fórum Econômico Mundial em Davos, o secretário geral da OCDE, José Angel Gurría, declarou que o combate à corrupção é um dos grandes desafios da América Latina, um câncer que afeta os diversos países da região – fato que o recém-publicado relatório anual da Transparência Internacional, conhecido como Índice de Percepção da Corrupção (IPC), ajuda a corroborar. O Brasil não está bem nesse ranking. E não é algo recente, tampouco pontual. O resultado do relatório precisa ser visto como um alerta.
         Como nação, precisamos mudar esse cenário. Podemos fazer mais para combater a corrupção e crimes associados, como a lavagem de dinheiro. E isso será requisito para o plano do Brasil de ingressar na OCDE ou para simplesmente encontrar um caminho de crescimento, geração de emprego e renda à população. Isso não é só papel de um presidente, de uma autoridade, de um professor, de um empresário, de um jornalista ou de qualquer cidadão, isoladamente. É trabalho árduo e amplo, que envolve a participação da sociedade civil, das diversas organizações públicas, privadas e do terceiro setor, os pactos setoriais, a boa gestão pública e atuação política efetiva e pró-Brasil.
         Não dá para desejar posição na OCDE ou crescimento sustentável sem ações efetivas de combate à corrupção e a outros crimes financeiros. A bandeira deve ser apartidária e defendida por cada cidadão.
         Precisamos combater o conflito de interesses, promover a transparência, aprimorar os instrumentos legais e regulatórios e fortalecer os conceitos de cidadania, democracia e ética em nosso ciclo de educação. A própria Transparência Internacional propõe ações de melhoria. Outra importante fonte para saber o que precisa ser feito são as novas medidas contra a corrupção, promovidas pela Transparência Internacional – Brasil, Instituto Ethos e outros.
         Evoluímos, mas precisamos fazer mais. Há paradigmas e círculos viciosos a serem quebrados e mudados. Daqui a cinco ou dez anos, um novo relatório do IPC será lançado pela Transparência Internacional. Conseguiremos estar efetivamente melhores? E quais manchetes terão destaque? A resposta está em nossa atuação quanto sociedade para que os jornais estampem a notícia que queremos ler: os brasileiros vivendo em melhores condições e progredindo.”.

(Jefferson Kiyohara. Professor em ética e compliance da FIA Business School, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de fevereiro de 2020, caderno OPINIÃO, página 12).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de julho de 2019, mesmo caderno, página 7, de autoria de JOÃO DEWET MOREIRA DE CARVALHO, engenheiro-agrônomo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Sabedoria é nunca
esquecer o passado
        A história da economia ensina que as pessoas e os governos nunca aprendem, de forma alguma, com seus erros passados. Ou seja, sempre que houve algum período de favorecimento econômico na vida pessoal ou de uma nação, a euforia momentânea sempre iludiu o favorecido e impediu que precauções, sempre necessárias ao futuro equilíbrio financeiro, fossem tomadas. Por quê? Porque, normalmente, as pessoas e os países agemcomo se momentâneos ventos da prosperidade fossem eternos. Esquecem-se eles que, além de os ciclos econômicos serem sempre ressurgentes, a sabedoria da fábula da formiga e da cigarra nunca deve ser desprezada. Afinal, o velho ditado diz que todo enorme progresso econômico sempre gera uma crise logo adiante. Tudo por falta de sensatez da parte dos governantes. Pois, o sucesso momentâneo sempre cega, completamente, os filhos dos homens. São fatos da vida. Incontestáveis.
         E tudo isso ocorre, apesar de toda boa equipe econômica saber que deve trabalhar sempre como o objetivo de manter a responsabilidade na contabilidade fiscal, além de conduzir a inflação sob controle. Principalmente, em países que trazem em seu histórico uma longa trajetória angustiosa de luta contra o descontrole dos preços, como o Brasil. Seja do lado inflacionário, quanto do fiscal. Afinal, qualquer neófito economista sabe que a manutenção de taxas de inflação baixas é pré-requisito para a queda da taxa básica de juros a um nível propício ao contínuo desenvolvimento de uma nação. Pois possibilita reduzir o risco sistêmico. Sendo uma das condições primárias para o aquecimento do comércio.
         Por isso, deve-se ficar atento com as excessivas alavancagens, tanto das empresas privadas quanto dos estados federativos. Pois, no início, é gerada uma falsa impressão de progresso, mas logo a fatura chega para ser paga. Pois o acúmulo de dívidas sempre dificulta a gestão e impede a sobra de caixa para investimentos. E sem contar que tudo isso aumenta o risco sistêmico nacional. E não é outra a situação atual dos estados brasileiros que tentam vender o almoço para comprar a janta., sem nenhum êxito. Pois a não ser que suas previdências façam parte da reestruturação nacional em curso e passem os responsáveis, em seguida, a praticar boas gestões administrativas, além de simplificar a estrutura organizacional e tributária estatal, fatalmente o caos tomará conta. E o que ocorrer, isoladamente, nos estados contaminará toda a nação. Com isso, o êxito da União e dos mais bem-organizados estados será transformado em fracasso pela falência dos entes federativos mais fragilizados. Contaminação falimentar é caso tão grave que deveria estar acima de qualquer mesquinha picuinha política.
         Em vista dessas questões, deve-se ter em mente que de nada valerá o excelente Mercosul com a União Europeia (EU). Afinal, o tremendo ganho comercial que trará a união aferida entre blocos poderá ser prejudicado pelo desequilíbrio econômico em curso. Por isso, as vaidades políticas devem ser contidas em nome de uma possível recuperação econômica da nação. Pois só assim será viável reativar o tão combalido mercado interno. E, com isso, prover de esperança de recolocação no mercado de trabalho milhões que se encontram atualmente desempregados.
         As crises econômicas são tão antigas quanto a existência do dinheiro, do comércio e dos mercados financeiros. Se no passado os soberanos diluíam o ouro ou a prata das moedas na ilusão de resolver seus dilemas econômicos, hoje em dia, os incapazes e arrogantes governantes pensam que suas supostas espertezas políticas os manterão a salvo dos custos produzidos pelas loucuras administrativas que se tornaram rotinas em seus governos. Ainda que alguns estejam pagando na cadeia por tais desatinos, mesmo assim, diante da memória curta da raça humana, muitos insistem nos mesmos caminhos dos criminosos alcançados pela Lava-Jato. Afinal, pensam, ilusoriamente, ter grandes poderes. Pois, ainda não perceberam que o verdadeiro poder já se encontra de novo de posse do povo brasileiro. No entanto, todos os que insistem em continuar a trilhar o caminho das trevas descobrirão da pior maneira que a paciência da população já se esgotou.
         Contudo, se a perspectiva futura estava totalmente escura, dias atrás, agora, depois de selado o acordo Mercosul com a EU, uma nova porta de esperança se abre para o Brasil. Por isso, como diz o famoso ditado dos interiores do país, das roças e d’outros rincões: “Estou batendo na cangalha para ver se o jegue entende”. Afinal, sabedoria é nunca esquecer o passado. E o do Brasil é recheado de oportunidades perdidas. Por tudo isso, fica o questionamento: seria o novo acordo Mercosul com a EU e as imprescindíveis e urgentes reformas o ponto de parte para o Brasil se tornar, desta vez, a nova potência mundial? Ou apenas fumaça ilusória?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 318,85% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 302,48%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


quinta-feira, 5 de setembro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA E OS RICOS E SEVEROS CLAMORES E DESAFIOS DA AMAZÔNIA NA SUSTENTABILIDADE


“Universidade pública é para todos
        O gasto médio do governo por aluno no Brasil é menos da metade dos países da OCDE – US$ 3.800, contra US$ 8.700, para o primeiro ciclo do ensino fundamental. Ou seja, o fato é que gastamos muito pouco com a educação básica. Com creches, então, nesse ritmo, esqueçam. Esse é o problema. Claro, cristalino. E vem a pergunta: cobrar mensalidades dos alunos e alunas das universidades públicas é a solução?
         Deduzindo os 50% de alunos das universidades públicas que são cotistas, mais os que comprovarem não ter renda suficiente para cobrir as despesas, mais ainda os que pagarem só em parte e depois inadimplir, o que vai ser arrecadado com a cobrança de mensalidades na universidade pública vai melhorar, em que nível, o quadro de penúria dos investimentos do governo na educação?
         Essa história de cortar e de cobrar para atender o contribuinte preocupado é uma falácia para encobrir um interesse muito mais perverso: o desmonte da universidade como unidade de ensino, extensão e pesquisa, como comunidade de inovação, como centro reconhecido de análise sobre os problemas do país e como referência para os que buscam uma crítica abalizada das boas e más práticas dos governos.
         Exatamente por termos uma população média sem formação para a análise científica dos fatos – afinal, foram tantas décadas sem investimentos adequados no ensino superior – que os membros do governo ainda têm respaldo para os comentários que fazem, como criticar as universidades públicas de fazerem pouca pesquisa ou de não contribuir para o desenvolvimento econômico do país. A falácia da improdutividade das universidades públicas brasileiras é tão facilmente desmentida pelos números do próprio MEC que nem vale a pena fundamentar uma defesa da gratuidade com esse argumento. É óbvio demais.
         Mas imaginemos que o governo faça o que promete: teremos alunos cotistas e alunos bolsistas integrais, alunos meio bolsistas, alunos que financiarão suas mensalidades em instituições financeiras e alunos abonados que confundirão seus boletos da universidade com o do apartamento em Miami. OK, será feito um tipo de justiça. Quem tem recursos, pague. Justo? Imagine que você em seu carro novo roubado e pela ajuda a um policial e ele lhe apresenta uma tabela com os preços que você deve pagar pelos serviços dele. Afinal, você, não? Justo?
         Segundo o jornal El País, “quatro de cada 10 pessoas que concluíram os estudos universitários nos EUA têm de devolver algum tipo de empréstimo. O total supera US$ 1,5 trilhão, montante que ultrapassa a riqueza de uma economia avançada como a da Espanha.”. Um governo ruim é aquele que defende algo cujas consequências ele não se preocupa em calcular. Um governo é ainda pior quando há precedentes e dados estatísticos conhecidos e disponíveis e, mesmo assim, não se preocupa com as consequências de seus atos. A universidade pública deve ser igual para todos os que a frequentam. Gratuita nunca foi. As pessoas pagam imposto e usufruem de direitos. O de estudar é um deles. O de ir a um posto de saúde, outro. O de contar com segurança pública, mais um. Falta, agora, um governo que avance, buscando mais qualidade e ainda maior abrangência. Isso exige conhecimento, competência e seriedade. Talvez aí resida o verdadeiro problema.”.

(DANIEL MEDEIROS. Doutor em educação histórica e professor no Curso Positivo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de agosto de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Romper barreiras
        O sertanejo usa, sabiamente, o verbo romper com uma semântica própria que se refere à imperiosa e indeclinável necessidade de se ir adiante. Não existe a hipótese de se pensar em parar ou, menos ainda, de retroceder. A alma sertaneja é, por isso mesmo, um poço de lições que alavancam a luta e apontam rumos para vencer barreiras, que não são poucas. Enfrentá-las é tarefa desafiadora para quem tem uma vida difícil. Exige-se um “passo a passo” ritmado para configurar um percurso em que não se pode parar. É preciso avançar sempre. Assim como essa referência sertaneja, “alma mater” na vida do povo brasileiro, outras culturas com suas dinâmicas e tradições constituem heranças relevantes para superar as crises contemporâneas. A sociedade deve, nesse sentido, revisitar suas tradições e dinâmicas culturais, para conquistar entendimentos novos à luz dessas heranças.
         As tradições podem ser ferramentas para se recuperar a força perdida, os sonhos desfeitos e consertar depredações que vão desfigurando a vida, a história, com a negociação insensata de valores, cada vez mais relativizados. O resultado desolador disso tudo está na desarrumação da casa comum, isto é, da comunhão. O planeta torna-se um “caldeirão efervescente”. Os avanços de inteligentes conquistas tecnológicas contracenam com irracionalidades que matam, interrompem projetos e sonhos. Diante dessa contradição, é preciso trabalhar para romper barreiras. Entre os obstáculos está a urgência de se mudarem mentalidades e ajustar compreensões com lâmpada luzente, indicando novos caminhos que permitam o encontro de respostas necessárias.
         Em pauta, de modo tenso e preocupante, está a realidade da Amazônia. Trata-se de temática delicada, por situar-se essa realidade no coração da nação brasileira, intocável em sua soberania, mas no contexto ampliado de mundo em se considerando sua enorme importância para o equilíbrio do planeta, com riquezas relevantes e de grande abrangência. Essa é uma pauta com força educativa para o conjunto da sociedade brasileira, com desdobramentos de incidências planetárias. Oportunidade para um percurso educativo indispensável ao se considerar que a Amazônia, por suas riquezas multiétnicas, multiculturais e religiosas, por seu tesouro mineral, de fauna e de flora, pode garantir uma importante virada civilizatória.
         O povo brasileiro, enriquecido com o patrimônio de tantos biomas e desafiado a um processo educativo transformador no horizonte da ecologia integral, tem na configuração gigantesca da Amazônia, na relevância dos biomas e dos povos tradicionais, oportunidade única para aprender a dar novo passo, rompendo barreiras de entendimentos e práticas comprometedoras do meio ambiente. Há, pois, em curso, uma grande movimentação para romper barreiras, que não são poucas – muitas delas relacionadas à idolatria do dinheiro e ao equivocado uso dos bens da criação. Por isso mesmo, dedicar-se à Região Amazônica não se trata de uma temática ambientalista, política ou econômica, simplesmente. A Amazônia é uma importante pauta cidadã exigindo que todos os segmentos da sociedade se abram aos impactos, de variados tipos, dali advindos com sua força transformadora e balizadora de possíveis novos marcos civilizatórios.
         No horizonte da ecologia integral, como aponta, humildemente, o papa Francisco na sua carta-encíclica sobre a casa comum, a sociedade brasileira é chamada a matricular-se nessa escola de aprendizagem nova que, para além de disputas e de tratamentos viciados, entendimentos pouco lúcidos, a exemplo da busca pelo lucro a todo custo, pode impulsionar alvissareiros e admiráveis patamares de desenvolvimento integral.
         A Amazônia não é uma pauta exclusiva de alguns segmentos. As responsabilidades e compromisso são diferentes, mas o interesse dever ser de toda a sociedade brasileira, em vista do bem comum, da configuração de um novo “ethos” balizador das esperanças grandes mudanças civilizatórias. Compreende-se, pois, nesse horizonte, para além dos graves problemas específicos, como as queimadas a serem contidas com ugência e qualificação, a brasilidade está convocada a uma nova aprendizagem por um modo novo de conhecer, respeitar e promover o que significa o conjunto da Amazônia. Desafio amazônico que a Igreja Católica acolhe a partir da convocação do papa Francisco: a realização do sínodo dos bispos para a Amazônia.
         A Igreja Católica, com a clarividência a respeito dos papéis e das tarefas de muitos outros atores está empenhada e investe na superação dos desafios da Amazônia, consciente de que há uma nova estrada a percorrer, lições a aprender e a missão de iluminar esse caminho com a força da palavra de Deus, lâmpada luzente. A Igreja oferece o melhor de si, a pessoa de Jesus Cristo, com os desdobramentos das urgências de se aprender o quanto aceita a tarefa de envidar esforços para novas respostas, reassume a responsabilidade de ser instrumento para construir um novo tempo, pelos valores do evangelho, no respeito e diálogo, comprometida com a edificação de uma sociedade justa e solidária a caminho do reino. É hora de romper barreiras.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 300,29% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 318,65%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,22%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 


       


segunda-feira, 1 de julho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DO OCEANO DE POSSIBILIDADES E AS ARMADILHAS E POTENCIALIDADES DO DESENVOLVIMENTO NA SUSTENTABILIDADE (33/137)


(Julho = mês 33; faltam 137 meses para a Primavera Brasileira)

“Oceano de possibilidades
        Quando falamos de oceano, costumamos ser levados a momentos de alegria e bem-estar, como mergulho entre as ondas, caminhadas à beira da praia, brincadeiras na areia ou viagens. Contudo, os oceanos nos oferecem benefícios que vão além da zona costeira, em uma rede socioambiental, cultural e econômica que está atrelada ao nosso cotidiano. É por essa razão que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o período de 2021 a 2030 como a Década dos Oceanos, com o objetivo de ampliar a cooperação internacional em pesquisa para promover a preservação dos mares e a gestão dos recursos naturais de zonas costeiras.
         A maior parte da biodiversidade do planeta está no oceano, que nos oferece inúmeros recursos para o modelo de vida que temos hoje, como lazer, pesca, petróleo e energias renováveis. Na área da saúde, pesquisas revelam que a proximidade com atua na prevenção de doenças e na promoção do bem-estar. Reconhecer a variedade e a importância dos serviços ecossistêmicos marinhos nos traz maior clareza sobre como somos beneficiados pelos mares.
         O oceano também regula o clima do nosso planeta – tanto na zona costeira como nas áreas continentais –, sendo um dos principais responsáveis por isso. Alterações nas condições oceano-climáticas geram efeitos ambientais e socioeconômicos. Provocam o aumento de eventos climáticos extremos, variações de temperatura, a prolongação de períodos de seca e chuvas, o aumento do nível do mar e a acidificação dos oceanos.
         Contudo, a exploração desses serviços nem sempre se dá de forma sustentável e gera múltiplos impactos. A ponta desse iceberg é o acúmulo de lixo no mar, que mostra como as ações humanas podem degradar o ambiente. A poluição marinha inclui, ainda tudo o que vai para o esgoto sem o devido tratamento, como medicamentos e produtos de limpeza, além de derramamentos de óleo e compostos químicos. Somam-se a esse cenário, a sobrepesca comercial, a ocupação irregular da região costeira, a destruição de hábitats e o turismo desordenado.
         A pesquisa, muitas vezes reconhecida apenas como geração de conhecimento, tem papel essencial na formação de cidadãos conscientes. Da mesma forma, a oceanografia e outras ciências devem ser usadas pelo poder público como subsídio para políticas públicas e tomada de decisão em busca do desenvolvimento sustentável.
         Devemos incorporar novos hábitos, além de propor e acompanhar mudanças. Quando somadas, pequenas ações locais vão gerar impactos positivos em escalas nacionais e globais, garantindo o oceano que precisamos para o futuro que queremos.”.

(MALU NUNES, engenheira florestal, mestre em conservação e diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza; RONALDO CHRISTOFOLETTI, biólogo, doutor em zootecnia, professor da Universidade Federal de São Paulo e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, e, VINICIUS GRUNBERG LINDOSO, coordenador de comunicação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de junho de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, caderno INTERNACIONAL, página 11, de autoria de PAULO DELGADO, e que merece igualmente integral transcrição:

“Armadilhas do baixo crescimento
        Sempre que insistimos em desconhecer os desafios da realidade mundial ficamos um pouco mais pobres. Negar de tudo que é realidade sempre estimulou reflexões pouco certeiras. Em relação ao capitalismo e sua força, por exemplo, dizendo que a riqueza e o lucro são ruins e de direita. Agora, vem o discurso de direita, dizendo que calor, CO2 e direitos humanos são mentiras de esquerda. Aliás, a organização do mundo por ideologia cultural e mística é um circo montado para que as pessoas se esqueçam do que realmente está em jogo.
         Saber o papel da ignorância na compreensão das coisas e qual a força do atraso de quem quer desestruturar a ordem institucional e científica do mundo por razões ideológicas ou políticas é fundamental. Uma das características mais duradouras encontradas em pesquisas de opinião nas democracias do mundo é o estarrecedor desconhecimento que as pessoas têm sobre assuntos que são pautas de políticas a serem decididas. Desconhecimento no sentido de incompreensão, falta de conhecimento. Não que as pessoas não tenham ouvido falar e até tenham opinião a respeito, mas simplesmente que elas não estão suficientemente informadas.
         Evidente que existe um componente educacional, mas essa falta de conhecimento vai de analfabeto a doutor. Algo compreensível, já que boa parte dos assuntos são específicos e mesmo quem estudou ou vivenciou muito um tema nem sempre está melhor equipado para julgar um assunto de uma área alheia. Como a maioria dos britânicos não sabiam da importância da União Europeia (UE) para o país.
         O que explica muito o Brexit, por exemplo, é que de todos os países da UE, a Inglaterra é a que pior avalia o grupo desde sempre. Foi o único país da UE que em todos os anos, de 2001 a 2018, mostrou que mais de 50% da população não confiava na UE. Ou seja, terreno fértil para se semear a discórdia. Enquanto isso, a população da maioria dos países do grupo diz confiar mais na UE do que nas instituições de representação nacionais. Os britânicos, pós Thatcher, desconfiam de ambas.
         Considerando que desconhecer é a regra, a opção pela moderação e uma opinião de centro é uma boa sabedoria. Um ponto de partida. Pouca gente se dá realmente ao trabalho de entender um tema a fundo, ouvir todos os argumentos, refletir, fazer as contas. Assimetria de informação é algo muito real e presente. Grande parte das vezes custa muito ter as informações certas. Por isso, na dúvida, o meio. Melhor regular a vida com mão leve.
         Aqui que está o problema atual. As pessoas estão fugindo do meio. Estão indo para as beiradas. Ou melhor elas estão sendo expulsas do centro, ou atraídas – através da coação – para os extremos. Isso é um fenômeno mundial nas democracias. O pior da polarização.
         O problema é que pautar sua opinião de forma constante e polarizada não é natural. Uma hipótese é que o ser humano evoluiu privilegiando a sensatez. A pessoa que não se interessa muito sobre um assunto e decide não aderir a nenhuma opinião extrema a respeito é uma sábia. Ela tem mais chances de sobreviver no quadro geral da vida, porque vai errar menos.
         Uma segunda hipótese é que a despeito da sabedoria do caminho do meio imperar ao longo da história, ela não permite grandes mudanças que alguns desejam ver em vida. o anseio por sentir-se parte de um grande momento transformador é cativante. Grandes mudanças de curso são naturalmente arriscadas. Por isso não são propostas nem lideradas por sábios.
         Como apontado por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, o Brexit foi uma vacina sobre o deslumbrado desejo de mudança radical dos destruidores de instituições. Ainda é cedo para dizer se a vacina chega à próxima eleição. Por isso, o crescimento dos partidos verdes no Parlamento Europeu é um ótimo alerta para quem prega o discurso obscuro que nega o problema das mudanças climáticas. É prejuízo certo aos interesses da agricultura de países com pretensão de entrar de forma positiva no comércio com a OCDE.
         O mundo vem balançando “fora da curva” da razoabilidade. Está visivelmente desequilibrado. A briga dos EUA com a China pelos cercamentos da tecnologia de informação e comunicação; a ganância sem fim que o petróleo segue impondo ao Oriente Médio; a possibilidade crescente de a China enfrentar de forma heroica seu lugar no mundo; os EUA dando empurrões inconvenientes na economia pelos quatro cantos do planeta; a Europa enfraquecida por seus antagonistas e pela falta de coragem de assumir uma união fiscal no bloco e liderar o mundo para a paz; a armadilha do baixo crescimento que tomou conta da América Latina e do Brasil. (Com Henrique Delgado).”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 299,78% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 320,87%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,66%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.