quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A CIDADANIA BUSCA MAIS QUE UM MESTRE

“Você abre os olhos e olha à sua volta, como se fosse pela primeira vez: o que vê? O céu, onde brilha o sol e flutuam as nuvens, árvores, montanhas, rios, feras, o vasto mar...? Não, antes se oferecerá outra imagem, a mais próxima, a mais familiar de todas (no sentido próprio do termo): a presença humana. A primeira paisagem que nós, seres humanos, vemos é o rosto e o rasto de outros seres como nós: o sorriso materno, a curiosidade de gente que se parece conosco e se movimenta em volta de nós, as paredes de um cômodo (modesto ou suntuoso, mas sempre feito, ou pelo menos arranjado, por mãos humanas), o fogo aceso para nos aquecer e nos proteger, instrumentos, adornos, máquinas, talvez obras de arte; em resumo: os outros e suas coisas. Chegar ao mundo é chegar a nosso mundo, ao mundo dos humanos, viver – para o bom e para o menos bom, para o mau também – em sociedade.”
(FERNANDO SAVATER – In Política para meu filho; tradução Eduardo Brandão. – São Paulo: Martins Fontes, 1996, página 21).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de fevereiro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de EDUARDO SHINYASHIKI, Consultor, palestrante e diretor da Sociedade Cre Ser Treinamentos, que merece INTEGRAL transcrição:

“Mais que um mestre

Educação é a base para o desenvolvimento de qualquer nação. Dessa forma, o professor se torna peça chave na formação do ser social. É ele quem vai guiar a produção do conhecimento e o futuro profissional e acadêmico de cada criança. No entanto, uma recente notícia sobre professores alarmou pais e estudantes. A Secretaria de Educação de São Paulo anunciou que usará professores reprovados em exames para ministrar aulas no ensino básico. O sindicato do setor anunciou ainda que esses professores vão para as periferias da capital, em que o desempenho dos alunos é abaixo da média nacional. Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego, 80% dos professores ativos no Brasil participam da educação básica, ou seja, educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.

Para solucionar esse problema, é preciso primeiro ter presente que o professor é muito mais que um transmissor de conhecimentos. É ele também quem vai estimular a criança a ter características exigidas pelo mercado de trabalho. Em uma de minhas palestras, em específico a realizada na Unesco, para educadores, lembro-me de que iniciei a reflexão com a seguinte pergunta: “Quais as qualidades exigidas a um cidadão em uma entrevista para empregos?”. Muitos falaram, ao mesmo tempo, vários atributos. Liderança, comunicação, trabalhar em equipe, iniciativa, criatividade, flexibilidade, entre outras. Foram inúmeras as características citadas pelos participantes da palestra e todas elas se encaixam no perfil selecionado pelas empresas. Respondi então a eles com uma segunda pergunta: “Nós como educadores estamos pondo dentro da sala de aula essas qualidades?” Foi quando disse a todos: “Se não estivermos fazendo isso como uma prática dentro da sala de aula, estaremos engrossando a fila dos desempregados”. Pois é exatamente esse questionamento que o docente pode fazer a si mesmo.

O papel do educador dentro e fora da sala de aula é de extrema importância para os alunos. O professor é um dos principais líderes da vida de uma criança. É ele que, juntamente com os pais, vai influenciar diretamente no desenvolvimento dela. Ele irá conduzir os alunos rumo ao conhecimento e a sabedoria. A escola é o primeiro ambiente que a criança encontra fora da família e o mestre será uma das pontes mais importantes de transição da infância para a vida adulta. Nesse sentido, o docente deverá ser um bom exemplo e passar a sua melhor característica para os alunos, agindo como um cidadão ético e responsável, ciente de sua missão de transmitir valores para um futuro profissional.

As rápidas mudanças podem afetar alguns setores da sociedade e a educação não está excluída desse cenário. Assim, o professor deve enfrentar grandes desafios em sua profissão, além de se especializar para comunicar o conhecimento, ele precisa estar atento em transmitir mais que isso, é preciso mostrar aos pequenos que motivação e qualidades devem crescer dentro de nós e nunca se perder em meio aos problemas da vida. Os grandes professores que se permitem ensinar e transmitir o amor e a dedicação nos marcam de forma positiva, deixam resultados perenes e transmitem de forma inequívoca valores e ideais, promovendo uma verdadeira transformação na vida de cada pessoa.”

Eis, pois, a EDUCAÇÃO – CIDADANIA – QUALIDADE como a EXTRAORDINÁRIA força para a INADIÁVEL e URGENTE transformação do PAÍS numa verdadeira SOCIEDADE que seja JUSTA, ÉTICA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA e que POSSAMOS, ainda no horizonte dos grandes marcos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos previstos para o PRÉ-SAL, onde INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS façam EFETIVAMENTE como BENEFICIÁRIOS diretos TODOS os BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIRAS...

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

Um comentário:

Anônimo disse...

Com certeza o papel do educador vai além da sala de aula. Dentr ou fora, principalmente na educação infantil, o professor é o modelo, como se fosse um ídolo dos pequenos que reproduzem em casa o que acontece em sala de aula. Ensinar com amor e dedicação é um dos principios que Helena Antipoff sempre quis passar para os "mestres". Ser mestre, trás em si a importancia do ato de educar, que não pode se limitar ao transmitir conhecimentos. Educar está além de ensinar a somar ou unir as letras para formar as palavras, está na consciencia da formação do indivíduo e a forma como ele irá aplicar o "saber". É ver o pequeno estudante como um grande cidadão e que irá trilhar caminhos as vezes traiçoeiros, mas que o amor que veio junto com a educação poderá se tornar um sinal para ele decidir o caminho que quer seguir. Não se é preofessor apenas um ano, mas se permanece professor na memória e na formação do aluno para toda a vida. O tempo de escola ficam entre as lembranças que nunca podem ser apagadas. Quisera que nossas crianças ainda encontrem mas escolas, mestres e não apenas um profissional que está ali por tantas razões que não o amor a profissional e o valor de ser um edicador, independente se nossos governantes ainda não entendam o real valor da educação.