quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A CIDADANIA E A NOVA SOLIDARIEDADE

“[...] a economia cidadã [...]

E isso também se traduz pelo sentimento de uma comunhão de interesses, pois cada membro sente-se concernido pelo desenvolvimento do outro: uma manifestação pública organizada por um dos movimentos (Finansol, por exemplo) sempre atrai, além das pessoas diretamente envolvidas em sua ação específica, membros das outras redes e, em torno deles, todos aqueles que se interessam pela economia, pela solidariedade e pelo desenvolvimento sustentável: movimentos sociais e sindicais, redes políticas, representantes eleitos, movimentos religiosos, professores, assistentes sociais, círculos intelectuais e muitos aposentados também, que se sentem liberados de um dever de reserva e que aconselham à juventude, também ela interessada, entusiasmada, questionadora, mas também vigilante!”
(HENRI ROUILLÉ D’ORFEUIL, in Economia Cidadã: alternativas ao neoliberalismo; tradução de Patrícia Chitoni Ramos. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, página 132).

“A nova solidariedade

A nova solidariedade é o princípio acenado pelo papa João Paulo II na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, em 1990. O papa Bento XVI falava da solidariedade global em 2009, por ocasião da celebração dessa data. A solidariedade, nova e global, é um valor indispensável e insubstituível para avançar em projetos novos que tutelem a criação e garantam conquistas adequadas no âmbito do desenvolvimento integral. É preciso insistir e investir na formação da consciência social e política ancorada no princípio da solidariedade. Não bastam simplesmente as garantias democráticas, advindas das abordagens e impostações ideológicas. A Doutrina Social da Igreja assinala que a solidariedade é que confere particular relevo à intrínseca sociabilidade da pessoa, à igualdade de todos em direitos e dignidade. Essa é a direção que pode assegurar uma possível e necessária unidade entre os povos. Os caminhos apropriados para essa solidariedade estão bem configurados e facilitados no contexto das conquistas contemporâneas.

Os meios de comunicação, no âmbito da telemática e dos progressos da informática, além do crescente volume de intercâmbios comerciais, mostram o quanto tecnicamente é possível estabelecer relações entre as pessoas, ainda quando situadas muitos distantes umas das outras. É um fenômeno sem igual desde o começo da humanidade. Contudo, essas facilidades e tudo o que as caracteriza, estampam um mundo desigual – marcado por variadas formas de exploração, corrupção e opressão – com incidências muito determinantes na vida dos Estados. Esse processo de interdependência, cada vez mais acelerado, ocorre entre pessoas e nações. Nesse caso, especialmente, é preciso um suporte e empenho intensos no plano ético-social. Do contrário, não se dará conta de superar a situação de injustiça nas suas dimensões planetárias, com repercussões nefastas no conjunto da humanidade.

Essas relações de interdependência devem ser transformadas em formas de solidariedade de caráter ético-social, enquanto exigência moral inerente a todas as relações humanas. A Doutrina Social da Igreja sublinha que esse caráter tem dois importantes aspectos complementares: o princípio social e o da virtude moral. Assim, a solidariedade deve ser tomada como princípio social ordenador das instituições, possibilitando a superação das estruturas de exclusão e exploração. Isso se efetivará com a inteligência das modificações de leis, ordenamentos variados e, particularmente, nas perversas regras do mercado.

Com virtude moral, a solidariedade faz brotar no coração humano o indispensável sentimento de compaixão que se traduz na determinação de empenhar-se pelo bem comum, mantendo acesa a chama da consciência que atiça o sentido de responsabilidade pelo bem de todos, especialmente enquanto compromisso com os mais pobres e sofredores. Quando, pois, se aborda o sentido e alcance do bem comum, compromisso central de cartas magnas e de ordenamentos nas sociedades, é preciso estar atento para o quanto esse valor está próximo da solidariedade. Dissociado desse sentimento, o sentido do bem comum corre sérios riscos de deturpação, indiferença e desrespeito.

O princípio da solidariedade implica – recorda a Doutrina Social da Igreja – cultivo, pelos homens de nosso tempo, de uma maior consciência do débito que têm para com a sociedade na qual estão inseridos. Todos são devedores daquelas condições que possibilitam a existência humana de modo digno e íntegro. Essa dívida tem que ser honrada com muitas ações no agir social e político. É uma convicção fundamental do pensamento social da Igreja Católica que o desenvolvimento integral do homem não pode ser efetivado sem o desenvolvimento solidário da humanidade. Assim, ressalta o papa Bento XVI, também na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano.

É preciso encorajar as pesquisas para explorar potencialidades que permitam melhores condições do uso do meio ambiente; cuidar do sistema hidrogeológico global, da água, com sérios propósitos de reconquistar estabilidade para superação das alterações climáticas. Não são dispensáveis as urgências de políticas idôneas na gestão de florestas, tratamento do lixo, na luta contra a pobreza. Esses indicadores de caráter sistêmico não dispensam condutas individuais, articuladas na vida comunitária e grupal, quanto à urgente necessidade de sair, diz o papa Bento XVI, lógica de mero consumo para promover formas que respeitem a ordem da criação e sejam satisfeitas as necessidades primárias de todos. A hora de nova solidariedade.”

Eis, pois, mais páginas que nos MOTIVAM e FORTALECEM nessa grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE, que no horizonte de EXCEPCIONAL AGENDA – investimentos BILIONÁRIOS com a realização da COPA DO MUNDO DE 2014, da OLIMPÍADA DE 2016 e da exploração do PRÉ-SAL, permita a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, LIVRE, SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA e, sobretudo, ancorada no princípio da SOLIDARIEDADE, podendo PARTILHAR as EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS PÁTRIAS com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS.

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, a nossa Fé e ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

Um comentário:

te disse...

Cuidar do meio ambiente está também ligado com a educação. Cidadania e solidariedade unidas à consciencia ambiental sem a educação e a orientação do povo se torna comlexo. Vejo no dia a dia, ações simples como não jogar papel na rua. Infelizmente uma grande parte da população nem se liga neste aspecto. O resultado estamos vendo por todos os lados através das devastações que a chuva está causando nas capitais e no interior. Sim temos que voltar nossa atenção e cuidar centrando as ações em um desenvolvimento sustentável e humano.