quarta-feira, 25 de maio de 2016

A CIDADANIA, A TRANSCENDÊNCIA DA ENERGIA INTERIOR E OS DESAFIOS DA JUVENTUDE TRABALHADORA

“Colaborando com a vida por 
meio da própria transformação
        Se uma pessoa age movida por uma energia do nível instintivo, o relacionamento com a situação na qual ela atua também será instintivo; isso vale para todos os níveis. Mesmo que em cada indivíduo exista faixas vibratórias que vão desde os níveis mais densos até o Divino, ele relaciona-se com o universo e com tudo que o cerca naquela faixa de onde o impulso partiu.
         Para que possamos colaborar com a redução do processo de conflito no planeta, cada indivíduo deve eliminar as lutas dentro de si mesmo. Para isso, suas manifestações não devem ter origem em impulsos originados nas dimensões humanas, onde a energia do caos existe. A cada instante a consciência tem oportunidade de liberar-se ou escravizar-se. Não existe momento na vida em que essa escolha não tenha que ser feita.
         Quando o impulso espiritual toca o ser, mesmo que externamente não se cumpra em toda sua plenitude, o momento de abertura, do “sim, faça-se a Tua Vontade”, sintetiza o contato com a energia de transformação para o qual o ser deveria abrir-se. Entretanto, estando a consciência encarnada, esse contato vai projetando-se e refletindo-se no corpo mental, emocional e físico, e cada um deles terá também que dizer seu “sim” para que o impulso se instale completamente.
         Diante dos impulsos que recebemos, é preciso permanecer tranquilo e saber escutar as indicações que por meio deles nos são dadas. Se a Luz ainda não pode ser vista e se ainda há pedras no caminho daquele que faz sua busca espiritual, é para que ele possa preparar-se para reconhecer o brilho que está vindo ao seu encontro, e confiar na Fonte Divina que dá origem a tudo o que existe.
         Entretanto, somos motivados a reagir diante de situações que a vida nos traz. O controle sobre as forças da autoafirmação do ego humano e sobre as reações que emergem frente ao que se opõe aos nossos conceitos é um desafio e uma chave de salvação. A recomendação é para não contribuir com espécie alguma de conflito.
         Cada reação negativa de um ser que tem consciência de planos onde a harmonia existe é como uma gota numa barragem de conflitos materiais, que se encontra prestes a romper-se na humanidade. Essas gotas carregam um volume maior do que o das geradas por indivíduos cujo grau de consciência restringe-se aos limites materiais. É necessário vigiar. Para a realização do Plano de Deus somos convidados a viver uma vida superior, elevada. Precisamos estar atentos para que as lutas não nos arrastem em suas tramas.
         O homem deve saber para onde dirigir sua vontade. Se à busca de pérolas do mundo ele dedicar sua atenção e energia, conseguirá tesouros que o mundo cobiça e o tempo destrói. Porém, tendo transcendido a busca por aquilo que perece, descobrirá que mais profundos do que as vertentes temporais são os mares da boa vontade; e quando nestes se banhar, verá que ainda mais além estão os oceanos da sabedoria.
         Quando as mãos do homem forem as mãos do Espírito, a Beleza tomará forma. Quando o falar do homem for a voz do Espírito, o Verbo se deixará conhecer. Quando o olhar do homem for a visão do Espírito, o mundo se mostrará perfeito. Quando o querer do homem for o estímulo dado pelo Espírito, a vida se realizará em plenitude. Quando o pensar do homem estiver na vontade do Espírito, Deus se manifestará.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de maio de 2016, caderno O.PINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de maio de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CLEMENTE GANZ LÚCIO, sociólogo, diretor técnico do Diese, membro do CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e do Grupo Reindustrialização, e que merece igualmente integral transcrição:

“Jovens
trabalhadores
na boa luta
         Quem entrou no mercado de trabalho depois de 2004, muito provavelmente desconhece o que é desemprego estrutural ou de longa duração, esse facão que destrói vidas, sonhos e perspectivas. Por aproximadamente uma década, a geração de empregos foi resultado de uma dinâmica econômica de crescimento em um ambiente de expectativa favorável sobre o futuro.
         Há algum tempo, a situação mudou e a crise econômica, fenômeno cíclico no capitalismo, ganhou predominância. A incerteza sobre o futuro voltou. A crise mundial é muito grave e atinge o Brasil. Porém, esta nossa crise também decorre de vários problemas internos, sobrepostos. Estamos dentro de uma grande tempestade econômica e política, que tem efeitos devastadores sobre o emprego e os salários. O que podemos dizer aos jovens é que essa grande turbulência vai passar, que sairemos dela. O que ninguém sabe dizer é quando.
         O período é de resistência à destruição que a crise provoca, acionando todos os mecanismos e instrumentos de proteção. É preciso ter claro que a prioridade é preservar os empregos, oferecer proteção aos desempregados e oportunidades rápidas de acesso à renda. Além da proteção às pessoas, essa ação deve resguardar e reanimar um vetor dinamizador da economia, que é o mercado interno, movido pela capacidade de consumo das famílias.
         Além de resistir, é preciso insistir vigorosamente na retomada do crescimento econômico, condição para a geração e sustentação dos empregos. A atividade econômica precisa ser reanimada, com as empresas decidindo produzir. Mas essa decisão só será tomada se houver confiança de que haverá consumidores internos e externos (pessoas, famílias, empresas, governos) dispostos a comprar. Sem a demanda não há produção e, muito menos, investimento para ampliar a capacidade produtiva.
         Os trabalhadores compram e consomem se tiverem, antes de tudo, emprego e salário e, nessa condição, o crédito ajuda muito para antecipar o consumo. As empresas competitivas investem na produção se souberem que concorrerão em condições equânimes, com estabilidade nas regras, infraestrutura adequada para sustentar a produção e se a demanda for efetiva no tempo. Todos apostarão no presente, se houver confiança no futuro.
         Os jovens de hoje viveram um período de expectativas favoráveis, sonharam e projetaram suas vidas, tiveram campo favorável para construí-las até aqui e contribuíram, com estudo, trabalho e consumo, para uma dinâmica favorável da economia. Agora será preciso aprender a viver em condições desfavoráveis, enfrentar novas adversidades e descobrir que a superação não ocorre de maneira solitária, mas em conjunto, unindo forças e revigorando as instituições capazes de colocar em movimento a dinâmica do crescimento.
         O sindicato é uma ferramenta de resistência e insistência na superação da crise. Descobri-lo como instrumento de luta é uma oportunidade. Fazer do sindicato um espaço para debater as saídas locais, setoriais, nacionais e internacionais para a crise é um momento raro de formação. Lutar para implementar essas medidas é aprender a construir expectativas favoráveis que levam a decisões que antecipam o futuro, fazendo do presente um momento de construção e investimento. Decidem pessoas, famílias, organizações, empresas e governos.
         A boa luta dos sindicatos inclui, além de elaborar os diagnósticos, desenvolver a capacidade de produzir e apresentar propostas – o que, como e quando fazer –, debatê-las, negociá-las, atuar para implantá-las e trabalhar para construí-las diariamente.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e mais ainda em abril, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,28%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 308,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  





 

     

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