“Colaborando
com a vida por
meio da própria transformação
Se uma pessoa age
movida por uma energia do nível instintivo, o relacionamento com a situação na
qual ela atua também será instintivo; isso vale para todos os níveis. Mesmo que
em cada indivíduo exista faixas vibratórias que vão desde os níveis mais densos
até o Divino, ele relaciona-se com o universo e com tudo que o cerca naquela
faixa de onde o impulso partiu.
Para
que possamos colaborar com a redução do processo de conflito no planeta, cada
indivíduo deve eliminar as lutas dentro de si mesmo. Para isso, suas
manifestações não devem ter origem em impulsos originados nas dimensões
humanas, onde a energia do caos existe. A cada instante a consciência tem
oportunidade de liberar-se ou escravizar-se. Não existe momento na vida em que
essa escolha não tenha que ser feita.
Quando
o impulso espiritual toca o ser, mesmo que externamente não se cumpra em toda
sua plenitude, o momento de abertura, do “sim, faça-se a Tua Vontade”,
sintetiza o contato com a energia de transformação para o qual o ser deveria
abrir-se. Entretanto, estando a consciência encarnada, esse contato vai
projetando-se e refletindo-se no corpo mental, emocional e físico, e cada um
deles terá também que dizer seu “sim” para que o impulso se instale
completamente.
Diante
dos impulsos que recebemos, é preciso permanecer tranquilo e saber escutar as
indicações que por meio deles nos são dadas. Se a Luz ainda não pode ser vista
e se ainda há pedras no caminho daquele que faz sua busca espiritual, é para
que ele possa preparar-se para reconhecer o brilho que está vindo ao seu
encontro, e confiar na Fonte Divina que dá origem a tudo o que existe.
Entretanto,
somos motivados a reagir diante de situações que a vida nos traz. O controle
sobre as forças da autoafirmação do ego humano e sobre as reações que emergem
frente ao que se opõe aos nossos conceitos é um desafio e uma chave de
salvação. A recomendação é para não contribuir com espécie alguma de conflito.
Cada
reação negativa de um ser que tem consciência de planos onde a harmonia existe
é como uma gota numa barragem de conflitos materiais, que se encontra prestes a
romper-se na humanidade. Essas gotas carregam um volume maior do que o das
geradas por indivíduos cujo grau de consciência restringe-se aos limites
materiais. É necessário vigiar. Para a realização do Plano de Deus somos
convidados a viver uma vida superior, elevada. Precisamos estar atentos para
que as lutas não nos arrastem em suas tramas.
O
homem deve saber para onde dirigir sua vontade. Se à busca de pérolas do mundo
ele dedicar sua atenção e energia, conseguirá tesouros que o mundo cobiça e o
tempo destrói. Porém, tendo transcendido a busca por aquilo que perece,
descobrirá que mais profundos do que as vertentes temporais são os mares da boa
vontade; e quando nestes se banhar, verá que ainda mais além estão os oceanos
da sabedoria.
Quando
as mãos do homem forem as mãos do Espírito, a Beleza tomará forma. Quando o
falar do homem for a voz do Espírito, o Verbo se deixará conhecer. Quando o
olhar do homem for a visão do Espírito, o mundo se mostrará perfeito. Quando o
querer do homem for o estímulo dado pelo Espírito, a vida se realizará em plenitude.
Quando o pensar do homem estiver na vontade do Espírito, Deus se manifestará.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de maio de 2016, caderno O.PINIÃO, página 20).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de maio
de 2016, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de CLEMENTE GANZ LÚCIO,
sociólogo, diretor técnico do Diese, membro do CDES – Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social e do Grupo Reindustrialização, e que merece
igualmente integral transcrição:
“Jovens
trabalhadores
na
boa luta
Quem
entrou no mercado de trabalho depois de 2004, muito provavelmente desconhece o
que é desemprego estrutural ou de longa duração, esse facão que destrói vidas,
sonhos e perspectivas. Por aproximadamente uma década, a geração de empregos
foi resultado de uma dinâmica econômica de crescimento em um ambiente de
expectativa favorável sobre o futuro.
Há
algum tempo, a situação mudou e a crise econômica, fenômeno cíclico no
capitalismo, ganhou predominância. A incerteza sobre o futuro voltou. A crise
mundial é muito grave e atinge o Brasil. Porém, esta nossa crise também decorre
de vários problemas internos, sobrepostos. Estamos dentro de uma grande
tempestade econômica e política, que tem efeitos devastadores sobre o emprego e
os salários. O que podemos dizer aos jovens é que essa grande turbulência vai passar,
que sairemos dela. O que ninguém sabe dizer é quando.
O
período é de resistência à destruição que a crise provoca, acionando todos os
mecanismos e instrumentos de proteção. É preciso ter claro que a prioridade é
preservar os empregos, oferecer proteção aos desempregados e oportunidades
rápidas de acesso à renda. Além da proteção às pessoas, essa ação deve
resguardar e reanimar um vetor dinamizador da economia, que é o mercado
interno, movido pela capacidade de consumo das famílias.
Além
de resistir, é preciso insistir vigorosamente na retomada do crescimento
econômico, condição para a geração e sustentação dos empregos. A atividade
econômica precisa ser reanimada, com as empresas decidindo produzir. Mas essa
decisão só será tomada se houver confiança de que haverá consumidores internos
e externos (pessoas, famílias, empresas, governos) dispostos a comprar. Sem a
demanda não há produção e, muito menos, investimento para ampliar a capacidade
produtiva.
Os
trabalhadores compram e consomem se tiverem, antes de tudo, emprego e salário
e, nessa condição, o crédito ajuda muito para antecipar o consumo. As empresas
competitivas investem na produção se souberem que concorrerão em condições
equânimes, com estabilidade nas regras, infraestrutura adequada para sustentar
a produção e se a demanda for efetiva no tempo. Todos apostarão no presente, se
houver confiança no futuro.
Os
jovens de hoje viveram um período de expectativas favoráveis, sonharam e
projetaram suas vidas, tiveram campo favorável para construí-las até aqui e
contribuíram, com estudo, trabalho e consumo, para uma dinâmica favorável da
economia. Agora será preciso aprender a viver em condições desfavoráveis,
enfrentar novas adversidades e descobrir que a superação não ocorre de maneira
solitária, mas em conjunto, unindo forças e revigorando as instituições capazes
de colocar em movimento a dinâmica do crescimento.
O
sindicato é uma ferramenta de resistência e insistência na superação da crise.
Descobri-lo como instrumento de luta é uma oportunidade. Fazer do sindicato um
espaço para debater as saídas locais, setoriais, nacionais e internacionais
para a crise é um momento raro de formação. Lutar para implementar essas
medidas é aprender a construir expectativas favoráveis que levam a decisões que
antecipam o futuro, fazendo do presente um momento de construção e
investimento. Decidem pessoas, famílias, organizações, empresas e governos.
A boa
luta dos sindicatos inclui, além de elaborar os diagnósticos, desenvolver a
capacidade de produzir e apresentar propostas – o que, como e quando fazer –,
debatê-las, negociá-las, atuar para implantá-las e trabalhar para construí-las
diariamente.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda
estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e mais ainda em
abril, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,28%, e a taxa de juros do cheque
especial em históricos 308,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos
e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do
procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A
Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o
problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu
caráter transnacional; eis, portanto,
que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas
simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de
suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do
nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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