“Por
que os talentosos abandonam as empresas?
Recentemente, recebi a
ligação de um empreendedor pedindo ajuda sobre como convencer um colaborador a
permanecer em sua empresa. Ela já havia pedido demissão e havia assinado
contrato com a concorrência. Era um profissional dedicado e com larga
experiência na empresa. Durante o telefonema, o meu amigo me explicava: “Ele
era um exímio colaborador, responsável, leal e há 5 anos se dedicava à nossa
empresa. Por que eu perdi o mais talentoso colaborador de minha empresa? E,
pior, ele está saindo agora para receber menos do que recebe aqui.”
Passei
a conversar mais com líderes e profissionais de outras empresas e fiquei espantado
com as constatações que eu ia colhendo. Pessoas desmotivadas, em conflitos com
os colegas, problemas de relacionamento e de comunicação, falta de visão e
direcionamento, projetos desacreditados, problemas com a liderança e vários
outros fatores se juntavam à lista. Para minha surpresa, a primeira constatação
que eu tive foi que as pessoas não reclamavam da falta de uma sala de jogos ou
de um ambiente descontraído como Google ou Facebook. Poucos reclamavam de
salários ou de horários inflexíveis. As pessoas reclamavam basicamente das
pessoas, e quase tudo desembocava em gestão de pessoas. Baseado na experiência
e nas constatações que fui tendo, passei então a observar os seguintes pontos.
A
visão da empresa precisa ser compartilhada com todos. As pessoas podem
contribuir mais se souberem onde estão indo. A visão compartilhada permite
construir um senso de compromisso coletivo e criar uma imagem de futuro visando
estimular o compromisso de todos os envolvidos.
A
empresa precisa ter uma missão clara. A missão deve ser dita de uma forma
clara, esclarecer o que a empresa pretende ser, onde quer chegar, qual é a sua
área de negócios, como vai atuar e qual posição deseja ter no mercado. Os
melhores profissionais são movidos a desafios: um dos principais ingredientes
da motivação é o desafio dado, que precisa ser na medida certa e compatível com
as competências.
Feedback
como ferramenta de valorização. Todos os colaboradores devem ser acompanhados
por avaliação de desempenho. Essa avaliação deve ser feita, inicialmente, entre
o colaborador e seu líder imediato, dando oportunidade para que o avaliado
conheça seus pontos fortes e seus pontos a melhorar. Nunca dar feedback
negativo em público. Elogie em público, chame a atenção no particular.
Empresa
(e líder) precisa entregar resultados: os resultados, o lucro e as vendas são
relevantes na motivação da equipe. Sim, as pessoas estão interessadas em que a
empresa tenha lucro. As pessoas querem ver seus projetos avançando e sendo
bem-sucedidos.
Um
ambiente propício ao desenvolvimento de ideias: permitir o erro, premiar
projetos e possibilitar que os próprios colaboradores proponham ideias para
resolver os problemas de seu dia a dia. Os valores desta empresa são
compatíveis com os meus? É muito comum erros no processo de admissão. Se os
valores básicos do profissional não “baterem ou compatibilizarem” com a
liderança ou com o capital estrutural da empresa, então não haverá nada que se
possa fazer após a contratação.
Oportunidade
de crescimento a todos: a motivação é o combustível que alimenta os
colaboradores e os desafios fazem parte de seu dia a dia. Para isso, a empresa
precisa sempre dar oportunidade de crescimento aos seus colaboradores. Antes de
buscar um talento externo, as vagas precisam ser divulgadas internamente para
dar oportunidade para a prata da casa, desde que o perfil atenda aos
requisitados solicitados para a vaga disponibilizada. Pessoas querem líderes e
não chefes: pessoas seguem pessoas, não seguem máquinas ou robôs. Pessoas
precisam de ícones para se desenvolver. Se os colaboradores não tiverem um
nível mínimo de admiração por seu líder, dificilmente irão segui-lo.
Os
profissionais precisam de um ambiente de trabalho estável e alegre: os
colaboradores precisam de desafios, porém, necessitam de um ambiente estável de
trabalho. Visão sistêmica: a visão do todo, ou seja, ver todas as coisas que
acontecem à sua volta. Isso faz o colaborador conhecer melhor a empresa,
planejar sua carreira, e promover as melhorias e crescimento necessários na
organização e em sua vida pessoal e profissional. Esses são elementos
fundamentais para garantir o desenvolvimento e assegurar a retenção de seus
talentos.”.
(LEONARDO DOS
REIS VILELA. CEO da Cedro Technologies, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINA, edição de 2 de setembro
de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de DOM WALMOR
OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que
merece igualmente integral transcrição:
“Perplexidades
cidadãs
A política brasileira
tem configurado cenários que deixam os cidadãos perplexos. Palco de muitas
aventuras e disparates, a política, que deveria ser instrumento de construção
do bem comum, é vivida de modo inadequado. E as consequências são evidentes:
inúmeros prejuízos que pesam sobre os ombros do povo. Candidatar-se é fácil, e
talvez nem seja tão difícil obter algum sucesso no processo eleitoral. Exigente
é cultivar a competência para garantir o bem do povo, por meio da execução de
projetos que busquem o desenvolvimento integral. Essa fragilidade no perfil de
representantes eleitos surpreende ao assistirmos a muitos deles exercerem a
função de juízes sem a necessária competência e seriedade moral. Faz até
lembrar o conhecido episódio dos conterrâneos religiosos de Jesus que trouxeram
uma mulher, surpreendida em flagrante adultério, para que fosse condenada. Bastou
uma indicação do Mestre – “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra” –
para que todos eles, um a um, se afastassem da condição de juiz.
Os
vícios terríveis no mundo da política, dos conchavos à defesa de privilégios e
benesses, que injustamente corroem o erário, emolduram o conjunto das peças que
produzem outra perplexidade cidadão: a falta de credibilidade nos discursos dos
representantes do povo. A política parece ser o lugar da falácia, em vez de
ambiência marcada pela transparência e honestidade. Grande é a perplexidade
diante das feridas que vão sendo abertas na democracia, em razão de operações
que ferem legalidades. Faz-se o que se quer, por interesses partidários e
eleitoreiros, e o pior: verifica-se a perversidade quando se passa por cima de
pessoas e histórias, desrespeitando a população. Vale tudo para se alcançar a
vitória partidária. Prevalecem os interesses particulares ou de pequenos
grupos. Em segundo plano fica o compromisso com o desenvolvimento integral.
Há uma
miopia que satisfaz governantes, políticos e construtores da sociedade no leito
de suas garantias e deixa o Brasil paralisado, convivendo com a vergonha da
miséria e das exclusões, com a carência de infraestrutura e a incompetência
para valorizar as riquezas do país. Esse cenário de atrasos alimenta a
violência, o ódio e a discriminação rancorosa, vingativa. Agrava feridas
abertas que deveriam fazer com que muitos assumissem suas responsabilidades –
especialmente os que detêm poder e influência. Mas, para isso, a primeira
indicação é cultivar a simplicidade de uma postura séria no exercício da
política e em diversas outras circunstâncias. Uma qualidade que define
competências para se buscar o bem comum. Com seriedade, é possível eliminar
certos hábitos culturais de quem tem gosto por assentar-se em inverdades. Sem
seriedade, cedo ou tarde haverá ruína de projetos, o comprometimento de
serviços e o enfraquecimento da democracia.
É
ilusão achar que há força democrática em muitas situações ocorridas no mundo
político. Por isso, com frequência, o povo não identifica credibilidade em seus
representantes, inclusive quando os eleitos ocupam-se da tarefa de julgar.
Julgar, pelo bem da verdade e da justiça, é um ato de extrema nobreza. Porém, esse
exercício exige seriedade e, sobretudo, moralidade pública. Caso contrário,
sobram hipocrisias, hegemonias de grupos, riscos de retrocessos, visões
ultrapassadas e comprometedoras do bem maior. O exercício da política só
merecerá crédito quando se tornar efetiva a prática que busca solucionar as
causas estruturais da pobreza e de outros descompassos vergonhosos.
Política
que não resolve os problemas enfrentados pelos mais pobres permanece mergulhada
na lama de mazelas que tornam a sociedade e sua democracia muito frágeis.
Consequentemente, faz surgirem novas crises. É incontestável que a desigualdade
é a raiz de todos os males sociais. Por isso, diante de tantas perplexidades
advindas da política, espera-se que a promoção da dignidade de cada pessoa seja
reconhecida como pilar. E esse caminho começa pela via da seriedade, única
forma de eliminar as perplexidades cidadãs.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras
e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das
potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente
o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional
todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da
educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação,
da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de
470,7% para um período de doze meses; e, ainda em julho, o IPCA acumulado nos
doze meses chegou a 8,74% e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 318,4%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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