“A
instrução como fator de estímulo
e elevação da consciência humana
Uma educação adequada
às necessidades da consciência humana fundamenta-se na evolução do espírito e
consiste em erguer os seres receptivos, prover meios e estímulos para seu
aperfeiçoamento e prepará-los para patamares elevados de consciência.
A
educação nessas bases considera a globalidade do indivíduo, e o instrutor que
segue leis e princípios espirituais elevados colabora na integração do ser e o
vê como uma unidade. Sabe que toda criatura traz dentro de si os elementos
requeridos para o que lhe é predestinado. Sabe, também, que é seu trabalho
ajudar a que potenciais se revelem, aflorem e permitam a realização da grande
obra do Universo.
O
instrutor pode prestar essa ajuda porque se orienta pela intuição e conduz os
estudantes à fonte interna de sabedoria, de onde se colhe o necessário a cada
momento. Tem a tarefa de irradiar energias sintonizadas com os passos que devem
dar, estimulando-os a tomar a direção correta. O instrutor não elabora formas
artificiais de trabalho, expressando com verdade e inteireza o que é em
essência, inspirando aqueles cuja caminhada deve acompanhar.
Com
seu conhecimento, leva os aprendizes a discernir entre ilusão e realidade, a
perceber que são imortais. E tal estímulo, mesmo que não traga mudanças de
imediato, jamais se perde. Estável nos níveis internos da consciência, o
instrutor mantém sábia conduta, pois percebendo a necessidade dos estudantes
faz emergir de seu interior a maneira adequada de supri-la.
Embora
a instrução se inicie nos níveis materiais, na personalidade, depois ganha o
âmbito da alma e, finalmente, o do espírito imortal. Começa em um indivíduo e
depois se amplia aos que a ele estão unidos.
A
irradiação do instrutor leva os estudantes a perceber que cada um é, na
realidade, representante da energia do grupo. Assim, torna-se aptos a agir com
consciência grupal, o que facilita a introdução de padrões de conduta elevados
no viver humano. A sintonia do grupo amplia as capacidades dos indivíduos e, ao
mesmo tempo, atrai o fluxo de energias imateriais, portadoras da Luz Divina.
Os
Planos Elevados da Existência transmitem o ensinamento adequado a cada ciclo de
evolução e vai ampliando. Um instrutor vem sempre completar o que os anteriores
trouxeram, sendo que nesse ensinamento integral não há contradições. Os marcos
poderão estar distantes uns dos outros, mas sinalizam um mesmo caminho.
É
possível elevar uma consciência acima do mundo material quando o ser se deixa
imbuir das energias que existem em seu próprio interior. Se com fé e alegria
predispõe-se a ouvir o cântico das esferas sublimes, sem grandes esforços
recebe as chaves para transcender a vida formal.
Quem tem
a tarefa de instruir é um escultor de almas. O exemplo, a palavra, a ação firme
e amorosa e a disponibilidade inabalável de ajudar servem-lhe de cinzel para
remover as camadas que encobrem o verdadeiro semblante dos que estão sob seus
cuidados, fazendo com que avancem em ritmo o verdadeiro semblante dos que estão
sob seus cuidados, fazendo com que avancem em ritmo sincrônico e harmonioso.
Sabemos
que o papel da instrução é evocar e preparar uma vida mais abrangente. Para que
o ser humano colabore nessa tarefa, precisa ascender a níveis de consciência
sutis e penetrar o estado de síntese. A simplicidade não lhe pode faltar, pois
é o arauto da sabedoria.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de setembro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de
setembro de 2016, caderno OPINIÃO,
página 7, de autoria de DOM WALMOR
OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que
merece igualmente integral transcrição:
“Do
lado da justiça
A direção a ser seguida
para que a sociedade brasileira saia da crise política e econômica que a
consome é estar sempre do lado da justiça. Não há outro rumo possível para os
que buscam superar situações tão graves. O lado dos partidos políticos é muito
frágil, pois guarda o hábito de se fazer política instrumento para atender a
interesses que, frequentemente, estão na contramão do bem comum. Os números da
corrupção, que corroem o erário, causam horror e revelam práticas com raízes
vergonhosas no passado. Do mesmo modo, o lado das ideologias, que têm
imprescindível importância nos debates sadios, intercâmbios de pontos de vista,
torna-se inadequado quando alimenta polarizações. Sem diálogo, processos
necessários para o bem do povo são interrompidos e prejudicam-se as
clarividências.
Adequada
rota é a indicada pela justiça, pois tem o caráter corretivo. É remédio para
descompassos que a política partidária não conseguirá corrigir nos hábitos
culturais, nas máquinas governamentais e no conjunto de interesses
particulares. Seguir a direção da justiça possibilita a reinvenção de
funcionamentos, a abertura de novos ciclos que levem ao desenvolvimento
integral, à consciência cidadã compatível com a modernidade, no horizonte dos
entendimentos antropológicos de uma sociedade pluralista. Parece incontestável,
assim, que o lado da justiça precisa ser ocupado por todos, particularmente
assumido pelas instâncias superiores que regem os passos da sociedade. Em meio
às derrocadas, no âmbito do exercício dos poderes que sustentam a democracia e
o Estado de direito, surge um broto de esperança no topo da magistratura, com
força para inspirar os guardiães da justiça. E a sociedade carece de
referências para fortalecer os valores da verdade e da liberdade, tão ameaçados
no contexto atual.
Justiça,
verdade e liberdade são princípios indissociáveis, necessários a uma sociedade
digna. A reciprocidade entre esses três princípios encontra na referência da
justiça o ingrediente terapêutico e corretivo. Possibilita eliminar vícios e
mediocridades que se tornam hábitos entre cidadãos, no exercício de suas
responsabilidades, com o consequente comprometimento da qualidade das
contribuições na edificação da sociedade solidária. A justiça, quando preside
desde as condutas cotidianas no contexto familiar aos âmbitos complexos de
governos, torna-se vetor que qualifica a vida, estimula a prática pessoal de
virtudes alicerçadas em valores morais, tão necessários à verdade e à
liberdade. Trata-se de caminho para eliminar conchavos, superar a perda de
tempo de se buscarem vitórias e conquistas partidárias, deixando em segundo
plano os investimentos na gestão, em modernizações, na reinvenção de práticas,
tarefas fundamentais para semear o bem na vida de todos.
Estar
ao lado da justiça permite enxergar que a autoridade máxima da nação é o povo e
que os governantes devem ser servidores. É virtude que orienta todo cidadão a
buscar oferecer, a cada pessoa, o que, de fato, é devido, sem favorecimentos
ilícitos a grupos privilegiados. Em sentido amplo, ser justo é articular,
inteligentemente, as dimensões sociais, políticas e econômicas para superar os
abismos da desigualdade. Relaciona-se, assim, com consideração do inegociável
valor de cada pessoa, de sua dignidade e de seus direitos, tão ameaçados pela
generalização tendência de somente buscar a acumulação egoísta de riquezas.
Por
isso, há de se priorizar a adequada inclusão dos pobres para além de programas
meramente assistencialistas. A prioridade deve ser a escuta de seus clamores,
exercício que fecunda a audácia, a coragem, a inteligência e a compreensão de
todos, principalmente dos representantes do povo, capacitando-os para o
desenvolvimento de programas e projetos que objetivem o bem comum. A escuta
diária e prioritária dos clamores dos pobres é força indispensável que conduz
todos para o lado da justiça.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de
470,7% para um período de doze meses; e, em agosto, o IPCA acumulado nos doze
meses chegou a 8,97% e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 318,4%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é grande.
Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está
imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito
mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do
Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao
excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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