segunda-feira, 26 de junho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A RIQUEZA DA FORMAÇÃO INFANTIL E O SUPREMO PODER DO BEM NA SUSTENTABILIDADE

“Criança que brinca, adolescente e adulto
        Já reparou como é gostoso observar crianças brincando? Parece que o tempo não existe para elas, não é mesmo? Seus gritinhos, a facilidade como caem e levantam, a alegria com o simples abraço do coleguinha ou o encanto de um som inusitado de um pássaro que voou perto delas.
         Tudo isso nos fascina, pois, em nosso cérebro há a lembrança desse tempo em que não medíamos a vida, simplesmente a vivíamos, em que não éramos movidos por promoções ou popularidade e, sim, pelo gosto por experimentar a vida em suas cores e sabores. Ao brincar, a criança exerce sua criatividade livremente. Ela experimenta gostos, prazeres, sons, cria imagens e até com os aromas ela faz experiências que a entretêm.
         O exercício de brincar e criar, porém, não é um mero passatempo. É um dos exercícios mais importantes que fazemos na vida. Por meio dessas atividades aparentemente simples, aprendemos a inovar, a encontrar soluções, a viver novos papéis, a lidar com as frustrações, a formar laços e, com isso, áreas do nosso cérebro relacionadas à capacidade de tomar decisões, à memória, ao raciocínio lógico, à antecipação de consequências e até aquelas ligadas à empatia e à inteligência emocional são desenvolvidas.
         Uma maneira de estimular essas atividades aparentemente simples é promover a interação da criança com livros e brinquedos e/ou brincadeiras. Não por acaso, grandes empresas entendem a importância e estimulam essa ação. Um belo exemplo que concretizou estas ideias foi a Campanha Ler e Brincar, cujo objetivo é estimular a criatividade e a imaginação das crianças.
         Não seria um exagero dizer que o cérebro como um todo é aprimorado com o brincar e o criar. Infelizmente, porém, diversos fatores têm conduzido a uma redução nesta importante atividade humana. Um estudo baseado em testes da NASA nos dá números chocantes: aos 5 anos, 98% das crianças se mostram criativas. Aos 10 anos, esta porcentagem cai para 30%; acima dos 25 anos, são apenas 2% das pessoas que demonstram criatividade.
         Crianças que crescem em um ambiente que lhes permite e estimula a ser criativas podem ter uma chance muito maior de obter sucesso e até felicidade. Isso pois, quando chegarem na vida adolescente, em que terão que criar projetos de vida nas diversas áreas da sua existência, contarão com a percepção treinada e internalizada ao longo dos anos de que a distância entre seus sonhos e suas conquistas depende em boa parte de sua própria atitude.
         Na fase das paixões, das oscilações e dos impulsos, contar com um cérebro aberto ao novo, com uma atitude leve e flexível diante da vida e ter formado laços saudáveis com amigos dos mais diversos, pode ser a diferença para uma transição bem sucedida da adolescência para a vida adulta, pois na hora em que se deparar com as decepções, quando os planos infalíveis não derem certo, ou do momento que precisar ajustar seus desejos aos dados e fatos da realidade, lá estará ela: a criatividade, que é base essencial da resiliência diante da vida.
         Imagine agora, em sua mente, enquanto lê estas palavras, a imagem de pessoas empreendedoras, de gente que você admira, profissionais que foram além, criaram algo novo ou se reinventaram. Pense agora nos aplicativos que fazem a sua vida mais fácil, mais leve, melhor. Pense nas empresas, times e equipes de sucesso. Em praticamente todos estes contextos você verá adultos que têm muito daquela mesma atitude das crianças de que falamos no começo do nosso artigo. Elas mediram passos, mas não seus sonhos. Elas pensaram fora da caixa. Elas ousaram. Elas criaram, pois se permitiram brincar com as ideias e recriar a realidade. De certo modo podemos dizer que o empreendedor é aquele que “lê” a realidade por novos ângulos e “brinca” com as possibilidades, gerando prosperidade.
         Quando é que você tem dedicado algum tempo para brincar e criar com seus filhos, com seu cônjuge mesmo? Nós temos, na prática, a idade que pulsa no coração. Quantos anos você tem, de verdade?”.

(LEO FRAIMAN. Psicoterapeuta, escritor e palestrante, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de junho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Modismos e imitações
        O descompasso ético-moral que afeta fortemente a sociedade contemporânea explica também o fenômeno instigante da adoção fácil de modismos de todo tipo. Já as atitudes que merecem servir de modelo encontram resistências. Busca-se, a qualquer preço, conquistar certa “originalidade”, aceitando, sem critérios, aquilo que é exótico. Assim, as pessoas copiam gestos, atitudes e adotam traços de tribos urbanas para serem aceitas em determinados grupos. E tudo o que aparenta ser “certinho demais” é rechaçado. A simetria e o perfeccionismo são considerados obsoletos e fora de proposto. Cada vez mais, o que vale é fugir de padrões. Algo que se faz, paradoxalmente, adotando modismos.
         A imitação, considerada “careta” e fora de propósito, consolida-se, de modo contraditório, em atitudes e no uso de objetos, roupas e gírias que têm força para promover a identificação com grupos que estariam fora dos considerados “padrões convencionais”. Os modismos contribuem muito para a formação de identidades. Mais até do que princípios éticos e morais, necessários para promover o desenvolvimento qualificado da cidadania. Isso, certamente, é também uma explicação para os procedimentos e posturas condenáveis que têm minado os funcionamentos de muitos setores da sociedade.
         Esse fenômeno dos modismos tem, incontestavelmente, relação com aa emergência hegemônica da subjetividade. Cada vez mais, os entendimentos, desejos e escolhas são definidos para atender parâmetros e expectativas individuais, mesmo quando isso possa significar prejuízo para os outros. O sentido social que fez o sujeito corrigir-se e balizar suas posturas de modo a não ameaçar o bem comum, não ferir a dignidade de outras pessoas, é gradativamente relativizado.
         Assim proliferam comportamentos que alimentam o desarvorado desejo de fazer valer a própria subjetividade, mesmo que isso signifique gerar prejuízos para a coletividade. Vale tudo para conquistar a própria satisfação: princípios inegociáveis deixam de ser o ponto de partida para se alcançar metas. Fundamentos éticos e morais, quando percebidos como obstáculos na busca da satisfação pessoal, são facilmente relativizados. Desse modo, os sujeitos pautam suas escolhas e justificam atitudes alegando que têm o direito de fazer o que lhes convêm e lhes é mais prazeroso. Essa postura egoísta é camuflada em diferentes modismos que ganham espaço facilmente, talvez por sua pretensa característica de protesto, além da capacidade para alimentar o gosto pelo que desperta curiosidade, por ser inusitado.
         Esse fenômeno torna-se grave quando se considera algumas de suas consequências: o quase não percebido processo de despersonalização, a séria supervalorização de indivíduos em relação ao coletivo e a adoção inadequada de práticas que tomam lugar de valores culturais importantes para os funcionamentos da sociedade. Obviamente, modismos não são avanços nas indispensáveis atualizações exigidas pelo mundo contemporâneo.
         Mais importante do que a simples assimilação de certos padrões nos modos de ser e de agir, a partir de exacerbações da subjetividade, está a necessidade de superar preconceitos e adotar práticas muitas vezes que imitar algo, mesmo que seja bom, possa representar falta de originalidade. A subjetividade humana contemporânea se seduz muito facilmente pela presunção de ser referência única e inigualável. Por isso, muitos ridicularizam o uso de gestos e práticas, simples ou mais significativos, já vividos por outros. Classificam essa postura como “pobreza na criatividade”. Essas pessoas, normalmente, se enxergam como o ponto de referência no contexto social. Por isso, cometem um equívoco, pois imitar quem se dedica a bondade e espelhar-se nas pessoas que são referências no que fazem de importante para o desenvolvimento social são atitudes que fortalecem a cultura do bem.
         Os modismos são fugazes. Mas imitar quem se dedica às boas ações e aos valores inegociáveis é contribuir para que toda a sociedade supere situações críticas, provocadas justamente pela falta de condutas éticas. A coragem de inspirar-se em quem promove o bem pode fazer crescer o apreço por imitações que farão muitos, idealmente todos, a repetir, despretensiosamente, gestos, ações e posturas orientadas pela bondade, o que garante o crescimento humano nos trilhos da verdade e da justiça.
         Paulo apóstolo, consciente de sua tarefa e à luz da sua responsabilidade missionária, não deixou de convidar seus interlocutores a serem seus imitadores. Imitar quem faz o bem é um investimento que garantirá ao conjunto da sociedade a confecção de um novo e consistente tecido cultural, ancorado na bondade e na verdade que sustentam a justiça. Menos modismos, mais imitações de quem faz bem o bem.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio/2017 a ainda estratosférica marca de 345,10% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 301,45%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 3,60%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 




  

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