quinta-feira, 15 de junho de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA CRIATIVIDADE NA INOVAÇÃO E A ESPIRITUALIDADE NA BASE DA SUSTENTABILIDADE

"Criatividade é a base da inovação

No ambiente da sua empresa você costuma dizer ou ouvir coisas assim:
- Lá vem você de novo com essas ideias malucas!
- Por que não deixamos as coisas como estão?
- Eu até gosto, mas...
- Olhe, não é assim que fazemos as coisas por aqui.
- Eu penso desse jeito e não vou mudar nunca!
- Ora, já fizemos isso por aqui uma vez e não deu certo!
- É melhor você não se arriscar!
- Não gosto de ninguém opinando sobre o meu trabalho!
Se frases como essas são comuns por lá, mau sinal. Tudo indica que o clima da organização onde você trabalha está limitando a capacidade inovadora das pessoas. A criatividade por lá anda em baixa. E nada é mais arriscado nos dias atuais, em um mercado tão mutante, exigente e competitivo.
Ter boas ideias está deixando de ser questão de apenas fazer diferente para ser uma questão de sobrevivência. E isso vale para profissionais e para empresas. Com produtos e serviços chegando a um mesmo patamar de excelência, cada um precisa mostrar um diferencial que possa distingui-lo na multidão e chamar a atenção dos clientes. Isso vai exigir, acima de tudo, criatividade.
Mais do que uma competência profissional, a criatividade é, em essência, uma postura de vida. Reflete a capacidade de ser original nos pensamentos, na forma de ser e de fazer as coisas. Tanto em pessoas como em empresas, a criatividade tem o poder de fazer surgir o novo, esse novo que tanto enche de encantamento os clientes. Essa capacidade inovadora é também um fator que pode transformar o trabalho em algo motivador, instrutivo e muito mais rentável.
Organizações e profissionais criativos estão sempre se renovando em alguma coisa, Mudam não porque sofrem pressões, mas pelo desafio que se autoimpõem de continuar progredindo. Têm valores bem claros, visão de futuro e uma forma dinâmica própria de se moverem no mercado. Criam estratégias e recursos para ir em frente, mesmo em meio a crises e situações adversas.
A criatividade nas empresas depende da existência de boas lideranças. São elas que dão o exemplo e instituem o clima do lugar. As inovações, raramente emergem em ambientes de gestão centralizada, pressões, intimidação, desrespeito e comunicação falha, onde, em consequência, cada um procura “cumprir sua obrigação”.
Atualmente, nenhuma organização pode se dar ao luxo de descartar esse precioso capital representado pelas inovações que podem gerar seus colaboradores. Curiosamente é que ainda ocorre na maioria dos locais de trabalho. As poucas ideias que surgem continuam vindo do topo. Mas, embora raras, hoje já existem empresas nas quais os colaboradores recebem carta branca para iniciativas e novas ideias. As lideranças aceitam o risco, motivam as pessoas, escutam sugestões, permitem o improviso e não culpam pelos erros no processo criativo. Imagine um lugar onde todos se veem como empreendedores. Imagine também as coisas maravilhosas que podem ocorrer nessa situação ideal.
O professor e consultor americano Gary Hamel define bem essa situação ao afirmar: “O verdadeiro desafio é fazer com que a inovação viva dentro de cada pessoa na empresa. As companhias que aprenderem a fazer isso nos próximos anos vão ser as companhias realmente vencedoras”. Eis algumas sugestões para fazer surgir essa motivadora cultura da criatividade em toda a empresa:
- Estrutura menos hierarquizada
- Questionamento das próprias convenções
- Capacitação e treinamento de cima para baixo
- Canais abertos de comunicação
- Diversidade no quadro de profissionais
- Relacionamento ético, saudável e motivador
- Gestão participativa
- Competições de ideias e experiências inovadoras no ambiente de trabalho
- Atenção às reclamações e sugestões dos clientes.
As boas ideias costumam encontrar quem as está procurando. Mostram para nós o caminho do futuro. E criar um futuro exige libertar-se do passado, pelo menos daquele passado que já não há sentido em preservar. Regras nunca questionadas, posturas rígidas, preconceitos e tradições inúteis pertencem a esse passado que deve ser colocado de lado para que o novo e melhor possa surgir.”.

(RONALDO NEGROMONTE. Palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de junho de 2017, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 9 de junho de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“E o seu lado espiritual?
        Cultivar a espiritualidade ainda não faz parte do cotidiano de muitas pessoas. Pouco se compreende que esse exercício e um pilar determinante na sustentação da interioridade e de uma qualificada participação na vida social. Por isso, muitas dinâmicas estão comprometidas. Ilusoriamente, pensa-se – talvez por força de secularismos, excesso de racionalizações ou imediatismos – que a espiritualidade é opcional, mais apropriada para alguns mais devotos. Na verdade, a espiritualidade e indispensável para sustentar a vida de todos em parâmetros qualificados. Assim, um permanente desafio é estar em sintonia com o que o salmista, nas sagradas escrituras: “Desde a minha concepção me conduzistes, e no seio maternal me agasalhastes. Desde quando vim à luz vos fui entregue, desde o ventre de minha mãe sois o meu Deus”.
         A humanidade, mesmo emoldurada por diferentes manifestações confessionais e religiosas, não prioriza o hábito de cultivar a espiritualidade. As consequências são o comprometimento da vida, com equívocos nos critérios que regem discernimentos e escolhas, a prevalência da mediocridade na emissão de juízos e nas iniciativas que deveriam corresponder à dignidade própria do ser humano, na sua inteireza. A cultura da dimensão espiritual no cotidiano significa reconhecer a presença de Deus no lugar que Lhe é próprio, conforme ensina o salmista, em oração: “Porque sois, ó senhor Deus, minha esperança, em vós confio desde a minha juventude. Sois meu apoio desde antes que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo. Vosso louvor transborda nos meus lábios, cantam eles vossa glória o dia inteiro. Não me deixeis quando chegar minha velhice, não me falteis quando faltarem minhas forças. Eu, porém, sempre em vós confiarei, sempre mais aumentarei vosso louvor”.
         O lado espiritual não é apenas uma parte da existência. Trata-se de alicerce para a vida, cultivado pelo desenvolvimento da competência de se contemplar, isto é, tornar-se capaz de mergulhar no sentido mais profundo de cada ser, de cada criatura, superando superficialidades. E a oração é, por excelência, a experiência do exercício da espiritualidade. Causa empobrecimento considerar a oração como um recurso de poucos, para momentos passageiros de aflições maiores. As preces possibilitam o enraizamento de si mesmo na verdade e na fonte do amor que é Deus. Tertuliano, reconhecido escritor dos primeiros anos da era cristã, destaca a força da oração, ao comentar: “Nos tempos passados, a oração livrava do fogo, das feras e da fome. Agora, a oração cristã não faz descer o orvalho sobre as chamas, ou fechar a boca de leões, nem impede o sofrimento. Mas, certamente, vem em auxílio dos que suportam a dor com paciência, afasta as tentações, faz cessar as perseguições, reconforta os de ânimo abatido, enche de alegria os generosos, acalma tempestades, detém ladrões, levanta os que caíram, sustenta os que vacilam e confirma os que estão de pé”.
         A oração possibilita ao humano experimentar o deserto de seu próprio ser. Leva-o a reconhecer sua condição solitária e pobre, para explicitar sua dependência de Deus. O lado espiritual de cada pessoa é que lhe permite assumir e conquistar a humanidade verdadeira e integral. Na espiritualidade, cultiva-se o silêncio que faz da própria vida um ouvir determinante, gera-se a competência para o diálogo que promove a cultura do encontro e quebra, com propriedade, a rigidez da mesquinhez. A experiência espiritual qualificada é que nos permite cultivar e aproveitar os nossos dons, edificando a unidade interior básica que permite a inteireza moral e existencial. Quando se compromete essa unidade, a conduta pessoal sofre com reflexos negativos. E o caminho da espiritualidade, que possibilita uma condição humana qualificada, não pode ser trilhado apenas com a própria força, nem mesmo unicamente com a luz da razão. Trata-se de percurso impulsionado pelo Espírito Santo, que está presente em cada um dos que cultivam a abertura para receber seus dons.
         A humanidade carrega fardo pesado por não compreender a importância de se cultivar a espiritualidade. Por isso, o cidadão contemporâneo fica moralmente enfraquecido, gerando os descompassos que degradam o mundo. Assim, o investimento para transformar a realidade exige, de cada um, cultivar o lado espiritual. Eis o caminho que –é fonte de soluções para os muitos problemas enfrentados pela humanidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril/2017 a ainda estratosférica marca de 422,46% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,3%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses, em maio, chegou a 3,60%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 





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