“Formar
mentes críticas
A internet e as mídias
digitais proporcionam, hoje, um fluxo de informações nunca visto na história da
humanidade. A comunicação se dá em todas as direções, em alta velocidade,
facilitando enormemente a vida das pessoas. Mas esse admirável mundo novo das
redes sociais, dos blogs, dos sites, dos vídeos praticamente instantâneos e de
tudo o mais que a internet incorporou ao nosso cotidiano exige uma permanente
reflexão.
Se
hoje, mais do que nunca, a informação é essencial em nossas vidas, torna-se
vital que ela seja de qualidade. Crescem de importância, portanto, as
informações apuradas com rigor, editadas com critério e contextualizadas com
espírito crítico, pois funcionam como instrumentos para que o cidadão construa,
ele próprio, a sua visão de mundo.
Vivemos
em tempos críticos, que exigem mentes críticas, disse a diretora-geral da
Unesco, Irina Bokova, em sua mensagem relativa ao Dia Mundial da Liberdade de
Expressão, em maio deste ano. Ao afirmar que a mídia ser não apenas uma fonte
de informações confiáveis, a diretora-geral
destaca que “ela deve fornecer uma plataforma para uma multidão de vozes
e mobilizar forças para a tolerância e o diálogo”. E reafirma que a mídia
continua tendo um papel importante no avanço de sociedades inclusivas, justas e
pacíficas.
Um
fenômeno inusitado vem sendo enfrentado pelo setor de comunicações: as notícias
falsas, como observado na cobertura de eventos políticos importantes em 2016. O
fato distorcido e retirado do contexto real é um mal a ser combatido, seja na
mídia tradicional ou em outros ambientes da web, como sites e blogs. Educação e
informação de qualidade são essenciais para os cidadãos fazerem as melhores
escolhas em suas vidas e nas sociedades a que pertencem, exercendo e exigindo o
cumprimento de seus direitos.
Nesse
cenário, a Unesco trabalha para oferecer conteúdos, estratégias e conhecimentos
com qualidade, respeitando a diversidade cultural e a questão de gênero. Tudo
isso em acesso aberto, na web, por meio de suas áreas de atuação – educação,
ciências naturais, ciências humanas e sociais, cultura e comunicação e
informação. São insumos para que o cidadão do século 21 possa aprimorar seu
pensamento crítico e assim contribuir para o desenvolvimento das sociedades e a
redução das desigualdades.
Uma
das estratégias desenvolvidas pela Unesco é a Alfabetização Midiática e
Informacional (AMI), que busca empoderar os usuários das diversas mídias com as
habilidades necessárias para navegar a internet, além de interpretar, rejeitar
ou reagir a mensagens provocadoras ou de ódio. Fortalecer a AMI nas sociedades
deveria ser, portanto, um objetivo de todos os países.
A
liberdade de expressão e a liberdade de informação são pré-condições para a
democracia. A preservação dessas liberdades no mundo das modernas tecnologias
de comunicação é nosso desafio e pressuposto para a construção da paz.”.
(MARLOVA
JOVCHELOVITCH NOLETO. Representante da Unesco no Brasil, em artigo
publicado no jornal ESTADO DE MINAS,
edição de 18 de julho de 2017, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
17 de julho de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente
integral transcrição:
“A
verdadeira face da juventude
Jornais, frequentemente
dominados pelo noticiário enfadonho do País oficial e pautados pela síndrome do
negativismo, não têm “olhos de ver”. Fatos que mereceriam manchetes sucumbem à
força do declaratório. Reportagens brilhantes, iluminadoras de iniciativas que
constroem o Brasil real, morrem na burocracia de um jornalismo que se distancia
da vida e, consequentemente, dos seus leitores.
A
informação sobre a juventude, por exemplo, dá prioridade a um recorte da
realidade, mas frequentemente sonega o outro lado, luminoso e construtivo. O
aumento dos casos de Aids, da violência e a escalada das drogas castigam a
juventude. A crise econômica, dramática e visível a olho nu, exacerba o clima
de desesperança. Para muitos jovens os anos da adolescência serão mais
perigosos da vida.
Mas
olhemos, caro leitor, o outro lado da realidade. Verdadeiro e factual, embora
menos noticiado por uma mídia obcecada pela síndrome da informação sombria. A
juventude, ao contrário do que fica pairando em algumas reportagens, não está
tão à deriva assim.
Há em andamento
profundas e positivas mudanças comportamentais. O relacionamento descartável
vai sendo substituído pelo sentido do compromisso. A juventude real, não a
desenhada por certa indústria cultural que vive isolada numa bolha ideológica e
de costas para a realidade, manifesta uma procura de firmeza moral, de valores
familiares, éticos e até mesmo religiosos. Deus, família, fidelidade, trabalho,
realidades tidas como anacrônicas nas últimas décadas, são valores em alta. Não
é uma opinião. É um fato.
A família,
não obstante sua crise evidente, é uma forte aspiração dos jovens. A contrário
do que se pensa em certos ambientes politicamente corretos, os adolescentes
atribuem importância decisiva ao ambiente familiar. Mesmo os jovens que
convivem com a violência doméstica consideram importante a base familiar. Mesmo
os jovens que convivem com a violência doméstica consideram importante a base
familiar. A relação no lar é fundamental, ainda que haja conflito. Parece
paradoxal, mas é assim. Eles acham melhor ter uma família danificada do que não
ter ninguém. Em casa, deixaram de rotular os pais de “caretas” para buscar
neles a figura do companheiro. Os jovens, em numerosas pesquisas, apontam a
família tradicional como a instituição de maior ascendência em suas decisões.
Alguns,
no entanto, defendem um modelo de família que não bate com esse anseio dos
jovens. Respeito a divergência e convivo com o contraditório. Sem problema. Mas
não duvido que é na família, na família tradicional, mais do que em qualquer
outro quadro de convivência, que podem ser cultivados os valores, as virtudes e
as competências que constituem o melhor fundamento da educação para a
cidadania. E os jovens sabem disso.
No
campo da afetividade, antes marcado pelo relacionamento descartável e pela
falta de vínculos, vai-se impondo a cultura da fidelidade. O tema da
sexualidade, puritanamente evitado pela geração que se formou na caricata moral
dos tabus e das proibições, acabou explodindo, sem limites, na síndrome do
relacionamento promíscuo e transitório. Agora o rio está voltando ao seu leito.
O frequente uso de alianças na mão direita, manifestação visível de compromisso
afetivo, não é só modismo. Revela algo mais profundo. Os jovens estão apostando
em relações duradouras.
Assiste-se,
na universidade e no ambiente de trabalho, ao ocaso das ideologias e ao
surgimento de um forte profissionalismo. Ao contrário das utopias do passado,
os jovens acreditam na excelência e no mérito como formas de fazer a verdadeira
revolução. Eles defendem o pluralismo e o debate das ideias. O pensamento
divergente é saudável. As pessoas querem um discurso diverso, não um local onde
se pregue apenas uma corrente de pensamento.
O
mundo está mudando. Quem não perceber – na mídia e fora dela – essa virada
comportamental perderá a conexão com um importante segmento do mercado de
consumo editorial.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade,
em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da
modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em maio/2017 a ainda estratosférica marca
de 345,10% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial registrou históricos 301,45%; e já o IPCA
também no acumulado dos últimos doze meses, em junho, chegou a 3,00%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis
prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida
observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan
Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de
corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem
mostrando também o seu caráter transnacional;
eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos
borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um
verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque,
rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim,
é crime...); III – o desperdício, em
todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O
Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade);
entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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