sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA REVOLUÇÃO DE VALORES E PRINCÍPIOS E OS DESAFIOS DA PREVIDÊNCIA NA SUSTENTABILIDADE

“Retorno à Lei de Talião
        Nos primórdios da história do homem, a capacidade do indivíduo em sair vivo do enfrentamento às adversidades da natureza ou da luta contra outros grupos inimigos era primordial. Não importava o tipo de esperteza a ser usada. O fundamental era se dar bem, ou seja, levar vantagem. Afinal, era uma questão de vida ou morte. Os mais capazes sobreviveram, bem como seus adaptados descendentes.
         Com o passar do tempo e o crescimento numérico dos participantes nos agrupamentos humanos que se formaram, surgiram as necessidades de regulamentação visando ao melhor convívio entre todos. Houve, portanto, o início do aperfeiçoamento das relações nessas arcaicas comunidades. Com isso, alguns atributos individuais, antes considerados positivos e estimulados entre os indivíduos, passaram a ser considerados negativos e não mais aceitos. Dessa forma, a necessidade premente por harmonia na convivência social colocou limites em alguns desses atos, formatando, ainda que forma primitiva, a vida em sociedade.
         A descoberta arqueológica de algumas dessas regras milenares, como o Código de Hamurabi, na antiga Babilônia, hoje território do Iraque, é considerada um dos maiores feitos arqueológicos já registrados. Já outras, no entanto, foram preservadas pela cultura de seu povo, como o Decálogo judaico, ou seja, os 10 mandamentos da chamada Lei de Deus. Talvez até existam várias outras, mais antigas ou não, ainda perdidas. Mas, certo é a incontestável existência de provas demonstrando que a necessidade da vida comunitária obrigou a criação de regras que minimizassem entre a manifestação desagregadora da selvagem natureza dos indivíduos.
         Curioso é observar que nos tempos pós-modernos, apesar de todo o planeta ser transformado em uma imensa aldeia global, e a despeito dos imensos avanços das ciências, com sua incrível tecnologia moderna, tais contenções da vulcânica índole humana estejam sendo relegadas ao descaso e provocando, com isso, um verdadeiro caos social.
         E o Brasil é o maior exemplo desse sintoma de desagregação social em curso. Afinal, o desumano ato de desgoverno e corrupção provocado pelos líderes e autoridades desse país, que deveriam dar o mínimo de rumo e zelar pela segurança e dignidade da população, encontra-se escancaradamente nu, a mostrar suas vergonhosas entranhas impudicas como ganância, intolerância, mentiras, roubos, falcatruas, assassinatos e incompetências, entre outras. Ou seja, todo tipo de perversões, em uma explícita inversão total de valores. Aliás, dos preciosos valores construídos e mantidos há pelo menos 4 mil anos, como já registrados nos códigos milenares.
         Como justificar, no caso específico do Brasil, que tais sintomas gritantes são visíveis em grande parte das chamadas autoridades e em todas as instituições constituídas? Como contradizer, perante o povo brasileiro que a maioria dos seus líderes são seres totalmente destituídos do mínimo dos valores que as sociedades civilizadas criaram há milênios?
         E pensar que tais indivíduos se julgam no direito de ainda permanecer nos seus cargos. Uns fazendo leis que os livrem das consequências dos seus crimes de lesa-pátria. Outros, no vergonhoso uso mercenário da toga. Todos, igualmente, repletos de imerecidos privilégios e mordomias. Enquanto a sociedade civil sofre suando como escravos para os sustentar.
         Será que o único jeito de consertar o Brasil vai ser regredir no tempo e decretar a ultrapassada Lei de Talião, isto é, a lei do olho por olho, dente por dente? E sendo o próprio povo o juiz e executor das sentenças, em uma clara ressurreição tardia do espírito da Revolução Francesa com o novo lema “dignidade, competência e respeito”?”.

(JOÃO DEWET MOREIRA DE CARVALHO. Engenheiro agrônomo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de setembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 12 de agosto de 2017, mesmo caderno, página 7, de autoria de RUBENS MENIN, presidente do Conselho de Administração da MRV Engenharia, Banco Intermedium, Log Commercial Properties, Urbamais Desenvolvimento Urbano e Abrainc, e que merece igualmente integral transcrição:

“Reforma da Previdência
        A reforma da Previdência voltou a ser o assunto do dia, embora ela nunca tivesse perdido a importância, mesmo quando eclipsada por episódios políticos cobertos pela imprensa com mais sensacionalismo. Na realidade, a nação precisa encarar esse desafio, equilibrar o sistema e garantir a sua perenidade antes que a ruína se torne inevitável.
         A hesitação dos nossos congressistas e da representação política diante do projeto de emenda à Constituição enviado pelo governo para apreciação do legislativo – e já significativamente “flexibilizado” na tramitação preliminar – acompanha, em linhas gerais, as mesmas dúvidas e indecisões de toda a sociedade. De fato, existe um grande percentual da nossa sociedade que se opõe à reforma da Previdência ou que fica inseguro em defendê-la. Por que isso acontece? Por que muitos hesitam em apoiar a iniciativa, quando em geral costumam receber com simpatia quase todo tipo de reforma, seja nos dispositivos legais, seja no ambiente mais próximo da vida familiar? Sim, o termo “reforma” costuma ser percebido como um valor positivo; como algo que vai melhorar as coisas existentes, envelhecidas ou ultrapassadas. Mas esse padrão mais otimista não ocorre, até o presente momento, no caso da reforma da Previdência. Por quê?
         Entendo que boa parte da hesitação e, até mesmo, da oposição organizada contra a PEC da reforma previdenciária, resulta de um certo sentimento de insegurança diante da propalada e inverídica “perda de direitos”, justamente em uma questão muito sensível para a maioria das pessoas, já que pode interferir diretamente no usufruto das pensões e aposentadorias, ou seja, na garantia de uma velhice segura e sem surpresas. A par de ser uma hesitação natural, dada a sensibilidade do assunto, muito de sua expressão resulta de uma oposição organizada ao projeto, associada ao desconhecimento de muitos acerca da verdadeira situação do sistema previdenciário nacional. E essa situação pode ser descrita e compreendida a partir da exposição de alguns fatos simples.
         O sistema de seguridade social brasileiro é, sem dúvida, a maior rede de proteção previdenciária do mundo. Atualmente, o nosso sistema atende mais de 30 milhões de aposentados e pensionistas. Isso significa que esse sistema garante e sustenta a vida de um contingente superior a 75 milhões de brasileiros que, de alguma forma, sobrevivem com os benefícios dos segurados originais. Essa enorme teia de proteção social merece e precisa ser cuidadosamente defendida. Foi uma expressiva conquista da sociedade brasileira. Ela não pode afundar em decorrência de um grave e fatal desequilíbrio financeiro. Temos que salvá-la da incúria e das intempéries demográficas e econômicas. Mas, para isso, precisamos entender mais um pouco sobre a situação e funcionamento desse enorme sistema.
         Apesar de ser, como eu já disse, a maior rede de proteção previdenciária do mundo, o nosso sistema está internamente desequilibrado. Atualmente, em vez de ser o desejável instrumento de distribuição de renda e de auxílio na busca de maior igualdade social, a Previdência pública brasileira vem fazendo exatamente o contrário. De fato, ela penaliza os mais desfavorecidos, seja através da cobrança direta de contribuições, seja através do menos visível mecanismo de subsídio ao bolo securitário provido pelos impostos e tributos comuns. A injusta penalização continua com a desproporção dos valores das aposentadorias e pensões pagas mais precocemente àqueles que, relativamente, foram os menos penalizados nas cobranças e taxações. Por conta disso, o sistema previdenciário brasileiro apresenta-se, justamente, como um instrumento de concentração de rendas. E é essa a característica que precisa ser modificada. Interessante observar que, se corrigido ou amenizado esse desequilíbrio interno, estará também, em idêntica proporção, corrigido ou amenizado o desequilíbrio financeiro que está ponde em risco a sobrevivência de todo o sistema previdenciário.
         Entendo que essa questão deve ser mais amplamente esclarecida para a sociedade, fomentando os debates e a formação de opinião, de modo a criar-se o desejável clima de conscientização acerta da necessidade da reforma e, mais do que isso, permitindo que surjam naturalmente, no âmbito de toda a sociedade, as manifestações de apoio às modificações mais justas, viáveis e convenientes. Nesse particular, quero concluir registrando a minha convicção de que, por maior que seja a campanha contra a reforma, eventualmente conduzida pelos detentores dos privilégios atuais, a sociedade não deixará de se sensibilizar com a origem básica do desequilíbrio do sistema e de se posicionar a favor de sua correção, desde que devidamente informada e esclarecida. Nunca é demais lembrar que não existe fonte maior de insegurança para o cidadão comum que a perspectiva de lhe faltar, no futuro, a garantia da aposentadoria ou da pensão com que sempre contou. E essa é uma possibilidade concreta, se nada for feito de imediato. Aliás, os espíritos mais atentos já começam a ficar angustiados com a realidade observada em alguns estados da Federação, cuja situação financeira deteriorou mais depressa e onde pagamentos considerados como tradicionalmente garantidos já estão sendo retardados, parcelados, colocados na dependência de auxílio federal ou simplesmente ignorados.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho/2017 a ainda estratosférica marca de 399,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,30%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em agosto/2017 chegou a 2,46%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


        

    

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