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quarta-feira, 8 de abril de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DAS ESCOLAS E A LUZ DOS PRINCÍPIOS E VALORES ÉTICOS DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Incerteza sobre a educação
        Não restam dúvidas de que o mundo mudou bastante nos últimos anos, tanto que pais, antigamente certos de como educar seus filhos, agora confessam que não possuem tanta convicção de tais métodos e compartilham cada vez mais questionamentos de como conduzir a educação, como incentivar ou não a prática de sua religião ou deixar o jovem escolher seu próprio caminho, alinhado com seus interesses e crenças.
         Pouco a pouco estão percebendo seus limites, impotência e desconhecimento quanto às orientações mais eficazes que podem dar ao filho, para garantir sucesso na vida. É indiscutível que cabe às famílias ensinar valores e virtudes, desenvolver senso de justiça, generosidade e compaixão, mas que a influência que as crianças e os jovens estão recebendo no fenômeno da globalização está, muitas vezes, superando o modelo tradicional de educação, ao qual a sociedade está habituada. Há um provérbio africano que diz que é preciso uma aldeia toda para educar uma criança. No entanto, nossa aldeia global não tem conseguido cumprir bem essa função.
         Quando era mais novo, lembro que meu pai usava algumas metáforas para mostrar as dificuldades e os desafios que eu teria no futuro e como deveria me preparar para enfrentá-los. Meu pai usava a metáfora da escada, comparando as fases da vida com os degraus.
         Ele dizia que bastava um bom preparo, energia, disposição, honestidade e vontade para vencer que eu chegaria lá. O que ele (meu pai) talvez não previsse ou se esqueceu de me avisar é que essa escada é rolante e corre no sentido inverso do que subimos.
         Muitas vezes, mesmo imprimindo um esforço quase sobrenatural, vejo muitos colegas nos mesmos lugares. Este é o nosso desafio, pais e professores, preparar nossos jovens para galgar os novos degraus. Isso exige, no entanto, também desenvolver uma consciência mais crítica para que os jovens possam repensar e, se possível, assumir parcialmente o controle, o motor da escada. O que sentimos neste mundo globalizado é que “a escada” está programada para um aumento sucessivo e constante de velocidade e que ninguém mais tem a senha do sistema para mudar a programação.
         Este é também um dilema que vivem os educadores. Preparar os jovens desenvolvendo mais potência e mais força para subir e galgar mais degraus. Ou ainda desenvolver a consciência crítica e prepará-los para a reflexão e a mudança de atitude com relação aos desígnios deste novo e complexo mundo globalizado e de avanço tecnológico sem precedentes na história da humanidade.”.

(Renato Casagrande. Consultor em liderança educacional e palestrante, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de março de 2020, caderno OPINIÃO, página 27).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de abril de 2018, mesmo caderno, página 7, de autoria de JOÃO DEWET MOREIRA DE CARVALHO, engenheiro-agrônomo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Para que servem as leis?
        A oração aos moços, escrita por Rui Barbosa para ser lida na formatura da turma de 1920 da Faculdade de Direito de São Paulo, tornou-se célebre. Sendo uma das peças mais relevantes da literatura brasileira. Contém, entre ouras virtudes, a de aludir a fatos corriqueiros ao Brasil da época, que continuam atuais, quase 100 anos depois.
         A certa altura deste belo texto, o autor escreve: “... dei o meu máximo para informar o povo sobre os costumes da liberdade e à República sobre as leis do bom governo, que prosperam os estados, mobilizam as sociedades e honram as nações”. Mais adiante, o ilustre baiano, lucidamente, desvela e expõe os vícios da sua sociedade, citando: “Ora, senhores bacharelandos, pesai bem que vós ides consagrar à lei, num país onde a lei absolutamente não exprime o consentimento da maioria, onde são as minorias, as oligarquias mais acanhadas, mais impopulares e menos respeitáveis, as que põem e dispõem, as que mandam e desmandam em tudo; a saber: num país onde verdadeiramente não há lei, não há moral política ou juridicamente falando”. Ainda relata o Águia de Haia outras verdades: “No Brasil, a lei se deslegitima, anula e torna inexistente não só pela bastardia da origem, senão ainda, pelos horrores da aplicação”.
         Certamente, as oligarquias da época de Rui, em relação às de hoje em dia, mudaram. Contudo, apesar de passar quase um século, a sina dessa brava gente continua sendo a de servir de massa de manobra para uma elite governamental, quase que totalmente apodrecida, corrupta e irresponsável. Presentes em todos os poderes constituídos. Onde as leis são manejadas ao sabor das conveniências políticas. Tudo a fim de ser mantido o status quo corrupto. E isso com a proteção dos medalhões meliantes nacionais, mal disfarçada no suposto uso garantista da lei. Feito sob o olhar perplexo de toda a nação.
         O problema cresce. Principalmente, quando se evidencia nesse proceder que a lei se tornou seletiva, no sentido de que não se aplica a todos, mas somente aos que não têm meios para a prolongar, indefinidamente, com recursos judiciais, a fim de impedir a aplicação efetiva da pena. Então, constata-se que o que deveria ser justiça tornou-se injustiça. Com isso, a lei do mais forte evidencia-se. E anula a igualdade entre todos os cidadãos. Comprovando que a lei não se encontra acima de todos, mas só dos que não têm recursos financeiros suficientes para se manter acima dela.
         Curioso. Pois, nos séculos passados, em todas as nações do mundo, foi entregue à lei a soberania sobre todos os povos, no intuito de aprimorar a Justiça e a igualdade. Parecia que um novo capítulo na história humana estava se iniciando. No entanto, tudo parece ter-se revelado um verdadeiro conta da carochinha. Será que os otimistas daquela época se esqueceram de que os componentes nos sistemas judicial e legislativo poderiam ser os mesmos volúveis personagens já conhecidos de outrora? Sempre reféns da sua selvagem natureza humana, camuflada sob a máscara de aparente civilidade? Pois, como, então, justificar o Estado moderno ser baseado na autoridade máxima das leis, se tais injustiças e desmandos ainda persistem? E o Brasil é um exemplo clássico.
         Qual será, então, o futuro para um moderno país democrático como o Brasil, cujos poderes estão longe de ser eficientes, dignos e críveis? Tudo por lhes faltar o reinado da ética no seu cotidiano? E como pode a sofrida população fazer para reverter os vícios da injustiça e corrupção nessas instituições?
         Por sua vez, o sistema judiciário deveria funcionar de forma a evitar tais distorções promotoras de injustiça. Caso contrário, as arbitrariedades tomam conta e contaminam todo o sistema judicial da nação. Deixando-o parcial e não confiável. Sendo um entrave para sua clareza judicial, bem como para o saudável desenvolvimento econômico e social do país.
         Pois povo algum nasceu para viver subjugado ao sabor do humor errático de instituições que deveriam existir para lhe servir, trazendo estabilidade. Entretanto, no Brasil, ninguém excede tanto no desfrute do poder quanto muitos componentes dessas instituições. Que com seus procedimentos inadequados justificam as palavras do grande historiador romano Plutarco: “Nenhum animal é mais selvagem do que o homem revestido de poder”.
         O que fazer, então, para ensinar que o ato civilizatório é o ato da contenção, da restrição, de pôr limites à selvagem natureza humana? Pois o Brasil não é apenas de alguns poucos, mas de todos os seus cidadãos. Não sendo necessário ser nenhum gênio, como Rui Barbosa, para enxergar que a nação é o ninho amado do seu povo. Pois, para isso, todo brasileiro tem olhos de águia. Portanto, que tenha também garras afiadas para o defender!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 322,6% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 135,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,01%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

  

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO ÉTICA DA SOCIEDADE E A LUZ DA SABEDORIA DAS LIÇÕES PASSADAS NA SUSTENTABILIDADE


“O Brasil rumo à OCDE?
        O ano de 2020 começou com diversas novidades que, apesar de serem aparentemente desconexas, estão fortemente interligadas. Um dos destaques foi o apoio recebido pelo Brasil dos EUA à sua candidatura para se tornar membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da qual já participam potências como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Japão, além de países latinos, como México e Chile.
         O atual governo demonstra forte interesse em ter o Brasil na OCDE, um processo que, contudo, demanda diversas etapas e cumprimento de ritos e requisitos. Para entre neste grupo, conhecido como “clube dos países ricos, será preciso atender regras e réguas desse seleto clube, adotando recomendações em áreas como ambiente, macroeconomia e combate aos crimes financeiros, entre outros temas.
         Assim como as empresas colhem frutos quando adotam boas práticas de governança, promovendo uma cultura de integridade, os países podem crescer e proporcionar melhores condições de vida à população quando adotam boas práticas de gestão pública e políticas eficazes e combatem a corrupção. Essas medidas atendem requisitos para atrair investimentos, além de obter empréstimos com juros mais baixos, o que ajuda na criação de empregos e negócios e no crescimento econômico.
         Levantamento recente realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo de Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que as principais preocupações do consumidor brasileiro são o combate ao desemprego e a melhora da saúde pública, seguidos de investimento em educação e, na sequência, combate à corrupção. E como promover emprego, saúde e educação? De onde virá o dinheiro?
         Por isso, a importância de investir em boa gestão pública, políticas eficazes e, é claro, no combate à corrupção. O dinheiro público deve ser utilizado para o benefício da população, e não para fins privados, ganhos individuais ou de pequenos grupos. O custo da corrupção está embutido no consumo da população brasileira e nas mazelas sofridas pelo povo. Pagamos caro por isso.
         No Fórum Econômico Mundial em Davos, o secretário geral da OCDE, José Angel Gurría, declarou que o combate à corrupção é um dos grandes desafios da América Latina, um câncer que afeta os diversos países da região – fato que o recém-publicado relatório anual da Transparência Internacional, conhecido como Índice de Percepção da Corrupção (IPC), ajuda a corroborar. O Brasil não está bem nesse ranking. E não é algo recente, tampouco pontual. O resultado do relatório precisa ser visto como um alerta.
         Como nação, precisamos mudar esse cenário. Podemos fazer mais para combater a corrupção e crimes associados, como a lavagem de dinheiro. E isso será requisito para o plano do Brasil de ingressar na OCDE ou para simplesmente encontrar um caminho de crescimento, geração de emprego e renda à população. Isso não é só papel de um presidente, de uma autoridade, de um professor, de um empresário, de um jornalista ou de qualquer cidadão, isoladamente. É trabalho árduo e amplo, que envolve a participação da sociedade civil, das diversas organizações públicas, privadas e do terceiro setor, os pactos setoriais, a boa gestão pública e atuação política efetiva e pró-Brasil.
         Não dá para desejar posição na OCDE ou crescimento sustentável sem ações efetivas de combate à corrupção e a outros crimes financeiros. A bandeira deve ser apartidária e defendida por cada cidadão.
         Precisamos combater o conflito de interesses, promover a transparência, aprimorar os instrumentos legais e regulatórios e fortalecer os conceitos de cidadania, democracia e ética em nosso ciclo de educação. A própria Transparência Internacional propõe ações de melhoria. Outra importante fonte para saber o que precisa ser feito são as novas medidas contra a corrupção, promovidas pela Transparência Internacional – Brasil, Instituto Ethos e outros.
         Evoluímos, mas precisamos fazer mais. Há paradigmas e círculos viciosos a serem quebrados e mudados. Daqui a cinco ou dez anos, um novo relatório do IPC será lançado pela Transparência Internacional. Conseguiremos estar efetivamente melhores? E quais manchetes terão destaque? A resposta está em nossa atuação quanto sociedade para que os jornais estampem a notícia que queremos ler: os brasileiros vivendo em melhores condições e progredindo.”.

(Jefferson Kiyohara. Professor em ética e compliance da FIA Business School, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de fevereiro de 2020, caderno OPINIÃO, página 12).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de julho de 2019, mesmo caderno, página 7, de autoria de JOÃO DEWET MOREIRA DE CARVALHO, engenheiro-agrônomo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Sabedoria é nunca
esquecer o passado
        A história da economia ensina que as pessoas e os governos nunca aprendem, de forma alguma, com seus erros passados. Ou seja, sempre que houve algum período de favorecimento econômico na vida pessoal ou de uma nação, a euforia momentânea sempre iludiu o favorecido e impediu que precauções, sempre necessárias ao futuro equilíbrio financeiro, fossem tomadas. Por quê? Porque, normalmente, as pessoas e os países agemcomo se momentâneos ventos da prosperidade fossem eternos. Esquecem-se eles que, além de os ciclos econômicos serem sempre ressurgentes, a sabedoria da fábula da formiga e da cigarra nunca deve ser desprezada. Afinal, o velho ditado diz que todo enorme progresso econômico sempre gera uma crise logo adiante. Tudo por falta de sensatez da parte dos governantes. Pois, o sucesso momentâneo sempre cega, completamente, os filhos dos homens. São fatos da vida. Incontestáveis.
         E tudo isso ocorre, apesar de toda boa equipe econômica saber que deve trabalhar sempre como o objetivo de manter a responsabilidade na contabilidade fiscal, além de conduzir a inflação sob controle. Principalmente, em países que trazem em seu histórico uma longa trajetória angustiosa de luta contra o descontrole dos preços, como o Brasil. Seja do lado inflacionário, quanto do fiscal. Afinal, qualquer neófito economista sabe que a manutenção de taxas de inflação baixas é pré-requisito para a queda da taxa básica de juros a um nível propício ao contínuo desenvolvimento de uma nação. Pois possibilita reduzir o risco sistêmico. Sendo uma das condições primárias para o aquecimento do comércio.
         Por isso, deve-se ficar atento com as excessivas alavancagens, tanto das empresas privadas quanto dos estados federativos. Pois, no início, é gerada uma falsa impressão de progresso, mas logo a fatura chega para ser paga. Pois o acúmulo de dívidas sempre dificulta a gestão e impede a sobra de caixa para investimentos. E sem contar que tudo isso aumenta o risco sistêmico nacional. E não é outra a situação atual dos estados brasileiros que tentam vender o almoço para comprar a janta., sem nenhum êxito. Pois a não ser que suas previdências façam parte da reestruturação nacional em curso e passem os responsáveis, em seguida, a praticar boas gestões administrativas, além de simplificar a estrutura organizacional e tributária estatal, fatalmente o caos tomará conta. E o que ocorrer, isoladamente, nos estados contaminará toda a nação. Com isso, o êxito da União e dos mais bem-organizados estados será transformado em fracasso pela falência dos entes federativos mais fragilizados. Contaminação falimentar é caso tão grave que deveria estar acima de qualquer mesquinha picuinha política.
         Em vista dessas questões, deve-se ter em mente que de nada valerá o excelente Mercosul com a União Europeia (EU). Afinal, o tremendo ganho comercial que trará a união aferida entre blocos poderá ser prejudicado pelo desequilíbrio econômico em curso. Por isso, as vaidades políticas devem ser contidas em nome de uma possível recuperação econômica da nação. Pois só assim será viável reativar o tão combalido mercado interno. E, com isso, prover de esperança de recolocação no mercado de trabalho milhões que se encontram atualmente desempregados.
         As crises econômicas são tão antigas quanto a existência do dinheiro, do comércio e dos mercados financeiros. Se no passado os soberanos diluíam o ouro ou a prata das moedas na ilusão de resolver seus dilemas econômicos, hoje em dia, os incapazes e arrogantes governantes pensam que suas supostas espertezas políticas os manterão a salvo dos custos produzidos pelas loucuras administrativas que se tornaram rotinas em seus governos. Ainda que alguns estejam pagando na cadeia por tais desatinos, mesmo assim, diante da memória curta da raça humana, muitos insistem nos mesmos caminhos dos criminosos alcançados pela Lava-Jato. Afinal, pensam, ilusoriamente, ter grandes poderes. Pois, ainda não perceberam que o verdadeiro poder já se encontra de novo de posse do povo brasileiro. No entanto, todos os que insistem em continuar a trilhar o caminho das trevas descobrirão da pior maneira que a paciência da população já se esgotou.
         Contudo, se a perspectiva futura estava totalmente escura, dias atrás, agora, depois de selado o acordo Mercosul com a EU, uma nova porta de esperança se abre para o Brasil. Por isso, como diz o famoso ditado dos interiores do país, das roças e d’outros rincões: “Estou batendo na cangalha para ver se o jegue entende”. Afinal, sabedoria é nunca esquecer o passado. E o do Brasil é recheado de oportunidades perdidas. Por tudo isso, fica o questionamento: seria o novo acordo Mercosul com a EU e as imprescindíveis e urgentes reformas o ponto de parte para o Brasil se tornar, desta vez, a nova potência mundial? Ou apenas fumaça ilusória?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 318,85% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 302,48%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA ESPIRITUALIDADE NAS NOVAS TECNOLOGIAS E OS DESAFIOS DA NOVA POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE


“Inteligência artificial e humanismo
        Já bem antes da virada do século passado, sociólogos, religiosos e até pessoas comuns passaram a questionar os valores da tecnologia que crescis exponencialmente e interferia “negativamente” na educação e costumes. Realmente, à primeira vista, a tecnologia não combina com nosso espírito, com nossa alma. Parece-me que esse sentimento vem das velocidades diferentes que cada um “viaja” no nosso tempo. A informática, que é o símbolo do desenvolvimento tecnológico, apresenta inovações, com espaços de tempo cada vez menores, enquanto nosso espírito para modificar-se, substancialmente, leva muitas vezes décadas e, lamentavelmente, muitas pessoas passam pela vida toda sem apresentar progresso espiritual relevante. Para uns, o avanço tecnológico afasta as pessoas da convivência, das relações de afeto. Para outros, representa a segurança, facilidade, o conforto. Melhor vê-los então equilibradamente, também porque é perda de tempo imaginar que se possa deter a ciência e, como a técnica é a aplicação dela, não há também como frear a tecnologia. O que não podemos é nos entusiasmar ao ponto de achar que um computador de última geração é mais “inteligente” que as coisas da natureza. Basta vermos, com encantamento, uma minúscula formiga possuir engrenagens e articulações para movimentar-se. O telescópio Hubble fotografar uma galáxia a 60 milhões de anos-luz de distância e o homem mandar sonda a Marte seriam mais intrigantes que a formiguinha?
         Se já havia uma grande apreensão, a vedete do século 21 é a inteligência artificial, que preocupa ainda mais os humanistas. O escritor judeu Yuval N. Harari, PhD em história pela Universidade Oxford e autor dos best-sellers Sapiens e Homodeus, colocou mais dúvidas e indagações para onde está caminhando a inteligência artificial. Ele sugere que, num futuro próximo, cerca de 10 anos, muitas profissões como corretor de imóveis, contadores e outras irão desaparecer, porque os robôs se encarregarão delas. Vai além ao imaginar que num futuro um pouco mais distante, talvez daqui a 40 ou 50 anos, os robôs, em determinadas situações, poderão até dominar os humanos. Penso, com as minhas limitações, que é difícil acontecer porque o homem é dotado de consciência, e ela será sempre superior aos algoritmos das máquinas.
         É oportuno relembrar que a sabedoria milenar chinesa ao estudar os opostos, denominados Yin e Yang, defende que tudo na vida tem vantagem e desvantagem: quando ganhamos de um lado, certamente iremos perder do outro. O crescimento espiritual ou ascese é que vai nos ajudar a entender e ver cada lado das coisas. A espiritualidade pode ser ferramenta para não tornarmos mecanicistas na convivência com a tecnologia. A colisão com nossa espiritualidade é inevitável se não aceitarmos o mundo tal qual ele é, com pluralidade, avanços, mas também com todas as limitações que a vida nos impõe. Em contraposição à supervalorização tecnológica, a filosofia e a religião têm um papel importante na formação humanística, sobretudo, dos jovens que são mais carentes de valores. Bernard Shaw tem um sábio conselho sobre o tema: “Os racionais adaptam-se ao mundo, os irracionais só a si mesmos”.”.

(GILSON E. FONSECA. Sócio e diretor da Soluções em engenharia geotécnica Ltda. (Soegeo), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de JOÃO DEWET MOREIRA DE CARVALHO, engenheiro-agrônomo em Nanuque (MG), e que merece igualmente integral transcrição:

“A nulidade política
        O grande poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, ao publicar um diário que manteve por longos anos com o nome de Observador no escritório, descreve na data referente a 17 de agosto de 1977 a seguinte ironia de cunho político: “Às vezes a gente tem saudade do extinto PRM, órgão pouco democrático da democracia anterior a 1930. Ele tinha sempre o cuidado de eleger, fosse que de maneira fosse, alguns mineiros ilustres, no meio de muitas nulidades ou mediocridades, para compor a bancada na Câmara e no Senado federais. Um poeta como Augusto de Lima não perdia eleição, assim como Calógeras ou Afrânio de Melo Franco, mais intelectuais do que propriamente políticos. E o estado tinha uma representação equilibrada: gente que pensava e brilhava, e gente que simplesmente dava número”.
         Comparando a já longínqua época do PRM com o atual cenário político, fica um certo amargor para a população brasileira, pois, apesar de ter ocorrido um suposto avanço democrático no país, houve, também, uma tremenda deterioração na qualidade dos homens públicos. E isso tanto do ponto de vista moral quanto intelectual. Trazendo prejuízos irreparáveis. Além de imensa saudade do tempo no qual as tribunas nacionais eram ocupadas em grande parte por pessoas realmente capacitadas. Ainda que naquela época fosse necessário fazer uso de meios não muito democráticos para evitar o estabelecimento do reino da nulidade do meio político.
         Lógico que o momento atual não permite – nem deveria – tais mecanismos antidemocráticos na escolha dos representantes do povo. Então, como fazer para que o nível dos políticos em todo o Brasil se eleve e com isso as perspectivas futuras da nação sejam menos desalentadoras? Quais seriam as soluções para evitar que o número de nulidades fosse reduzido a “níveis aceitáveis”? Questões como essas devem estar na pauta das discussões dos que irão reformular o atual corrompido sistema político. Pois ele é o responsável em tomar as decisões vitais ao futuro existencial da nação. E isso é urgente. Afinal, nenhum fruto benéfico colhe o país das nulidades que se apropriam das possiblidades oferecidas pelo sistema democrático. E com isso se elegem sem, na verdade, representar ninguém, apenas a si mesmo.
         O debate desse precioso tema deve visar ao aperfeiçoamento da democracia em sua essência. E constituir empecilho à manipulação dos ingênuos pelos populistas demagogos dispostos a fazer uso de recursos ilícitos. E, dessa forma, evitar possíveis manipulações ideológicas portadores de futuras deletérias restrições democráticas. Pois o futuro de uma nação é por demais precioso para ser refém do humor errático de uma população totalmente entorpecida e fanatizada. E dessas tragédias evitáveis, salva-se não apenas a geração presente, mas, principalmente, as futuras gerações que sempre pagam pelos erros e excessos dos seus país.
         Pois é notório que toda nação, nos seus capítulos iniciais, vive a expectativa de que o seu processo de formação a tornará uma pátria exemplar e preciosa. Sobressaindo, visando a esse fim, o imenso esforço humano de grande parte do seu povo. Predominam, nesse período, ideais de um viver idílico, onde todos no futuro usufruirão do bem-estar construído. E a paz e a dignidade humana prevalecerão. Esses são os tempos dos sonhos.
         No entanto, o Brasil, após décadas de lutas por um país digno, viu nesses últimos anos quase tudo se tornar fumaça. Evidenciando que muitos vezes os desejos mais alvissareiros dos homens não se realizam. Pois sempre existem os que se aproveitam do suor do trabalho derramado pela maioria da população em benefício próprio. E transformam os sonhos do povo de uma nação em futuros pesadelos nacionais.
         Por isso, nunca o momento foi mais oportuno do que agora para se criar uma nova forma do ser político. Em que não apenas sejam resgatados os mais nobres valores morais no trato da coisa pública, mas, principalmente, sobressaia a capacidade do indivíduo como diferencial na reconstrução de uma nação que foi levada à beirada do precipício. E nessa toada sejam criados mecanismos que melhorem a representatividade política. Se não impedindo totalmente a presença das nulidades no trato da coisa pública, pelo menos amenizando drasticamente a presença de tais perniciosos elementos.
         A crescente importância do Brasil na nova geopolítica mundial requer uma classe política que esteja à altura do novo papel a ser desempenhado pela nação. E os nulos não apenas não somam, como ainda subtraem. Urge, portanto, criar-se uma nova formatação em que o brilhantismo do indivíduo público reflita sua imensa capacidade. E, com isso, uma nova perspectiva de futuro seja criada para toda a nação. Tão bela e harmoniosa como os mais belos versos do mavioso poeta itabirano.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 279,83% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,71%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.