“O
domínio da personalidade, a
purificação e a transformação
Um momento fundamental
na caminhada de todos os indivíduos consiste no domínio da personalidade.
Somente a partir desta conquista é que o homem consegue ser realmente útil ao
mundo e à humanidade. Antes de ser iluminada pela alma, a personalidade
prossegue agindo por conta própria e produz mais distúrbios do que equilíbrio.
O homem nela polarizado não conhece o Plano Evolutivo nem tampouco o papel que
lhe cabe desempenhar dentro dele; ou seja, nada sabe do trabalho
verdadeiramente criativo que tem a fazer. Mesmo com boa vontade, boa disposição
e boa intenção, erra mais do que ajuda, destrói mais do que constrói.
Quando
dão início ao trabalho de alinhamento da personalidade com a alma, os
aspirantes ainda não estão completamente esquecidos de si entregues às energias
superiores. Esse processo evolui a partir do momento em que a alma não tem mais
sede de experiências do mundo, então, inicia-se um ciclo em que ela vive muitos
conflitos. Enquanto a forma atrai por demais a alma, o trabalho de purificação
e de transformação pode ocorrer, porém, de modo limitado. A purificação e a
transformação ganham um ritmo acelerado apenas quando tem início o trabalho
efetivo de domar a personalidade. Só então a luz dos níveis superiores do ser
começa a chegar com mais nitidez ao eu consciente.
É
fundamental que ocorre o alinhamento entre o mental, o emocional e o físico. No
entanto, se não experimenta uma transformação definitiva conduzida pela alma, a
personalidade pode tornar-se devastadora quando consegue que seus corpos
estejam alinhados entre si. O mental, o emocional e o físico juntos somam
grande força, mas se tornam cegos quando não são guiados pela alma. Assim, uma
personalidade cujos corpos estejam bem coordenados, mas não iluminados pela
alma, pode ser muito mais destrutiva do que se estivesse descoordenada. Eis,
por que, à medida que se constrói a ligação entre os próprios corpos,
buscando-se integrá-los, deve-se trabalhar principalmente o aperfeiçoamento do
caráter, a purificação e o controle dos vícios.
Por
vícios enfrentamos forças da Terra mal canalizadas, ou seja, deslocadas e fora
de lugar, mas que encontram guarida nos indivíduos que não despertaram para seu
real destino.
No
momento em que o indivíduo decide transcender definitivamente as forças
terrestres representadas por sua própria personalidade, realizar um esforço de
deixar de identificar-se com os corpos da personalidade é um dos caminhos mais
seguros para atingir tal realização. Para isso, durante qualquer reação
emocional que experimente, o indivíduo deve perguntar-se: “Quem, realmente,
está reagindo?” Indagando isso a si próprio muitas e muitas vezes, descobre que
existe dentro de si alguém que, sendo uma parte mais profunda do próprio ser,
observa seu emocional reagir. Com o tempo, ele se torna mais ligado a esse
observador do que à parte que reage e, a partir daí, começa a libertar-se dos
envolvimentos.
Ocorre
que, se ele tem condições de “ver” suas reações, só lhe resta escolher: ficar
do lado daquele que “vê” ou ficar do lado da parte que reage. Conforme a opção,
começa a ser criado e fortalecido o observador dentro da personalidade; a
partir daí, as forças que mantinham os envolvimentos se dispersam, porque já
não estão sendo vitalizados.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de setembro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 20).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de julho
de 2017, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de BRUNO CLÁUDIO PENNA AMORIM
PEREIRA, advogado sócio-fundador do escritório Nogueira Amorim, professor,
mestre e doutorando em direito público, consultor jurídico da Assembleia
Legislativa do Estado de Minas Gerais, e que merece igualmente integral
transcrição:
“A
crise da política no país
Os recentes
acontecimentos no âmbito da política brasileira, amplamente noticiados pelos
meios de comunicação social, demonstram que a coisa pública – sentido
etimológico do que se entende por República – tem sido usada em benefício
próprio, não apenas por agentes públicos, especialmente os detentores de
mandatos eletivos, como também por empresários e cidadãos.
Tais
fatos, de gravidade incontroversa, nos levam a refletir, primeiramente, sobre a
amplitude dessa crise e as esferas em que ela se manifesta. Nesse contexto,
indaga-se: a crise é da política, do político, das instituições políticas, da
sociedade política, ou de todos? Para além de identificar, nesse momento, onde
se situa a crise política, considero ser fundamental, antes de tudo,
refletirmos sobre o significado do vocábulo “política”.
A
política consiste em instituto plurissignificativo. Manifesta-se como elemento
indissociável do Estado, mas não apenas dele. É certo que o Estado apresenta,
necessariamente, três faces: uma social, relacionada ao seu processo de
formação e desenvolvimento; uma jurídica, na sua conformação com o direito,
ditando-o e a ele se submetendo; e uma política. A política, nesse contexto,
consiste em elemento que se entranha no corpo estatal. O Estado possui,
portanto, natureza política. No exercício de sua soberania, o Estado exerce
poder político, fixando comandos e regras de comportamento voltados para o
cumprimento do bem comum. No exercício desse desiderato, para que suas ações
sejam legítimas e eficazes, o corpo estatal e seus agentes devem considerar que
a política consiste na arte de conciliar interesses contrapostos, unificando-os
e organizando as ações humanas em prol de um objetivo comum (Ernest Cassirer, O
Mito do Estado).
Mas a política
não consiste em atributo inerente apenas ao Estado. Também não se pode
atrelá-lo unicamente ao significado de “pólis” na Grécia antiga –
cidades-estados onde pequena parcela de cidadãos participavam de decisões
políticas. A política é muito mais ampla e repleta de significados. Ela é
inerente à própria natureza humana. Aliás, já dizia Aristóteles que o homem é
um ser social e político por natureza. Quer dizer, então, que o povo faz parte
da política? Para além de integrar a política, o povo é o principal responsável
por sua condução, conformação ao direito e integração ao Estado. A política,
portanto, se entranha no povo. E o povo também deve nela se entranhar, desde
que o objetivo seja a promoção do bem comum.
Essas
breves considerações nos levam facilmente à conclusão de que a crise da
política não pode ser reduzida à crise do Estado, das instituições políticas e
dos políticos. A crise não pode ser imputada tão somente àqueles que, em nosso
nome, exercem mandatos eletivos, tomando decisões políticas. A crise é da
sociedade. A crise é do povo. A crise é de cada indivíduo. É a crise de
valores, de caráter, de comportamento dos indivíduos na sociedade pós-moderna.
É a crise da humanidade. O cidadão, na acepção política, desconhece qual é o
seu papel na sociedade e o que deveria fazer para tornar possível o exercício
de sua cidadania.
Somos,
então, responsáveis por todos os atos de corrupção ocorridos nos últimos tempos
nas instituições políticas brasileiras? Se o poder emana do povo, a corrupção também
dele provém. Os que hoje estão no exercício do poder político, também integram
a sociedade, onde atos de corrupção são praticados diuturnamente. Somos, no
mínimo, corresponsáveis. Devemos fazer a mea-culpa. A corrupção é praticada
diariamente pelo cidadão, em maior ou menor grau. Dentro ou fora de casa, no
trabalho, na escola, o indivíduo é um ser corruptor e também corruptível.
A
possibilidade de mudança do terrível cenário político brasileiro, portanto,
perpassa por nossas mãos. Por um processo, inicialmente, de internalização, de
reflexão, de consciência e de compreensão, partindo depois para a tomada de atitude
e de reconhecimento do papel que cada indivíduo deve exercer, ao seu modo, sem
ferir suas concepções e ideologias e ciente de suas capacidades e limitações.
As
bases da política brasileira são e devem ser essas. O alicerce da estrutura
estatal e política precisa ser reconstruído, reformulado e repensado. Mas a
mudança passa muito mais pelos indivíduos do que pelas instituições. A mudança
comportamental dos agentes públicos exige do povo uma reflexão sobre o seu
papel nesse processo. Repensando uma célebre frase “chega de promessas,
queremos ações”, talvez seja melhor propormos: “chega de promessas, façamos nós
mesmos as ações”.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia,
da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em julho/2017 a ainda estratosférica
marca de 399,05% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,30%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, em agosto/2017, chegou a 2,46%); II
– a corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é grande.
Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está
imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito
mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do
Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao
excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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