“Inovação
no ensino é inspirar a inquietude
O repasse de conteúdo
acadêmico é o axioma da maioria dos cursos de ensino superior no Brasil de
hoje. Costurar as palavras desse modo pode soar não apenas uma postura
exorbitante, como também um pouco duvidosa. O fato é que a imagem de alunos
como seres passivos e professores como entidades máximas dentro de sala é uma
cena que vem sendo alvo de um processo de desconstrução – ao menos para as
instituições preocupadas em inovar.
Um
rápido exercício deixa isso à mostra: pense em reduzir o tempo de conhecimento
recebido de maneira passiva em sala. Seria impossível não chegar à diminuição
drástica da duração dos cursos a partir dessa percepção. Na contramão dessa
estrutura formatada de ensino, o advento da internet convida, há séculos, as
pessoas a desbravarem múltiplas fontes de conteúdo para saciar a sede de
conhecimento.
Chega
a ser injusto comparar tamanha diversidade de informações à bagagem que o
professor pode transmitir durante a aula. Isso sem falar na possibilidade de
acessar os dados sem restrições de tempo ou espaço. Engana-se quem pensa,
porém, que a função do docente se torna dispensável diante disso. Ao contrário,
ela precisa ser revisitada para passar por reformulações constantes.
Hoje,
melhor designado como mentor, o professor deve, de uma vez por todas, abraçar a
interatividade e a responsabilidade pelo aprendizado dos alunos. É dele a
incumbência de criar um ambiente propício à evolução dos pupilos, provocando-os
a pensar criticamente em todos os aspectos, deixando-os inquietos. Com isso,
espera-se que o aluno vá para a aula preparado, com conteúdos já previamente
assimilados. Na presença do professor e dos colegas ele terá, então, a
oportunidade de ir além, debatendo, tirando dúvidas e construindo projetos
sobre os temas. O direcionamento partirá do mentor e, justamente por isso, são
tão decisivas a atuação que ele tem no mercado e a relação que cultiva com a
área que ministra. Um campo de estudo que lança mão desse método há bastante
tempo é o da saúde.
Nos
cursos de medicina, por exemplo, os alunos mergulham na prática desde os
primeiros anos, sempre sob orientação de mestres atuantes. A pesquisa, por sua
vez, fica a critério do aluno e é, por isso, desenvolvida além do período de
aula, com ou sem o auxílio dos avanços digitais. Atualmente, novas demandas
profissionais surgem em uma rapidez sem precedentes, e atender a esses anseios
com eficiência significa apostar não apenas em capacitações mais enxutas, mas
que esbanjam, de fato, qualidade. Nesse momento, a importância do papel dos
mentores é, mais uma vez, retomada. E o brilhantismo na área também corresponde
à capacidade de o docente extrair, de cada aluno, todo o potencial a fim de
prepará-lo para travar as batalhas que escolher.
Vale
lembrar que, sozinho, o professor pode até tentar inserir essa abordagem, mas a
assertividade da tentativa fica a cargo da instituição, que precisa abarcar, em
sua política, a inovação. Por essas razões, até mesmo os perfis dos cursos
ofertados no país têm mudado, com um destaque especial para os segmentos da
hospitalidade e da economia criativa. É essa última área, por exemplo, que
abrange o design, o cinema, a música, a fotografia, a gastronomia, as mídias
digitais, o marketing e a publicidade, entre muitas outras. É ela também a que
mais emprega e remunera em todo o mundo, revelando-se cada vez mais capaz de
provocar transformações mais rápidas e positivas na sociedade. Não raro, os
cursos desse nicho exijam tanta rapidez, inovação, inspiração e inquietude de
seus mentores que precisam sempre se antecipar às tendências de mercado. As
mudanças não param de acontecer e nós precisamos sempre caminhar de mãos dadas
com elas.”.
(CARLOS
RODOLFO SANDRINI. Especialista em educação. Fundador e presidente do Centro
Europeu, escola de profissões e idiomas, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de
setembro de 2017, caderno ADMITE-SE CLASSIFICADOS,
coluna MERCADO DE TRABALHO, página
2).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
1º de março de 2017, caderno OPINIÃO,
página 7, de autoria de LUCIANA REZENDE
ABRAM, engenheira, especialista em administração e marketing e consultora
de franchising, e que merece igualmente integral transcrição:
“Transformar
esperança em resultados
Acredito que tudo na
vida é muito simples, desde que não deixemos para depois o que precisamos fazer
hoje. O que deixa tudo mais difícil é o procrastinar, o deixar para amanhã, o
adiar, o delongar. Essa ação, além de não resolver nada, ainda deixa as
soluções mais complexas, diminuindo significativamente qualquer produtividade.
Gosto
de ter em vista três princípios relacionados com o ato de cuidar que, quando
somados, levam ao aumento da produtividade: administrar, ato de cuidar das
operações transformadoras; gerenciar, ato de cuidar de resultados transformadores;
e liderar, ato de cuidar de pessoas, seres humanos que têm esperança de que a
todo momento podem ser transformados.
Essa
ideia que a todo momento o empresário cuida de transformações e esperanças faz
com que as empresas ganhem valores intangíveis que as deixam mais humanas e
muito mais produtivas.
Trabalho
com produtividade e aprendi, ao longo desses 20 e poucos anos, que não existe
nada mais humano do que a produtividade. Quando transformamos produção em
produtividade, concretizamos, tangibilizamos nossas esperanças, somos
desenvolvidos. Produzir nada mais é do que transformar algo. Ser produtivo ou
ter produtividade é a produção direcionada para um resultado, para a esperança
concretizada.
E,
como brilhantemente explica o educador Paulo Freire e o filósofo Mário Sergio
Cortella, esperança vem do verbo esperançar, que significa sonhar, definir o
que se quer e como irá alcançar. É a força que nos torna resilientes, logo o
verbo esperançar é antônimo do verbo esperar e sinônimo de gestão. Se
reescrevemos o significado para a linguagem gerencial, esperançar é: ter
objetivos, traçar metas, planejar ações e implantar.
Às
vezes, vejo times/empresas onde o artilheiro/vendedor é recordista em
gols/vendas, porém, o time não consegue vencer os campeonatos ou ter
rentabilidade. Isso porque produzir gol ou faturamento é só uma das inúmeras
operações realizadas por um ser humano, que levam primeiro para um resultado
individual e depois, quando somado aos demais resultados das outras operações
desenvolvidas por outros seres humanos, levam à produtividade.
Na sua
empresa não é diferente: conhecer cada operação, saber o que se faz, como faz e
quais resultados precisam ser atingidos é indispensável para o aumento da
produtividade. Cada colaborador precisa saber exatamente o que e quanto precisa
produzir e entender a importância dessa produção e as consequências dessa
conquista.
Por
exemplo, se em uma loja de varejo o vendedor só tiver na mente o quanto em
valor financeiro precisa gerar, sem entender que esse valor financeiro deve ser
suficiente para pagar as despesas, pode ser que venda muito, porém mal, dando
descontos que não cobrem os compromissos da organização, muitas vezes, por
exemplo, nem rentabilizando para pagar os custos do produto. As metas individuais
precisam estar atreladas aos resultados reais da sua empresa, pois, caso
contrário, a empresa para de se desenvolver e morre, ou o time não chegará nem
nas semifinais dos campeonatos.
Diariamente,
a cada partida, a cada dia, questionar, entender e ajustar as táticas e ações
para o alcance do resultado final é a tarefa do empresário. E, quando essa meta
vem ao encontro das esperanças pessoais dos indivíduos que produzem os
resultados, fazemos com que a empresa pertença também aos seus sonhos e esperanças
e nesse lindo pertencimento todos ganham.
Quando
o empresário entende que a necessidade de empresariar é a esperança de todos os
envolvidos, uma vez que todos buscam rentabilidade, resultados positivos e
produtivos nas suas vidas, os negócios se transformam e passamos a trabalhar em
equipe para a conquista de um mesmo resultado, relevante para cada um de nós,
não interessando quem somos: proprietários, investidores, acionistas,
executivos, gestores, colaboradores ou parceiros.
Não
existe ou forma de atingir resultados que não seja com o trabalho de todos
voltado para a conquista de um bem comum. Sejamos esperançosos, tenhamos sonhos
para que possamos definir como iremos trabalhar para conquistá-los e, assim,
nos encher de força que nos torna cada dia mais resilientes.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em agosto/2017 a ainda estratosférica
marca de 397,44% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 317,31%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, em setembro, chegou a 2,54%); II –
a corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade);
entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
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