quarta-feira, 18 de outubro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES DESAFIOS DAS REFORMAS E A FORÇA DAS CAPACIDADES COMPUTACIONAIS NA SUSTENTABILIDADE

“Brasil travado
        Não é preciso ser nenhum especialista, apenas ter um pouco de senso de observação para ver que o Brasil, infelizmente para todos nós brasileiros, ainda terá grandes dificuldades para deslanchar economicamente. Sem superávit primário é impossível reverter os estragos feitos na economia nos últimos anos, ao contrário do que dizem todos os governantes que entram e saem. No momento que está governando, a maioria, recorrendo a todo tipo de superlativos e hipérboles, diz que os anos seguintes serão melhores. Os milhões de desinformados e outros contaminados pela esperança, Brasil afora, vão acreditando nas promessas vazias. Também, porque fomos educados, por princípios religiosos e filosóficos a sempre esperançar. O lado negativo é que, procedendo assim, enxergamos a realidade fracionada ou pela metade.
         As reformas estruturais, como a tributária, fiscal e previdenciária, que dariam dinâmica à gestão e à economia, enfrentam uma ferrenha defesa de interesses escusos da classe política. A reforma trabalhista, depois de um longo parto, ainda foi tímida. A triste consequência é a crônica concentração de poder e riqueza que não prioriza as potencialidades e talento de cada indivíduo e, beneficia só os espertalhões. A renda per capita de US$ 9.500 por ano seria baixíssima se excluídos os rendimentos dos 10% mais ricos. Vários empresários já possuem patrimônio acima de US$ bilhão. Banqueiros, empresários de mineração, siderurgia, energia, construção pesada, cimento e telefonia amealham grande parte das riquezas geradas, enquanto micro e pequenos empresários, maiores geradores de empregos, sofrem com a perversa tributação. Além disso, só as grandes empresas podem contar com os bancos de fomento para obtenção de financiamento de capital de giro.
         Economia e política são irmãs siamesas, precisam andar juntas e defender interesses coletivos. A concentração de poder faz tanto mal quanto a corrupção, pois trava os projetos socioeconômicos. A falta de oposição aos governantes facilita os apadrinhamentos e conchavos. O Brasil anda preso aos interesses corporativos, oligopólios e cartéis, porque há abrigo nas casas legislativas executivas. Essas circunstâncias ferem de morte a melhor distribuição de renda. E é ela que pode destravar o Brasil, porque nossa economia é sabidamente ancorada no consumo interno que, hoje, chega aos 60% PIB. Na outra ponta de geração de riquezas, falta-nos competência para a exportação que poderia ser consideravelmente maior. O superávit na balança comercial, neste ano, aparece mais pela baixa nas importações, consequência da falta de investimentos. Se emprego e renda caem e o endividamento aumenta, os consumidores somem. O governo tem recorrido a paliativos para gerir a economia, como redução de IPI aqui e acolá, mas nosso PIB continua refratário ao crescimento. Muitos estrangeiros estão vindo para cá, porque nos falta qualificação, tecnologia e competitividade, pois a educação, base de tudo e tão cobrada, continua sem atenção dos governantes. As eleições que aconteceram, a cada dois anos, só aumentam nossas decepções: continuam eleitos os espertalhões e corruptos.”.

(GILSON E. FONSECA. Diretor e sócio da Soluções em Engenharia Geotécnica Ltda – Soegeo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de outubro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de FREDERICO SILVA PERPETUO, professor do Colégio ICJ, e que merece igualmente integral transcrição:

“Jovens com DNA digital
        Na atualidade, cada vez mais cedo, crianças e adolescentes entram em contato com computadores, celulares, jogos digitais e redes sociais. Contudo, parece imperar uma cultura da banalização, na qual esses jovens usuários, em sua grande maioria, fazem uso irrefletido dessas tecnologias, utilizando-as apenas como passatempo ou lazer. É daí que nasce uma nova demanda e um novo desafio: trazer a informática para a sala de aula, não apenas como entretenimento, mas como conhecimento sólido e refletido, do qual os alunos possam se apropriar e, a partir dele, deixar de ser meros usuários e se tornarem protagonistas na produção de novas tecnologias. Como fazer isso? Simples, trazendo o ensino das linguagens de programação para a sala de aula.
         Códigos, algoritmos e dados ganham a atenção de estudantes e provocam uma verdadeira revolução no cenário educacional. Tal realidade reflete a preocupação com os anos futuros, baseados essencialmente na tecnologia, na inteligência artificial e na internet das coisas. É um caminho sem volta e, por isso, a escola precisa extrapolar os muros e possibilitar o desenvolvimento lógico ao ensinar à geração atual a trabalhar de forma organizada e estruturada, refletindo em ideias criativas.
         O jovem exposto à linguagem de programação adquire habilidades que repercutem diretamente na sua capacidade de pensar, pois ele desenvolve o raciocínio lógico e matemático, aprende a lidar com desafios cognitivos e a pensar de maneira sequencial e lógica, melhora a escrita, ganha fluência na língua inglesa, é favorecido na organização pessoal e aumenta, consideravelmente, a clareza, a rapidez e a fluidez dos pensamentos. Não nos esqueçamos do trabalho em equipe, uma vez que programar é, também, colocar-se em contato com outras pessoas, para resolver problemas e lutar por uma causa comum. Na escola, esses benefícios sociais são importantíssimos. No Colégio ICJ, por meio do “Matrix out Project”, proporcionamos o ensino de programação para estudantes, fortalecendo o vínculo deles com o mundo digital.
         É preciso formar alunos digitais, com capacidade de criar soluções e resolver problemas. O mundo pede isso. As empresas querem isso, seja em escritório de advocacia, uma clínica médica, uma entidade sem fins lucrativos ou uma gigante, como a Apple. Por menor que seja, o ambiente corporativo precisa de rede funcionando, de softwares, entre outros. Hoje, as operações bancárias podem ser realizadas no sofá de nossas casas, mudança estrutural e de comportamento que se deve, também, ao empenho de programadores. Um exemplo da importância de fomentar a linguagem de programação desde os primeiros anos de escolarização é o florescimento de startups, que, de acordo com a Associação Brasileira de Startups (ABS), já são mais de 4,2 mil em nosso país. Os estudantes têm o DNA desse modelo de negócio – caracteristicamente enxuto, colaborativo e altamente tecnológico. Não é sem motivo que, no ICJ, vimos um empreendimento desse tipo nascer, a “The Life Project – Soluções Tecnológicas”, fundada por alunos do ensino médio com foco no setor esportivo.
         A decisão de contemplar o ensino de programação de computadores na grade curricular garante maior conscientização e melhor presença de crianças e adolescentes no ciberespaço. Enquanto educadores, temos a missão de debater questões importantes, como os prejuízos de hackers e a exposição indevida de fotos de terceiros, por exemplo. A codificação é tão importante quanto disciplinas como português, matemática, química e física.
         É um novo jeito de pensar, uma nova relação entre homem e máquina. Mesmo as escolas com baixo orçamento e dependentes de recursos públicos podem incluir a programação nas aulas e formar alunos mais preparados para o mundo moderno. Muitos sites disponibilizam gratuitamente materiais de apoio com diversas atividades off-line. A democratização desse tipo de conhecimento é perceptível ao passo que todos os professores, seja no ensino do espaço e das formas geométricas ou no processo de alfabetização e letramento, podem lançar mão de recursos da programação. Independentemente da forma, o importante é atribuir à linguagem computacional uma nova forma de expressão e uma maneira de aumentar a aproximação e o envolvimento do aluno com todos os tipos de conhecimento.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto/2017 a ainda estratosférica marca de 397,44% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 317,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em setembro, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

 


  


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