“Como
se manifesta uma obra de
cunho espiritual na vida material
Todo aquele que
manifesta uma obra de cunho estritamente espiritual sabe que não é dela o
autor. Do ponto de vista interno, e não acadêmico, uma obra verdadeira,
qualquer que seja, não tem autor, mas uma fonte interna a inspirá-la. Um
indivíduo ou um grupo atuam como canais no mundo material, para a sua
construção externa.
Cabe a
uma obra espiritual refletir, em variadas proporções, a luz da sabedoria. O
processo de manifestação de uma obra espiritual é delicado e vulnerável. Um
erro muito frequente dos que se colocam disponíveis como canais é levarem ao
público os frutos colhidos na união com o centro do próprio ser antes de terem
seus contatos interiores aprofundados a ponto de não serem prejudicados por
isso. A divulgação prematura desses frutos coloca em risco a continuidade do
contato com as fontes internas, e os transforma em meio de realização pessoal e
material, desvirtuando-se com a busca de prestígio, de reconhecimento, de
apoio, e assim por diante. Se, ainda mais, a manifestação de uma obra espiritual
entra no âmbito da especulação financeira, a fonte de inspiração retira-se,
fazendo com que se transforme em “um corpo sem alma”.
A
verdade é que uma obra espiritual surge por si mesma. O “autor” é, portanto,
mero instrumento e pode ser mais ou menos adequado para a tarefa. Porém, estar
em harmonia com a essência que por seu intermédio deve emergir é um fator
básico para a sua capacitação, e por isso é requerido dele humildade e entrega
incondicional às fontes internas. Esses estados são praticamente desconhecidos
da maioria dos homens, que se encontram em estágios meramente emocionais ou
intelectuais, ainda sem um contato interno mínimo efetivado.
Numa
fase mais madura de um trabalho espiritual, a sua manifestação externa deve ser
permeada pela doação e entrega de cada um nele implicado. Isso produz a
abertura de novos caminhos e é uma das contribuições que a obra pode dar ao
mundo em geral. Entretanto, para que se desenvolva na correta direção, o
“autor” ou “autores” devem despreocupar-se dos resultados do serviço que possa
estar sendo prestado.
Nas
palavras que compõem um texto desse tipo precisa haver o belo, o leve, o puro,
e também o desconcertante e o inesperado. Por meio delas nada se deve pretender
para que a energia possa reuni-las e compor a obra.
Uma
obra espiritual não é, portanto, fruto do querer humano, e os que forem
instrumento de sua concretização já devem ter sido experimentados nas tarefas
que ela própria inspira. Dessa maneira, a manifestação de uma obra espiritual
será equilibrada.
A
Hierarquia Espiritual procura sempre manter a evolução da humanidade num ritmo
ascendente. Assim, se uma obra consegue materializar-se, o impulso seguinte
será mais potente – o que não significa que tenha de ser recebido pelos mesmo
canais. As indicações para que um trabalho acompanhe esse ritmo sempre são
dadas com clareza. Por isso, apesar da Hierarquia Espiritual poder contar com o
homem como colaborador na execução de certas tarefas evolutivas, nunca se deve
ambicionar o desenvolvimento espiritual, pois a vida fornece tudo que é preciso
para que a consciência avance em direção ao porto que a aguarda, sem que
necessite interferir nisso.
Disse
Morya, conhecido Mestre ascensionado: “O literato em letras só pode agir na
superfície da Terra. O literato do espírito pode agir além de todos os
limites”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de agosto de 2018, caderno O.PINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de agosto
de 2018, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES,
presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e membro
voluntário do Grupo Escoteiro Gavião Real, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Escotismo
no mundo em mudança
Uma nova globalização
está nascendo com a transformação digital, fenômeno que produz profundas
mudanças na forma como a tecnologia é criada, gerenciada e consumida. O
resultado é que estamos sendo surpreendidos por múltiplas rupturas, à medida
que inovações como big data, inteligência artificial, realidade virtual,
robótica, internet das coisas, entre muitas outras, alteram as formas de
trabalho, com impactos para trabalhadores, fornecedores e clientes de todas as
organizações, públicas ou privadas, em todos os cantos do globo. Esses
fenômenos já estão derrubando velhos modelos de negócios e colocando em xeque
as organizações que não conseguem se ajustar, anunciando uma nova era na
história econômica, social e política.
É,
pois, imperativo que pensemos nas nossas crianças e jovens diante dessa
realidade de transformações profundas que vive a sociedade. A indústria 4.0,
baseada na proliferação de dispositivos inteligentes e interconectados nas
cadeias de produção e de logística, chega avassaladora e ninguém consegue
antever quantos empregos serão perdidos ou criados à medida que robôs e
algoritmos ganham espaço no nosso dia a dia. Que impactos terão na formação e
na motivação das novas gerações as insistentes notícias de que a inteligência
artificial e a automação destruirão empregos ao redor do mundo? Teremos, nós, a
capacidade de alcançar um futuro tecnológico que nos sirva, em vez de nos
escravizar?
O
pesquisador da Universidade Harvard David Deming nos traz um alento com o
estudo A crescente importância de
habilidades sociais no mercado de trabalho, publicado em 2017, que
demonstra, ao contrário de muitas previsões catastróficas, aumento na oferta de
empregos para funções que requerem alto grau de interação humana. Ele mostra
ser pouco provável que softwares e sistemas inteligentes se tornem mais capazes
que nós, humanos, na execução de tarefas que envolvam relações complexas e
dependam de empatia, como ensinar, aconselhar e cuidar, por exemplo. E mesmo as
profissões baseadas na transformação digital, na inteligência artificial, na
robótica e afins exigirão habilidades de relacionamento e cooperação cada vez
mais sofisticadas e necessárias ao trabalho em equipes, que, por sua vez, serão
cada vez mais diversificadas.
Portanto,
será fundamental que os jovens tenham a mente aberta e busquem ser muito bons
no trabalho coletivo e na colaboração com outras pessoas. Um enorme desafio na
direção inversa, com crescente número de jovens que dedicam cada vez mais tempo
aos computadores, TVs e smartphones que às relações e interações diretas com
outras pessoas. E, pior, muitos têm sido capturados pela polarização e pelos
embates, muitas vezes agressivos, que emergem da internet e das mídias sociais.
Sebastian
Gallander, que é diretor-executivo da Fundação Vodafone, na Alemanha,
organização dedicada a fortalecer a coesão social na era digital, destaca o
Movimento Escoteiro por se constituir em um caminho para o fortalecimento das
habilidades dos novos jovens, em especial as aptidões que não são inatas e
precisam ser adquiridas e desenvolvidas desde a mais tenra idade.
Interessantemente, escolas inglesas já desenvolvem programas-piloto que buscam
sinergia e complementaridade com o Movimento Escoteiro, com resultados muito
positivos, como melhoras na liderança, na comunicação e no relacionamento geral
dos alunos com a escola.
O
Movimento Escoteiro foi fundado em 1907 pelo general inglês Baden-Powell, que,
sem incorporar a rigidez militar ao movimento, aproveitou os elementos
positivos de fomento à camaradagem, iniciativa, coragem e autodisciplina para consolidar
um movimento juvenil mundial, sem fins lucrativos e fortemente fundado na
educação e no voluntariado. Por meio desse movimento, meninos e meninas
aprendem o que importa na vida em geral, de que maneira se organizar em
pequenos grupos, como lidar com conflitos e ajudar os outros, práticas que
conduzem a compreender e gradualmente incorporar valores como solidariedade,
perseverança e resiliência, essenciais numa sociedade em transformação, repleta
de desafios.
Trata-se,
na verdade, de um fenômeno global, como demonstram os números antecipados para
o seu próximo encontro – denominado Jamboree Mundial – a ser realizado em
julho/agosto de 2019, nos EUA. Ali, estarão reunidos 50 mil jovens de mais de
160 organizações escoteiras nacionais, representando mais de 200 nações e
territórios, em uma celebração única de intercâmbio cultural, compreensão
mútua, paz e amizade. No Brasil, o Movimento Escoteiro conta com mais de 105
mil participantes – entre jovens e cerca de 25 mil adultos voluntários, em mais
de 600 cidades.
O escotismo
é, portanto, um dos melhores exemplos de esforço coletivo para promover
habilidades sociais e emocionais nas nossas crianças e jovens. A palavra
“escoteiro” significa “explorador”, o que vai na frente, o que dá a notícia do
que está para acontecer, de modo similar aos muitos pioneiros que contribuíram
para a construção da nossa história. Neste momento de mudanças profundas que a
sociedade vive, é fundamental valorizar e jogar luz nessas experiências
exitosas que contribuem para a formação e crescimento das nossas crianças e
jovens, que precisam ser norteados a se tornar cidadãos ativos e agentes de
mudança positiva neste mundo mutável e desafiador à nossa frente.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de
291,88% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial em históricos 304,94%; e já o IPCA, em julho,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,48%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura,
ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz
das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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