terça-feira, 10 de março de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA INOVAÇÃO NAS TRANSFORMAÇÕES ORGANIZACIONAIS E OS GRAVES DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE


“Inovação como atitude
        Quem trabalha em ambientes corporativos provavelmente já teve a percepção de que a palavra ‘inovação’ se tornou, nos últimos anos, um termo que se tira do bolso na necessidade de mostrar modernidade.
         O que me incomoda, no entanto, é ver a palavra meramente como sinônimo de extrema criatividade, uma explosão, uma eureca que somente os gênios exercem como um dom para inventar as tecnologias da vez. Na verdade, inovação é criar uma transformação positiva e significativa – em processos, fluxos, em experiências. É o potencial de analisar o que se faz hoje e pensar em como melhorar, em pequena e média escala também.
         Não é apenas romper uma tradição, um jeito de fazer, mas também incrementá-lo. Encontrar uma solução para um determinado problema e perceber que, na verdade, ele não existia. O que havia era uma oportunidade de melhoria, de fazer de maneira mais rápida, moderna, eficiente, que torna a vida das pessoas melhor. Essa pode ser a real ousadia na inovação. Pode ser a criação de um novo dispositivo altamente tecnológico, como um drone, mas também a descoberta de uma forma mais eficaz de usar a farinha para fazer um croissant, por exemplo.
         A escritora norte-americana Elizabeth Gilbert, do best-seller “Comer, Rezar, Amar”, disse em um ótimo TED Talks que os gregos acreditavam que a criatividade não era uma característica dos seres humanos, mas, sim, algo que era trazido até eles por criaturas chamadas “daemons”. O mesmo conceito passou para os romanos, que chamavam esses seres de ... gênios. Sim, os gênios não eram as pessoas, e, sim, essas entidades mágicas, divinas. Eram acessíveis a todos e não apenas para alguns afortunados.
         A lição aqui é que todos podemos ser criativos e inovadores quando entendemos que é possível. Podemos estar abertos para que os tais “daemons” soprem nos nossos ouvidos não só em grandes projetos mirabolantes, mas também em nosso olhar para as pequenas coisas. É aí que inovação vira atitude.
         Na Edenred Brasil, por exemplo, incentivar esse tipo de postura faz parte do dia a dia, e foi a ideia do E.Meeting, evento interno que aconteceu no fim de 2019. Nele, sob o tema Next Frontier, falamos bastante de inovação como cultura, para que os líderes levem isso para as atividades diárias de seus times.
         Fazemos da inovação parte inerente ao nosso negócio, ampliando discussões e a troca de conhecimento e compartilhando insights com colegas de trabalho e parceiros. É co-criar, remixar e ressignificar para que a inovação seja uma atitude constante em tudo o que fazemos.”.

(Gilles Coccoli. Chief Operating Officer Américas da Edenred, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de março de 2020, caderno OPINIÃO, página 29).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de março de 2020, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Um momento desafiador
        Para poder comprar ou simplesmente ter condições de pagar um serviço ou uma obrigação assumida, é condição pacífica possuir rendas suficientes.
         Contudo, os governantes brasileiros das últimas décadas, na quase totalidade, ignoraram irresponsavelmente essa singela equação.
         Chegou-se a causar impasses terríveis e consequentes sofrimentos na população, notadamente a mais desprovida de renda.
         O uso probo e correto das finanças de “todos” não foi realizado, caso contrário o Brasil não estaria penando no mais imperdoável encolhimento econômico do planeta, ocorrido entre 2013 e 2018, e continuando a registrar resultados de pouca significação.
         China, Indonésia, Índia, e não só Alemanha, deram um 7 x 1 no Brasil.
         Não fosse o crescimento populacional, que expandiu os consumos no Produto Interno Bruto (PIB), seria uma catástrofe. O Brasil é muito lento, temeroso e defasado para tomar as medidas corretas no prazo certo. Perde tempo em requintar os privilégios e deixa de aproveita o bonde da história.
         Fato é que temos uma dívida social enorme, com mais de 50 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza. Ao mesmo tempo, a maior carga tributária entre países congêneres. Uma enorme arrecadação consumida em duas vertentes polemicas: pagamento de juros e déficits previdenciários.
         O desenvolvimento ficou refém da carga representada por 90% de todas as ações trabalhistas do planeta, apesar de ter apenas 2,5% dos trabalhadores desse universo.
         O Brasil precisa se aprumar, como fizeram outros países, China, Índia em especial, ou continuará a perder décadas ampliando a pobreza e o sofrimento de sua população.
         As atuais gerações, e as próximas ainda mais, pagarão a irresponsabilidade de outras que as antecederam, locupletando-se e decretando a incapacidade do Estado de fazer frente a seus deveres básicos.
         Não é mais suficiente ser um bom político, um bom administrador, um probo para assumir um cargo executivo público. Precisa-se de capacidade de gestor de massa falida, de ativos podres, de dívidas gigantescas sem legitimidade moral, apesar de amparada por “legalidade”.
         O que se paga é subtraído ao atendimento social, à saúde e à educação. Deixa-se de educar a juventude, de investir na criação de oportunidade e emprego, na modernização, na pesquisa tecnológica, nos investimentos que garantem o futuro.
         Olhando por um momento Minas Gerais, cuja solidez financeira foi desconstruída nas últimas décadas, de governo em governo, chegou a se debater em situação lastimável, com perspectivas sombrias. Com mais de R$ 120 bilhões em dívidas e uma arrecadação anual líquida que não passa de 50% disso, enfrenta os serviços financeiros da dívida e o peso da folha dos inativos, como um iceberg terrível em sua rota.
         Em 2019, ao Estado foram aportados R$ 18,6 bilhões em receitas de impostos estaduais para cobrir o rombo deixado com a despesa dos inativos (aposesntados e pensionistas), o que corresponde a mais de um terço de toda a receita líquida do Estado. As projeções indicam que o déficit previdenciário aumentará inarredavelmente ao longo dos anos. Em 2020 subirá R$ 500 milhões e absorverá R$ 19,1 bilhões.
         Os valores utilizados para cobrir as obrigações previdenciárias em 2019 deixaram de ser aplicados em serviços públicos como saúde, segurança e educação de toda a população de Minas Gerais. O montante de R$ 18,6 bilhões do rombo correspondente a um valor por dia de calendário de R$ 50,95 milhões. Com isso em apenas um dia se construiriam 42 unidades básicas de saúde e, num mês, 1.272, sanando um déficit terrível. No mês seguinte daria para construir 800 centros de educação pré-escolar, que atenderiam 400 mil crianças entre 0 e 5 anos; no quarto mês, refazer por inteiro o trecho da BR-381. O recurso do quinto mês poderia finalizar o metrô de BH; o do sexto, aumentar em 50% a capacidade do Anel Rodoviário, e ainda sobrariam seis meses de sacrifícios para um mundo de coisas. Se se resgatasse esse rombo imenso, Minas em três anos seria irreconhecível.
         Como alertamos: quem paga os excessos e os déficits é a população, não o governador de turno.
         A evolução das despesas com inativos garante que o Estado de Minas nas próximas duas décadas não terá condição de avançar, como é reivindicação das gerações que batem às portas. Em 2014 a despesa com inativos e pensionistas representava 41,4% do total de gastos com pessoal. Já em 2018 os inativos consumiram 45,6% do total de gastos com pessoal. A progressão é inarredável e amparada pelas leis atuais.
         Minas é o Estado que adota as maiores alíquotas de ICMS, principal fonte de arrecadação. Esse fator contribui para a perda de competitividade e para a queda do PIB estadual, a maior entre todos os Estados do país nos últimos dez anos.
         Esse descontrole será pago amargamente pelos jovens inocentes de hoje que assumirão um imenso compromisso, sem dele ter tirado qualquer vantagem.
         Naturalmente, os debates serão muito animados em volta da proposta que o governo de Minas enviará, nos próximos dias, para a Assembleia. O Estado precisa encontrar uma via que garanta seu futuro.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 316,79% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 165,60%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,19%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




        

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