“Inovação
como atitude
Quem trabalha em
ambientes corporativos provavelmente já teve a percepção de que a palavra
‘inovação’ se tornou, nos últimos anos, um termo que se tira do bolso na
necessidade de mostrar modernidade.
O que me
incomoda, no entanto, é ver a palavra meramente como sinônimo de extrema
criatividade, uma explosão, uma eureca que somente os gênios exercem como um
dom para inventar as tecnologias da vez. Na verdade, inovação é criar uma
transformação positiva e significativa – em processos, fluxos, em experiências.
É o potencial de analisar o que se faz hoje e pensar em como melhorar, em
pequena e média escala também.
Não é
apenas romper uma tradição, um jeito de fazer, mas também incrementá-lo.
Encontrar uma solução para um determinado problema e perceber que, na verdade,
ele não existia. O que havia era uma oportunidade de melhoria, de fazer de
maneira mais rápida, moderna, eficiente, que torna a vida das pessoas melhor.
Essa pode ser a real ousadia na inovação. Pode ser a criação de um novo
dispositivo altamente tecnológico, como um drone, mas também a descoberta de
uma forma mais eficaz de usar a farinha para fazer um croissant, por exemplo.
A
escritora norte-americana Elizabeth Gilbert, do best-seller “Comer, Rezar,
Amar”, disse em um ótimo TED Talks que os gregos acreditavam que a criatividade
não era uma característica dos seres humanos, mas, sim, algo que era trazido
até eles por criaturas chamadas “daemons”. O mesmo conceito passou para os
romanos, que chamavam esses seres de ... gênios. Sim, os gênios não eram as
pessoas, e, sim, essas entidades mágicas, divinas. Eram acessíveis a todos e
não apenas para alguns afortunados.
A lição
aqui é que todos podemos ser criativos e inovadores quando entendemos que é
possível. Podemos estar abertos para que os tais “daemons” soprem nos nossos
ouvidos não só em grandes projetos mirabolantes, mas também em nosso olhar para
as pequenas coisas. É aí que inovação vira atitude.
Na
Edenred Brasil, por exemplo, incentivar esse tipo de postura faz parte do dia a
dia, e foi a ideia do E.Meeting, evento interno que aconteceu no fim de 2019.
Nele, sob o tema Next Frontier, falamos bastante de inovação como cultura, para
que os líderes levem isso para as atividades diárias de seus times.
Fazemos
da inovação parte inerente ao nosso negócio, ampliando discussões e a troca de
conhecimento e compartilhando insights com colegas de trabalho e parceiros. É
co-criar, remixar e ressignificar para que a inovação seja uma atitude
constante em tudo o que fazemos.”.
(Gilles Coccoli.
Chief Operating Officer Américas da Edenred, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de
março de 2020, caderno OPINIÃO,
página 29).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
8 de março de 2020, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI,
e que merece igualmente integral transcrição:
“Um
momento desafiador
Para poder comprar ou
simplesmente ter condições de pagar um serviço ou uma obrigação assumida, é
condição pacífica possuir rendas suficientes.
Contudo,
os governantes brasileiros das últimas décadas, na quase totalidade, ignoraram
irresponsavelmente essa singela equação.
Chegou-se
a causar impasses terríveis e consequentes sofrimentos na população,
notadamente a mais desprovida de renda.
O uso
probo e correto das finanças de “todos” não foi realizado, caso contrário o
Brasil não estaria penando no mais imperdoável encolhimento econômico do
planeta, ocorrido entre 2013 e 2018, e continuando a registrar resultados de
pouca significação.
China,
Indonésia, Índia, e não só Alemanha, deram um 7 x 1 no Brasil.
Não
fosse o crescimento populacional, que expandiu os consumos no Produto Interno
Bruto (PIB), seria uma catástrofe. O Brasil é muito lento, temeroso e defasado para
tomar as medidas corretas no prazo certo. Perde tempo em requintar os
privilégios e deixa de aproveita o bonde da história.
Fato é
que temos uma dívida social enorme, com mais de 50 milhões de pessoas abaixo da
linha de pobreza. Ao mesmo tempo, a maior carga tributária entre países
congêneres. Uma enorme arrecadação consumida em duas vertentes polemicas:
pagamento de juros e déficits previdenciários.
O
desenvolvimento ficou refém da carga representada por 90% de todas as ações
trabalhistas do planeta, apesar de ter apenas 2,5% dos trabalhadores desse
universo.
O Brasil
precisa se aprumar, como fizeram outros países, China, Índia em especial, ou
continuará a perder décadas ampliando a pobreza e o sofrimento de sua
população.
As
atuais gerações, e as próximas ainda mais, pagarão a irresponsabilidade de
outras que as antecederam, locupletando-se e decretando a incapacidade do
Estado de fazer frente a seus deveres básicos.
Não é
mais suficiente ser um bom político, um bom administrador, um probo para
assumir um cargo executivo público. Precisa-se de capacidade de gestor de massa
falida, de ativos podres, de dívidas gigantescas sem legitimidade moral, apesar
de amparada por “legalidade”.
O que se
paga é subtraído ao atendimento social, à saúde e à educação. Deixa-se de
educar a juventude, de investir na criação de oportunidade e emprego, na
modernização, na pesquisa tecnológica, nos investimentos que garantem o futuro.
Olhando
por um momento Minas Gerais, cuja solidez financeira foi desconstruída nas
últimas décadas, de governo em governo, chegou a se debater em situação
lastimável, com perspectivas sombrias. Com mais de R$ 120 bilhões em dívidas e
uma arrecadação anual líquida que não passa de 50% disso, enfrenta os serviços
financeiros da dívida e o peso da folha dos inativos, como um iceberg terrível
em sua rota.
Em 2019,
ao Estado foram aportados R$ 18,6 bilhões em receitas de impostos estaduais
para cobrir o rombo deixado com a despesa dos inativos (aposesntados e
pensionistas), o que corresponde a mais de um terço de toda a receita líquida
do Estado. As projeções indicam que o déficit previdenciário aumentará
inarredavelmente ao longo dos anos. Em 2020 subirá R$ 500 milhões e absorverá
R$ 19,1 bilhões.
Os
valores utilizados para cobrir as obrigações previdenciárias em 2019 deixaram
de ser aplicados em serviços públicos como saúde, segurança e educação de toda
a população de Minas Gerais. O montante de R$ 18,6 bilhões do rombo
correspondente a um valor por dia de calendário de R$ 50,95 milhões. Com isso
em apenas um dia se construiriam 42 unidades básicas de saúde e, num mês,
1.272, sanando um déficit terrível. No mês seguinte daria para construir 800
centros de educação pré-escolar, que atenderiam 400 mil crianças entre 0 e 5
anos; no quarto mês, refazer por inteiro o trecho da BR-381. O recurso do
quinto mês poderia finalizar o metrô de BH; o do sexto, aumentar em 50% a
capacidade do Anel Rodoviário, e ainda sobrariam seis meses de sacrifícios para
um mundo de coisas. Se se resgatasse esse rombo imenso, Minas em três anos
seria irreconhecível.
Como
alertamos: quem paga os excessos e os déficits é a população, não o governador
de turno.
A
evolução das despesas com inativos garante que o Estado de Minas nas próximas
duas décadas não terá condição de avançar, como é reivindicação das gerações
que batem às portas. Em 2014 a despesa com inativos e pensionistas representava
41,4% do total de gastos com pessoal. Já em 2018 os inativos consumiram 45,6%
do total de gastos com pessoal. A progressão é inarredável e amparada pelas
leis atuais.
Minas é
o Estado que adota as maiores alíquotas de ICMS, principal fonte de
arrecadação. Esse fator contribui para a perda de competitividade e para a
queda do PIB estadual, a maior entre todos os Estados do país nos últimos dez
anos.
Esse
descontrole será pago amargamente pelos jovens inocentes de hoje que assumirão
um imenso compromisso, sem dele ter tirado qualquer vantagem.
Naturalmente,
os debates serão muito animados em volta da proposta que o governo de Minas enviará,
nos próximos dias, para a Assembleia. O Estado precisa encontrar uma via que
garanta seu futuro.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca
de 316,79% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 165,60%; e já o
IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,19%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos
já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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