terça-feira, 14 de abril de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ E EXIGÊNCIAS DO AMOR E DA SOLIDARIEDADE E OS GRAVES DESAFIOS NA TRAVESSIA DA PANDEMIA NA SUSTENTABILIDADE


“Não estamos sozinhos
        O porte de uma empresa não se mede apenas pelo seu faturamento. Quem acredita que o lucro é o objetivo maior do negócio corre enorme risco de envelhecer rapidamente e perder valor aos olhos do público. A vida exige significado. Ninguém pode bastar a si mesmo, nada pode ser distante e indiferente aos outros. As empresas, como qualquer organismo vivo, precisam de um propósito para viver. Essa é uma convicção do mundo corporativo moderno.
         As duas últimas semanas na Cemig foram vividas com essa intensidade. Tínhamos por desafio adequar a operação de uma empresa presente em 774 municípios, com 5.600 empregados próprios e outros 15 mil contratados, às restrições impostas pela Covid-19. Precisávamos trabalhar com máxima eficiência e com o menor riso de contaminação.
         Ao mesmo tempo, a crise do coronavírus deixou-nos frente a frente com um antigo desafio de gestão do nosso cadastro de clientes. Num momento de dificuldade, precisamos nos comunicar rapidamente com as pessoas por canal digital, passar e receber informações relevantes.
         Foi aí que essa necessidade de estreitar o relacionamento juntou-se à vontade de ter uma presença mais solidária. Nasceu a ideia de criarmos uma campanha para trabalhar as duas vertentes. A solução é dizer a verdade: vamos ajudar, mas vamos pedir ajuda também. Fazendo juntos, podemos resolver nossas dificuldades.
         E, assim, nasceu a campanha “Não estamos sozinhos”. A Cemig vai doar imediatamente R$ 5 milhões para a aquisição de equipamentos hospitalares. E estamos convidando nossos 8,7 milhões de clientes a atualizar seus cadastros, de forma que, a cada atualização, a empresa destina R$ 5 para a campanha. Assim, quando passarmos de 1 milhão de cadastros, a quantia inicial será superada e, se tivermos um sucesso excepcional, o total de doações ultrapassará R$ 40 milhões, sem custar nada a nossos clientes. E eles, ao se cadastrarem, estarão direcionando os equipamentos comprados para a sua própria cidade e cidades vizinhas.
         Achamos o valor desejado fundeado na verdade: as dificuldades são superadas mais facilmente com a busca permanente do bem comum. Isso é o que pode nos unir. Afinal, definitivamente, não estamos sozinhos. O amor e a solidariedade são os maiores valores humanos.”.

(Reynaldo Passanezi Filho. Presidente da Cemig, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de abril de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de abril de 2020, caderno A.PARTE, página 11, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“A pandemia chegou
        Os dias passam, e a gravidade aumenta. A preocupação e insegurança tomam conta das pessoas. Se, de um lado, agem com alerta e estimulam precauções, do outro crescem o desespero e o desalento, especialmente de pessoas que, de uma hora para outra, se encontraram sem renda e perspectivas. O Brasil nunca viveu guerras, e o DNA nacional não está preparado para uma emergência devastadora.
         No vácuo das decisões acordadas em uma mesa de articulação, restou para cada Estado e até município agir de forma própria. Não se estabeleceu ainda um padrão consensual de enfrentamento. Essa situação deixa a Covid-19 de rédeas soltas e sem direção. Parece que as atenções se voltam mais à mídia e à cobertura da pandemia. Existe um tanto de sensacionalismo e, ainda, de viés político nesta situação de sobrevivência.
         Isso é triste, e, num ano eleitoral, a situação complica-se sobremaneira. O não adiamento da agenda eleitoral agitou, na última semana, quase 1 milhão de pré-candidatos a vereadores e prefeitos nas ruas, descuidando de mínimas precauções, apertando mãos e dando abraços e tapinhas nas costas. Tanto isolamento quanto distanciamento, máscaras e álcool foram deixados de lado.
         Pela regra estatística, já clara depois de tantas matérias veiculadas, o coronavírus teve a seu favor um aliado poderoso. Em breve, teremos mais casos, e, provavelmente, aceleração e agravamento. Se o ambiente eleitoral persistir, podem-se imaginar as consequências, além do desperdício de fundos públicos e recursos privados em pleno furacão.
         O problema não apenas no Brasil. Nota-se que, em países que ostentam governos autoritários e centralizados, o combate à pandemia tem um rumo mais alinhado com as reais necessidades. Não há eleição em curso em qualquer país. Todas foram adiadas por tempo indeterminado, para tirar de cena uma tendência de conflitos relacionados à política. O eterno debate entre lados opostos deixa o oportunismo e os interesses subalternos soltos. O TSE deixou a agenda eleitoral sem mudanças, apesar de a pandemia correr solta.
         O Brasil tem situações climáticas que ajudam o combate à doença. São poucos aqueles que contraem gripe e resfriados num clima quente e ensolarado. As cidades com grande trânsito em suas vias e indústrias poluidoras apresentam maiores índices de doenças respiratórias. O ar mais puro e o sol estão a favor do Brasil.
         Neste momento, a proteção de uma máscara, seja qual for. Diminui as possibilidades de contágio e de disseminação do vírus. Registra-se em países do Leste Europeu que adotaram em massa essa precaução um contágio muito menor. Nas ruas e nos locais públicos, todos deveriam ser obrigados a cobrir a boca e o nariz ao menos com um lenço para evitar que a saliva se propague e contagie outros – equipamento também protege quem o usa, pois “filtra” o ar que é respirado. Claro que um número maior de camadas de tecido ou o uso de máscaras profissionais proporcionariam uma melhor proteção nos dois sentidos. Essa prática, adotada por todo homem público, pode ser um exemplo. Um bom exemplo.
         Resta ver como a pandemia atingirá a população que vive em moradias precárias e em aglomerados e se o sistema público de saúde suportará as piores ondas.
         Nestes dias, em Betim, montamos um aparato de enfrentamento, instruindo as portas de entrada da saúde municipal, UBSs e UPAs, a direcionar os casos que se apresentam como suspeitos ao Hospital de Campanha, preparado no Clube da Fiat (cedido prontamente pela FCA ao município). Nesse centro, haverá tratamento e atendimento dos casos que não requerem ventilação dos pulmões. Os casos graves são enviados ao Centro de Terapia Intensiva, numa torre do hospital da cidade, com 170 leitos, que foi dedicada para atender as situações que demandam a intubação de pacientes. A recuperação, depois, de negativados, quando necessária, será num terceiro local, no imenso Clube da Fiat.
         Importante é não dividir espaços de contagiados com outras patologias. Essa guerra pode ser vencida. Precisa de foco, união e serenidade para aceitar o desafio, cada um contribuindo como bom soldado neste terrível enfrentamento.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de 322,6% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 135,6%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,30%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



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