“Não
estamos sozinhos
O porte de uma empresa
não se mede apenas pelo seu faturamento. Quem acredita que o lucro é o objetivo
maior do negócio corre enorme risco de envelhecer rapidamente e perder valor
aos olhos do público. A vida exige significado. Ninguém pode bastar a si mesmo,
nada pode ser distante e indiferente aos outros. As empresas, como qualquer
organismo vivo, precisam de um propósito para viver. Essa é uma convicção do
mundo corporativo moderno.
As duas
últimas semanas na Cemig foram vividas com essa intensidade. Tínhamos por
desafio adequar a operação de uma empresa presente em 774 municípios, com 5.600
empregados próprios e outros 15 mil contratados, às restrições impostas pela
Covid-19. Precisávamos trabalhar com máxima eficiência e com o menor riso de
contaminação.
Ao mesmo
tempo, a crise do coronavírus deixou-nos frente a frente com um antigo desafio
de gestão do nosso cadastro de clientes. Num momento de dificuldade, precisamos
nos comunicar rapidamente com as pessoas por canal digital, passar e receber
informações relevantes.
Foi aí
que essa necessidade de estreitar o relacionamento juntou-se à vontade de ter
uma presença mais solidária. Nasceu a ideia de criarmos uma campanha para
trabalhar as duas vertentes. A solução é dizer a verdade: vamos ajudar, mas
vamos pedir ajuda também. Fazendo juntos, podemos resolver nossas dificuldades.
E,
assim, nasceu a campanha “Não estamos sozinhos”. A Cemig vai doar imediatamente
R$ 5 milhões para a aquisição de equipamentos hospitalares. E estamos
convidando nossos 8,7 milhões de clientes a atualizar seus cadastros, de forma
que, a cada atualização, a empresa destina R$ 5 para a campanha. Assim, quando
passarmos de 1 milhão de cadastros, a quantia inicial será superada e, se
tivermos um sucesso excepcional, o total de doações ultrapassará R$ 40 milhões,
sem custar nada a nossos clientes. E eles, ao se cadastrarem, estarão
direcionando os equipamentos comprados para a sua própria cidade e cidades
vizinhas.
Achamos
o valor desejado fundeado na verdade: as dificuldades são superadas mais
facilmente com a busca permanente do bem comum. Isso é o que pode nos unir.
Afinal, definitivamente, não estamos sozinhos. O amor e a solidariedade são os
maiores valores humanos.”.
(Reynaldo
Passanezi Filho. Presidente da Cemig, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de
abril de 2020, caderno OPINIÃO,
página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
6 de abril de 2020, caderno A.PARTE,
página 11, de autoria de VITTORIO
MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:
“A
pandemia chegou
Os dias passam, e a
gravidade aumenta. A preocupação e insegurança tomam conta das pessoas. Se, de
um lado, agem com alerta e estimulam precauções, do outro crescem o desespero e
o desalento, especialmente de pessoas que, de uma hora para outra, se
encontraram sem renda e perspectivas. O Brasil nunca viveu guerras, e o DNA
nacional não está preparado para uma emergência devastadora.
No vácuo
das decisões acordadas em uma mesa de articulação, restou para cada Estado e
até município agir de forma própria. Não se estabeleceu ainda um padrão
consensual de enfrentamento. Essa situação deixa a Covid-19 de rédeas soltas e
sem direção. Parece que as atenções se voltam mais à mídia e à cobertura da
pandemia. Existe um tanto de sensacionalismo e, ainda, de viés político nesta
situação de sobrevivência.
Isso é
triste, e, num ano eleitoral, a situação complica-se sobremaneira. O não
adiamento da agenda eleitoral agitou, na última semana, quase 1 milhão de pré-candidatos
a vereadores e prefeitos nas ruas, descuidando de mínimas precauções, apertando
mãos e dando abraços e tapinhas nas costas. Tanto isolamento quanto
distanciamento, máscaras e álcool foram deixados de lado.
Pela
regra estatística, já clara depois de tantas matérias veiculadas, o coronavírus
teve a seu favor um aliado poderoso. Em breve, teremos mais casos, e,
provavelmente, aceleração e agravamento. Se o ambiente eleitoral persistir,
podem-se imaginar as consequências, além do desperdício de fundos públicos e
recursos privados em pleno furacão.
O
problema não apenas no Brasil. Nota-se que, em países que ostentam governos
autoritários e centralizados, o combate à pandemia tem um rumo mais alinhado
com as reais necessidades. Não há eleição em curso em qualquer país. Todas
foram adiadas por tempo indeterminado, para tirar de cena uma tendência de
conflitos relacionados à política. O eterno debate entre lados opostos deixa o
oportunismo e os interesses subalternos soltos. O TSE deixou a agenda eleitoral
sem mudanças, apesar de a pandemia correr solta.
O Brasil
tem situações climáticas que ajudam o combate à doença. São poucos aqueles que
contraem gripe e resfriados num clima quente e ensolarado. As cidades com
grande trânsito em suas vias e indústrias poluidoras apresentam maiores índices
de doenças respiratórias. O ar mais puro e o sol estão a favor do Brasil.
Neste
momento, a proteção de uma máscara, seja qual for. Diminui as possibilidades de
contágio e de disseminação do vírus. Registra-se em países do Leste Europeu que
adotaram em massa essa precaução um contágio muito menor. Nas ruas e nos locais
públicos, todos deveriam ser obrigados a cobrir a boca e o nariz ao menos com
um lenço para evitar que a saliva se propague e contagie outros – equipamento
também protege quem o usa, pois “filtra” o ar que é respirado. Claro que um
número maior de camadas de tecido ou o uso de máscaras profissionais
proporcionariam uma melhor proteção nos dois sentidos. Essa prática, adotada
por todo homem público, pode ser um exemplo. Um bom exemplo.
Resta
ver como a pandemia atingirá a população que vive em moradias precárias e em
aglomerados e se o sistema público de saúde suportará as piores ondas.
Nestes
dias, em Betim, montamos um aparato de enfrentamento, instruindo as portas de
entrada da saúde municipal, UBSs e UPAs, a direcionar os casos que se
apresentam como suspeitos ao Hospital de Campanha, preparado no Clube da Fiat
(cedido prontamente pela FCA ao município). Nesse centro, haverá tratamento e
atendimento dos casos que não requerem ventilação dos pulmões. Os casos graves
são enviados ao Centro de Terapia Intensiva, numa torre do hospital da cidade,
com 170 leitos, que foi dedicada para atender as situações que demandam a
intubação de pacientes. A recuperação, depois, de negativados, quando
necessária, será num terceiro local, no imenso Clube da Fiat.
Importante
é não dividir espaços de contagiados com outras patologias. Essa guerra pode
ser vencida. Precisa de foco, união e serenidade para aceitar o desafio, cada
um contribuindo como bom soldado neste terrível enfrentamento.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a estratosférica marca de
322,6% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 135,6%; e já o IPCA, em
março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,30%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...”
– e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria
da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.