segunda-feira, 1 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS EXIGÊNCIAS E LUZES DA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS E A CLARIVIDÊNCIA DA GRATUIDADE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE (43/127)


(Junho = 43; faltam 127 meses para a Primavera Brasileira)

“Liderança em tempos de crise
        Atravessamos um momento profundamente difícil e ainda não temos a real dimensão da crise na qual o mundo mergulhou por conta da pandemia do novo coronavírus. Mas sabemos que, além do aspecto humanitário, com milhares de mortos e milhões de infectados, se a Covid-19 não for devidamente controlada no segundo semestre, poderá ser desencadeada a maior recessão mundial já experimentada desde a Grande Depressão de 1929, com efeitos ainda mais perversos sobre as economias em desenvolvimento.
         Neste ambiente extremamente desafiador, as lideranças desempenham um papel ainda mais fundamental. Seja no campo empresarial, político ou da sociedade civil, o líder é o responsável por formatar as equipes de gestão de crise, garantir a coesão das ações, dar velocidade ao que foi planejado e, em última instância, tomar as decisões mais difíceis e assumir a responsabilidade pelos resultados.
         Traçando um paralelo com o esporte, o líder é um técnico que precisa gerar confiança e senso de time, olhar adiante e fazer escolhas que aumentem as chances de vitória. Isso implica em manter a disciplina e o foco da equipe, ainda que em um cenário com alto nível de ansiedade e apreensão. Cabe ao líder engajar o time e torná-lo parte da solução do problema. Afinal, não se vence uma crise sozinho.
         Localmente, é hora de as lideranças empresariais agirem para proteger e amparar as comunidades que as cercam, com foco nos grupos mais vulneráveis. A boa notícia é que o conjunto de iniciativas voluntárias das empresas em todo o país já representa um pilar importante de reação à doença, em apoio aos poderes públicos e aos serviços de saúde.
         A turbulência desencadeada pela Covid-19 deixou o mundo em suspenso e perplexo. Apesar dos graves problemas que estamos enfrentando e ainda vamos enfrentar, surge a chance de repensarmos os nossos modelos de vida e de trabalho., as nossas relações interpessoais e como a sociedade está estruturada. A palavra da vez é “adaptação”. Toda crise gera oportunidades, e não podemos sair dessa iguais a como entramos.
         Nossos modelos de negócios e as conexões econômicas globais também não serão mais os mesmos. A pandemia criou novas necessidades, possibilidades e, consequentemente, desafios. O líder deve enxergar além, antecipando-se aos novos padrões que se estabelecerão pós-pandemia.
         Já enfrentamos outras crises no passado e estamos confiantes na superação de mais este desafio. Juntos, com espírito de equipe, construiremos a retomada do crescimento que o futuro espera.”.

(Jefferson de Paula. CEO da ArcelorMittal Aços Longos Latam, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de maio de 2020, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 29 de maio de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Reaprender a gratuidade
        ‘De graça recebestes, de graça deveis dar’, eis a recomendação do Mestre Jesus, dirigindo-se a seus discípulos, pouco antes de enviá-los em missão. Uma exortação com força de interpelação, remetendo às lições do Sermão da Montanha, compartilhadas com maestria por Jesus Cristo. A gratuidade é, pois, virtude essencial. Mas muitos vão considerar atitude inusitada incluí-la nos protocolos de providências e recomendações para este momento pandêmico. Provocará questionamento dos que calculam valores e resultados a partir de dividendos a serem recebidos, de quem só quer ampliar, sempre mais, a própria lista de itens a serem consumidos. Reconhecer a importante da gratuidade parece também algo distante de ambientes do poder marcados pela dinâmica do “toma lá dá cá”. Pode, ainda, ser considerado tema secundário quando são exigidas urgentes soluções sanitárias e econômicas para enfrentar este momento de pandemia. Mas a ausência da gratuidade acirra violências, impede o surgimento de um novo ciclo para a humanidade.
         Contata-se o grave distanciamento da sociedade atual das atitudes orientadas pela gratuidade quando se verifica, por exemplo, a crescente disseminação de notícias falsas. Mentiras elaboradas e propagadas em larga escala para fragilizar instituições, desmoralizar pessoas e incitar o ódio e, assim, de modo imoral, gerar algum ganho pessoal aos seus disseminadores. Até discursos sobre o ciclo novo a ser vivido pela humanidade, capaz de livrá-la do caos, reservam espaço minúsculo ao tema da gratuidade. Mas essa virtude, de caráter espiritual e humanitário, é determinante. Contém as propriedades para recuperar o altruísmo que ilumina olhares e fecunda a inteligência possibilitando mais assertividade na tarefa de repensar os caminhos da humanidade.
         Embora importante, a dinâmica da gratuidade ausentou-se, velozmente, do cotidiano. Deixou de ser fermento no coração humano. Chegou-se ao extremo de até se pensar que gratuidade seja sinônimo de ingenuidade ou falta de esperteza. Equivocadamente, passou-se a considerar como “virtude” o que se opõe à gratuidade: conseguir manipular tudo em troca de algum ganho pessoal. Essa perspectiva egoísta é permissiva até com a distorção de fundamentos sociais, políticos, jurídicos, religiosos e culturais para se conquistar benesses, vantagens, dinheiro. A raiz dos venenos que corroem o sentido da gratuidade merece ser estudada e conhecida para, assim, ser devidamente combatida, pois essa virtude é indispensável à vida cotidiana – a gratuidade gera equilíbrio. Sua ausência alimenta patologias, a exemplo das mentes dominadas por processos sedutores e hegemônicos que levam ao consumo sem limites.
         Impressiona o domínio do egoísmo na configuração de hábitos da civilização contemporânea. As relações são orientadas e estabelecidas a partir de um jogo de interesses – circunstâncias, situações e pessoas são reduzidas a instrumentos para se alcançar o que se quer. Um sintoma dessa situação: filhos que não conseguem cuidar de seus pais idosos e dependentes porque querem permanecer em situação de conforto. Falta-se a virtude da gratuidade, imprescindível para que uma pessoa seja capaz de cuidar, sem nada receber. Não conseguem amparar até mesmo quem sempre lhes dedicou especial cuidado. Da mesma forma, falta gratuidade em muitas relações de pessoas que se dizem amigas. E a amizade sem gratuidade é incapaz de inspirar palavras certas, necessárias, com força para devolver alento, sustentar interioridades, no contexto relacional. Sem gratuidade, não se enxerga o essencial nos vínculos fraternos, pois as atitudes deixam de ser orientadas pelos princípios da fidelidade e da generosidade.
         A ausência da gratuidade configura-se em desafio também na relação do ser humano com o meio ambiente, o que se comprova nas atitudes que depredam a Casa Comum. Os resultados são esgotamentos da natureza, que reage agressivamente. A natureza é comprovadamente pródiga, compartilha seus bens, mas requer que a humanidade reconheça: tudo está interligado. Exemplo criminoso da falta desse reconhecimento é a mineração que se coloca no horizonte hermético das lógicas do lucro e da idolatria do dinheiro. Historicamente, esse tipo de empreendimento oferece uma lista menor de benefícios diante do muito que extrai da natureza, provocando tragédias, cenários desoladores, empobrecimentos.
         Uma conclusão precisa ser alcançada: sem reaprender o sentido da gratuidade a humanidade avançará nos seus adoecimentos pandêmicos gravíssimos, comprovando que não adiante os “bolsos cheios” de alguns enquanto a grande maioria vive na miséria. Esse cenário leva ao fracasso humanitário – é receita homicida. Gratuidade é exigência na pauta das aprendizagens necessárias à construção urgente de um novo tempo. Nesse horizonte educativo fundamental, torna-se importante recorrer à maestria de Jesus, de modo especial aos seus ensinamentos reunidos no Sermão da Montanha, narrado pelo evangelista Mateus, capítulos quinto ao sétimo. O Sermão da Montanha apresenta dinâmicas que podem levar mentes e corações a redescobrirem riquezas indispensáveis. Entre as preciosidades está o remédio eficaz no combate ao adoecimento da humanidade: reaprender a gratuidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




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