(Junho = 43; faltam 127 meses para a Primavera Brasileira)
“Liderança em tempos de crise
“Liderança em tempos de crise
Atravessamos um momento
profundamente difícil e ainda não temos a real dimensão da crise na qual o
mundo mergulhou por conta da pandemia do novo coronavírus. Mas sabemos que,
além do aspecto humanitário, com milhares de mortos e milhões de infectados, se
a Covid-19 não for devidamente controlada no segundo semestre, poderá ser
desencadeada a maior recessão mundial já experimentada desde a Grande Depressão
de 1929, com efeitos ainda mais perversos sobre as economias em
desenvolvimento.
Neste
ambiente extremamente desafiador, as lideranças desempenham um papel ainda mais
fundamental. Seja no campo empresarial, político ou da sociedade civil, o líder
é o responsável por formatar as equipes de gestão de crise, garantir a coesão
das ações, dar velocidade ao que foi planejado e, em última instância, tomar as
decisões mais difíceis e assumir a responsabilidade pelos resultados.
Traçando
um paralelo com o esporte, o líder é um técnico que precisa gerar confiança e
senso de time, olhar adiante e fazer escolhas que aumentem as chances de
vitória. Isso implica em manter a disciplina e o foco da equipe, ainda que em
um cenário com alto nível de ansiedade e apreensão. Cabe ao líder engajar o
time e torná-lo parte da solução do problema. Afinal, não se vence uma crise sozinho.
Localmente,
é hora de as lideranças empresariais agirem para proteger e amparar as
comunidades que as cercam, com foco nos grupos mais vulneráveis. A boa notícia
é que o conjunto de iniciativas voluntárias das empresas em todo o país já
representa um pilar importante de reação à doença, em apoio aos poderes
públicos e aos serviços de saúde.
A
turbulência desencadeada pela Covid-19 deixou o mundo em suspenso e perplexo.
Apesar dos graves problemas que estamos enfrentando e ainda vamos enfrentar,
surge a chance de repensarmos os nossos modelos de vida e de trabalho., as
nossas relações interpessoais e como a sociedade está estruturada. A palavra da
vez é “adaptação”. Toda crise gera oportunidades, e não podemos sair dessa
iguais a como entramos.
Nossos
modelos de negócios e as conexões econômicas globais também não serão mais os
mesmos. A pandemia criou novas necessidades, possibilidades e,
consequentemente, desafios. O líder deve enxergar além, antecipando-se aos
novos padrões que se estabelecerão pós-pandemia.
Já
enfrentamos outras crises no passado e estamos confiantes na superação de mais
este desafio. Juntos, com espírito de equipe, construiremos a retomada do
crescimento que o futuro espera.”.
(Jefferson de
Paula. CEO da ArcelorMittal Aços Longos Latam, em artigo publicado no
jornal O TEMPO Belo Horizonte,
edição de 26 de maio de 2020, caderno OPINIÃO,
página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 29 de maio de 2020, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo
Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e
que merece igualmente integral transcrição:
“Reaprender
a gratuidade
‘De graça recebestes, de
graça deveis dar’, eis a recomendação do Mestre Jesus, dirigindo-se a seus
discípulos, pouco antes de enviá-los em missão. Uma exortação com força de
interpelação, remetendo às lições do Sermão
da Montanha, compartilhadas com maestria por Jesus Cristo. A gratuidade é,
pois, virtude essencial. Mas muitos vão considerar atitude inusitada incluí-la
nos protocolos de providências e recomendações para este momento pandêmico.
Provocará questionamento dos que calculam valores e resultados a partir de
dividendos a serem recebidos, de quem só quer ampliar, sempre mais, a própria
lista de itens a serem consumidos. Reconhecer a importante da gratuidade parece
também algo distante de ambientes do poder marcados pela dinâmica do “toma lá
dá cá”. Pode, ainda, ser considerado tema secundário quando são exigidas
urgentes soluções sanitárias e econômicas para enfrentar este momento de
pandemia. Mas a ausência da gratuidade acirra violências, impede o surgimento
de um novo ciclo para a humanidade.
Contata-se
o grave distanciamento da sociedade atual das atitudes orientadas pela
gratuidade quando se verifica, por exemplo, a crescente disseminação de
notícias falsas. Mentiras elaboradas e propagadas em larga escala para
fragilizar instituições, desmoralizar pessoas e incitar o ódio e, assim, de
modo imoral, gerar algum ganho pessoal aos seus disseminadores. Até discursos
sobre o ciclo novo a ser vivido pela humanidade, capaz de livrá-la do caos,
reservam espaço minúsculo ao tema da gratuidade. Mas essa virtude, de caráter
espiritual e humanitário, é determinante. Contém as propriedades para recuperar
o altruísmo que ilumina olhares e fecunda a inteligência possibilitando mais
assertividade na tarefa de repensar os caminhos da humanidade.
Embora
importante, a dinâmica da gratuidade ausentou-se, velozmente, do cotidiano.
Deixou de ser fermento no coração humano. Chegou-se ao extremo de até se pensar
que gratuidade seja sinônimo de ingenuidade ou falta de esperteza.
Equivocadamente, passou-se a considerar como “virtude” o que se opõe à
gratuidade: conseguir manipular tudo em troca de algum ganho pessoal. Essa
perspectiva egoísta é permissiva até com a distorção de fundamentos sociais,
políticos, jurídicos, religiosos e culturais para se conquistar benesses,
vantagens, dinheiro. A raiz dos venenos que corroem o sentido da gratuidade
merece ser estudada e conhecida para, assim, ser devidamente combatida, pois
essa virtude é indispensável à vida cotidiana – a gratuidade gera equilíbrio.
Sua ausência alimenta patologias, a exemplo das mentes dominadas por processos
sedutores e hegemônicos que levam ao consumo sem limites.
Impressiona
o domínio do egoísmo na configuração de hábitos da civilização contemporânea.
As relações são orientadas e estabelecidas a partir de um jogo de interesses –
circunstâncias, situações e pessoas são reduzidas a instrumentos para se
alcançar o que se quer. Um sintoma dessa situação: filhos que não conseguem
cuidar de seus pais idosos e dependentes porque querem permanecer em situação
de conforto. Falta-se a virtude da gratuidade, imprescindível para que uma
pessoa seja capaz de cuidar, sem nada receber. Não conseguem amparar até mesmo
quem sempre lhes dedicou especial cuidado. Da mesma forma, falta gratuidade em
muitas relações de pessoas que se dizem amigas. E a amizade sem gratuidade é
incapaz de inspirar palavras certas, necessárias, com força para devolver
alento, sustentar interioridades, no contexto relacional. Sem gratuidade, não
se enxerga o essencial nos vínculos fraternos, pois as atitudes deixam de ser
orientadas pelos princípios da fidelidade e da generosidade.
A
ausência da gratuidade configura-se em desafio também na relação do ser humano
com o meio ambiente, o que se comprova nas atitudes que depredam a Casa Comum.
Os resultados são esgotamentos da natureza, que reage agressivamente. A
natureza é comprovadamente pródiga, compartilha seus bens, mas requer que a
humanidade reconheça: tudo está interligado. Exemplo criminoso da falta desse
reconhecimento é a mineração que se coloca no horizonte hermético das lógicas
do lucro e da idolatria do dinheiro. Historicamente, esse tipo de
empreendimento oferece uma lista menor de benefícios diante do muito que extrai
da natureza, provocando tragédias, cenários desoladores, empobrecimentos.
Uma
conclusão precisa ser alcançada: sem reaprender o sentido da gratuidade a
humanidade avançará nos seus adoecimentos pandêmicos gravíssimos, comprovando
que não adiante os “bolsos cheios” de alguns enquanto a grande maioria vive na
miséria. Esse cenário leva ao fracasso humanitário – é receita homicida.
Gratuidade é exigência na pauta das aprendizagens necessárias à construção
urgente de um novo tempo. Nesse horizonte educativo fundamental, torna-se
importante recorrer à maestria de Jesus, de modo especial aos seus ensinamentos
reunidos no Sermão da Montanha,
narrado pelo evangelista Mateus, capítulos quinto ao sétimo. O Sermão da Montanha apresenta dinâmicas
que podem levar mentes e corações a redescobrirem riquezas indispensáveis.
Entre as preciosidades está o remédio eficaz no combate ao adoecimento da
humanidade: reaprender a gratuidade.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente
o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional
todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da
educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da
participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4%
nos últimos doze meses, e a taxa de
juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em
abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar
uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria
da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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