quarta-feira, 3 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA ESPERANÇA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E OS FUNDAMENTOS CIVILIZATÓRIOS NOS NOVOS HORIZONTES DA SUSTENTABILIDADE


“Manifesto de esperança
        Em tempos de pandemia da Covid-19, temos consumido muitas informações, sobretudo as vinculadas na internet. De que modo reagimos às intempéries? Como bom mineiro, me faço a seguinte pergunta: como nosso espírito mineiro enfrenta tudo isso?
         Trazemos conosco a mesma realidade do rio, que contorna os percalços e acidentes geográficos. Na linguagem atual, o mineiro é resiliente. A resiliência é a capacidade de se recuperar de situações difíceis e aprender com elas. É o poder de recuperação diante dos desafios.
         Minas é marcada pelas montanhas e acidentes geográficos. As Gerais, ao contrário, têm uma vegetação rala, mais seca, mais planícies. Ambas trazem, a seu modo, as dificuldades em seu bojo. Político mineiro e mais longevo ministro da educação do Brasil, Gustavo Capanema retrata um pouco além: “no do Sul, a calma, a paciência, a serenidade; no da Zona da Mata, a bravura, a dureza, a teimosia, a energia, a pugnacidade; no das montanhas e da mineração, o idealismo, o sonho, a filosofia, o quixotismo.”.
         O mineiro não enfrenta, não bate de frente, encarapaça-se, engaiola-se para não se magoar, nem se ferir, nem ferir o outro. Sente antecipadamente a dor do seu próximo. É a forma que encontra de cuidar carinhosamente do seu semelhante. O quanto isso é valioso agora! Para isso, é preciso força. Aquela que vem de dentro da gente e que, se a gente acredita, brota como uma semente lançada.
         O olhar que se volta para os desafios de hoje é o mesmo que se dirige para o horizonte e nos traz a esperança de que seguiremos nessa odisseia humana para tempos mais fraternos, mais geradores de vida. Por isso é preciso ter clareza de que precisamos seguir uma rotina adaptada ao momento, fazer coisas que nos dão prazer, não nos isolar do contato afetivo, pelos meios possíveis, e ter consciência de que este momento vai passar.
         Mineiro reclama, esbraveja. Faz isso como um desabafo, mas logo está disposto a recomeçar. Ele é um louco-teimoso! Mas, ao mesmo tempo, tem a paciência de esperar e prosseguir renovando suas energias. É assim que a cor da esperança do mineiro tem a marca de sua persistência e ânimo. Esperamos um amanhã, breve e cheio de reencontros.
         O escritor mineiro Rubem Alves, ao se perguntar onde está sua esperança, escreve: “Minha esperança está numa multidão de indivíduos, independentemente do seu lugar social ou econômico, que vivem possuídos pelo sonho da vida, da beleza e da bondade”. Por isso, esperança, Minas Gerais! Siga sua missão, levadas por bons mineiros e mineiras de alma e corações leves, porque os dias logo voltarão ao normal.”.

(Geraldo Trindade. Bacharel em filosofia e teologia e padre na Arquidiocese de Mariana, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 1 de junho de 2020, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, página A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Em breve
        A passagem da pandemia deixará o mundo diferente. As previsões são de um ambiente socioeconômico revolto, segundo a McKinsey & Company, uma das maiores consultorias de gestão, que atende as mais importantes corporações e fundações do planeta. Distribuiu aos seus clientes no mês de maio um estudo global de tendências comportamentais e mercadológicas decorrentes da pandemia e no qual analisa o quadro que desponta no horizonte pós-Covid-19.
         Nas considerações iniciais encontram-se a China e o continente asiático, passando pela Europa, pelo Norte e pelo Sul da América, seguindo o percurso do coronavírus e traçando os momentos vivenciados em cada país.
         O estudo lista as perdas dos setores econômicos mais atingidos. Em primeiro lugar a indústria aeronáutica, seguida por petróleo e gás, instituições bancárias, seguradoras, automotivo, moda, agricultura, financeiro, eletroeletrônicos, alimentação. Só a tecnologia digital não perdeu espaço, e apenas o farmacêutico cresceu – 20%.
         A queda do PIB prevista para 2020 encontra o Brasil como o país mais penalizado do planeta, com queda de 8,6%, e o menos impactado, a China, com queda de 4,4%. A média mundial é prevista em 6,5% em relação a 2019. Nessa triste realidade pesa a qualidade dos políticos nacionais. Se em outros países se uniram contra o inimigo (Covid-19), aqui a instabilidade levou a maioria a se aproveitar para incendiar o ambiente. Sempre usando da estratégia surrada do “quanto pior, melhor”, dos pedidos de impeachment. Políticos sem responsabilidade social, refratários às consequências, com visão que não vai além do próprio umbigo, blindados em salários e prerrogativas escandalosas, despreparados moral e socialmente.
         Se a China voltará aos níveis de produção de 2019 já em 2021, a previsão da McKinsey para o Brasil é de retornar ao “antes” apenas em 2023. Os três meses de isolamento custarão três anos para recuperar a perda de empregos e receitas públicas. Mais uma vez o despertar do gigante, deitado em berço esplêndido, sofrerá atraso imperdoável.
         Os Estados Unidos e a Europa também se recuperarão plenamente apenas em 2023.
         A China já está batizada a conquistar mais penetração nos mercados globais com suas gigantescas corporações, as mais capitalizadas, e, ainda, apoiadas por um governo centralizado, determinado e sem oposição interna. Superará em ordem de grandeza os rivais e assumirá o vértice mundial.
         O Brasil desponta como uma das fronteiras de expansão dos interesses da China, com destaque para matérias-primas estratégicas e produtos agrícolas que abastecem suas distantes indústrias de transformação e alimentam 1,4 bilhão de habitantes.
         O Brasil, que prefere exportar seus recursos em vez de transformá-los, que abdicou de seu potencial estratégico, será teatro de uma nova colonização asiática.
         A previsão de retorno à plena normalidade sanitária é prevista para o fim de 2021, quando uma vacina deverá desmontar as medidas excepcionais. Até lá não se registrarão novas explosões de contágio, mas retornos de ocorrências que encontrarão barreiras numa população mais prevenida, protegida e retraída.
         Viajará menos, consumirá em casa, cuidará mais de sua estética, ficará mais tempo no mundo virtual, consumirá mais alimentos frescos, privilegiará a proteção de sua saúde, escolherá produtos mais econômicos, confortáveis, ambientalmente corretos.
         Assistiremos a uma escalada de atitudes para ter ar e águas mais limpas, de cuidados com a reciclagem, com produtos sustentáveis que colaboram com a despoluição do planeta e do clima.
         As fontes energéticas renováveis deixarão o carvão e o petróleo como última e rara opção em 2030.
          O consumo será mais consciente, as compras pela internet crescerão em ritmo vertiginoso, e as pessoas exigirão informações claras do que vão consumir. A fidelidade às “marcas” sofrerá uma reviravolta, a afetividade com as antigas poderá ser substituída por uma ligação mais forte com outras marcas alinhadas com o “novo” tempo. Nisso uma oportunidade enorme para quem souber entender a nova onda.
         A incerteza econômica levará à procura por lojas e marcas com preços menores, que ofereçam uma relação custo-benefício mais conveniente. Entretanto, a “origem correta” e consoante a sustentabilidade ambiental pesará nas escolhas como nunca, em detrimento do preço.
         A permanência em casa com a família crescerá, pois nelas se terá um local mais seguro, sem risco de contágio. Disso as melhorias habitacionais e adaptações das residências para atividades profissionais e de convivência prolongada com seletas companhias.
         As metrópoles, em geral poluídas e barulhentas, perderão seu apelo. Haverá migração para locais “naturais”, que ofereçam saúde e qualidade de vida, e acessibilidade.
         O estudo detecta que as empresas “resilientes” terão oportunidade de se expandir em detrimento das mais conservadoras e acomodadas.
         A consultoria McKinsey sugere a urgência em qualquer empreendimento de reequilibrar custos, fechar setores não estratégicos, enxugar despesas, repensar as rotinas, rever a linha de produtos, simplificar, reinventar à luz da nova realidade.
         Dois terços dos entrevistados acham “mais importante do que antes limitar impactos de mudanças climáticas”.
         A experiência pandêmica deixará, em breve, as empresas realmente resilientes, mas contundentes em revelar seus propósitos, em gerar ação, tomar partido e reforçar a conexão afetiva com os consumidores, as vencedoras do novo tempo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a estratosférica marca de 326,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 130,0%; e já o IPCA, em abril, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





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