quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA TRANSFORMADORA DA ECONOMIA DA RECORRÊNCIA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA RESPONSABILIDADE COM A TRAGÉDIA DE BRUMADINHO NA SUSTENTABILIDADE

“O potencial transformador da economia da recorrência

        Com o passar dos anos, as empresas perceberam a importância da experiência do consumidor no processo de compra. A forma como as organizações se relacionam com os clientes mudou drasticamente, o que provocou alterações no modelo de negócios tradicional. Se alguns anos atrás o cliente pagava para adquirir uma única vez o produto, hoje ele paga para ter acesso ilimitado.

         Essa ação é a base da economia da recorrência, na qual, por meio do sistema de assinaturas e pagamento periódico, o usuário tem acesso a determinado produto ou serviço pelo tempo que quiser. Segundo dados divulgados pelo “Valor Investe”, esse mercado teve um crescimento de 10% em 2020. Esse modelo se tornou atrativo para as empresas durante a pandemia, pois ele garante vendas fixas.

         Esse sistema não é inédito. As assinaturas de jornais e revistas já possuíam grandes traços da economia da recorrência. Mas, com o crescimento do setor, surgiram variações que atraem um grande público. O mercado de e-commerce por assinatura movimentou cerca de R$ 1 bilhão no Brasil no ano passado, e já existem 4.000 clubes de assinatura no país, segundo pesquisa do “Valor Investe”.

         Nesse sentido, as empresas que desejam adotar esse modelo como forma de impulsionar os negócios precisam estar atentas a alguns detalhes. O sucesso desse modelo está diretamente ligado à experiência do cliente e como se sente valorizado durante o processo. Por isso, o modelo de assinatura precisa oferecer comodidade, simplicidade na adesão do plano e contato direto entre empresa e usuário.

         Outro diferencial do modelo é fazer com que o consumidor se sinta único e, com isso, fazer com que ele tenha vontade de consumir sempre. O Intrínsecos, clube de assinatura da editora Intrínseca, trabalha com a ideia de exclusividade para se diferenciar dos concorrentes. O assinante recebe, todo mês, uma edição especial de um livro que nunca foi publicado no Brasil, e só quem faz parte do clube tem acesso. Com isso, a editora consegue garantir uma renda fixa e não se torna dependente apenas da venda tradicional.

         Apesar dos benefícios, o sucesso desse modelo está relacionado à capacidade de fidelização que determinado produto tem. Por isso, antes de a empresa aderir à economia da recorrência, é necessário avaliar se o serviço ou produto oferecido tem potencial para tornar o consumidor dependente dele. Esse fator é essencial para garantir o retorno do investimento e possibilitar o crescimento do negócio.

         O modelo da recorrência tem mudado o mercado e a forma de consumir, o que provoca alterações na postura e na gestão das empresas. Por isso, é importante perceber como isso pode se tornar parte da realidade comercial das organizações.”.

(Pedro Boggione Costa. Gerente regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 6 de fevereiro de 2021, caderno OPINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 fevereiro de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Dia histórico

        O acordo com a Vale, fechado no dia 4 de fevereiro de 2021, muda a história de Minas Gerais.

         Dia do maior acordo indenizatório de todos os tempos realizado no Brasil, provavelmente no planeta, em decorrência de danos socioambientais.

         Ao longo dos últimos dois anos, defendi em todos os lugares em que me foi dada a palavra e a escrita, em reuniões oficiais com o governo do Estado, com o presidente da República, com órgãos do Judiciário e do Legislativo, federal e estadual, a imprescindibilidade de um acordo “real e substancial” de indenizações materiais e morais pelo desastre de Brumadinho. Não apenas pelos danos do terrível episódio, mas pelos decorrentes dos passivos ambientais rotineiros e pelos econômicos, gerados pelo exaurimento de reservas minerais, sem que a população do Estado participasse dessa festa.

         Estou gratificado pela condução exemplar dos negociadores escalados pelo Estado e pelo Judiciário. O governador Romeu Zema, comandante da expedição, reconhece mérito “em especial ao secretário (de Planejamento) Otto Levy, que esteve à frente das negociações desse acordo”. Pois é, Otto Levy se ergueu no contexto mineiro como um herói, um benemérito da pátria, por ter alcançado o que parecia impossível e que, ainda, marcará as próximas gerações. Contrariou a calcificada submissão que cerca, de regra, esses acordos.

         Pode parecer exagerado o valor de R$ 37,7 bilhões? Não, é até pouco. A conta do passivo desproposital que a Vale acumula em Minas e, ainda, o dever de deixar um legado que vá além de crateras e destruição, de devastação de rios e montanhas, sob o amparo da inércia culposa dos poderes constituídos, precisavam ter uma resposta volumosa e marcante. Era preciso dar um basta às malandragens que ocorriam nos porões políticos e governamentais.

         Comboios infindáveis de minério saindo, crateras se abrindo, barragens arranhando o céu, ameaças sobre vales inteiros e seus moradores, sem que uma resposta digna fosse dada em décadas de extração. Atividades submetidas ao império do lucro, que em nenhum outro quadrante do mundo é tão elevado.

         O valor de R$ 37,7 bilhões, aparentemente incrível, que poderia arrasar centenas de empresas ao mesmo tempo, não gerará qualquer problema à companhia Vale, ex-Rio Doce. Aliás a própria Vale e seus acionistas terão ganhos diretos e indiretos muito superiores a esse valor indenizado. No momento em que “a maior produtora de minério de ferro do planeta” recebe o bônus da maior valorização de seus produtos, concordou em renunciar, com o acordo, ao ganho líquido de caixa (Ebita) de apenas um dos próximos 16 trimestres, que representam o prazo de pagamento da indenização. A Vale recuperará, ainda, R$ 15 bilhões de Imposto de Renda.

         O desembolso torna-se irrelevante, tanto é verdade que as ações (como previ nesta coluna em dezembro último) deram mais uma disparada de 4% na última sexta-feira. O acréscimo do valor de capitalização da Vale em apenas um dia corresponde quase ao acordo inteiro selado com o governo de Minas.

         Resta agora entender o que poderá render o acerto para a população de Minas. Pode-se prever um progresso nunca visto nem imaginado. Isso sempre que o bom senso, a competência e a probidade forem adotados para manobrar essa enorme massa de finanças.

         Distribuindo-se o valor em quatro anos, implicará, a cada exercício, um aumento de 5,5% do PIB em Minas, que em 2019 foi de R$ 171 bilhões. No quarto ano, Minas poderá ter um ganho de produção interna acumulada e real de mais de 22%. Nisso não estão considerados os efeitos secundários, que podem dobrar os já significativos 5,5%. E mais: aumento de oportunidades, de emprego, de impostos, de circulação de finanças decorrentes dos investimentos no Estado. Temos todos os ingredientes para provocar um crescimento “chinês” em Minas, independentemente da sorte nacional.

         Os recursos, conforme prevê o acordo assinado, estão direcionados e carimbados para áreas de grande impacto social, como saúde, saneamento, abastecimento, infraestrutura, apoio ao desenvolvimento e à produção, além de mais de R$ 9 bilhões para atender o assistencialismo da população.

         Minas, neste momento, não pode jogar fora a “maior oportunidade de sua história”. Impõe-se a responsabilidade empregar correta e proficuamente essa indenização. Caberá zelar para que a aplicação correta e sustentável evite farras e desperdícios que ocorreram no Brasil com Olimpíadas, Copa e investimentos da Petrobras. Isso não pode acontecer.

         Como já escrevi nesta coluna, no horizonte se enxerga uma oportunidade ímpar, grandiosa, irrepetível, que pode devolver a Minas uma importância e um protagonismo que pareciam ter sido perdidos durante décadas de mediocridade.

         O reflexo eleitoral do acordo deixa o governador Zema praticamente reeleito.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a estratosférica marca de 328,10% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 115,59%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,52%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a

proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!


“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

           

Nenhum comentário: