“O potencial transformador da economia da recorrência
Com
o passar dos anos, as empresas perceberam a importância da experiência do
consumidor no processo de compra. A forma como as organizações se relacionam
com os clientes mudou drasticamente, o que provocou alterações no modelo de
negócios tradicional. Se alguns anos atrás o cliente pagava para adquirir uma
única vez o produto, hoje ele paga para ter acesso ilimitado.
Essa
ação é a base da economia da recorrência, na qual, por meio do sistema de
assinaturas e pagamento periódico, o usuário tem acesso a determinado produto
ou serviço pelo tempo que quiser. Segundo dados divulgados pelo “Valor
Investe”, esse mercado teve um crescimento de 10% em 2020. Esse modelo se
tornou atrativo para as empresas durante a pandemia, pois ele garante vendas
fixas.
Esse
sistema não é inédito. As assinaturas de jornais e revistas já possuíam grandes
traços da economia da recorrência. Mas, com o crescimento do setor, surgiram
variações que atraem um grande público. O mercado de e-commerce por assinatura
movimentou cerca de R$ 1 bilhão no Brasil no ano passado, e já existem 4.000
clubes de assinatura no país, segundo pesquisa do “Valor Investe”.
Nesse
sentido, as empresas que desejam adotar esse modelo como forma de impulsionar
os negócios precisam estar atentas a alguns detalhes. O sucesso desse modelo
está diretamente ligado à experiência do cliente e como se sente valorizado
durante o processo. Por isso, o modelo de assinatura precisa oferecer
comodidade, simplicidade na adesão do plano e contato direto entre empresa e
usuário.
Outro
diferencial do modelo é fazer com que o consumidor se sinta único e, com isso,
fazer com que ele tenha vontade de consumir sempre. O Intrínsecos, clube de
assinatura da editora Intrínseca, trabalha com a ideia de exclusividade para se
diferenciar dos concorrentes. O assinante recebe, todo mês, uma edição especial
de um livro que nunca foi publicado no Brasil, e só quem faz parte do clube tem
acesso. Com isso, a editora consegue garantir uma renda fixa e não se torna
dependente apenas da venda tradicional.
Apesar
dos benefícios, o sucesso desse modelo está relacionado à capacidade de
fidelização que determinado produto tem. Por isso, antes de a empresa aderir à
economia da recorrência, é necessário avaliar se o serviço ou produto oferecido
tem potencial para tornar o consumidor dependente dele. Esse fator é essencial
para garantir o retorno do investimento e possibilitar o crescimento do
negócio.
O modelo
da recorrência tem mudado o mercado e a forma de consumir, o que provoca
alterações na postura e na gestão das empresas. Por isso, é importante perceber
como isso pode se tornar parte da realidade comercial das organizações.”.
(Pedro Boggione Costa. Gerente regional da
Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 6 de fevereiro de 2021, caderno OPINIÃO,
página 19).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 fevereiro de 2021, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Dia histórico
O
acordo com a Vale, fechado no dia 4 de fevereiro de 2021, muda a história de
Minas Gerais.
Dia do
maior acordo indenizatório de todos os tempos realizado no Brasil,
provavelmente no planeta, em decorrência de danos socioambientais.
Ao longo
dos últimos dois anos, defendi em todos os lugares em que me foi dada a palavra
e a escrita, em reuniões oficiais com o governo do Estado, com o presidente da
República, com órgãos do Judiciário e do Legislativo, federal e estadual, a
imprescindibilidade de um acordo “real e substancial” de indenizações materiais
e morais pelo desastre de Brumadinho. Não apenas pelos danos do terrível
episódio, mas pelos decorrentes dos passivos ambientais rotineiros e pelos
econômicos, gerados pelo exaurimento de reservas minerais, sem que a população
do Estado participasse dessa festa.
Estou
gratificado pela condução exemplar dos negociadores escalados pelo Estado e
pelo Judiciário. O governador Romeu Zema, comandante da expedição, reconhece
mérito “em especial ao secretário (de Planejamento) Otto Levy, que esteve à
frente das negociações desse acordo”. Pois é, Otto Levy se ergueu no contexto
mineiro como um herói, um benemérito da pátria, por ter alcançado o que parecia
impossível e que, ainda, marcará as próximas gerações. Contrariou a calcificada
submissão que cerca, de regra, esses acordos.
Pode
parecer exagerado o valor de R$ 37,7 bilhões? Não, é até pouco. A conta do
passivo desproposital que a Vale acumula em Minas e, ainda, o dever de deixar
um legado que vá além de crateras e destruição, de devastação de rios e
montanhas, sob o amparo da inércia culposa dos poderes constituídos, precisavam
ter uma resposta volumosa e marcante. Era preciso dar um basta às malandragens
que ocorriam nos porões políticos e governamentais.
Comboios
infindáveis de minério saindo, crateras se abrindo, barragens arranhando o céu,
ameaças sobre vales inteiros e seus moradores, sem que uma resposta digna fosse
dada em décadas de extração. Atividades submetidas ao império do lucro, que em
nenhum outro quadrante do mundo é tão elevado.
O valor
de R$ 37,7 bilhões, aparentemente incrível, que poderia arrasar centenas de
empresas ao mesmo tempo, não gerará qualquer problema à companhia Vale, ex-Rio
Doce. Aliás a própria Vale e seus acionistas terão ganhos diretos e indiretos
muito superiores a esse valor indenizado. No momento em que “a maior produtora
de minério de ferro do planeta” recebe o bônus da maior valorização de seus
produtos, concordou em renunciar, com o acordo, ao ganho líquido de caixa
(Ebita) de apenas um dos próximos 16 trimestres, que representam o prazo de
pagamento da indenização. A Vale recuperará, ainda, R$ 15 bilhões de Imposto de
Renda.
O
desembolso torna-se irrelevante, tanto é verdade que as ações (como previ nesta
coluna em dezembro último) deram mais uma disparada de 4% na última
sexta-feira. O acréscimo do valor de capitalização da Vale em apenas um dia
corresponde quase ao acordo inteiro selado com o governo de Minas.
Resta
agora entender o que poderá render o acerto para a população de Minas. Pode-se
prever um progresso nunca visto nem imaginado. Isso sempre que o bom senso, a
competência e a probidade forem adotados para manobrar essa enorme massa de
finanças.
Distribuindo-se
o valor em quatro anos, implicará, a cada exercício, um aumento de 5,5% do PIB
em Minas, que em 2019 foi de R$ 171 bilhões. No quarto ano, Minas poderá ter um
ganho de produção interna acumulada e real de mais de 22%. Nisso não estão
considerados os efeitos secundários, que podem dobrar os já significativos
5,5%. E mais: aumento de oportunidades, de emprego, de impostos, de circulação
de finanças decorrentes dos investimentos no Estado. Temos todos os
ingredientes para provocar um crescimento “chinês” em Minas, independentemente
da sorte nacional.
Os
recursos, conforme prevê o acordo assinado, estão direcionados e carimbados
para áreas de grande impacto social, como saúde, saneamento, abastecimento,
infraestrutura, apoio ao desenvolvimento e à produção, além de mais de R$ 9
bilhões para atender o assistencialismo da população.
Minas,
neste momento, não pode jogar fora a “maior oportunidade de sua história”. Impõe-se
a responsabilidade empregar correta e proficuamente essa indenização. Caberá
zelar para que a aplicação correta e sustentável evite farras e desperdícios
que ocorreram no Brasil com Olimpíadas, Copa e investimentos da Petrobras. Isso
não pode acontecer.
Como já
escrevi nesta coluna, no horizonte se enxerga uma oportunidade ímpar,
grandiosa, irrepetível, que pode devolver a Minas uma importância e um
protagonismo que pareciam ter sido perdidos durante décadas de mediocridade.
O
reflexo eleitoral do acordo deixa o governador Zema praticamente reeleito.”.
Eis, portanto, mais
páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que
acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de
valores –, para a imperiosa e
urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a
efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a) a excelência
educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a
estratosférica marca de 328,10% nos últimos
doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em
históricos 115,59%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses,
chegou a 4,52%); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e
comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador
chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela
trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é
que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter
transnacional; eis, portanto, que todos
os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos,
pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina,
fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso
patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a
proposta do
Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões
(53,83%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao
menos com esta última rubrica, previsão de R$
1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito
e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e
ainda a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
São, e bem o sabemos,
gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande
cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o
nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
59 anos de testemunho de um servidor público
(1961 – 2020)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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