quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA BOA GOVERNANÇA NAS ESCOLAS E AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA INTEGRIDADE E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Bom exemplo do Ceará

        O Ceará tem tido ótimo desempenho na educação. Nos últimos anos, é comum que as melhores escolas no Ideb, índice que avalia o desenvolvimento da educação básica brasileira, produzido pelo Inep do MEC, sejam cearenses.

         Uma das políticas que explicam o bom desempenho cearense foi criada em 2007 e estabelece que parcela do ICMS que o estado distribui aos municípios seja vinculada ao desempenho da escola pública de ensino fundamental do município.

         Os estados têm de repassar 25% da receita de ICMS aos municípios. Em 2007, emenda à Constituição do Ceará estabeleceu que ¼ desses recursos – isto é, ¼ de ¼ do ICMS, ou 6,5% - fosse vinculado ao desempenho.

         Muitos cuidados foram tomados na construção do indicador de qualidade. Considera-se o desempenho na alfabetização, no fluxo escolar, isto é, adequação dos alunos à série em função da idade, e no aprendizado de português e matemática na 5ª série. Adicionalmente, para estimular que os municípios que tenham avançado muito continuem a melhorar, parcela do índice depende do ganho em relação ao ano anterior. Recente trabalho publicado pelo Banco Mundial – “Incentivos para os prefeitos melhorarem o aprendizado, evidências de uma reforma no estado do Ceará”, de Ildo Lautharte, Victor de Oliveira e André Loureiro (Policy Research Working Paper 9.509, jan/2021) – submeteu essa política pública ao teste empírico e mostrou que ela teve bons desempenhos.

         A grande dificuldade de avaliação de uma política pública é isolar o seu efeito. Ao longo do tempo, várias dinâmicas ocorrerão. Como conseguir avaliar que uma possível melhora em um indicador se deve àquela política pública específica?

         É necessário encontrar municípios iguais aos que foram afetados pela política pública, mas que não foram impactados por ela e, portanto, funcionarão como um grupo de controle. Avalia-se, em seguida, se, após a implantação da política, houve ganho maior do desempenho dos municípios afetados do que no grupo de controle.

         O trabalho usou como grupo de tratamento os municípios cearenses que ficam próximos às divisas com outros estados; e o grupo de controle foram os municípios dos estados vizinhos – Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco –, que ficam próximos à divisa com o Ceará.

         Após alguns anos, os alunos do grupo de tratamento da 5ª série estavam três meses avançados em relação aos do grupo de controle. Antes da alteração da legislação, o desempenho dos dois grupos era o mesmo.

         O mais importante é que a política não redundou em aumento do gasto público.

         Em 2012, cinco anos após o início do programa, houve uma alteração. Suspeitava-se que a política tinha efeito colateral de piorar a desigualdade do desempenho no Ceará: as escolas priorizavam os alunos melhores, dado que o indicador considerava o desempenho médio. Assim, a política pública passou a punir a desigualdade.

         O estudo mostrou que a intuição estava correta. Entre 2005 e 2012, apesar da melhora do desempenho médio, houve piora na desigualdade. E após 2012 passa a haver redução na desigualdade.

         Aparentemente, toda a cadeia de decisão que se inicia no prefeito e vai até o professor em sala de aula responde aos incentivos.

         Uma preocupação permanente com indicadores de desempenho é eles não refletirem bem o objetivo do gestor. Por exemplo, os alunos serem treinados especificamente para a prova sem que o aprendizado melhore significativamente.

         Essa preocupação é menor no caso dessa avaliação da política pública, pois o indicador empregado pelo estado para medir o desempenho do município – e determinar o repasse de recursos – é a prova preparada pelo próprio Ceará, enquanto a medida de desempenho empregada no estudo é a prova do MEC.”.

(Samuel Pessôa. Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV) e da Julius Baer Family Office (JBFO). É doutor em economia pela USP, em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 21 de fevereiro de 2021, caderno mercado, página A18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de fevereiro de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“O risco da travessia

        Depois de garantir recursos de R$ 5 bilhões no bojo de R$ 37,6 bilhões, montante do acordo indenizatório com a Vale, o governo de Estado deverá promover a discussão pública sobre o traçado do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte. É obra aguardada há décadas para desafogar o antigo Anel Rodoviário, que coincide com o traçado oficial da BR-040, entre a Mutuca e a entrada de Brasília, e racionalizar a mobilidade da capital.

         Popularmente conhecido como Anel, ele também liga as regiões industrializadas de Contagem e Betim ao norte e ao leste do país e recebe, assim, uma intensa movimentação de veículos pesados. Bem por isso o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, antes que se registrasse uma queda acentuada no trânsito, efeito da retração provocada pela pandemia, cogitou barrar a passagem de caminhões no Anel em horários diurnos, como forma de preservar a mobilidade na capital e dar um fim aos contínuos acidentes rodoviários.

         Fácil de se cogitar, mas geraria um efeito devastador nas ligações norte-sul e leste-oeste, não só para Minas Gerais, como para outros Estados. Não existem alternativas imediatas, e isso surge como limitador das ambições de progresso no próprio desenvolvimento da Região mais povoada de Minas.

         Todas as outras grandes capitais do país tiveram nas últimas décadas investimentos vultosos em mobilidade. Belo Horizonte ficou parada, desatualizada e altamente prejudicada, vítimas da guerra surda e fria travada entre governos petistas e tucanos em níveis federal e estadual. Os grandes investimentos foram pra todo lado, até para Venezuela e Cuba, para evitar beneficiar Minas Gerais.

         Neste momento cabe, pois, resgatar a região do atraso. A proposta de traçado do Rodoanel Metropolitano apresentada oficialmente pelo Estado surpreendeu quem aguardava exatamente um anel, e não uma travessia. Digo anel mesmo, aquele que passa em volta e deixa no centro os principais municípios metropolitanos, interligando as principais vias de acesso e saída da região metropolitana de BH.

         Entretanto, o projeto proposto corta ao meio regiões densamente povoadas, especialmente em Ibirité, Betim e Contagem. Conceitualmente, o modelo de travessia encurtaria, segundo o Estado, o traçado do Anel em 40 km, mas isto é equivocado. Além do mais, a sinuosidade do percurso aumentará a periculosidade do trânsito numa via de escoamento rápido.

         A Secretaria de Obras de Betim, dispondo de equipamentos e técnicos habilitados para uma análise cuidadosa da proposta, realizou um estudo sobre o traçado. Concluiu que o formato (de travessia) é desvantajoso em relação ao traçado de anel, que é perfeitamente possível, de fácil desapropriação e na pior das hipóteses aumentaria em apenas 5% a extensão de toda a obra viária, passando dos 100 km, estimados para a travessia, para um máximo de 105 km. Isso garantindo a interligação de todas as BRs (enquanto na proposta do Estado exclui-se a BR-262, saída para o Triângulo).

         A travessia implica mais dificuldades, demoras e ônus com milhares de processos de desapropriação de residências, imóveis comerciais e inúmeras intervenções complementares, para atender interferências nos bairros impactados e cortados ao meio de forma irremediável. E, ainda, com situações de poluição visual, sonora e paisagística.

         O custo por metro quadrado de um viaduto fica em torno de R$ 15 mil, e, numa largura de 40 m, apenas 8 km absorvem R$ 4,8 bilhões; quer dizer, o valor inteiro previsto no acordo da Vale.

         Quando se fala em viadutos, entende-se também a elevação de trechos que se faz necessária para vencer obstáculos urbanos que de outra forma gerariam uma agressão imperdoável à população residente.

         Já o trajeto da obra em áreas não povoadas e, portanto, necessitado apenas de terraplenagem, resulta num custo estimado de R$ 20 milhões por quilômetro, ou R$ 2 bilhões. Valor que se encaixa nas previsões normais da parte viária e das ligações.

          A região metropolitana de BH precisa que essa obra aconteça rapidamente, para evitar um colapso em sua malha viária, já sufocada. Portanto, as escolhas e decisões sobre o projeto devem levar em séria e cuidadosa consideração aspectos estratégicos e os custos de execução para que se chegue à mais rápida execução da obra inteira.

         É um risco confiar que o modelo de privatização, como um toque de mágica, possa solucionar um projeto (de travessia) evidentemente inconsistente e de improvável execução, especialmente quanto existe outro, viável, econômico e que permitirá, dentro do Anel ainda, a expansão das próximas décadas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a estratosférica marca de 328,10% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 115,59%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a

proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

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