“Amazônia e seu cenário de isolamento sanitário
Em
visita à Amazônia, tínhamos uma missão com dois propósitos claros: o mapeamento
da cadeia de valor do manejo do pirarucu nas comunidades ribeirinhas e o
entendimento do destino dos resíduos sólidos pós-consumo e locais em que a
logística pelo rio é complexa e dispendiosa. No manejo, a expectativa era
agregar valor aos processos locais, com o intuito de maximizar renda e trazer
benefícios tangíveis à população que executa a pesca e o beneficiamento do
bacalhau brasileiro. A segunda tarefa mostrou-se mais complexa, muito e função
das condições encontradas e da priorização de esforços, isso por conta da
ausência de infraestrutura básica de saneamento, de condições de moradia e de
disponibilização de energia, normalmente feita por geradores que funcionam no
fim de tarde e início da noite.
Quanto
ao consumo, os produtos chegam aos locais em embalagens como as que conhecemos
nas gôndolas dos mercados. O descarte é feito em lixões a céu aberto, em
cidades onde há um acúmulo maior de pessoas, via queima ou outras formas que
não tiram o Resíduo Sólido Urbano (RSU) da natureza. Nos dias em que estivemos
no rio, fosse em barco ou nas paradas em comunidades, observamos um ambiente
com muitas embalagens de vidro, plástico e outros materiais flutuando ou
depositados em áreas remotas, como nas faixas de areia das praias, formadas no
período de seca do fim de novembro.
Falando
dos grandes centros, fica claro, em uma expedição como essa, que o Brasil do Norte
e do Nordeste, responsável por 70% dos 2.612 lixões catalogados no país,
apresenta um horizonte imenso de oportunidades para melhorias e inovações,
visto o tamanho do desafio. É evidente que a questão dos lixões tem que ser
intensificada e incorporada pela sociedade, associações, universidades e
empresas. Não se trata apenas de um desafio, mas de um problema de soberania
nacional. Não podemos sediar a COP ou mesmo falar em protagonismo em CO2
se ignoramos o básico do saneamento no local onde deveríamos ser mais zelosos.
Há um
insight interessante que devemos começar a colocar nas rodas de pesquisa e
desenvolvimento: a importância de um estudo científico meticuloso sobre as
diferentes realidades do Brasil e a identificação de que a embalagem correta para
os produtos em cada situação detectada. No setor de bebidas, fica claro que
devemos repensar as embalagens de vidro, diante da dificuldade de
retornabilidade, que é o ideal, e a inexistência de alternativas para o
escoamento desse resíduo que, após o consumo, vai para os rios ou lixões, onde
lá ficam. Já sobre as latas de alumínio, essas parecem ser objeto de desejo dos
catadores, assim como no resto do país, por serem produtos mais fáceis de
coleta, armazenamento e, sobretudo, pelo preço que o quilograma desse material
recebe. A situação é um pouco mais complexa, visto que passa pelo mapeamento e
pela conscientização da população em relação ao consumo correto da embalagem,
além da viabilização econômica das soluções.
Enxergando
o copo meio cheio, há oportunidades e muitas iniciativas que já estão em
andamento para maximizar a circularidade de RSU e o destino correto da matéria
orgânica, que totaliza, aproximadamente, 50% do total de resíduos gerados.
Missões como essa, em que alunos e professores da Universidade Presbiteriana
(UPM) e profissionais de empresas como o Grupo Petrópolis foram envolvidos, são
essenciais para compreensão do ambiente e para a busca de soluções adequadas e
pertinentes para cada caso.”.
(Alaércio Nicoletti. Gerente de
sustentabilidade e inovação do Grupo Petrópolis, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de dezembro de 2022, caderno OPINIÃO,
página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo e edição, caderno INTERESSA, página
17, de autoria de Otávio Grossi, filósofo, mestre em psicologia,
psicopedagogo de autistas, além de mentor de empresários e atletas. Autor do
livro “Conquistas Autênticas”, pela editora Cândido. É colunista do jornal O
TEMPO e participante do programa Interessa, às segundas-feiras, na
rádio Super 91,7 FM, e que merece igualmente integral transcrição:
“O cenário para ser Natal
Agradeço
a você, leitora e leitor, e à direção técnica deste jornal pelo espaço que me
deram, de forma tão respeitosa e honrosa, por meio desta coluna. Em todos os
artigos busquei, como filósofo e pesquisador do comportamento, trocar pontos de
vista e trazer luz às nossas atitudes! Não como quem sabe de tudo, mas como
quem se questiona e pensa sobre o mundo e sobre nossa forma de viver. Escrevo
como um imperativo de incômodos internos e de buscas!
A fé e
esperança são sempre arremates nas conversas de fim de ano, ou das etapas:
vamos com fé! É preciso ter fé! E por aí vai. Essas forças, vou chamá-las
assim, que se misturam ao acreditar, nos impulsionam para seguir com nossos
projetos na vida. Mas fico pensando se elas também não nos deixam míopes para
ver com mais clareza.
Tenho
certo receio de que as festas de final de ano nos façam esquecer o nosso
cenário. Celebrar, sim, mas com o pé na realidade. Esses últimos anos, marcados
por acontecimentos de dimensões globais, trouxeram temas tão antigos quanto
novos e necessários: diálogo, respeito, sociedade, democracia, honestidade,
saúde, compromissos sociais, respeito ao público. Esses temas ampliam as lentes
para vermos o cenário para sermos Natal: somos o terceiro país do mundo em
produção de riqueza, mas o décimo em desigualdades. Somos o quarto país do
mundo em população de encarcerados, estamos entre os que lideram em número de
mortes de jovens, de violência contra pessoas LGBTQIA+, de feminicídio (sendo
que, dessas mortes, o maior número é por arma de fogo) e ainda precisamos evoluir
muito no modelo democrático e na divisão das riquezas e oportunidades.
Proponho
a você, leitora e leitor, que olhe para os acontecimentos deste ano, e para
mais esse Natal, com fé e esperança! O mais importante nessas datas é
aproveitar para realinhar a bússola, realinhar a direção e os motivos que nos
impulsionam. Não é a mudança de data ou os rituais que vão dar um novo colorido
e, como mágica, tudo vai se renovar. Não! A mágica está em perceber a
caminhada, em perceber o fluxo e perceber suas escolhas e atitudes que vão
compondo os resultados da sua vida em atuação no momento histórico que se
apresenta e olhar para o real, ele, sim, é o que comanda. A mágica está em
perceber o sentido das situações, das pessoas que se aproximaram de você, dos acontecimentos
que se desdobraram. Quem não age pela realidade fica na imaginação e no
simbolismo vazio. Ter fé é ter clareza!
A crença
nessa força impulsionadora é o grande segredo, a garra que se renova dentro da
gente e que nos faz compreender nossa jornada neste mundo pela realidade, não
por aquilo que se acha. A esperança que tantos dizem ter, principalmente
motivados por essas datas, vai precisar se realinhar. Uma esperança que não é
apenas uma crença de que as coisas vão acontecer do jeito que queremos. Mas uma
esperança que seja cheia de certeza. Sim, uma certeza de que, independentemente
de como as coisas vão terminar, elas têm sentido, ou seja, precisávamos das
lições e aprendizados que se apresentarão à nossa frente neste novo ano, para a
nossa real evolução.
Desejar
feliz Natal e feliz ano novo é desejar que as nossas atitudes sejam de
transformação. Foi Natal mais uma vez, mas a face do Cristo ainda continua
sendo espancada através da face de tantos irmãos nossos pelo mundo. Que não nos
esqueçamos do cenário que está à nossa frente. Que renovemos a coragem para
seguir na construção da igualdade e do amor tão estampados no presépio de
Belém! Fé e esperança! Obrigado por me acompanhar durante este ano! Boas
escolhas!”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais
devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído
com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.