“O pódio ou o processo?
Minha
atuação como mentor de performance de atletas de mountain bike e de jiu-jitsu
tem me proporcionado descobertas curiosas sobre o comportamento, sobre as
atitudes e sobre as competências destes super-heróis. Um conjunto amplo de
aprendizados que são vistos, cada vez mais, de forma integrativa; ou seja, são
desenvolvidos em seis grandes áreas foco: a da atividade física, a da nutrição,
a do desenvolvimento cognitivo, das questões práticas da vida, e as duas
finais, a meu ver muito determinantes, as áreas relacionais e emocionais. Ações
estratégicas desenvolvidas nestas direções amplificam os resultados e
transformam o pódio, não em um objetivo fixo, mas em um processo de aquisições
e de experiências autênticas. Os esforços destas mulheres e destes homens
atletas, vistos nestas condições, fazem com que as medalhas de ouro não sejam
apenas na vida profissional, mas, e sobretudo, na vida pessoal.
Nas duas
últimas semanas do mês de março acompanhei um atleta em uma das competições
mais curiosas e fortes no mundo da bike: o Absa Cape Epic. Este atleta,
Guilherme Turano, pai e empresário à frente da Turano Engenharia, com sede em
Montes Claros, tem uma história de dedicação, empenho, trabalho, superação e
muito estudo. Sou testemunha da sua evolução pessoal, que por isso mesmo, o
impulsiona na bike. Seu exemplo é inspirador. A visão clara quanto aos desafios
que temos pela frente ao lado do empenho por desenvolver habilidades
necessárias é um dos pontos chave da sua evolução. A construção do Flow
(fluxo), este estado de concentração plena que amplia nossa percepção da vida e
de tudo o que acontece ao nosso redor, foi uma das vitórias maiores em sua
trajetória.
A
corrida do Cape Epic, em plena África do Sul, deve ser completada por ambos os
membros de uma equipe de duas pessoas, em uma rota com cerca de 700 quilômetros
indomáveis de paisagens intocadas e até 17.250 metros de subida vertical. É a
única corrida por etapas de mountain bike de oito dias. Foram 681 quilômetros e
16.900 metros de escalada depois de partir de Lourensford, Absa Cape Epic chega
a Val de Vie Estate, onde os vencedores foram coroados.
Quatro
aprendizados ficaram muito evidentes e servem para o esporte e para a vida,
sobretudo: 1. Pense nas rotas e nos detalhes dela. Fique atento ao momento
desta rota: fluidez, curvas, atire-se ou atritos? 2. Ajustes finos: tudo é uma
questão de pequenas mudanças de grandes proporções. Fique atento aos pequenos
movimentos. 3. Ritmo: a vida ou o esporte demandam da gente uma constância do
fazer. Prossiga, insista, respira e segue o fluxo. 4. Precisão: tudo deve ser
muito bem pensado e estudado neste esporte. Uma falta de atenção aqui ou ali
muda tudo. Vale, para concluir, cara leitora e leitor, um grande aprendizado
que transforma o pódio, não em um lugar ou uma busca frenética, mas reforça a
beleza do processo. Viver não é preciso não é preciso, como dizia o poeta
Fernando Pessoa. Navegar é preciso. Se você não se jogar a vulnerabilidade, se
você não aceitar que não estamos no controle, não iremos aproveitar do
processo. Ele sim, redireciona a vida e nos abre a neuroplasticidade. Novos
estímulos são o caminho para crescer e ver tudo melhor. Se ele chegou ao pódio?
Não faz nem diferença! Mas, chegou sim! Para ser exato... 41º na master e 132º
na geral: consequências! Boas escolhas!”.
(Otávio Grossi. otaviogrossi@saudeintegral.com.br,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de
abril de 2022, caderno INTERESSA, página 19).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno OPINIÃO, página 22,
de autoria de Matheus Bombig, cofundador da Invenis e da Associação
Brasileira de Lawtechs e Legaltechs, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Gestão descentralizada para reter
talentos
A
pandemia fez muitos repensarem o conceito do ambiente de trabalho ideal, não
apenas pela questão do crescimento do home office, mas também por pontos como a
pressão e a insegurança no dia a dia profissional. Fatores que podem contribuir
para o desgaste e o alto índice de pedidos de demissão são o modelo de gestão
engessado, com pirâmide hierárquica, e a cultura de decisão topdown, ainda
muito utilizada por grande parte das empresas.
Não é à
toa que um estudo encomendado pela “Você S/A” ao estúdio de inteligência de
dados Lagom Data aponta que, mensalmente, meio milhão de brasileiros pediram
demissão de forma voluntária entre o início de 2020 e o fim do ano passado.
Esse índice é o dobro do registrado nos anos anteriores à pandemia. Para chegar
a essa conclusão, a Lagom analisou quase 188 milhões de registros de
movimentações trabalhistas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), de 2016 até novembro de 2021.
Muito
por conta desse cenário, algumas companhias brasileiras começam a observar
atentamente modelos capazes de desconstruir a estrutura hierárquica para
conseguirem reter seus talentos.
Atualmente,
um dos métodos que se destacam é o modelo Teal, que tem a gestão
descentralizada como um de seus pilares e é conhecido por estimular uma atuação
mais inovadora nas companhias, justamente por cortar problemas estruturais.
O
sistema é caracterizado pela plenitude e por perseguir um propósito, pois
opera, em grande parte, sem organogramas, hierarquias, microgerenciamento ou
incentivos individuais. Além disso, é gerido por pessoas e times autônomos, que
são livres para tomar decisões após colherem aconselhamentos. Portanto, toda
decisão tomada é sempre influenciada por uma inteligência coletiva.
Infelizmente,
essa é uma visão que se distancia de quase todas as empresas, que possuem como
único objetivo o lucro, independentemente do propósito, ambiente e liberdade.
Podemos comparar essas corporações com uma máquina que precisa ser a mais
eficiente, rápida e barata possível, enquanto os seus colaboradores se parecem
com engrenagens.
Peguemos
como exemplos os CEOs e outros C-levels. É natural que os profissionais nesses
cargos tenham que tomar decisões complexas e dentro de uma agenda lotada, onde
são acionados o tempo inteiro por diversos setores. O tempo deles é tão
precioso que a camada gerencial abaixo passa dias ou semanas preparando
materiais para serem levados em reuniões que, geralmente, duram poucos minutos.
Ou seja,
claramente estamos diante de uma estrutura repleta de burocracia, mas que tem a
possibilidade de ser evitada. Com o modelo Teal, os times conseguem ser muito
mais práticos em processos do dia a dia: contratações de pessoas e de
ferramentas, por exemplo, não precisam passar por todo um ciclo de aprovação.
De modo geral, as pessoas são retiradas de suas pequenas bolhas para que cada
uma assuma o papel que julgue competente, com uma voz ativa dentro do grupo.
Outro
fato benéfico da adoção do método é que, após tomadas, todas as decisões são
divulgadas para o time. Essa transparência cria um senso de comunidade entre os
colaboradores e ajuda a atuar em prol da empresa, evitando que as decisões
sejam voltadas apenas para impressionar a chefia.
Nota-se
que, em um ambiente complexo, a pirâmide hierárquica se torna um gargalo. No
entanto, onde há baixa complexidade, estruturas piramidais podem até funcionar
bem, o que ilude muitos empreendedores acerca de sua eficácia. Afinal, para
muitos é tentador estar em uma posição de poder, com várias regalias e uma
falsa visão de que os profissionais dispostos hierarquicamente abaixo trabalham
para ajudar o negócio a bel-prazer.
Portanto,
abrir mão disso e conceder esse poder para o time é um dos principais desafios
na implementação de uma organização Teal, especialmente no Brasil, que herdou
um corporativismo forte. Por isso, ainda há a necessidade de difusão desse
modelo no território brasileiro, uma vez que poucos empreendedores o conhecem.
Felizmente, percebe-se que cada vez mais um seleto grupo tem curiosidade de
entender melhor o seu funcionamento.
Contudo,
esse sistema também exige paciência em um primeiro momento. Existem muitas
etapas de descentralização e uma migração só será feita se as empresas, aos
poucos, alterarem pequenas estruturas e processos. Se esses passos forem dados,
é possível que o país se torne um pouco menos corporativista e possua mais
liberdade em seus ambientes profissionais. Isso certamente ajudará as
companhias a reterem seus talentos com mais facilidade.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente
desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente
o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional
todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da
educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da
participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade
universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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