sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA AGENDA ESG, PLENA CIDADANIA E ECONOMIA CIRCULAR NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA COMPAIXÃO, RESPEITO, SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Economia e consumo consciente

       Produzir menos lixo, planejar as compras, conhecer a origem e os processos de fabricação dos produtos que adquirimos, entender os impactos que eles causam ao longo de toda sua vida útil. Da extração da matéria-prima ao descarte final, essas são algumas simples atitudes que colaboram com o consumo consciente, também conhecido como consumo sustentável.

         Segundo a Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2021, desenvolvida pelo Instituto Akatu em parceria com a GlobeSean, 86% dos brasileiros desejam reduzir seu impacto individual sobre o meio ambiente e a natureza. Mas, afinal, como ser contrário ao paradigma comportamental de consumo imediatista?

         O consumo consciente nada mais é do que um exercício diário que envolve repensar todos os nossos hábitos de consumo. Porém, embora a agenda ESG esteja em alta desde 2020, ainda há um processo árduo para que o consumo sustentável, de fato, fortaleça a economia brasileira. Inicialmente, o consumidor precisa ter em mente que as famosas compras por impulso, estimuladas pelas empresas e, principalmente, pela mídia, são as vilãs do consumo consciente. Quem começa a controlar o consumo, além de reduzir os impactos ambientais, faz diferença para o bolso.

         Um ponto positivo é que as novas gerações priorizam marcas ambientalmente mais atuantes, ainda que sejam mais caras. Intitulada geração da sustentabilidade, a Geração Z, além de mais propensa a tomar decisões de compra com base em valores e princípios, também é a mais consciente em seus hábitos de consumo. Eles estão mais atentos às suas escolhas e, consequentemente, empresários e investidores deverão ouvir e mapear atentamente estas novas gerações para entender e atender suas reais necessidades e conseguir apoiá-las.

         Outro ponto de reflexão é que o próprio consumo mundial, além de mal distribuído, está descontrolado: cerca de 20% da população mundial concentra o consumo de 80% de todos os produtos e serviços do planeta, segundo um levantamento do Akatu. Isto demonstra o quanto esse olhar atento ao consumo consciente, se tornou cada vez mais relevante para a construção e promoção da Economia Circular.

         Mas, de fato, como avançarmos o consumo consciente no Brasil? Inicialmente, o ecossistema de negócio brasileiro deve estabelecer ambições claras vinculadas a agenda ESG, a partir de KPIs que compreendam essa transformação como uma jornada que necessita de inovação e consistência. Além disso, o mercado brasileiro precisa do apoio de todos os setores – público, privado e sociedade. Estas entidades possuem papel fundamental na disseminação do ESG e, principalmente, na mudança de mentalidade da população. O caminho ainda é longo, mas estamos na rota.”.

(Pamela Paz. CEO do Grupo John Richard, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de fevereiro de 2023, caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.cnbb.org.br, edição de 10 de fevereiro de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“‘Cuida dele’

       Um grito misericordioso brotou do coração do samaritano – ‘Cuida dele’, que ficou tocado pelo sofrimento de um desconhecido, caído pelo caminho em que passava, depois de assaltado e flagelado, quase morto. Jesus, na narrativa do Evangelho de Lucas, ensina assim sobre a qualidade do coração humano, em uma sociedade adoecida, de muitos enfermos e enfermidades: aponta a necessidade de se cultivar um coração capaz de enxergar os enfermos e os pobres – não por curiosidade, mas de maneira compassiva, para dedicar-lhes adequado tratamento. Eis o caminho para efetivar a fraternidade, vencendo preconceitos, discriminações e mágoas. A mensagem do Papa Francisco, na celebração do 31º Dia Mundial do Doente, 11 de fevereiro, contribui para seguir esse itinerário. A convocação, em primeiro lugar, é dedicar cuidado aos enfermos, alargando o olhar para enfrentar sabiamente os sintomas de um mundo contemporâneo em contínuo processo de adoecimento. Esse enfrentamento do mal exige que todos busquem tratar bem cada um, irmão e irmã, com a sensibilidade do bom samaritano.

         Gestos alicerçados na compassiva misericórdia são urgente remédio para curar as feridas que fazem a humanidade padecer. Cultivar a semeadura da compaixão e do respeito, vencendo disputas, indiferenças perigosas, para que prevaleça a solidariedade, desenvolvendo a competência humana e espiritual de cuidar do outro, especialmente dos enfermos, e da casa comum. É necessário também um adequado cuidado dedicado à organização social e política, religiosa e cultural, para que a vida seja sempre promovida com o constante exercício da misericordiosa compaixão. Compaixão que precisa ser a unção do coração humano para lhe dar sabedoria, alegria e coragem. Assim, ter força para poder cuidar de cada pessoa, na própria família e no contexto mais amplo da sociedade, especialmente dos pobres e dos miseráveis. Importante é lembrar que a doença faz parte da existência humana, conforme frisa o Papa Francisco, mas que a enfermidade pode ser vivida de modo desumano, quando há abandono, isolamento.

         Vivenciar a compaixão e cultivar a proximidade sublinham a importância do caminhar juntos – não seguir cada um por conta própria, mas se amparando mutuamente pela solidariedade que devolve a esperança perdida, alivia o peso das dores. É, pois, força para todos, considerando a condição frágil de cada ser humano. Há sempre uma lição nova a ser aprendida na experiência da fragilidade e da doença. Um aprendizado essencial a corações orgulhosos e soberbos, que se julgam no direito de usufruir irresponsavelmente dos bens da criação. A realidade imposta pela doença expõe a fragilidade humana, fortalecendo a convicção de que todos necessitam da proximidade fecundada pela compaixão e ternura. A esse respeito, oportuno é sublinhar o papel da fé, que sustenta a vida de cada pessoa. O Papa Francisco lembra a beleza e a consolação de um trecho da profecia de Ezequiel, quando o Senhor Deus faz brotar do seu coração a grandeza de seu amor de Pai: “Sou eu que apascentarei as minhas ovelhas, sou eu quem as fará descansar”. Trata-se, na verdade, de um lamento de Deus pelos descasos promovidos pela insensibilidade humana em relação aos sofredores, pobres e doentes.

         A indiferença é fruto maligno produzido pela soberba no coração humano, assoreando sentimentos nobres – querer bem ao próximo e ter coragem para abrir a mão, solidariamente, com o objetivo de promover amparo. É fruto também da falta de sensibilidade humanitária, uma incapacidade para reconhecer o sentido profundo que reside na existência de cada pessoa. Confiar a condução da sociedade a governantes insensíveis, a legisladores “frios e culculistas”, a gestores submetidos a lógicas que desdenham o ser humano constitui um grave risco. Os genocídios de povos e culturas, de segmentos empobrecidos da sociedade, são originados  nos corações insensíveis, nas almas indiferentes, com olhos que não conseguem enxergar a dor lancinante de quem passa fome, não tem o necessário para sobreviver.

         O orgulho e o medo da morte petrificam corações e obscurecem mentes. Deus é solicitude. A solicitude é, pois, o selo de autenticidade da condição de filhos e filhas de Deus. Preservada e mantida a lógica da solidariedade, encontra-se o caminho das respostas que podem eliminar páginas tristes da história da humanidade. Com Deus se aprende a solicitude para fazer valer uma nova lógica. A fraternidade precisa ser cada vez mais promovida, aprendida a partir de princípios civilizatórios que semeiam o sentido de solidariedade. , fortalecida a partir de adequada legislação. É preciso fazer valer o compromisso com a dignidade de cada pessoa. Importa a urgência de se reconhecer a condição de solidão e de abandono de tantos irmãos, sem amparo e proteção. Deixar-se interpelar pelas atrocidades do tempo presente para promover novas lógicas de humanização. Mover-se pela compaixão para ajudar quem precisa: trata-se de uma permanente responsabilidade.

         São muitos os sinais da gravidade deste tempo, podendo ser citados o sofrimento enfrentado pelos indígenas Yanomami e a fome que atinge muitos brasileiros. Essas realidades desafiadores convidam cada pessoa a acolher o que generosamente expressa o bom samaritano: “Cuida dele”. E o mundo encontrará um caminho novo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,77%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

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