terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA UNIVERSALIZAÇÃO DAS ESCOLAS INFANTIS EM TEMPO INTEGRAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DAS TECNOLOGIAS, CONHECIMENTO E QUALIFICAÇÃO HUMANA NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Crianças cuidando de crianças

       Uma das pautas prioritárias das gestões estaduais e federal recém-eleitas é a educação – o tema foi recorrente na maioria dos governos municipais no pleito realizado há dois anos. É prioridade de início de mandato porque, em regra, não é prioridade do Estado real. Apesar de se tratar de um direito previsto na Constituição Federal, a política de educação não tem sido bem encaminhada pelos governos.

         Além disso, a educação não é uma ilha e depende de fatores externos às políticas educacionais. O rendimento escolar, muitas vezes, também está ligado ao contexto socioeconômico dos estudantes e de seus familiares. As classes C, D e E, por exemplo, enfrentam o tema absurdo e persistente de crianças e adolescentes cuidando de outras pessoas da família, normalmente irmãos mais novos, em vez de focar sua atenção nos estudos.

         Pesquisa publicada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), realizada em agosto de 2022 e que ouviu 1.100 meninas e meninos de 11 a 19 anos de todas as regiões do Brasil, constatou que 11% não haviam voltado às escolas após o isolamento social provocado pela pandemia. O dado representa uma evasão escolar de mais de 2 milhões de estudantes no país.

         Entre as causas apontadas pelos ex-alunos, 28% destacaram o fato de terem que cuidar de familiares em suas casas. Dos 21% que seguiram estudando, mas que pensaram em desistir da escola nos três meses anteriores à pesquisa, 19% trouxeram esse mesmo motivo.

         A falta de creches e pré-escolas e de ensino fundamental em turno integral, especialmente para estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental, explica a maior parte dessa realidade preocupante. É um misto de exploração do trabalho infantojuvenil “invisibilizado”, aliado à fragilidade do cuidado familiar, por vezes expondo crianças a ações arbitrárias das agências de proteção, como a retirada de crianças de suas famílias por negligência ou abandono, mesmo sendo essa negligência claramente do Estado, e não das famílias. Também as crianças estão expostas a riscos de acidentes e negligências diversas, em vez de usufruírem do direito constitucional à educação.

         Perante essa realidade, é impossível se pensar no direito à educação sem o apoio das famílias em maior situação de vulnerabilidade. Ainda mais quando essa vulnerabilidade tem relação direta com o não atendimento adequado da própria política de educação, como é o caso da falta de vagas na educação infantil, tanto de creches quanto de pré-escolas, e da baixa oferta de turno integral nas escolas brasileiras.”.

(José Carlos Sturza de Moraes. Coordenador do Instituto Bem Cuidar – Aldeias Infantis SOS), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 25 de janeiro de 2023, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 2 de fevereiro de 2023, mesmo caderno, página 20, de autoria de Giuliano Fernandes, head de marketing e comunicação da CBMM, e que merece igualmente integral transcrição:

“Roda de conversa

       A roda de conversa é um alicerce social que reduz a indiferença e aproxima os diferentes.

         A tendência natural das pessoas é se aproximar daquelas que pensam da mesma maneira – Goethe chamava isso de “afinidade eletiva”. Porém, ao decidirmos quem seguir e quem excluir, comportamento facilitado pelas redes sociais digitais, terminamos por nos separar, nos concentrando em comunidades uniformes e autorreferenciais, ou em “câmaras de eco”, como dizia Umberto Eco em sua brilhante obra “Construir o Inimigo”.

         Esse caminho artificial  criado pelas tecnologias alterou radicalmente a forma na qual construímos ideias, com a troca de informações passando a ser determinada por algoritmos que produzem percursos artificiais criados sobre a base de preferências comerciais, simpatias políticas, cronologia das buscas e geolocalização.

         Mais do que isso, as interações entre máquinas e humanos estão criando um multiplicador de informativo tão potente, que o volume de dados disponíveis é superior à nossa capacidade de interpretação. Paradoxalmente, o aumento dos dados está aumentando a assimetria informativa, comprometendo nossa capacidade de nos levar até a verdade, entendida  como êxito da verificação de uma hipótese. De certa forma, é a confirmação do alerta, feito por Kierkegaard, de que “os números não decidem a verdade”.

         Mais recentemente, observamos o fervor midiático criado pelo ChatPT, que usa “machine learning” para encontrar padrões em dados, em maior parte escritos por humanos, para produzir textos de resposta que pareçam humanos. O “machine learning” é o maior sistema de reconhecimento de padrões já inventado. É como a interface de voz Alexa trabalha e como o Google pode te encontrar em fotos em meio a outras pessoas.

         Porém, recente pesquisa realizada pela universidade IULM, de Milão, em parceria com o Omnicom PR Group aponta claramente os problemas que a hiperconexão e o excesso de informações trazem para a comunicação empresarial. Nomeada de “Post-Invasion”, a pesquisa analisa a reputação de 64 marcas em oito diferentes setores, em uma época de emergências contínuas: do pós-pandemia à guerra, das crises econômicas às socioambientais.

         Chamam atenção os dados relativos ao quanto as pessoas estão indiferentes perante as ações de comunicação e marketing feitas pelas marcas, em alguns casos, chegando a 40% dos entrevistados. Uma das causas parece estar relacionada à dificuldade  de o público-alvo entender o que é autêntico e crível no posicionamento empresarial em meio a tantas informações. A pesquisa ainda aponta que a atenção está mudando de “por que” para “quem” comunica, devido ao aumento da distração causada pelo excesso de telas e pela busca de modelos e pessoas confiáveis e capazes de decodificar as mensagens, apontando a necessidade de um storytelling mais humano e simples de ser compreendido. Se por um lado há um excesso de informação, parece faltar conexão emocional e humana como base principal para se capturar maior interesse e atenção.

         Parece que a solução aos tempos atuais se volta para a base da história de evolução do Homo sapiens, com conhecimento e confiança sendo construídos por meio de relações, forjadas como numa roda de conversa ao redor de uma fogueira, como fazíamos desde nossos ancestrais.

         Assim como a condução de um veículo depende de quem o guia, não existe livre-arbítrio da máquina. Por trás de qualquer inteligência artificial existe um grande ser humano. 

         No contexto das empresas, líderes com habilidades de contar boas e verdadeiras histórias parecem ser um ativo cada vez mais relevante.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a estratosférica marca de 399,5% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,5%; e já o IPCA, em janeiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,77%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

        

 

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