“Construindo equipes resilientes
Uma
transição em busca de ambientes mais salutares para os colaboradores vem
ocorrendo dentro das estruturas organizacionais. Com a finalidade de se
estabelecer um ambiente de trabalho mais empático, faz-se necessário considerar
as estratégias que envolvam a ‘segurança psicológica’. O termo, em voga
atualmente, foi popularizado na década de 90 após estudos realizados por Amy
Edmondson, professora da Harvard Business School.
A
autora define segurança psicológica como a crença compartilhada de que seja
comum e esperado que as pessoas tenham questionamentos, ideias, preocupações,
dúvidas e sejam passíveis de erros. Ao trazerem esse comportamento natural e
humano para o ambiente de trabalho, os membros de uma equipe demonstram
sentirem-se seguros para assumirem riscos interpessoais.
Amy
Edmondson, ao investigar como as equipes de saúde lidavam com erros, constatou
que algumas equipes eram mais eficazes do que outras no processo de
identificação e correção destes erros. A professora atribuiu tal evidência à presença de uma
cultura de segurança psicológica. Desde então, o conceito tem sido
extensivamente estudado e aplicado em diversos contextos.
Por
estar diretamente relacionada à cultura organizacional, a liderança torna-se
protagonista na promoção da segurança psicológica, possuindo um conjunto de
ações que podem ser implementadas, tais como: promoção da empatia e do respeito
mútuo, encorajando a comunicação aberta e honesta; alinhamento das expectativas
da equipe em relação a falhas e incertezas, reforçando a interdependência no
trabalho; criação de objetivos claros e do propósito da equipe; demonstração de
humildade perante os membros da equipe; prática da escuta ativa e formulação de
boas perguntas para entender as perspectivas dos funcionários; criação de
fóruns ou grupos para incentivar contribuições e discussões; incentivo à
participação dos funcionários e valorização de suas contribuições; e
ressignificação e desmitificação das falhas, ao oferecer suporte e ajuda aos
membros da equipe.
Reconhecidas
como componentes essenciais de culturas organizacionais saudáveis e de alto
desempenho, essas ações estão relacionadas ao engajamento de funcionários, à
aprendizagem e inovação, à segurança física e ao bem-estar individual. Além
disso, apresenta-se como uma estratégia fundamental à promoção da diversidade e
inclusão. Não basta apenas inserir, é preciso fazer com que as pessoas se
sintam verdadeiramente incluídas, respeitadas e valorizadas por suas
contribuições.
Para
aqueles que demonstram mais interesse no assunto, recomendo os seguintes
estudos e livros: William Kahn (Boston University), que relacionou a segurança
psicológica ao engajamento e desengajamento no trabalho; “A Organização sem
Medo”, de Amy Edmondson, que apontou melhores resultados nos processos de
aprendizagem; “The 4 Stages of Psychological Safety”, de Timothy Clark, que
evidenciou que a ausência dessa prática, coloca em risco a segurança física e o
bem-estar do trabalhador; e, por fim, o Estudo Aristóteles (Google) conduzido
por Julia Rozovsky, que identificou a segurança psicológica como um fator comum
nas melhores equipes da companhia.”.
(Camila Alves. Consultora e especialista em
Inteligência Emocional e Liderança e associada da Amcham, em artigo publicado
no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de junho de 2023, caderno
OPINIÃO, página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso
trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo
publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Cátedra da Escuta
Certa
vez, após falar às multidões e aos seus discípulos, Jesus proferiu severa
crítica a escribas e fariseus que se sentaram na cátedra de Moisés: o Mestre
configura a crítica recomendando observar tudo o que eles falarem, sem imitar
as suas ações, pois eles falam e não fazem. Nesta crítica profética subjazem
muitas lições preciosas para este tempo de primazia da comunicação, com
avalanches de informações e opiniões. Não se faz uma comunicação com força de
humanização apenas pelo domínio de conceituações, que são importantes. É
preciso ir além: incluir as preciosas lições contidas na crítica de Jesus.
Pode
ser confortável e fácil para quem tem domínio de argumentações proferir juízos
sobre o outro, a respeito de variadas circunstâncias. Mas que se dedica a
julgar corre o risco de se assemelhar ao farisaísmo criticado pelo Mestre.
Trata-se de comportamento comum, sublinha Jesus, amarrar “fardos pesados”,
insuportáveis, e colocá-los nos ombros dos outros. O remédio para não incorrer
nesse risco é o exercício permanente da escuta. Trata-se de ingrediente que
tempera, lúcida e equilibradamente, toda comunicação. Possibilita a humanização
de relacionamentos e a lucidez na construção dos rumos da sociedade. Antes,
pois, de assentar-se na cátedra para ensinar, há de se exercitar na capacidade
de escutar.
Escutar
é um ato determinante e fundamental em todo processo educativo. Capacidade
essencial para construir relacionamentos qualificados, superando contaminações
advindas de preconceitos inadmissíveis, de ressentimentos que envenenam o
coração humano. Sabe-se que o investimento na escuta permite alcançar nova
orientação para o cotidiano, com incidências nas instituições e na sociedade.
Aqueles que se fecham nas próprias convicções, sem dedicar atenção ao outro,
tornam-se incapazes de construir qualificados diagnósticos, sobre as mais
variadas situações, prejudicando discernimentos, escolhas e deliberações.
Oportuno lembrar que autoritarismos se fundamentam na cristalização de
entendimentos e de juízos de quem perdeu o senso da realidade. O autoritário,
convencido de estar certo, abomina tudo o que é diferente de seu pensar.
Por
isso, Jesus, na sua pedagogia, inspira os discípulos ao exercício da escuta,
capacitando-os a conquistar uma competência que é essencial para romper
estreitamentos afetivos e emocionais. Esses estreitamentos prejudicam até mesmo
formulações de ordem intelectual e racional. É preciso reconhecer que não há
escuta qualificada quando se dedica atenção somente ao que é do próprio
interesse. E conta muito, o tempo todo, a maturidade afetiva e espiritual
necessária para não investir na retaliação e nos boicotes de quem pensa
diferente, um risco mesquinho e maldoso. Sublinhe-se que a exigência de uma
escuta integral inclui também uma sólida e iluminada experiência espiritual.
Não se esgota, pois, na indispensável racionalidade.
A razão permite alcançar
a realidade, mas precisa contracenar com uma rica experiência espiritual –
lacuna na postura de escribas e fariseus. Uma qualificada experiência
espiritual fortalece a capacidade de escutar o semelhante. Sem essa escuta, o
orgulho preside, a soberba se torna a mandatária dos processos e as próprias
convicções são interpretadas como razões absolutas. No reverso da atitude de fariseus e escribas
sentados na cátedra de Moisés, está o assentar-se na cátedra da escuta. A
cátedra da escuta possibilita a superação de interpretações e atitudes
contaminadas em desfavor da fraternidade e do respeito, evitando o risco humano
comum, mesmo entre os esclarecidos racionalmente, de ações despóticas e
preconceituosas. Exercício indispensável para avançar na capacidade de escutar
é dedicar-se à oração interior. A oração interior vai muito além de práticas
devocionais. Ajuda o ser humano a melhor compreender o paradoxo divino, em que
os primeiros serão os últimos, o maior e o menor, tendo especial valor
justamente aquele que busca humildemente servir.
Compreende-se que a
ocupação da cátedra, na condição de escuta, é o exercício de fazer-se,
diariamente, peregrino que busca o puro amor, sem amarguras pelo desmonte de
castelos de poder ilusórios, que envolvem mentes e corações com facilidade.
Ora, é a partir da cruz que Jesus ensina a maestria do amor maior. A indicação
é ir ao Mestre, que ensina a humanidade a buscar a cátedra da escuta, para,
assim, conquistar a alegria de servir, verdadeiramente, por amor. Conforme
ensinam pelo testemunho os místicos – homens e mulheres que escutam – a
capacidade de ouvir o semelhante proporciona a sabedoria de ver todas as coisas
na sua verdade, com inteira liberdade interior. Assim, pela escuta,
conquista-se autoridade para um falar que tem força educativa e de testemunho.
A cátedra da escuta alavanca o dizer que edifica e educa, que se alicerça no
amor verdadeiro, promovendo o bem e a justiça. E ocupa a cátedra da escuta quem
assume a condição de discípulo, tornando-se mestre, justamente por se
reconhecer discípulo.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
61
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e dignidade
do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.