terça-feira, 27 de junho de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E POTENCIALIDADES DA SEGURANÇA PSICOLÓGICA, EMPATIA, RESPEITO MÚTUO E HUMILDADE NAS EQUIPES EFICIENTES E EFICAZES E A TRANSCENDÊNCIA DA ESCUTA ATIVA, ESPIRITUALIDADE, SABEDORIA E SOLIDARIEDADE NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

 

“Construindo equipes resilientes

       Uma transição em busca de ambientes mais salutares para os colaboradores vem ocorrendo dentro das estruturas organizacionais. Com a finalidade de se estabelecer um ambiente de trabalho mais empático, faz-se necessário considerar as estratégias que envolvam a ‘segurança psicológica’. O termo, em voga atualmente, foi popularizado na década de 90 após estudos realizados por Amy Edmondson, professora da Harvard Business School.

          A autora define segurança psicológica como a crença compartilhada de que seja comum e esperado que as pessoas tenham questionamentos, ideias, preocupações, dúvidas e sejam passíveis de erros. Ao trazerem esse comportamento natural e humano para o ambiente de trabalho, os membros de uma equipe demonstram sentirem-se seguros para assumirem riscos interpessoais.

          Amy Edmondson, ao investigar como as equipes de saúde lidavam com erros, constatou que algumas equipes eram mais eficazes do que outras no processo de identificação e correção destes erros. A professora  atribuiu tal evidência à presença de uma cultura de segurança psicológica. Desde então, o conceito tem sido extensivamente estudado e aplicado em diversos contextos.

          Por estar diretamente relacionada à cultura organizacional, a liderança torna-se protagonista na promoção da segurança psicológica, possuindo um conjunto de ações que podem ser implementadas, tais como: promoção da empatia e do respeito mútuo, encorajando a comunicação aberta e honesta; alinhamento das expectativas da equipe em relação a falhas e incertezas, reforçando a interdependência no trabalho; criação de objetivos claros e do propósito da equipe; demonstração de humildade perante os membros da equipe; prática da escuta ativa e formulação de boas perguntas para entender as perspectivas dos funcionários; criação de fóruns ou grupos para incentivar contribuições e discussões; incentivo à participação dos funcionários e valorização de suas contribuições; e ressignificação e desmitificação das falhas, ao oferecer suporte e ajuda aos membros da equipe.

          Reconhecidas como componentes essenciais de culturas organizacionais saudáveis e de alto desempenho, essas ações estão relacionadas ao engajamento de funcionários, à aprendizagem e inovação, à segurança física e ao bem-estar individual. Além disso, apresenta-se como uma estratégia fundamental à promoção da diversidade e inclusão. Não basta apenas inserir, é preciso fazer com que as pessoas se sintam verdadeiramente incluídas, respeitadas e valorizadas por suas contribuições.

          Para aqueles que demonstram mais interesse no assunto, recomendo os seguintes estudos e livros: William Kahn (Boston University), que relacionou a segurança psicológica ao engajamento e desengajamento no trabalho; “A Organização sem Medo”, de Amy Edmondson, que apontou melhores resultados nos processos de aprendizagem; “The 4 Stages of Psychological Safety”, de Timothy Clark, que evidenciou que a ausência dessa prática, coloca em risco a segurança física e o bem-estar do trabalhador; e, por fim, o Estudo Aristóteles (Google) conduzido por Julia Rozovsky, que identificou a segurança psicológica como um fator comum nas melhores equipes da companhia.”.

(Camila Alves. Consultora e especialista em Inteligência Emocional e Liderança e associada da Amcham, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de junho de 2023, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cátedra da Escuta

       Certa vez, após falar às multidões e aos seus discípulos, Jesus proferiu severa crítica a escribas e fariseus que se sentaram na cátedra de Moisés: o Mestre configura a crítica recomendando observar tudo o que eles falarem, sem imitar as suas ações, pois eles falam e não fazem. Nesta crítica profética subjazem muitas lições preciosas para este tempo de primazia da comunicação, com avalanches de informações e opiniões. Não se faz uma comunicação com força de humanização apenas pelo domínio de conceituações, que são importantes. É preciso ir além: incluir as preciosas lições contidas na crítica de Jesus.

          Pode ser confortável e fácil para quem tem domínio de argumentações proferir juízos sobre o outro, a respeito de variadas circunstâncias. Mas que se dedica a julgar corre o risco de se assemelhar ao farisaísmo criticado pelo Mestre. Trata-se de comportamento comum, sublinha Jesus, amarrar “fardos pesados”, insuportáveis, e colocá-los nos ombros dos outros. O remédio para não incorrer nesse risco é o exercício permanente da escuta. Trata-se de ingrediente que tempera, lúcida e equilibradamente, toda comunicação. Possibilita a humanização de relacionamentos e a lucidez na construção dos rumos da sociedade. Antes, pois, de assentar-se na cátedra para ensinar, há de se exercitar na capacidade de escutar.

          Escutar é um ato determinante e fundamental em todo processo educativo. Capacidade essencial para construir relacionamentos qualificados, superando contaminações advindas de preconceitos inadmissíveis, de ressentimentos que envenenam o coração humano. Sabe-se que o investimento na escuta permite alcançar nova orientação para o cotidiano, com incidências nas instituições e na sociedade. Aqueles que se fecham nas próprias convicções, sem dedicar atenção ao outro, tornam-se incapazes de construir qualificados diagnósticos, sobre as mais variadas situações, prejudicando discernimentos, escolhas e deliberações. Oportuno lembrar que autoritarismos se fundamentam na cristalização de entendimentos e de juízos de quem perdeu o senso da realidade. O autoritário, convencido de estar certo, abomina tudo o que é diferente de seu pensar.

          Por isso, Jesus, na sua pedagogia, inspira os discípulos ao exercício da escuta, capacitando-os a conquistar uma competência que é essencial para romper estreitamentos afetivos e emocionais. Esses estreitamentos prejudicam até mesmo formulações de ordem intelectual e racional. É preciso reconhecer que não há escuta qualificada quando se dedica atenção somente ao que é do próprio interesse. E conta muito, o tempo todo, a maturidade afetiva e espiritual necessária para não investir na retaliação e nos boicotes de quem pensa diferente, um risco mesquinho e maldoso. Sublinhe-se que a exigência de uma escuta integral inclui também uma sólida e iluminada experiência espiritual. Não se esgota, pois, na indispensável racionalidade.

A razão permite alcançar a realidade, mas precisa contracenar com uma rica experiência espiritual – lacuna na postura de escribas e fariseus. Uma qualificada experiência espiritual fortalece a capacidade de escutar o semelhante. Sem essa escuta, o orgulho preside, a soberba se torna a mandatária dos processos e as próprias convicções são interpretadas como razões absolutas.  No reverso da atitude de fariseus e escribas sentados na cátedra de Moisés, está o assentar-se na cátedra da escuta. A cátedra da escuta possibilita a superação de interpretações e atitudes contaminadas em desfavor da fraternidade e do respeito, evitando o risco humano comum, mesmo entre os esclarecidos racionalmente, de ações despóticas e preconceituosas. Exercício indispensável para avançar na capacidade de escutar é dedicar-se à oração interior. A oração interior vai muito além de práticas devocionais. Ajuda o ser humano a melhor compreender o paradoxo divino, em que os primeiros serão os últimos, o maior e o menor, tendo especial valor justamente aquele que busca humildemente servir.

Compreende-se que a ocupação da cátedra, na condição de escuta, é o exercício de fazer-se, diariamente, peregrino que busca o puro amor, sem amarguras pelo desmonte de castelos de poder ilusórios, que envolvem mentes e corações com facilidade. Ora, é a partir da cruz que Jesus ensina a maestria do amor maior. A indicação é ir ao Mestre, que ensina a humanidade a buscar a cátedra da escuta, para, assim, conquistar a alegria de servir, verdadeiramente, por amor. Conforme ensinam pelo testemunho os místicos – homens e mulheres que escutam – a capacidade de ouvir o semelhante proporciona a sabedoria de ver todas as coisas na sua verdade, com inteira liberdade interior. Assim, pela escuta, conquista-se autoridade para um falar que tem força educativa e de testemunho. A cátedra da escuta alavanca o dizer que edifica e educa, que se alicerça no amor verdadeiro, promovendo o bem e a justiça. E ocupa a cátedra da escuta quem assume a condição de discípulo, tornando-se mestre, justamente por se reconhecer discípulo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em maio, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,94%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!      

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

           

   

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