sexta-feira, 16 de junho de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E DESAFIOS DA UNIVERSALIZAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO ENSINO BÁSICO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA DIGNIDADE HUMANA, ESPIRITUALIDADE, CIÊNCIA, SABEDORIA E FRATERNIDADE NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Ensino do mapa

       A modesta reforma para tirar nosso ‘ensino médio’ do século XIX e conduzi-lo para o século XXI sofre ataque de forças conservadoras que tentam impedi-la. O conservadorismo ignora qual deve ser o propósito dessa etapa da educação de base.

         Ao manter o nome ‘ensino médio’, a reforma erra porque assume o papel de servir como degrau para o ensino superior, e não como a etapa que prepara o jovem para a vida, ao dar-lhe o mapa necessário para construir um mundo melhor e mais belo.

         Esse sequestro da educação de base pelo ensino superior é recente, para indicar a promessa de que todos devem ingressar na universidade.

         Promessa hipócrita em um país com 10% de seus adultos analfabetos, onde apenas metade dos alunos conclui a educação de base; destes, no máximo, metade com razoável qualidade; e, destes, apenas sua metade, da metade, da metade (12,5%), com formação para seguir um curso universitário com qualidade razoável.

         A elite conservadora aceitou, a contragosto, a proposta para criar um sistema compensatório com cotas, bolsas e financiamento para auxiliar na disputa por vaga em uma universidade. Manteve-se o sistema educacional de base dividido entre “escolas casa-grande” e “escolas senzala”.

         Perdeu-se o propósito da educação de base para preparar os alunos para a vida no mundo contemporâneo:

         - Falar e escrever bem o idioma português;

         - Ser fluente em pelo menos mais um dos idiomas usados internacionalmente;

         - Conhecer os fundamentos de matemática, ciências, geografia, história, artes;

         - Debater com competência os assuntos de filosofia, política, antropologia e sociologia relacionados aos principais temas do mundo moderno;

         - Saber usar as ferramentas digitais;

         - Dispor de pelo menos um ofício que permita emprego e renda:

         - Se quiser, disputar vaga em curso superior de qualidade em condições iguais com todo brasileiro, independentemente da renda e do endereço.

         Essa ideia de um “ensino do mapa” para todos exige abolir as “escolas senzala”, o que requer construir um Sistema Nacional Público de Educação de Base com qualidade máxima pelos padrões internacionais.

         Para tanto, é preciso haver uma consciência nacional pró-educação, pró-conhecimento, não apenas pró-diploma universitário. Essa é a dificuldade.

         A elite conservadora não quer oferecer a mesma escola para todos; a elite progressista não coloca esse propósito em seus projetos eleitorais.

         Nenhum partido e raros líderes políticos defendem uma educação conclusiva, que ofereça a todo jovem brasileiro um mapa dos conhecimentos necessários para facilitar a busca individual e familiar de sua própria felicidade e orientar sua participação social e política na construção de um país melhor e mais belo.”.

(Cristovam Buarque. Professor emérito da UnB e membro da Comissão Internacional da Unesco para o Futuro da Educação, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de abril de 2023, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 12 de junho de 2023, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“A dor do mundo

       Cumpre-se a ordem de publicar o texto de sabedoria, de autoria de um mestre, não importa a ele a divulgação do nome, alguém que já foi homem comum, atolado, como nós, num cotidiano de desafios e ilusões, de mágoas e traições, de amores e ódios, de lutas para colecionar números, atender vaidades, criar, assim, inimigos e no fim não saber explicar para que valeu tanto esforço de uma vida inteira. Passou por tudo e alcançou pelo conhecimento, pelas obras e pela devoção o melhor que está à disposição de um dos “filhos de Deus”.

         Eu sou a Luz Divina, e, se você deseja se casar comigo, deve estar disposto a sofrer a morte iniciática (morrer como individualidade e se sentir parte do todo), terá que passar pelas provas a que a terrível Esfinge (os quatro elementos) o submeterá, impiedosamente, para medir o seu valor espiritual e a qualidade de sua coragem.

         Eu me unirei a ti com quem chegar à crucificação, resistindo aos ataques e tentações dos quatro elementos.

         Amo apenas aqueles que souberam tragar com humildade a taça inteira da amargura, da traição, do desprezo e da zombaria, da perseguição, da calúnia; aqueles que, carregando a cruz pesada, receberam coroas de ofensas; aos iniciados que persistiram devotamente em sua essência divina, sofrendo, conscientes, a incompreensão, a solidão do espírito em meio a um mundo de ignorantes e animais.

         Tu, ó peregrino (das estrelas), chegarás a mim depois de ter passado por todas as experiências e tentações: as infâmias, que são os testes de Ar; os golpes das perseguições e traições, que são as provações da Terra; os vícios e as tentações sensuais, que são os testes da Água; e, depois de ter dominado as ambições e a sede de poder, que são os testes do Fogo.

         “Esse quaternário corresponde a cada uma das pontas da cruz onde pregaram um dos que se refugiaram no meu abraço: Jesus, o Cristo. No entanto, os seres humanos mais evoluídos viveram desconhecidos, apartados, e vivem em segredo. Ninguém sabe a sua existência porque, domados e aniquilados os desejos e a vaidade, assim compreenderam o que convém a eles”. Descobriram que a felicidade é um estado interno e sublime, uma contemplação e vivência da perfeição divina.

         Enxergaram que importante não é ter, mas é SER, e tu poderás ser comigo, depois de todas as provações, uma Luz Divina. Porque fiz a ti, pequena centelha, à Minha Semelhança para sustentar o Universo.

         Entendeste? Um dia precisarás sentir no teu âmago que “criados nós não fomos para viver como brutos, mas para seguir a virtude e o conhecimento”. Por essa via e com devoção, chegarás à meta.

         Aqui consideramos uma realidade: “Podem existir indivíduos, pertencentes à mesma raça humana e até à mesma família, que alcançam as alturas, enquanto outros irmãos se afundam nas profundezas. Paraíso e inferno, opostos de amor e ódio, de bondade e maldade, para testar, para dar oportunidade da ascensão que se adquire pelas chagas e pelos méritos, e pelo despertar da verdadeira consciência.”

         Pico della Mirandola, florentino excelso, iluminado, faleceu com apenas 31 anos, em 1494, e deixou o texto “Discurso sobre a dignidade do homem”, que assim soa, bondosamente, aos ouvidos atentos:

         Não te concedi uma única face, nem um só lugar, ou algum dom que te faça particular, ó Adão, a fim de que tua face, teu lugar e teus dons, tu os desveles, conquistes e domines por ti mesmo. Sem importante natureza definida por lei, como obriguei outras espécies de seres vivos. E tu, ao qual nenhum confim delimita, tu, pelo teu próprio arbítrio, entre as mãos daquele que aqui te colocou, tu definas a ti mesmo. Te pus no mundo para que tu possas contemplar o que contém esta obra. Não te fiz celeste nem terrestre, mortal ou imortal, a fim de que tu mesmo, livremente, à maneira de um bom pintor ou de um hábil escultor, descubras tua própria forma.

         O céu estrelado vale a dor do mundo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em maio, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,94%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

61 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2022)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

Nenhum comentário: