segunda-feira, 31 de julho de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DO ENSINO MÉDIO NA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E A TRANSCENDÊNCIA DA ALEGRIA DE SERVIR, DIGNIDADE HUMANA, ESPIRITUALIDADE E SOLIDARIEDADE NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Falta de educação contextualizada eleva custo-Brasil

       O problema educacional brasileiro é crônico e afeta diretamente o crescimento econômico, a renda e o consumo das famílias. Não há como obter um crescimento sustentável e se tornar um país desenvolvido sem que haja mão de obra qualificada e, para isso, é preciso focar a formação do jovem de forma a prepará-lo para o mercado de trabalho, ampliando a produtividade, o que impacta diretamente o PIB (Produto Interno Bruto) potencial.

          Nossa realidade, entretanto, é bem diferente. O Brasil, ao contrário de países desenvolvidos como os europeus, apresenta menos de 10% dos jovens estudantes do ensino médio vinculados à educação profissional. Quando grande parte da população se encontra sem motivação para estudo e também fora do mercado de trabalho, percebemos que não basta uma economia estável, com inflação baixa, para que haja um crescimento de produção, de estímulo ao mercado. O problema é que falta um dos fatores mais relevantes que movimentaram as maiores economias do mundo: a capacidade produtiva da população.

          De acordo com ranking de produtividade da força de trabalho, desenvolvido pela escola de educação executiva suíça IMD (Institute for Management Development), o Brasil está na 61ª posição de um total de 64 nações avaliadas. A pesquisa mostra que só ganhamos da Mongólia, Nova Zelândia e Venezuela.

          A solução dos problemas de um país que se autodenominou “país do futuro” está no investimento na educação profissional técnica de nível médio. Os três últimos anos de estudo, na etapa da juventude, devem ser voltados para uma formação mais contextualizada e alinhada com as necessidades de produtividade do país. Tal mudança tende a reduzir a evasão dos estudantes e também trazer uma aplicação e um porquê para os temas de estudos e de aprimoramento do jovem.

O estudo Itaú Educação e Trabalho, financiado pelo Instituto Itaú e desenvolvido por especialista do Insper, demonstra que, se houvesse um aumento de formação de jovens e adultos em educação profissional, o PIB cresceria rapidamente mais de 2,3%. Este tema não é novo, e desde 2014 o PNE, Plano Nacional de Educação, previa, em uma das suas 20 metas, mais que duplicar a oferta de educação profissional.

          O estudo científico é importante, mas é senso comum que população melhor formada para o mundo do trabalho produz mais e melhor. Com isto, não só se amplia a produção para exportação, como também, com maior renda, a população aumenta a demanda de mais e melhores produtos e serviços internos.

          Esperamos que este movimento, trazido à tona, mais uma vez, agora por entidades de alto valor nos setores produtivos e educacionais motivem reais ações do Estado, pois o ensino médio ainda espera pela definição de como serão as trilhas formativas e sobre como a educação profissional pode ser um alicerce de construção de um país mais produtivo, mais igualitário socialmente.”.

(César Silva. Diretor-presidente da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de julho de 2023, caderno OPINIÃO, página 22).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, edição de 28 de julho de 2023, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Primazia do servir

       A primazia do servir é um basilar princípio do Evangelho, indicado pela maestria de Jesus aos seus discípulos. Conhecedor, como só Deus conhece as idiossincrasias do coração humano, o Mestre sabe que no reverso deste princípio, regra de ouro para a qualidade do viver humano, contracena o espectro do poder, como sedução e ambição. Veneno que atua com fortíssima propriedade destrutiva, o poder descompassa as relações, impondo limites e prejuízos pesados ao tecido social e político no conjunto de uma sociedade. A imaturidade na condição humana, assim como as crescentes manipulações institucionais maculam a ordem do serviço prestado e podem restringir a aplicação de habilidades e aptidões somente ao atendimento de interesses partidários e de grupos comprometendo o sentido mais amplo da primazia do servir – garantia de solidariedade e igualdade. Assim, o serviço prestado no desempenho profissional ou gracioso se emoldura por interesses mesquinhos com alcance restritivo, alimentando desigualdades sociais, preconceitos e discriminações.

          Jesus Mestre trata esta patologia presente em seus discípulos. E tudo começa com o provocante pedido da mãe dos filhos de Zebedeu, Tiago e João, desejosa em ver seus dois filhos sentados, no Reino, um à direita e outro à esquerda do grande Rei. A lógica que preside o pedido ultrapassa a simples nobreza materna como expressão de zelo e bem querer para revelar o limite humano, constante e crescente, de se ocupar lugar de importância e destaque. Tanto é verdade que os outros dez discípulos se indignaram ao ouvir o pedido. Uma indignação que revela mais da disputa que da compreensão da lógica que o Mestre acaba de anunciar no diálogo. Jesus confronta o pedido na mãe a uma escolha feita por Deus, o Pai, para ocupação dos dois lugares, à direita e à esquerda. Isto significa referir-se a uma lógica maior e acima da dinâmica comum de disputas e de preferências subjetivas. Importante ter presente também o diálogo entre o Mestre e os discípulos, quando Jesus lhes pergunta sobre sua disposição e coragem de beber do seu cálice e receber o seu batismo. Eles prontamente, e impensadamente, talvez movidos pela sedução de lugares e títulos importantes, respondem afirmativamente. Uma resposta rápida demais que mostra a falta do forro interior: aquele que não permite substituir a primazia do serviço pelo gosto dominador de ter poder.

          A falta do forro interior que preside o serviço que se presta por amor, jamais como afirmação do próprio valor em busca de reconhecimento e premiação, se verifica no pedido intermediado pela mãe, os outros dez por meio da indignação. Todos eles não haviam alcançado a estatura de audazes e qualificados discípulos, recebendo do Mestre o princípio de ouro na conquista de sua identidade: quem quiser ser o primeiro seja o servidor de todos, assevera o Mestre, indicando a única dinâmica possível com força para corrigir os comprometimentos do coração humano, revelados nas disputas, nos sentimentos menos nobres na consideração do outro e na corriqueira necessidade de desprestigiar o próximo.

          A indignação dos dez discípulos revela o risco humano de pautar a própria vida na dinâmica da disputa, acirrando a hierarquização das relações e dos postos a serem ocupados, aumentando assim o grau e a intensidade das patologias que tiram o sossego e a alegria simples do viver, sem pesos. Há de se considerar, pois, o nascedouro dos adoecimentos de indivíduos e instituições como palco dessas dinâmicas viciadas. O indivíduo não consegue alcançar uma estatura de nobreza, com desempenhos até mesmo aquém do alcance de suas aptidões, por falta deste forro interior que se alcança dando primazia ao servir. Não raro e pesado é desempenhar o que se faz como autoafirmação e necessidade de validar-se, especialmente em comparação com o outro, fora dos trilhos do amor verdadeiro. Por isso se dizer que é possível, motivado pelo egoísmo, até mesmo construir casas, hospitais e escolas para os pobres. Grave, gravíssimo é desejar e chegar a ocupar lugares sem comprovada competência e eficiência apenas como desejo que atende a uma demanda reveladora da falta de qualificação humana e espiritual.

          O remédio apontado é a primazia do servir. As demandas humanas, sociais e políticas são inúmeras. O foco repousa no próximo como forma de liberar-se de um afazer que simplesmente possa garantir a própria sobrevivência, com indiferença ao outro. Não menos adoecidas e enrijecidas, padecem as instituições e segmentos da sociedade, como configurações que alimentam as patologias das disputas e o patenteamento das discriminações, incidindo e comprometendo sua identidade e a própria missão, se enfraquecendo ao se tornar um clube de poucos correligionários.

          O Mestre conhece a dinâmica do coração de seus discípulos e lhes indica a saída, ilumina o entendimento de suas relações com a regra de ouro da primazia do servir, não como simples afã laboral. Leva ao ápice com a referência de sua exemplaridade de Filho do Homem que veio para servir e não ser servido e dar a sua vida em resgate de todos, afirmando o único caminho que cura as patologias dos lugares disputados e manipulados por preferências meramente humanas, os títulos e as roupagens que se tornam, cedo ou tarde, apenas referências póstumas. Valha a primazia do servir, como fonte de alegria duradoura e de cumprimento da missão de promover vida.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil, com o auxílio da música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em junho, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,16%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

62 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!      

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

        

Nenhum comentário: