“Como colocar a inclusão em prática na escola
Não
é de hoje que lutamos por um sistema educacional mais igualitário, acolhedor,
em que pessoas (que são diferentes umas das outras!) possam compartilhar os
mesmos ambientes de maneira respeitosa em que todos se sintam iguais e
representados.
No
entanto, por mais que esse assunto esteja em voga e muitas instituições de
ensino estejam comprometidas com essa pauta, ainda temos muitas barreiras para
atravessar. Afinal, o Brasil é reconhecidamente um dos países mais desiguais do
mundo, o que acaba dificultando dar um passo à frente.
Para se
ter uma ideia, de acordo com o IBGE, as pessoas negras representam 56% da
população brasileira, mas menos de 10% dos alunos das 20 melhores escolas do
país pertencem a esse grupo. A constatação foi feita por um levantamento do
Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa da Uerj (Gemaa), que
analisou as instituições mais bem colocadas no Enem de 2019.
Este é
um cenário que precisamos mudar. Sendo assim, se as escolas querem mesmo ser
inclusivas, elas precisam buscar meios para que isso se torne uma realidade,
começando a falar, agir e debater sobre o tema, ao mesmo tempo que se cria um
ambiente com mais representatividade.
Uma
escola inclusiva é aquela que acolhe cada estudante, independentemente de suas
características, origens ou habilidades, proporcionando a todos um ambiente
seguro e propício ao aprendizado. Ao valorizar e respeitar as singularidades de
cada indivíduo, a escola se torna um espaço de troca de experiências,
enriquecendo o processo educativo e preparando os alunos para a vida em
sociedade.
Professores
capacitados têm o poder de promover um ambiente de aprendizagem mais inclusivo
e estimulante, adaptando suas práticas pedagógicas para atender a todos os
alunos, garantindo que cada um alcance seu potencial máximo. Além disso, é
essencial que a gestão escolar esteja comprometida com a promoção da inclusão.
Os
conteúdos pedagógicos devem abranger temas que abordem a história, cultura e contribuições
de diferentes grupos étnicos, religiões, gêneros e pessoas com deficiência.
Dessa forma, os alunos aprendem sobre a riqueza da diversidade humana e
desenvolvem uma compreensão empática do mundo que os cerca.
Um ponto
crucial para o sucesso da inclusão é a conscientização de toda a comunidade
escolar. Pais, alunos, professores e funcionários precisam estar engajados
nessa jornada, entendendo a importância da diversidade e da inclusão para o
desenvolvimento saudável e equitativo de cada aluno.
Políticas
claras de não discriminação, estratégias para combater o bullying e a
implementação de medidas para garantir a acessibilidade física e educacional
são algumas das ações que podem ser adotadas para tornar a escola mais
inclusiva.
Já
percebemos que os alunos que estudam em ambientes inclusivos, com pessoas
diversas, desenvolvem habilidades sociais mais sólidas, apresentam maior
autoestima e têm um melhor desempenho acadêmico. Além disso, a convivência com
a diversidade prepara os alunos para enfrentar os desafios do mundo real,
construindo uma sociedade mais justa, respeitosa e acolhedora.”.
(Gilberto Alvarez. Presidente da Fundação
Polisaber e diretor do cursinho da Poli, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 7 de agosto de 2023, caderno OPINIÃO,
página 15).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de agosto de 2023, página 2, de
autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral
transcrição:
“O básico da saúde
Quando
ouvida, a população cita o atendimento à saúde pública como insuficiente,
precário e até péssimo. Especialmente as classes de menor renda não têm outra
opção àquela oferecida pelos municípios e Estados.
São os
carentes que, por menor nível de educação e preparo, acabam mais expostos às
doenças decorrentes da insalubridade das moradias, da falta de saneamento
básico, do desconhecimento de condições de higiene e de risco e, ainda, da
alimentação desregrada, da dependência de drogas lícitas e ilícitas. Estas são
as principais causas que alongam as filas de milhões de indivíduos à procura de
atendimento.
Pesa
também o aumento da expectativa de vida, que alcançou recentemente os 77 anos,
gerando um crescimento exponencial de demandas no SUS e, também, de abrigamento
de idosos desamparados.
Nestes
dias o Ministério da Saúde está elaborando um programa de enfrentamento das
longas e intermináveis “filas” que ficam a cargo dos municípios, exatamente no
ponto de contato do sistema público com a população. União e Estados escapam do
contato direto e, bem por isso, estão “poucos interessados”.
A “terceirização” coloca municípios em
situação extremamente exposta e penosa. Dessa forma, o Ministério da Saúde está
elaborando planos para aumentar o horário de funcionamento das Unidades Básicas
de Saúde (UBSs) municipais, recorrendo a uma “dobra” do período de
funcionamento.
Não mais
um turno em horário comercial, mas dois, disponibilizando equipes das 6h às 22h
e aos sábados, para consultas e outros atendimentos.
A
proposta parece válida em teoria, entretanto resta ver, na prática, até que
ponto será encontrada mão de obra especializada (atualmente já escassa) para
tanto.
Por uma
experiência direta, como prefeito de uma cidade de meio milhão de habitantes,
tenho notado uma crônica “falta de médicos” nas UBSs e nas UPAs, que encontrei
ao assumir meu primeiro mandato.
A frase
“Não temos pessoal suficiente”, que era criada e repetida como um mantra em
todas as discussões, não mostrava bem a causa real, mas apenas a aparente. Mas
esta era a conclusão que foi colocada, pedindo-me para ampliar as contratações.
Saindo
para vistoriar os locais (as UBSs), encontrei velhas casas alugadas que não
atendiam sequer metade das condições sanitárias preconizadas para cumprir suas
obrigações. Dessa forma, os esforços eram frustrados, e os atendimentos,
“negados”. O tempo perdido era superior ao empregado para dar resposta efetiva
à demanda.
A
primeira proposta que recebi tratava de aumentar os “médicos de família” de 114
para 150. Antes de decidir e depois negar o pedido, visitei as UBSs do
município e encontrei uma situação vergonhosa das instalações de saúde
municipais.
Aquela
era a herança de décadas de descaso, de abandono e de omissão, condenando a
população usuária das UBSs, das UPAs e das maternidades, todas construídas a
esmo e sem projetos sanitários aprovados.
Construções
eleitoreiras vendias demagogicamente como solução que, na realidade, não
permitiam a demanda. “O dever constitucional” de prestar um bom atendimento de
saúde não chegava a ser atendido, e os últimos prefeitos acabaram sepultados
nas tentativas eleitorais pelo fracasso na área de saúde.
Mais de
78% da população indicava sua revolta e impossibilidade de votar nos últimos
gestores justamente por terem fracassado estrondosamente na tentativa de
solucionar os problemas crônicos no setor de saúde.
Com
tantos recursos que passaram pelo município, não se encontrou aquilo que era
imprescindível para atender a demanda na área. Não existiam almoxarifados,
estoques de insumos e medicamentos, locais adequados e conforme as regras
sanitárias de atendimento. Não havia sequer equipamentos básicos e até de pouco
custo para atender demandas dramáticas.
Muita
gente sofreu e até morreu pelo descaso no planejamento e na aplicação dos
recursos, num contexto em que abundam denúncias de peculato, corrupção, desvios
monumentais, literalmente ignorados por quem tem o dever de perseguir os infratores
e recuperar os recursos desviados.
Os
ambientes, mais do que cuidar das pessoas, eram laboratórios de contaminação e
propagação de doenças.
Assim,
realizado um diagnóstico e identificadas as “causas”, descobriu-se a construção
de um novo sistema. Iniciou-se pela construção de equipamentos em formato,
dimensões e qualidades imprescindíveis ao funcionamento. Fazendo-se um
paradoxal exemplo, era como ter que transportar milhares de toneladas usando
mototáxis, e não caminhões pesados, resultando em desastre.
Mais do
que mototáxis, precisava-se de caminhões adequados aos pesos e à segurança dos
serviços prestados. Aforaram dados espantosos, que encobriam com lençol curto –
e agravavam tristemente – o sofrimento dos usuários.
Nos
consultórios em corredores de velhas casas mofadas e decrépitas ou, ainda, nas
UPAs (unidades de urgência e emergência 24 horas) com menos da metade do mínimo
necessário de espaço, de leitos, de salas, sem adequações mínimas (condenadas
pela Justiça a serem desativadas e substituídas há mais de dez anos), não
havia, nem por milagre, como os servidores atenderem pacientes nem em número,
nem minimamente em qualidade suficiente.
O
principal desafio da saúde básica nacional está na absoluta inadequação de suas
instalações.
Os governos,
tanto o federal quanto os estaduais, são verdadeiros avestruzes enterrando suas
cabeças na areia para não reconhecer o drama nacional; pior, terceirizando-o
aos municípios, que, por ignorância ou por pressão, em face de o setor de saúde
ser o que mais pesa numa eleição municipal, acabam se comprometendo como
salvadores da saúde, mas desconhecendo as fórmulas corretas de enfrentar a
questão.
Não há
como ter atendimentos eficientes e econômicos em ambientes mal projetados, mal
construídos (também a corrupção em obras públicas é outro fator devastador) e,
pior, fazendo da saúde moeda de troca eleitoral com incapacitados moral e
profissionalmente.
Os
problemas se entrechocam e se amplificam. Fazem com que casinhas decrépitas em
decomposição, de menos de 100 m2 de área construída, sejam
improvisadas toscamente para serviços que exigem um mínimo de 360 m2.
Ou uma UPA de 900 m2 no lugar de uma eficiente, que deveria ocupar
ao menos 2.000 m2.
Assim,
naquele dramático momento, partimos para construir 25 novas UBSs, todas com
farmácia, consultórios odontológico, ginecológico e ao menos quatro de
atendimento geral. Salas de vacinação e de coleta de materiais para exames,
descarte de infectáveis, dotadas de uma dezena de computadores para cadastrar e
acompanhar pacientes. Também já foram substituídas duas UPAs “em frangalhos”
por outras de 2.000 m2 (e a terceira está em construção), duas
maternidades problemáticas por uma moderna, com 170 leitos (até com heliponto),
que já realiza o dobro de partos, tendo passado de 3.400 para 6.200 ao ano, com
qualidade infinitamente superior.
Toda a
rede física de UBSs, UPAs e maternidade foi realizada rapidamente com recursos
integralmente de contrapartidas privadas, aprovadas pela Câmara dos Vereadores,
por valores muito inferiores aos que eram previstos.
Não foi
necessário aumentar médicos nem equipes, que já eram adequados aos habitantes
atendidos. Bastou dar a eles condições, ambiente e insumos que são previstos
nas normas sanitárias em vigor.
Em
muitas unidades, já depois das 10h, não se encontram filas, não faltam
medicamentos, vacinas, e as equipes de profissionais conseguem fazer um bom
atendimento domiciliar, especialmente com pacientes sem mobilidade.
Hoje,
existe o desafio de zerar as filas de cirurgias e consultas especializadas. Em
todo o país, milhões de pessoas aguardam por sua vez.
Em Betim
decidimos descentralizar parte das consultas especializadas, criamos um centro
de especialidades da mulher e da criança e escolhemos usar as melhores UBSs
também para atendimento especializado em regime de marcação regional.
Nosso
planejamento aponta zerar e normalizar as piores filas até março de 2024, mas a
maioria até o final de 2023.
Permito-me
compartilhar essas experiências para tentar contribuir para o alcance de
soluções, que afetam, neste momento, a maioria dos municípios e milhões de
brasileiros em condições assombrosas.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!