terça-feira, 8 de agosto de 2023

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA FILOSOFIA NA QUALIFICAÇÃO CIDADÃ, DEMOCRÁTICA E PROFISSIONAL NO DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL E A TRANSCENDÊNCIA DAS JUVENTUDES, IGUALDADE, SOLIDARIEDADE E FRATERNIDADE NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“A educação básica precisa da filosofia no currículo       

           A presença da filosofia no currículo escolar é tão importante quanto as demais disciplinas, pois integra-se às outras; é essa soma das disciplinas que possibilita uma possível formação integral do estudante. E levando este debate em momento oportuno, pois está em andamento o processo de reavaliação do novo ensino médio pelo governo federal.

          Rever esse modelo de ensino é essencial, afinal é importante pensar em novas disciplinas para o currículo, desde que não se desprezem as que estão constituídas na história da humanidade, principalmente arte, filosofia e sociologia.

          De forma mais aprofundada, a filosofia contribui para o processo de ensino-aprendizagem por meio da problematização filosófica, pois soma-se a outras disciplinas para a formação crítica dos estudantes. E ser um cidadão crítico não é ter uma posição X ou Y, mas valer-se de argumentos objetivos e bem fundamentados na defesa dos próprios posicionamentos.

          Outro aspecto, em relação à importância desta disciplina, é a emancipação da razão, do “ousar pensar por si mesmo”. Trata-se da autonomia de pensamento. Os estudantes são convidados a exercitar o pensamento, a cada qual pensar por si mesmo, sem a influência do professor ou de outrem, que os obrigue a pensar de determinada forma ou meio. É preciso questionar, debater, esta é a provocação filosófica.

          Por fim, outra contribuição específica refere-se à capacidade de convivência com a pluralidade de ideias e pensamentos. A filosofia (como a conhecemos hoje) nasceu na Grécia e era praticada em praças públicas, na ágora, local em que se debatiam assuntos a respeito do povo.

          Nesse ambiente, é importante saber expor opiniões, mas entender que, da mesma forma que se tem o direito de defender as próprias ideias, há a obrigação de respeitar o direito do outro, que pode ter opiniões divergentes. A todo direito corresponde um dever. É assim que se exerce a verdadeira democracia.

          Na realidade, todos nós pensamos de modo diferente e precisamos ser respeitados. Respeitar o outro não quer dizer concordar, mas sim garantir o direito da livre expressão democrática em uma sociedade pluralista.

          Em minhas publicações de artigos e livros, tenho defendido uma compreensão do ensino de filosofia como experiência filosófica. E isso quer dizer que não se trata de um ensino fixo, rígido e enciclopédico (que transmite apenas conteúdos), mas sim que consiste em experiência do pensamento conceitual. Enfim, o professor de filosofia apresenta temas e a história da filosofia para ajudar o aluno a posicionar-se diante do mundo cotidiano, a partir de uma experiência do filosofar (que não é dogmático), possibilitando questionar aquilo que parece óbvio.”.

(Fábio Antônio Gabriel. Mestre e doutor em educação, licenciado em filosofia e pedagogia e professor da educação básica, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4 de agosto de 2023, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br., mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Tesouro das juventudes

       Com a convicção de que os jovens são um tesouro preciso para a sociedade, a Igreja Católica realiza, nesta semana, a 15ª edição da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, Portugal. A celebração da Jornada Mundial reaviva as dimensões do desafio que interpela a Igreja. Sem a presença das juventudes, com sentido de pertencimento aprofundado e sem inserção comprometida, desenha-se um futuro sombrio, sem força de renovação e competência para novas respostas. A consciência deste desafio acompanha a Igreja por um considerável tempo, em todos os lugares da sua presença servidora, estampando uma situação preocupante. Verifica-se no contexto contemporâneo uma avalanche de mudanças socioculturais, configurando a exigência urgente de se intuir, permanentemente, novas respostas para não se chegar, como muitos analistas afirmam, à perda das juventudes. Perdê-las é um prejuízo incalculável e recuperá-las, para o âmbito vivencial da instituição, um esforço hercúleo e encharcado de específica sabedoria.

          O desafio não é só para a Igreja Católica, mas afeta instituições outras da sociedade, particularmente as educacionais e não menos fortemente as famílias. Estes esforços incidem sobre a competência de cada jovem na condução da vida, nos desafios peculiares das escolhas vocacionais e profissionais. Não menos relevante é a participação cidadã juvenil no mundo da política e na reconstrução de cenários sociais. Este sentido social e político é um desafio, exigindo das instituições e segmentos todos da sociedade, particularmente da educação, religiosos e familiares, um investimento específico e pedagogicamente assertivo.

          A realidade mutante na contemporaneidade indica a necessidade permanente de diálogos e escutas das juventudes, iluminados por estudos científicos e pesquisas de relevância, abordagens qualificadas e interpelantes. Assim, a Jornada Mundial da Juventude é oportunidade para reavivar a prioridade dos jovens no contexto da sociedade mundial e, especialmente, na Igreja. É urgente e indispensável entender o que se passa com a juventude. Não é um simples entendimento desta complexa realidade, mas a determinação firma de construir caminhos novos, de diálogos, participação e pertencimento. A Igreja Católica sabe o tamanho do desafio de sua opção preferencial pelos jovens, interpelada também pela opção preferencial pelos pobres. A configuração social excludente é um peso para a juventude, afetando suas famílias e levando a sociedade a sérias perdas, a ponto de haver prejuízos irreversíveis. A opção preferencial pelos jovens é, assim, atual desafio à Igreja, em questão o seu futuro, o comprometimento de sua missão e a prioridade no seu cumprimento. O outro e a prata a ser oferecido e assumido pelos jovens estão na experiência do encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, seduzindo as juventudes ao magnífico da condição discipular no seguimento do Mestre e Senhor da vida.

          Atenta aos desafios contemporâneos, à velocidade mutante pelos avanços tecnológicos e científicos, atuando com abertura na consideração das diferenças, a Igreja sabe da preciosidade que pode e precisa com urgência oferecer e proporcionar aos jovens. Não se trata de uma simples, ainda que luminosa ideia, mas da experiência do encontro, conhecimento e seguimento da pessoa de Jesus Cristo, com força de experiência, e assim ter propriedades para mudar critérios de juízos e escolhas, alimentando a bravura na participação da reconstrução da sociedade e conquista cidadã de lugares, em uma ambiência de igualdade e solidariedade. A razão maior e iluminadora é o cultivo da cidadania do Reino de Deus. Por isso, a Igreja elege como tarefa missionária e prioritária dar oportunidade ao jovem de conhecer e experimentar o discipulado no seguimento de Jesus Cristo, uma alegria genuína e incomparável.

          Tudo o que se promove com os jovens e para os jovens, como uma Jornada Mundial, celebrações outras, peregrinações, festas, até a singeleza significativa das catequeses, especialmente familiares, tem como propósito primordial garantir a formação, com força de assimilação de critérios que redirecionem a vida no horizonte único e inspirador do Evangelho de Jesus. Aqui reside o desafio de adequada pedagogia, em sintonia com os processos de mudanças contemporâneas, tendo em conta o inegociável do Evangelho e a competência para saber alcançar os corações, com a força desta singular espiritualidade trinitária do encontro com Jesus Cristo, iluminando largo horizonte para o entendimento da vida plena, incluindo o comprometimento com a promoção incondicional da amizade social, o entendimento da solidariedade como princípio na construção de uma sociedade justa e o engajamento na luta pela preservação do meio ambiente, convencendo a todos de um novo estilo de vida, sustentável em favor dos pobres da terra.

          Ora, o encontro com Jesus Cristo é o início deste sujeito novo, desse novo estilo de vida, discípulos e discípulas do Mestre. Este encontro há de ser proporcionado, um desafio enfrentado, que precisa de respostas e resultados mais concretos. Este é o ouro do Cristianismo com força de grandes mudanças e renovações culturais, com incidências sociais e políticas em uma existência que se nutre do vigor do encontro com Cristo. A história comprova este movimento. Agora é a hora de encontrar o jeito e o caminho, desobstruindo dinâmicas com o próprio do tesouro das juventudes, para a Igreja cumprir sua missão e jovializar-se. Este é um enorme desafio e, ao mesmo tempo, uma aposta decisiva de revigoramento.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil, com o auxílio da música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 13,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em junho, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,16%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

62 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!      

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

           

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