“O futuro e a transição demográfica
Agora
em outubro, o IBGE divulgou os dados do Censo 2022. As estatísticas
demográficas são essenciais para o planejamento das políticas públicas.
Mudanças profundas e rápidas estão ocorrendo. O país será outro daqui a 50 ou
100 anos.
Constatar
o envelhecimento da população brasileira era esperado. O que surpreendeu foi a
velocidade das transformações. Enquanto a faixa de 0 a 14 anos vem
experimentando uma queda vertiginosa no percentual da população total (38,2% em
1980, 24,1% em 2010 e 19,8% agora em 2022, o número de idosos acima de 65 anos
cresce significativamente (4% em 1980, 7,4% em 2010 e 10,9% em 2022).
A
população idosa cresceu 57,4% em 12 anos. Dos 22,1 milhões de brasileiros acima
de 65 anos, um quarto tem acima de 80 anos. A idade mediana avançou de 29 anos
em 2010 para 35 anos em 2022. No mesmo período, a taxa de fecundidade caiu de
1,9 filho por mulher para 1,6 filho.
As
curvas detectadas pelo IBGE prenunciam uma antecipação do fim do bônus
demográfico para 2030, quando a população em idade de trabalhar (15 aos 64
anos) começará a declinar, cessando o impulso do crescimento econômico derivado
dessa variável. Ou seja, haverá menos pessoas trabalhando.
Essas
projeções têm profundo impacto na construção de políticas e estratégias
públicas. É preciso começar a reversão da atual rigidez orçamentária. O veloz
envelhecimento da população vai sobrecarregar o SUS, dado que nas faixas mais
avançadas de idade há maior ocorrência das doenças crônicas e uma enorme
pressão por aumento de gastos com o sistema de saúde.
Assim
também é com a Previdência Social. Menos gente trabalhando e contribuindo,
muito mais gente aposentada, usufruindo. Temos o INSS, que cobre a maior parte
dos brasileiros, os regimes próprios dos servidores públicos, o sistema de
Previdência complementar e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para
idosos e pessoas com deficiência sem cobertura previdenciária. A estrutura de
financiamento da seguridade social terá obrigatoriamente de ser repensada,
inclusive levando em conta a substituição de trabalhadores por máquinas, robôs,
inteligência artificial e a queda da PEA.
Por
outro lado, diferentemente de saúde e Previdência, o sistema educacional já
está tendo uma queda de demanda em função das quedas nas taxas de natalidade e
fertilidade verificadas. O desafio será cada vez mais a qualidade, e não a
quantidade. Necessariamente, recursos terão que ser deslocados para gastos
sanitários e previdenciários.
Há
países como Japão, Coreia do Sul e Uruguai que já desenvolvem interessantes
políticas mirando os desafios impostos pelo envelhecimento da população.
O Brasil
está ainda desaparelhado para enfrentar a transição demográfica. Precisamos
erguer políticas de qualificação profissional para os idosos e enfrentar o
etarismo; construir centros de convivência e moradia para idosos, já que as
soluções individuais de cuidados são caríssimas e inacessíveis para a maioria
das famílias; formar profissionais especializados em cuidados com idosos e
desencadear um programa de preparação cultural e social das famílias para
mobilizá-las para a atenção aos idosos.
O
sucesso ou o fracasso do Brasil, neste novo cenário herdado da transição
demográfica, dependerá de discussões e atitudes que devem ser patrocinadas
agora. Depois, será tarde!”.
(MARCUS PESTANA. Diretor executivo da
Instituição Fiscal Independente (IFI) e ex-deputado federal mv.pestana@hotmail.com,
em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4 de
novembro de 2023, caderno OPINIÃO, página 14).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de novembro de 2023, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente
integral transcrição:
“IA, solução e ameaça
O
presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pressionado pela movimentação de
inúmeros parlamentares e da sociedade civil em polvorosa, enviou, na semana
passada, as primeiras medidas oficiais para enfrentar a revolução que a
Inteligência Artificial (IA) vem espalhando por onde se insinua.
Tímidas
e genéricas, deixam claro, porém, que o fenômeno altera os equilíbrios,
modifica costumes, oferece vantagens e desvantagens à vida de bilhões de
pessoas. Introduz facilidades impensáveis e riscos descomunais. Típica faca de
dois gumes.
Além do
popular ChatGPT, estão disponíveis mais de 20 “filhotes” da IA, que prometem
solucionar problemas complicadíssimos e deixar alguns milagres ao alcance de
todos, como transformar reuniões em relatórios, criar imagens de palavras e até
retratos que podem levar a crer em sua autenticidade. Pode solucionar problemas
complicadíssimos ou criá-los.
Uma
questão que se está pondo: quantas profissões sobreviverão? Quantas terão que
se adaptar a uma concorrência implacável, que não erra, imediata e ao alcance
de todos os interessados?
O
benefício representado pela IA terá um custo social; assim como a robotização,
a digitalização provocou a perda de milhões de empregos.
A IA
mexe em degraus de conhecimento muito elevados, aos quais a mente humana parece
chegar apenas em raras exceções. A IA vai banalizar a inteligência humana,
deixá-la em segundo plano. E, a partir da inutilização, a inteligência no homem
corre o risco de se atrofiar, de diminuir, de ser submetida a uma “escravidão”
implacável.
Se pode
levar a soluções portentosas, pode também levar a enganos e fracassos
desastrosos.
Trata-se
da invasão da esfera que era dominada pelo saber humano, não apenas em
quantidade e complexidade de contas numéricas, mas na formulação de textos, de
estratégias, de escolhas fantásticas.
Ora,
quando se pensa se pensa no bem que a IA pode fazer, nos problemas que pode
solucionar, é preciso sempre lembrar que seu alcance, no lado oposto, do mal,
também é sem limite. Como constrói, pode destruir.
Todas as
profissões que necessitam de muito conhecimento e saber, de longos anos de
estudos, experiências e práticas, terão que se submeter a essa superdotada
entidade não humana.
Não
apenas no diagnóstico, mas nas receitas e dietas, a IA possui um potencial de
diminuir expressivamente as filas dos consultórios. Será também a inteligência
atrás de robôs que realizam intervenções e cirurgias com a mesma precisão de
alguns raros especialistas.
Na
escolha de decorações, formulação de ambientes, nos projetos de engenharia e
arquitetura, na escolha de roteiros de viagens, na seleção de opções de compra
e muito mais no futuro, a humanidade terá que se submeter à IA. Mas ainda há a
gestão de sistemas complexos de planejamento e distribuição.
Nesses
dias, o Senado brasileiro iniciou a discussão de medidas que regulamentem o uso
de IA, de forma a garantir o proveito da tecnologia para fomentar o
desenvolvimento e inibir a exploração social que ela pode permitir.
Vale
prestar atenção, pois estamos na primeira tentativa de pôr ordem onde a
desordem pode significar um estrago irreparável. Como disse Elon Musk nessa
semana, em Londres, num Summit que discute o disciplinamento da IA, ela é uma
das maiores ameaças à humanidade.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 133 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)” ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!
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