segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS E POTENCIALIDADES DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS, DESCARBONIZAÇÃO, BIOTECNOLOGIA E HUMANIDADE NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E A TRANSCENDÊNCIA DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, ÉTICA, LIBERDADE E ALTERIDADE NA NOVA ORDEM SOCIAL, ECONÔMICA E POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Mudanças climáticas e o impacto na população carente

       Em 2023, uma expressão que já era conhecida, e de certa forma evidenciada, entrou de fato no vocabulário mundial – não que isso seja positivo, uma vez que sempre vem acompanhada de notícias ruins –: ‘mudanças climáticas’.

         No Brasil, por exemplo, o ano infelizmente foi repleto de eventos climáticos e meteorológicos extremos. Seja como as ondas de calor que atingiram diversos Estados e o Distrito Federal, seja com a seca que atingiu a região amazônica e a região Norte do país, registrando cerca de 22 mil focos de queimadas em outubro; ou a passagem de um tsunami meteorológico no litoral do Estado de Santa Catarina, entre outros acontecimentos.

         Os impactos desses tipos de eventos, causados tanto por fatores naturais como por – principalmente – fatores provocados pela ação humana, são grandes e afetam em cheio a população que já não possui muitos recursos. Uma vez que, apesar de variar de acordo com o contexto, os impactos naqueles mais carentes sempre existirão.

         De acordo com informe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) de 2006 “Pobreza e mudança climática, reduzindo a vulnerabilidade dos pobres através da adaptação”, eles variam entre localização geográfica, características econômicas, sociais e culturais; prioridades e preocupações dos indivíduos, grupos sociais e modos de vida; presença das instituições e políticas vigentes. Ou seja, de uma forma ou de outra, serão os mais pobres os primeiros impactados.

         Seja por sorte, seja por azar, nosso país, se qualifica para estar à frente desse debate global, já que tem uma atenção do poder público voltado para esse tema, bem como poder ser considerado uma espécie de prestador de serviços ecossistêmicos.

         E, por isso, é necessária a criação de uma política de enfrentamento às mudanças climáticas e ao impacto no meio ambiente que tenha dentro do escopo a preservação do meio ambiente, mas, também, o incentivo ao desenvolvimento sustentável de toda a sociedade, com foco em aspectos como biotecnologia, segurança das fronteiras, desenvolvimento de ferramentas para os produtores, modernização da agricultura e, claro, combate à desigualdade.

         Já de acordo com relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), conhecido como “AR6”, quase metade da população mundial vive em regiões vulneráveis às mudanças climáticas.

         Essa sensação é compartilhada inclusive pela população. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Ipec, 62% das pessoas do país reconhecem que a população mais pobre é a que mais sofre com as consequências de eventos climáticos extremos.

         Até porque o impacto chega à alimentação que vai à mesa, às finanças da população regional, à saúde do planeta e de todos no geral; uma vez que as mortes por enchentes, secas e temporais, por exemplo, aumentaram 15 vezes nas regiões mais pobres na última década. E, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, as mudanças climáticas provocam ao menos 150 mil mortes ao ano, número que deve dobrar até 2030.

         É necessário, por óbvio, que o combate às mudanças climáticas caminhe então junto de uma reforma estrutural de país que resolva os problemas sociais da população, já que de nada vai adiantar cuidar do meio ambiente e esquecer-se das pessoas que vivem no seu entorno.”.

(Antonio Borges. CEO da PlantVerd, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de janeiro de 2024, caderno OPINIÃO Belo Horizonte, caderno OPINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br, mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Inteligência e ética

       Inteligência artificial deve ser entendida como uma ‘galáxia de realidades diversas’, explica o Papa Francisco, em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz. Não se pode presumir que o seu desenvolvimento seja benéfico para o futuro da humanidade. O avanço tecnológico requer um rico e inspirador horizonte ético para, ao invés de se comprometer a paz, efetivamente promovê-la, garanti-la. O entusiasmo com o desenvolvimento das muitas formas de inteligência artificial não pode dispensar a necessária reflexão ética, imprescindível quando se busca garantir o respeito aos valores humanos fundamentais. Não se pode admitir avanços tecnológicos que simplesmente comprometam valores humanos essenciais: privacidade, inclusão, transparência, segurança, equidade e respeito. Reconheça-se que o desenvolvimento da tecnologia vem sempre acompanhado da responsabilidade pelas consequências desse progresso.

         A lucratividade e o fascínio gerados pela expansão tecnológica não podem justificar irresponsabilidades pela admissão de quaisquer propósitos que afrontem valores humanos. Adverte o Papa Francisco que avanços técnico-científicos, quando não são acompanhados do necessário respeito aos valores humanos, representam risco concreto à liberdade e à convivência pacífica. Esse risco se efetiva quando se cede à tentação do egoísmo, do interesse próprio, da ânsia pelo poder e lucro. Recomenda o Sumo Pontífice que as pesquisas relacionadas ao campo técnico-científico sejam sempre orientadas para a promoção da paz e do bem comum. O respeito aos valores éticos não significa, definitivamente, uma resistência aos avanços tecnológicos e científicos. Trata-se de um compromisso com todos que fazem parte da humanidade, com pessoas de diferentes gerações, cultivando o bem e a paz.

         Recomenda-se, assim, como “cláusula pétrea”, priorizar a fraternidade e a dignidade que é intrínseca a cada pessoa, configurando um horizonte iluminador para o desenvolvimento tecnológico e científico. Desse modo, o progresso digital será norteado pelo compromisso com a melhoria da qualidade de vida da humanidade. Poderá ser alavanca para a superação das vergonhosas desigualdades sociais – indiscutível fonte de sérios conflitos que comprometem a paz. Em síntese, os avanços digitais devem alavancar um desenvolvimento integral e inclusivo, sob pena de serem antiéticos, buscando beneficiar somente uma pequena parte privilegiada da humanidade. Constata-se, pois, que a dimensão ética ganha ainda mais pertinência quando se considera que a inteligência artificial se tornará cada vez mais presente na vida da sociedade. Essa crescente presença não pode levar à expansão das exclusões ou estar a serviço de manipulações perversas, interesseiras.

         O Papa Francisco lembra que o desenvolvimento não pode se restringir à esfera técnica, pois o progresso tecnológico, para ser benéfico, precisa ser acompanhado de necessários avanços antropológicos, educacionais, sociais e políticos. Não se pode pensar no progresso científico e da técnica simplesmente por diletantismo, agindo a partir do fascínio que as novidades tecnológicas promovem. Nem se deixar dominar pelos interesses lucrativos, pela sede de poder. Não se trata de oposição ou medo diante dos avanços, mas cuidar para que as rápidas evoluções tecnológicas sejam acompanhadas de esforços para a salvaguarda dos direitos humanos fundamentais. Nessa direção, o Papa Francisco sublinha que a inteligência artificial deve contribuir para desenvolvimento das potencialidades e das mais nobres aspirações do ser humano – jamais estabelecer relação de competição com as pessoas.

         Há de se considerar a efetiva transformação da humanidade que está em curso a partir do progresso científico-tecnológico, que promove significativas influências culturais. Essas mudanças culturais não podem representar o enfraquecimento de valores éticos. Sem esses valores, a humanidade pode sofrer ainda mais. Comportamentos sociais influenciados somente pela tecnologia, carentes da iluminação de valores éticos – exclusivamente presentes na mente humana –, podem levar a catástrofes humanitárias, comprometendo a paz. A “máquina”, no seu encanto inteligente, não poderá jamais substituir o ser humano. Deve estar a seu efetivo serviço, sob a regência ética dos senhores e das senhoras da Criação: homens e mulheres criados à imagem e semelhança de seu Deus Amor. Diante do ser humano está o desafio de modelar a tecnologia do futuro com intocáveis valores éticos, para que os avanços técnico-científicos contribuam efetivamente com o desenvolvimento humano integral, com a promoção e a manutenção da paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil, com o auxílio da música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 134 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito continua atingindo níveis estratosféricos nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial ainda em píncaros históricos. Já a taxa Selic permanece em insustentável índice de 11,75% ao ano; a um outro lado, o IPCA, em novembro, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,68%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 523 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo; pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, da inteligência artificial, das novas tecnologias, da sustentabilidade – um outro nome do desenvolvimento econômico aliado indissoluvelmente ao desenvolvimento social, com promoção humana; e ao desenvolvimento ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais – e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

62 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir, dominar e destruir!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes ... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.

- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.

- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós! (1830) ...

- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrimas,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!

 

 

 

 

 

 

 

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