“Mudanças climáticas e o impacto na população carente
Em
2023, uma expressão que já era conhecida, e de certa forma evidenciada, entrou
de fato no vocabulário mundial – não que isso seja positivo, uma vez que sempre
vem acompanhada de notícias ruins –: ‘mudanças climáticas’.
No
Brasil, por exemplo, o ano infelizmente foi repleto de eventos climáticos e
meteorológicos extremos. Seja como as ondas de calor que atingiram diversos Estados
e o Distrito Federal, seja com a seca que atingiu a região amazônica e a região
Norte do país, registrando cerca de 22 mil focos de queimadas em outubro; ou a
passagem de um tsunami meteorológico no litoral do Estado de Santa Catarina,
entre outros acontecimentos.
Os
impactos desses tipos de eventos, causados tanto por fatores naturais como por
– principalmente – fatores provocados pela ação humana, são grandes e afetam em
cheio a população que já não possui muitos recursos. Uma vez que, apesar de
variar de acordo com o contexto, os impactos naqueles mais carentes sempre
existirão.
De
acordo com informe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)
de 2006 “Pobreza e mudança climática, reduzindo a vulnerabilidade dos pobres
através da adaptação”, eles variam entre localização geográfica,
características econômicas, sociais e culturais; prioridades e preocupações dos
indivíduos, grupos sociais e modos de vida; presença das instituições e
políticas vigentes. Ou seja, de uma forma ou de outra, serão os mais pobres os
primeiros impactados.
Seja por
sorte, seja por azar, nosso país, se qualifica para estar à frente desse debate
global, já que tem uma atenção do poder público voltado para esse tema, bem
como poder ser considerado uma espécie de prestador de serviços ecossistêmicos.
E, por
isso, é necessária a criação de uma política de enfrentamento às mudanças
climáticas e ao impacto no meio ambiente que tenha dentro do escopo a
preservação do meio ambiente, mas, também, o incentivo ao desenvolvimento
sustentável de toda a sociedade, com foco em aspectos como biotecnologia,
segurança das fronteiras, desenvolvimento de ferramentas para os produtores,
modernização da agricultura e, claro, combate à desigualdade.
Já de
acordo com relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(IPCC), conhecido como “AR6”, quase metade da população mundial vive em regiões
vulneráveis às mudanças climáticas.
Essa
sensação é compartilhada inclusive pela população. Segundo levantamento
realizado pelo Instituto Ipec, 62% das pessoas do país reconhecem que a
população mais pobre é a que mais sofre com as consequências de eventos
climáticos extremos.
Até
porque o impacto chega à alimentação que vai à mesa, às finanças da população
regional, à saúde do planeta e de todos no geral; uma vez que as mortes por
enchentes, secas e temporais, por exemplo, aumentaram 15 vezes nas regiões mais
pobres na última década. E, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
atualmente, as mudanças climáticas provocam ao menos 150 mil mortes ao ano,
número que deve dobrar até 2030.
É
necessário, por óbvio, que o combate às mudanças climáticas caminhe então junto
de uma reforma estrutural de país que resolva os problemas sociais da
população, já que de nada vai adiantar cuidar do meio ambiente e esquecer-se
das pessoas que vivem no seu entorno.”.
(Antonio Borges. CEO da PlantVerd, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de janeiro de
2024, caderno OPINIÃO Belo Horizonte, caderno OPINIÃO, página
16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.arquidiocesebh.org.br,
mesma edição, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Inteligência e ética
Inteligência
artificial deve ser entendida como uma ‘galáxia de realidades diversas’,
explica o Papa Francisco, em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz. Não se
pode presumir que o seu desenvolvimento seja benéfico para o futuro da
humanidade. O avanço tecnológico requer um rico e inspirador horizonte ético
para, ao invés de se comprometer a paz, efetivamente promovê-la, garanti-la. O
entusiasmo com o desenvolvimento das muitas formas de inteligência artificial
não pode dispensar a necessária reflexão ética, imprescindível quando se busca
garantir o respeito aos valores humanos fundamentais. Não se pode admitir
avanços tecnológicos que simplesmente comprometam valores humanos essenciais:
privacidade, inclusão, transparência, segurança, equidade e respeito.
Reconheça-se que o desenvolvimento da tecnologia vem sempre acompanhado da
responsabilidade pelas consequências desse progresso.
A
lucratividade e o fascínio gerados pela expansão tecnológica não podem
justificar irresponsabilidades pela admissão de quaisquer propósitos que
afrontem valores humanos. Adverte o Papa Francisco que avanços
técnico-científicos, quando não são acompanhados do necessário respeito aos
valores humanos, representam risco concreto à liberdade e à convivência
pacífica. Esse risco se efetiva quando se cede à tentação do egoísmo, do
interesse próprio, da ânsia pelo poder e lucro. Recomenda o Sumo Pontífice que
as pesquisas relacionadas ao campo técnico-científico sejam sempre orientadas
para a promoção da paz e do bem comum. O respeito aos valores éticos não
significa, definitivamente, uma resistência aos avanços tecnológicos e
científicos. Trata-se de um compromisso com todos que fazem parte da
humanidade, com pessoas de diferentes gerações, cultivando o bem e a paz.
Recomenda-se,
assim, como “cláusula pétrea”, priorizar a fraternidade e a dignidade que é
intrínseca a cada pessoa, configurando um horizonte iluminador para o
desenvolvimento tecnológico e científico. Desse modo, o progresso digital será
norteado pelo compromisso com a melhoria da qualidade de vida da humanidade.
Poderá ser alavanca para a superação das vergonhosas desigualdades sociais –
indiscutível fonte de sérios conflitos que comprometem a paz. Em síntese, os
avanços digitais devem alavancar um desenvolvimento integral e inclusivo, sob
pena de serem antiéticos, buscando beneficiar somente uma pequena parte
privilegiada da humanidade. Constata-se, pois, que a dimensão ética ganha ainda
mais pertinência quando se considera que a inteligência artificial se tornará
cada vez mais presente na vida da sociedade. Essa crescente presença não pode
levar à expansão das exclusões ou estar a serviço de manipulações perversas,
interesseiras.
O Papa
Francisco lembra que o desenvolvimento não pode se restringir à esfera técnica,
pois o progresso tecnológico, para ser benéfico, precisa ser acompanhado de
necessários avanços antropológicos, educacionais, sociais e políticos. Não se
pode pensar no progresso científico e da técnica simplesmente por diletantismo,
agindo a partir do fascínio que as novidades tecnológicas promovem. Nem se
deixar dominar pelos interesses lucrativos, pela sede de poder. Não se trata de
oposição ou medo diante dos avanços, mas cuidar para que as rápidas evoluções
tecnológicas sejam acompanhadas de esforços para a salvaguarda dos direitos
humanos fundamentais. Nessa direção, o Papa Francisco sublinha que a
inteligência artificial deve contribuir para desenvolvimento das potencialidades
e das mais nobres aspirações do ser humano – jamais estabelecer relação de
competição com as pessoas.
Há de se
considerar a efetiva transformação da humanidade que está em curso a partir do
progresso científico-tecnológico, que promove significativas influências
culturais. Essas mudanças culturais não podem representar o enfraquecimento de
valores éticos. Sem esses valores, a humanidade pode sofrer ainda mais.
Comportamentos sociais influenciados somente pela tecnologia, carentes da
iluminação de valores éticos – exclusivamente presentes na mente humana –,
podem levar a catástrofes humanitárias, comprometendo a paz. A “máquina”, no
seu encanto inteligente, não poderá jamais substituir o ser humano. Deve estar
a seu efetivo serviço, sob a regência ética dos senhores e das senhoras da
Criação: homens e mulheres criados à imagem e semelhança de seu Deus Amor.
Diante do ser humano está o desafio de modelar a tecnologia do futuro com
intocáveis valores éticos, para que os avanços técnico-científicos contribuam
efetivamente com o desenvolvimento humano integral, com a promoção e a
manutenção da paz.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil, com o auxílio da
música, yoga e shantala (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de
idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos
nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação
profissional (enfim, 134 anos depois, a República proclama o que esperamos
seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de
maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova
pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da
civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da
sustentabilidade... e da fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2023, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,556 trilhões (49,40%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 2,010 trilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
pois, quando os títulos da dívida financiam os investimentos nos tornamos TODOS
protagonistas do desenvolvimento SUSTENTÁVEL da nação;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
62
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2023)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar - jamais, jamais e jamais para subir,
dominar e destruir!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos inestimáveis recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes ...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”.
- (Re)visitando o Santo Graal, para uma vida
virtuosa: “... porque és pó, e pó te hás de tornar. (Gen 3,19)”.
- “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós
que recorremos a vós! (1830) ...
- “... A paz esteja convosco”. (Jo 20,19) ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrimas,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!
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