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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A CIDADANIA E O DESAFIO DA FOME

“Convivendo com a miséria

Agrava-se, dia a dia, o problema dos marginalizados da vida que, sem casa para morar, espalham-se pelas ruas e praças da cidade, em deprimente espetáculo da miséria e fome.

Verdadeira chaga social, a ocorrência estende-se pelos quatro cantos da capital, quer sejam pessoas isoladas, famílias ou ainda agrupamentos de dezenas de desabrigados, vivendo nas mais precárias condições.

Não seria necessário insistir nos aspectos deploráveis do fato nem enfatizar suas diversificadas conseqüências: a nódoa social é vista e constatada por toda a população.

E aí está, infelizmente, um agravante do problema, qual seja a insensibilidade popular e das autoridades diante desse quadro de agressivo subdesenvolvimento. Sob os olhares complacentes da polícia, o habitante dos grandes centros urbanos está se acostumando a conviver com a miséria alheia e isso é profundamente desumano. Pouco nos importa a fome de milhares de irmãos, amontoados pelas sarjetas infectas. Contornamos nos passeios, entre indiferentes e temerosos, os grupos de desajustados, fugindo, assim, da visão de uma dolorosa realidade.

Lembro-me de quando, criança ainda, impressionava-me ao ver um mendigo estendido na rua, uma raridade que exigia a imediata assistência do mais próximo guarda civil ou da mais caridosa alma que por ali passasse.

Hoje, não. Ignoramos egoisticamente o problema, enquanto as autoridades se omitem de maneira criminosa.

Poderá ser dito que as causas são de ordem social e, por isso mesmo, os paliativos beneficentes não resolvem. De pleno acordo. A onda avassaladora de miséria humana, todavia, há de ser contida, para se evitar que o país se transforme no vasto campo árido da injustiça e da fome.
Nem se alegue que o problema não tem solução, pois a realidade comprova que ele foi encontrado em diversos municípios brasileiros.

O que falta aos responsáveis é determinação e competência, sem falar na ausência de sensibilidade ou até mesmo de sentimento cristão para assegurar ao nosso semelhante desassistido um mínimo de dignidade humana e justiça social.”
(JOSÉ BENTO TEIXEIRA DE SALLES, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de outubro de 2010, Caderno CULTURA, página 2).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de EDITORIAL publicado no mesmo veículo, Caderno OPINIÃO, página 8, que merece INTEGRAL transcrição:

“O desafio da fome

Vinte e nove países ainda apresentaram níveis alarmantes de fome e mais de l bilhão de pessoas não tinham o que comer em 2009, de acordo com um novo relatório sobre a situação no mundo todo. Líderes mundiais estão longe de uma das Metas do Milênio, estabelecidas em 1990, de reduzir pela metade o número de pessoas famintas em 2015, segundo o Índice Mundial da Fome, publicação anual do Instituto Internacional de Pesquisa de Políticas Alimentares e outras entidades assistenciais. A maioria desses países fica na África Subsaariana e no Sul da Ásia. As crianças são citadas como especialmente vulneráveis. “Países com número elevado de pessoas que passam fome precisam agir para melhorar a nutrição das crianças durante os primeiros mil dias depois da concepção, incluindo a nutrição pré-natal e programas de educação nutricional para mulheres grávidas”, alerta Marie Ruel, chefe da Divisão de Pobreza, Saúde e Nutrição do instituto.

A desnutrição na primeira infância perpetua a pobreza de uma geração para a outra. A porcentagem de pessoas subnutridas caiu de 20% em 1990-1992 para 16% em 2004-2006. A Organização das Nações Unidas (ONU) acredita que o número de pessoas que passam fome caia de 1 bilhão em 2009 para 925 milhões este ano. Mas o índice mostra que algumas regiões ainda estão lutando contra o problema e que as causas da fome diferem em todo o mundo, de acordo com o relatório.Nos últimos 20 anos, globalmente, o índice mundial da fome melhorou 24%. No entanto, o progresso varia enormemente de uma região para outra. Os 10 países com os piores indicadores de fome – todos classificados como “extremamente alarmantes” ou “alarmantes” – foram a República Democrática do Congo, Burundi, Eritreia, Chade, Etiópia, Serra Leoa, Haiti, Comoros, Madagascar e República Centro-Africana.

No Brasil, a fome reside onde há pobreza e falta de acesso a direitos sociais básicos. Mesmo com a mobilização histórica da sociedade civil pela causa e a implementação de políticas públicas de segurança alimentar, ainda existem em todo o país pessoas que não têm acesso a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para a manutenção da saúde. A desnutrição infantil dá sinais mais claros do problema nas áreas rurais e urbanas. No Rio de Janeiro, na Cidade de Deus, um levantamento feito em 2008 mostrou que 22% das mais de 2 mil crianças pesquisadas estavam desnutridas. Em Alagoas, 9,5% das crianças de até 5 anos apresentam desnutrição crônica (baixa altura em relação à idade). Em fevereiro, a alimentação passou a ser um direito garantido na Constituição Federal (CF), incluído no artigo 6º da Carta, passando a ser assegurado pelo Estado. Resta agora ao poder público cumprir a determinação constitucional. Nos últimos anos, programas assistencialistas têm dado bons resultados, mas ainda são frágeis para apagar de vez essa mácula da vida nacional.”

São retratos desafiadores como esses que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, SAUDÁVEL, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...